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A disciplina na igreja é um dos principais meios que Deus usa para corrigir e
restaurar seus filhos, quando caem em pecado. É também um modo pelo qual
Ele mantém a unidade, pureza, integridade e boa reputação da igreja.
Todavia, não devemos presumir que toda situação se encaixará
facilmente em uma única categoria.
Freqüentemente questões que requerem o uso da disciplina são uma mistura
de combinações ou variações dessas classes gerais, o que dificulta determinar
o procedimento correto para cada caso. Portanto, a igreja deve ministrar a
disciplina com oração, com a aplicação diligente das Escrituras e na
dependência do Espírito de Deus.
O objetivo deste projeto é apresentar os aconselhamentos, bíblico, cristão e
pastoral. E qual destes podem ser aplicados para membros em disciplina
eclesiástica. Primeiro vamos conceituar a nossa proposta, seguindo com os
tipos de aconselhamento e suas características respectivamente de cada
modelo eclesiástico, o próximo passo, vamos definir o propósito da disciplina
eclesiástica, e finalmente propor uma visão de auxílio aos que estão passando
por este processo de disciplina eclesiástica.
Temos um legalismo frio que supervaloriza a culpa e anula a graça, em vista
disto, temos que procurar qual modelo poderá levar o membro que esteja
passando por uma disciplina na igreja, lembrando que não queremos pontuar
ou expor os motivos que levaram o membro a tal efeito, mas toda via descobrir
qual procedimento poderá auxiliar o irmão nesta faze de sua vida.
É através do aconselhamento que acontece a reconciliação, que cura a
alienação em relação aos ausentes, afastados, fora da igreja. O
aconselhamento permite descobrir novas dimensões do ser humano. Jesus
disse: ...’’Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundancia” (João
10.10b); isso nos deixa claro que nossa missão como igreja que segue os
ensinamentos de Jesus, é libertar, sustentar e potencializar a vida plena ao ser
humano, nas suas relações intimas ou na sociedade em que esta inserido.
Palavras – chave:
Aconselhamentos, disciplina eclesiástica, Reconciliação.
Abstract
The objective of this project is to present the advice, biblical, Christian and
pastoral. And which of these can be applied to members of church discipline.
We have a cold legalism that overestimates the guilt and nullifies the grace, in
view of this, we have to look up which model could lead the member who is in a
church discipline, remembering that we did not score, or state the reasons
which led the State to such effect, but every way to find out which procedure will
help make this the brother of his life. It happens through counseling,
reconciliation, healing the alienation from absent, away, outside the church.
Advice to discover new dimensions of being human. Jesus said ...'' I came that
they may have life and have it abundantly "(John 10.10b), it makes it clear that
our mission as a church that follows the teachings of Jesus, is free, sustain and
enhance life fully to human beings, in their intimate relationships or society in
which it entered.
Keywords:
Reconciliation, church discipline, Counseling.
Sumario
INTRODUÇÃO
2 BAKER, Don; Alem do Perdão; Editora Betania, Belo Horizonte, 1986. P63.
(2 Tm 2:24-26)
Jesus Cristo, em Mateus 18.15-22, nos deu, de uma forma bem detalhada e
inteligível, os passos necessários para o exercício da disciplina corporativa (na
igreja). Entretanto, antes que o pecado se concretize em ações contra alguém
e antes que atinja um caráter público, a Palavra de Deus nos dá admoestações
sobre o exercício da autodisciplina. A palavra grega traduzida como
temperança ou autocontrole (egkratea - um dos aspectos do fruto do Espírito,
em Gl 5.23) significa, apropriadamente, a disciplina exercida pela própria
pessoa, quer pelo estabelecimento de limites próprios, que não devem ser
ultrapassados, quer na avaliação dos próprios pensamentos e atitudes que, se
concretizados, prejudicariam alguém e desagradariam a Deus. O livro de
Provérbios nos fala sobre a importância de controlar nosso próprio espírito
(16.32), nossa língua (17.27 - "reter as palavras") e nossa ira (19.11 - "tardio
em irar-se" na Versão Corrigida). Certamente o exercício coerente da
autodisciplina, na vida dos membros da igreja, reduz a necessidade da
disciplina eclesiástica.
II – TIPOS DE ACONSELHAMENTOS ECLESIASTICO E
SUAS CARACTERÍSTICAS
Wayne Mack afirma que o aconselhamento, para ser chamado cristão, precisa
possuir quatro características: 1. Ser realizado por um cristão; 2. Ser centrado
em Cristo (Cristo não é um adendo ao aconselhamento, mas é a alma e o
coração do aconselhamento, a solução para os problemas. Isto contrata com o
caráter antropocêntrico das psicologias modernas); 3. Ser alicerçado na Igreja
(a Igreja é meio principal pelo qual Deus trás as pessoas ao seu convívio e as
conforma ao caráter de Cristo) ; 4. Ser centrado na Escritura Sagrada (a Bíblia
ajuda a compreender os problemas das pessoas e prover solução para os
mesmos). De fato, estas características englobam conceitos que, se retirados
do aconselhamento cristão, o transformará em mais uma psicoterapia
puramente antropocêntrica e humanista.
Em segundo lugar, o conselheiro cristão deve ter em mente que o mesmo Deus
que criou este homem, também planejou redimi-lo através da vida e da morte
de seu Unigênito Filho. O qual ofereceu um sacrifício perfeito, a fim de purificar
plenamente a consciência daqueles que se achegam a ele, de suas obras
mortas (Hb 9.14). Assim, o aconselhamento é uma maneira de apresentar o
propósito da redenção em Cristo.
3 HURDING, Roger. A Arvore da Cura. Sao Paulo: Vida nova, 1995. P. 316
menos centralizadores, devido ao fato da forte tendência do individualismo que
tem prevalecido neste mundo pós-moderno.
A disciplina na igreja é um dos principais meios que Deus usa para corrigir e
restaurar seus filhos, quando caem em pecado. É também um modo pelo qual
Ele mantém a unidade, pureza, integridade e boa reputação da igreja.
“Através de instrução, admoestação, conselho e repreensão, tanto em público
como em particular e, em alguns casos, até por meio de exclusão social ou
remoção do rol de membros”4, Deus corrige seus filhos desobedientes ou,
então, remove da igreja aqueles que não são realmente seus. Como diz
Calvino “... se nenhuma sociedade, se nem mesmo um lar, por menor que
seja a família, pode ser mantido adequadamente sem disciplina, está é muito
mais necessária na igreja, onde se deve manter o maximo de ordem
possível...”5 O próprio Senhor Jesus declarou ser a igreja o instrumento que o
céu emprega para executar essa difícil, porém necessária, função (Mt 18.18-
20).
Todavia, não devemos presumir que toda situação se encaixará facilmente em
uma única categoria.
Freqüentemente questões que requerem o uso da disciplina são uma mistura
de combinações ou variações dessas classes gerais, o que dificulta determinar
o procedimento correto para cada caso.
Portanto, a igreja deve ministrar a disciplina com oração, com a aplicação
diligente das Escrituras e na dependência do Espírito de Deus.
Disciplina eclesiástica é um termo em risco de extinção no atua vocabulário
cristão. O termo “disciplina” em geral, é empregado em vários sentidos.
Podemos usá-lo para referir-nos a uma área de ensino, ao exercício de ordem,
ao exercício da piedade ou a medidas corretivas o seio da igreja.
A pratica de muitos cristãos gera a ilusão de que a igreja não tem nada a ver
com o procedimento “secular” de seus membros. Neste novo contexto
antropocêntrico, a igreja é vista como uma organização altamente dependente
do individuo, e que precisa conservá-lo ao custo de varias exceções. O medo
4 CÓDIGO DE DISCIPLINA da Igreja Presbiteriana do Brasil. 15. ed. São Paulo: Casa Editora
Presbiteriana, 1999. Capítulo I: “Natureza e finalidade
5 CALVINO, João; Intitutas, livro V, E C C , Sao Paulo, SP.2007
da impopularidade leva muitos lideres a cumplicidade e pedados são
justificados em nome de uma atitude mais humana.
Por outro lado, o que dizer daqueles que em esmero pela disciplina,
cometeram injustiças e ocasionaram mais males do que bens? Em todo este
contexto, a disciplina tem uma vida curta e a tolerância consagra-se como uma
virtude da atualidade. Porem o que dizer de uma igreja sem disciplina?
O objetivo é delinear alguns fatores da importância da disciplina eclesiástica
entre os membros do corpo de Cristo.
Cabe ainda destacar que tanto a disciplina como a admoestação é feita no
Senhor, para que os que estejam passando pelo caminho da disciplina não
sejam levados a ficar irados contra os lideres ou ate mesmo a igreja. No
Senhor, quer dizer que como o Senhor cuida, educa e corrige seus filhos em
amor, assim cabe a igreja de educar e ensinar seus membros com amor
paternal que provém de Deus.
A igreja tem sido acusada de ser o único exercito que atira seus feridos. O grau
de verdade dessa acusação é, muitas vezes, devido a mal entendidos com
relação à disciplina. Tais mal entendidos estão presentes em pelo menos dois
grupos: 1) os que aplicam a disciplina e 2) os que sofrem a aplicação da
mesma. Como cada caso deve ser analisado individualmente, devemos listar
então estes mal entendidos mais comuns em relação à disciplina eclesiástica.
6Bíblia de estudo de Genebra, São Paulo, SP, Cultura Crista & SBB, 1999
7 Idem
Na sua primeira carta aos Coríntios, Paulo descreve “as pessoas cujas praticas
trazem escândalo à igreja, são mencionados os que dissimulam ensinos
contrários ao evangelho (I Co 5. 1-13)” na segunda carta de João são
mencionados os que dissimulam ensinos contrários ao evangelho (II Jo 9, 11.)
Por outro lado, na carta aos Romanos 16.17 o apostolo recomenda disciplina
aos causam divisões na igreja e, ao escrever a segunda carta aos
Tessalonicenses 3.6-10 ele prescreve disciplina eclesiástica para aqueles que
se deleitam na preguiça. Há um principio claro: “os pecados foram
explicitamente disciplinados no Novo Testamento eram conhecidos
publicamente e externamente evidentes, e muitos deles aviam continuado por
período de tempo.”8
Com relação à autoridade, é importante lembrar que autoridade na disciplina
nunca vem daquele que a aplica, mas daquele que a ordenou, ou seja, o
Cabeça e Senhor da Igreja.
Considerações finais
Quando a igreja disciplina o cristão, deve fazê-lo como ato redentor. Nunca
devemos sentir prazer em punir as pessoas. Devemos, antes, lamentar, porque
o cristão que peca traz vergonha sobre a igreja e o nome de Cristo. Quando o
cristão, porém, é restaurado à comunhão da Igreja, tal ato traz glória a Deus e
salva um “irmão” da perdição (Tg 5.19,20). A reconciliação é alcançada
mediante a restauração — A restauração dos caídos se verifica quando eles
são trazidos de volta à retidão (2Co 5.17-20). Eles se arrependem, reconhecem
a sua pecaminosidade e passam a ter uma vida santa ( I Pe 1.15,16). Os
disciplinados percebem sua insensatez e maldade, abandonando seu estado
de decadência espiritual. Eles compreendem a sua situação pecaminosa,
levantam-se e deixam a velha vida (Jr 15.19). A pureza da igreja relaciona-se
com a retidão — Para que a comunhão seja restabelecida entre irmãos,
através da reconciliação, a igreja precisa ser pura. Assim, o cristão que passou
pela disciplina torna-se companheiro de todos novamente e assume seus
compromissos como membro integrante de uma comunidade sadia. Deste
modo, a pessoa é reconduzida à santidade, tornando-se mais experiente, mais
sábia e mais forte (Sl 119.67).
Naturalmente, o assunto não foi esgotado, mas o que se pretendia por meio
deste artigo era estimular a reflexão do leitor acerca da disciplina eclesiástica
e sua aplicabilidade no cristianismo contemporâneo, como um processo de
duas vias – ensinar e corrigir. Ao mesmo tempo, torna-se imperativo
13 COLLINS, Gary; Ajudando Uns Aos Outros Pelo Aconselhamento. São Paulo: edições Vida Nova,
2007.p31
continuar a pesquisa, visando demonstrar a necessidade e a utilidade
da disciplina como expediente e marca da Igreja cristã.