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de
Fitoterápicos
Maio/2017
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Padronização de Medidas
a) colher das de sopa: 15 mL / 3 g;
b) colher das de sobremesa: 10 mL / 2 g;
c) colher das de chá: 5 mL / 1 g;
d) colher das de café: 2 mL / 0,5 g;
e) xícara das de chá ou copo: 150 mL;
f) xícara das de café: 50 mL; e
g) cálice: 30 mL.
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Xarope para tosse e secreção
Definições :
Xarope: preparação aquosa de uso oral, caracterizada pelo sabor doce e
consistência viscosa. Trata-se de forma farmacêutica preparada à base de açúcar e água,
onde o açúcar está próximo à saturação, formando uma solução hipertônica.
Procedimento
Informações prévias
Na manipulação de xaropes e outras preparações líquidas viscosas é recomendável
preparar um excedente de 5% para compensar eventuais perdas decorrentes do processo
de manipulação.
Em função de cada formulação, outros componentes podem ser adicionados na
formulação dos xaropes, como: flavorizantes, corretivos do sabor ou mesmo a sacarose
pode ser substituída por outro veículo edulcorante (ex. sorbitol 70%).
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Incorporar o(s) ingrediente(s) ativo(s), diluindo-o(s) previamente em solvente
adequado compatível (ex. quantidade mínima suficiente de água destilada, álcool ou outro
co-solvente compatível) ou diretamente no próprio xarope simples.
Se o ativo não for facilmente solúvel, será recomendável levigá-lo antes com
agente levigante apropriado (ex. propilenoglicol, glicerina) como forma de favorecer sua
dissolução ou dispersão.
Adicionar aos poucos o xarope simples ao passo anterior, até obter um volume
próximo ao final.
Agitar com o auxílio do bastão de vidro ou agitador magnético.
Se desejável, adicionar o agente flavorizante.
Misturar.
INDICAÇÕES
Xarope de Guaco é indicado como auxiliar no tratamento de afecções do trato
respiratório, como tosses persistentes e tosses com expectoração.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
Estudos conduzidos demonstraram a utilização de Mikania glomerata como um
fitoterápico eficaz no tratamento de distúrbios respiratórios atuando como relaxante da
musculatura lisa das vias aéreas. Um estudo realizado por Moura e colaboradores
investigou os efeitos dos extratos aquoso, hidroalcoólico e fração diclorometano obtida
do extrato hidroalcoólico de Mikania glomerata sobre os isolados de brônquios humanos
e traqueias de cobaias. Os resultados indicaram que o extrato aquoso não afetou a tensão
basal, mas reduziu a contração sobre a traqueia de cobaias. O extrato hidroalcoólico
reduziu a tensão basal e significativamente a contração induzida por drogas, em todas as
concentrações testadas. A fração diclorometano do extrato hidroalcoólico promoveu
relaxamento progressivo concentração-dependente. Em brônquios humanos, o extrato
hidroalcoólico promoveu relaxamento progressivo concentração-dependente. O estudo
demonstrou que houve uma ação inibitória significativa da Mikania glomerata sobre a
constrição promovida nos brônquios humanos e traqueias de cobaias, sugerindo que a
planta possui efeito benéfico potencial no tratamento de doenças broncoconstritivas.
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CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Farmacodinâmica
Xarope de Guaco é constituído pelo extrato hidroalcoólico de guaco (Mikania glomerata)
padronizado em cumarinas. Estes compostos químicos são considerados os princípios
ativos da droga, sendo os responsáveis pela ação broncodilatadora e expectorante. Sabe-
se que receptores da acetilcolina estão presentes no sistema respiratório e sua estimulação,
pela acetilcolina, produz broncoconstrição e aumento da secreção. Assim, o bloqueio
destes receptores pelo princípio ativo do guaco provoca a diminuição da secreção
brônquica e relaxamento da musculatura lisa respiratória, fazendo do guaco um auxiliar
no tratamento de tosses persistentes e tosses com expectoração.
CONTRAINDICAÇÕES
Hipersensibilidade a qualquer um dos componentes da fórmula.
Este medicamento não deve ser utilizado em crianças menores de 2 anos de idade.
Este medicamento é contraindicado para uso por diabéticos.
Gravidez
Categoria C de risco na gravidez: “Não foram realizados estudos em animais e nem em
mulheres grávidas; ou então, os estudos em animais revelaram risco, mas não existem
estudos disponíveis realizados em mulheres grávidas”.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação
médica ou do cirurgião-dentista.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Pacientes com problemas hepáticos podem apresentar toxicidade com o uso prolongado.
Recomenda-se maior critério na administração de guaco em pacientes com quadros
respiratórios crônicos não diagnosticados, devendo-se afastar a hipótese de tuberculose e
câncer.
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Atenção diabéticos: Este medicamento contém açúcar.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
O guaco não deve ser empregado simultaneamente a anticoagulantes, pois as cumarinas
podem potencializar seus efeitos e antagonizar o da vitamina k.
As saponinas presentes no guaco aumentam a absorção do lapachol, princípio ativo
presente na Tabebuia avellanedae (ipê-roxo).
Características físicas
Líquido de cor verde amarelada.
Características organolépticas
Odor característico e sabor adocicado lembrando guaco.
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Posologia
Adultos: administrar 5 ml, via oral, três vezes ao dia, de 8 em 8 horas.
Crianças acima de 5 anos: administrar 2,5 ml, via oral, três vezes ao dia, de 8 em 8 horas.
Crianças de 2 a 5 anos: administrar 2,5 ml, via oral, duas vezes ao dia, de 12 em 12 horas.
Em casos de afecções respiratórias agudas, recomenda-se o uso por 7 dias e, em casos
crônicos, por 2 semanas.
REAÇÕES ADVERSAS
Pode ocorrer hipertensão. Em raros casos, pessoas hipersensíveis aos componentes do
guaco podem apresentar um agravamento da dispneia e da tosse.
SUPERDOSE
O uso prolongado da ingestão de altas doses de extratos de guaco pode ocasionar
taquicardia, vômitos e quadros diarreicos, que desaparecem com a descontinuação da
terapia.
REFERÊNCIA
MOURA, R. S. et al. Bronchodilator activity of Mikania glomerata Sprengelel on human
bronchi and guinea-pig trachea. J Pharm Pharmacol. 54(2):249-56, 2002.
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Gel de arnica (Arnica montana)
PARTE UTILIZADA
Capítulos florais.
NOMENCLATURA POPULAR
Arnica.
APRESENTAÇÕES Gel
Tintura dos capítulos florais de Arnica montana
RESULTADOS DE EFICÁCIA
Um estudo realizado em 368 pacientes com processos inflamató- rios pós-traumáticos
testou o uso tópico de extrato de arnica, com aplicação local de 2 a 4 vezes ao dia. Do
total, 52% (190 pacientes) obtiveram excelentes resultados na melhora dos sintomas, 41%
(150 pacientes) evidenciaram resposta boa, 2% regular e 0,5% efeito nulo.
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Farmacocinética
Em um estudo utilizando tape stripping de extrato córneo de pele suína, foi
evidenciado que a penetração das lactonas sequiterpênicas apresenta-se maior quando da
utilização tópica da tintura, quando comparado às lactonas sesquiterpênicas isoladas.
Estes constituintes bioativos podem ser detectados após três horas da aplicação na pele.
Farmacodinâmica Arnica Gel é constituído pela tintura de arnica (Arnica montana),
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padronizada em lactonas sesquiterpênicas calculadas como helenalina. A helenalina é
considerada um dos princípios ativos da planta.
A atividade anti-inflamatória, exercida pelas lactonas sesquiterpênicas, ocorre
principalmente pela supressão da síntese de prostaglandinas, através da inibição da
enzima prostaglandina sintetase.
Além disso, as lactonas sesquiterpênicas evidenciaram efeito antieczematoso pelo
bloqueio da fosforilação oxidativa dos polimorfonucleares, ao mesmo tempo em que
impedem a ruptura das membranas lisossomais. São documentadas ainda, atividades
analgésicas e anti-sépticas, atribuídas à helenalina.
Um estudo avaliou os efeitos da fonoforese (ultra-som terapêutico direto, no qual
substâncias biologicamente ativas são combinadas ao material do ultra-som) associada à
aplicação tópica de Arnica Gel em processos inflamatórios agudos de lesão muscular, em
ratos.
Os grupos tratados foram submetidos a (1) ultra-som, (2) ultra-som com aplicação
de Arnica Gel ou (3) aplicação de Arnica Gel. Apesar de todos os grupos tratados terem
apresentado resultados significativamente melhores para atividade antiinflamatória em
relação ao grupo controle, a aplicação de Arnica Gel isoladamente demonstrou os
melhores resultados, avaliados através da menor densidade de células
polimorfonucleares.
CONTRAINDICAÇÕES
Hipersensibilidade a qualquer um dos componentes da fórmula ou à outras plantas da
família Asteraceae.
Gravidez
Categoria C de risco na gravidez: “Não foram realizados estudos em animais e nem em
mulheres grávidas; ou então, os estudos em animais revelaram risco, mas não existem
estudos disponíveis realizados em mulheres grávidas.” Este medicamento não deve ser
utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.
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ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Uso externo.
Evitar o contato com mucosas e área dos olhos. Caso isto ocorra, lavar com água em
abundância.
Este produto deve ser aplicado na pele íntegra, sem feridas abertas.
O uso prolongado de arnica pode causar eczema.
A ingestão de produtos contendo arnica pode provocar severa gastroenterite, taquicardia,
nervosismo, fraqueza muscular, e até mesmo morte.
Em caso de hipersensibilidade ao produto, recomenda-se descontinuar o uso.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Não existem relatos de interações medicamentosas para o uso deste fitoterápico em
preparações tópicas.
Posologia
Aplicar, via tópica, várias vezes ao dia.
REAÇÕES ADVERSAS
O uso tópico de produtos contendo arnica, em pacientes com pele bastante sensível, pode
provocar irritação da pele, edema e dermatite vesicular. A revisão da literatura não revela
a frequência das reações adversas
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TINTURA DE Calendula officinalis L
FÓRMULA
EMBALAGEM E ARMAZENAMENTO
Acondicionar em frasco de vidro âmbar bem fechado em local fresco, seco e ao abrigo da
luz.
ADVERTÊNCIAS
Não usar em gestantes, lactantes, crianças menores de dois anos, alcoolistas e diabéticos.
Evitar o uso em pessoas alérgicas ou com hipersensibilidade à calêndula ou plantas da
família Asteraceae. (ESCOP, 2003; WHO, 2002).
Em raros casos, pode causar dermatite de contato (BROWN & DATTNER, 1998).
INDICAÇÕES
Anti-inflamatório em afecções da cavidade oral (VANACLOCHA, 1999; SCHILCHER,
2005).
MODO DE USAR
Uso externo.
Fazer bochechos ou gargarejos três vezes ao dia com 25 mL da tintura diluídos em 100
mL de água (VANACLOCHA, 1999).
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REFERÊNCIAS
BROWN, D. J., DATTNER, A. M. Phytotherapeutic approaches to common
dermatologic conditions. Arch. Dermatol., 134, 1401-1404, 1998. ESCOP European
scientific cooperative on phytotherapy. Monographs on the medicinal uses of plant drugs,
2003.
ROCHA, L., LUCIO, E. M. A., FRANÇA, H. S., SHARAPIN, N. Mikania glomerata
Spreng: desenvolvimento de um produto fitoterápico. Rev. Bras. Farmacogn. 18(suppl),
744-747. 2008.
SCHILCHER, H. Fitoterapia na Pediatria – Guia para médicos e farmacêuticos. Alfenas:
Editora Ciência Brasilis, 2005. 211p.
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