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CAPÍTULO DEZESSETE
DEFININDO AS ÁREAS
E NÍVEIS DA PRÁTICA
ÁREAS DA PRÁTICA
Didática
Médica
biomédicos como principal alvo de mudança, assim como aquelas que tam-
bém operam sobre fatores psicológicos e ecológicos que influenciam a en-
fermidade e o bem-estar. O settings típicos são hospitais, clínicas, centros
de reabilitação, hospícios e asilos para idosos.
As práticas desta área variam de acordo com as funções dadas à mú-
sica e à relação cliente-terapeuta, com a importância dos objetivos médicos,
com a duração do tratamento e com o setting clínico.
Cura
~- ------- --~---- --
A área de cUra inclui todas as utilizações das proprieda.des universais
---
~I? e da música com o propósitoderestaurarahaffiiO~a
do indivíduo e entr;omdiVíclii()uê o universo. Umanoçãocenfral é que a
música é uma manifestaçãovibratória da ordem, do equilíbrio e daharmo-
nia inerentes ao universo, e em função disso, a música pode ser utilizada
para restaurar tais qualidades de qualquer parte do universo que esteja
desordenada, desequilibrada ou desarmoniosa por causa de distúrbios ou
doenças.
Em funçãodeuseu apoio nas formas de energia vibratória, todas as
práticas de cura centram~se no que Wilber (1995) chama de relações do
"exterior coletivo" entre o indivíduo e o universo. As relações exteriores
são essencialmente de natureza física e comportamental, no entanto, a pre-
missa básica é que na medida em que o corpo entra em harmonia, a psique e
o espírito o acompanham, já que os três são formasinterrelacionadas em
termos de energia. Portanto, o foco inicial no exterior coletivo pode se es-
tender ao interior das relações internas ao indivíduO ou entre o ~ndivídllo e
outros estratos sócio-culturais; entretanto, o que distingue as práticas de
cura das ecológicas é que a cura cOl!leça no exterior coletivo e se movepajg
aspectos mais in~s, enquanto que as práticas ecológicas começam no
interior coletivo e se movem para domínios mais exteriores.
A cura se distingue da terapia.por um aspecto fundamental: na tera-
pia, o agente de mudança é o cliente, o terapeuta ou a música que fazem ou
ouvem juntos; na cura, o agente de mudança são as ~
versal encontrªº,ªs na música e em se~mponentes sonoro~~.
Asp~ãticas desta área varia~~m: as fu;ções dadas ao
cliente, à música e ao terapeuta; a extensão com que a música é envolvida
na prática (em contraste com o som e as vibrações), se as práticas enfocam
CAPÍTULO 17 - DEFININDO AS ÁREAS E NÍVEIS DA PRÁTICA 169
apenas uma área da saúde (o corpo, por exemplo) em detrimento das relções
sinérgicas entre as várias áreas da saúde; e se o alvo é o indivíduo ou um
ambiente ou contexto.
Rsicotera.pêutica
Recreativa
Ecológica
NÍVEIS DA PRÁTICA
Visão Panorâmica
Critérios
Nível Auxiliar
o nível auxiliar
inclui qualquer aplicação damúsica( ou de qualquer
----- ~-----
de seus componentes) com objetivos não-musicais que não seja qualificada
---------.-
176 DEFININDO MUSICOTERAPIA
Nível Aumentativo
pelo tipo de objetivos que foram definidos como prioritários em uma área
de prática ou em um selting clínico.
A musicoterapia no nível aumentativo freqüentemente acomoda os
objetivos de outras disciplinas, e desempenha um papel de apoio, porém,
importante. Geralmente, esse papel envolve intensificar, elaborar, expandir,
réforçar ou preparar aquilo que outros terapeutas pretendem realizar com o
cliente.
Nos termos de outras classificações, esse nível corresponde ao nível
de "atividade" na classificação de Wheeler (1983) e de "apoio" em rela-
ção à psicoterapia, na de Wolberg (1977). Sintetizando as duas, Wheeler
atribui as seguintes características a esse níve(~msca atingir os objeti-
vos principalmente através de atividades e não através de insights verba-
lizad~supressã\)
mento ~omportamentosdos sentimentos
adaptad~co e impulsos em favor
voltado do desenvolvi-
principalmente para
os comportamentos e menos para os'processos latentes ou relações cau-
sais@utilizaÇão
peuta dos recursos
que desempenha um papeldoaltamente-diretivo
clienteÇ-5Nelação na
positiva com da
condução o tera-
ses-
são; e~&ínima .necessidade, por parte do terapeuta, de ter insight de
seus propnos sentImentos.
Esse nível também corresponde ao nível "adjuntivo", como previa-
mente descrito pelo autor (Bruscia, 1987b). A escolha do termo aumentativo
em lugar de adjuntivo deu-se em função das diferentes conotações. Adjuntivo
sempre tema conotação de que a prática não é essencial ou é suplementar. O
nível aumentativo inclui serviços de apoio que são integrais, importantes e
geralmente insubstituíveis.
Nível Intensivo
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(1993) chama esse nível de "específico".
Geralmente, amúsica é utilizada na terapia com maior freqüência do
que como terapia, e o papel do terapeuta é determinado predominantemente
pelas necessidades do cliente. O terapeuta desempenha um papel com O
mesmo peso ou com peso maior do que a música no processo de interven-
ção. A música étipicamente utilizada para estabelecer ou intensificar a rela-
ção cliente-terapeuta, que é uma relação de natureza mais terapêutica do
que musical. Isto é, no nível intensivo, o cliente se relaciona com o musico-
terapeuta mais como terapeutado que como músico, e a comunicação ver-
bal adquire uma dimensão importante na relação. Todas as variedades de
experiência musical podem ser utilizadas, com particular ênfase nas expe-
riências musicais e extramusicais.
Pelo fato desse nível serestruturado para atender a um amplo espec-
tro de necessidades do cliente, a avaliação diagnóstica e os procedimentos
terapêuticos de uma prática freqüentemente se superpõem às práticas de
outras áreas. Portanto, é nesse nível que as superposições entre as práticas
didáticas, as psicoterapêuticas, as médicas e as de cura são freqüentes. A
razão para essas superposições é que há uma tendência a se enfocar as ne-
cessidades do cliente de forma holístic~, dando ao terapeuta uma maior res-
ponsabilidade de abordá-Ias.
Nível Primário
seja qualificada
Portanto, como
dois critérios
musicoterapia
têm que
primár~uando
ser ~t~dos parao que
trabalho
uma de
prática
uma
área da prática alcança a profundidade necessaria para induzir mudanças
fundamentais, profundas e penetrantes no cliente 'é@quando o trabalho
tem extensão suficiente para que os objetivos e processos da área da prática
original sejam estendidos para incluir outra área da prática. Portanto, a tera-
pia primária tem extensão e profundidade tanto com relação ao processo
quanto com relação à mudança.
A música é utilizada tan~ cnmn t~r~a, quanto na teraoiae os bene-
fícios terapêuticos tanto da relaçãõCIiente-musica, quanto da relação clien-
te-terapeuta são plenamente explorados. Todos os níveis de experiência
musical, assim como outras modalidades terapêuticas são utilizadas quando
indicadas.
SUMÁRIO