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GOVERNO DO ESTADO DE SERGIPE

Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH)


Programa Nacional de Desenvolvimento dos Recursos Hídricos PROÁGUA Nacional

Plano Estadual de Recursos


Hídricos de Sergipe
PERH-SE
[Sumário Executivo]

setembro 2010

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS


Plano Estadual de Recursos
Hídricos de Sergipe
PERH-SE
[Sumário Executivo]
Plano Estadual de Recursos Hídricos
Equipe técnica estadual Rita Oliveira (SEMARH) ESTADUAIS
Robério Anastácio Ferreira (UFS) Comitê de Bacia Hidrográfica
Ailton Francisco da Rocha (SEMARH-SRH) Rogéria Elma de Santana (SEMARH-ADEMA) do Rio Japaratuba
Ana Paula B. Ávila Macêdo (SEMARH-SRH) Ronaldo Resende (EMBRAPA) do Rio Piauí
Ângela Maria do Nascimento Lima (SEMARH-SRH) Sergio Hughes Carvalho (CODEVASF) do Rio Sergipe
Antônio Paulo Feitosa (COHIDRO) Sérgio Luis Rocha (SEMARH-SRH) Federação das Indústrias do Estado de Sergipe (FIES)
Artemízio Cardoso Resende (CREA-SE) Valdineide Barbosa de Santana (SEMARH-SBF)
Breno Bergson Santos (SEMARH-SRH) Wellington de Santana (SEMARH) Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos
Carlos Hendrikus (SEMARH-SRH) Hídricos (SEMARH)
Carlos Hermínio de Aguiar Oliveira (SEPLAN/ Administração Estadual do Meio Ambiente (ADEMA)
Órgãos colaboradores
PRONESE) Secretaria de Estado da Agricultura e do
FEDERAIS
Dirceu Benjamim Reis (SEMARH-ADEMA) Desenvolvimento Agrário (SEAGRI)
Eduardo Alves Bastos (CODEVASF) Agência Nacional de Águas (ANA) Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e
Eduardo Matos (MP) Centro de Produção de Tempo e Estudos Climáticos Irrigação de Sergipe (COHIDRO)
(CPTEC/INPE) Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe
Fabiana dos Santos (SEMARH-SRH) (EMDAGRO)
Flávia Taone L. de Melo (SEMARH-ADEMA) Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco
Empresa de Desenvolvimento Sustentável do Estado de
Gleidineides Teles Santos (SEPLAN) (CBHSF/CCRBSF) Sergipe (PRONESE)
Inajá Francisco de Souza (UFS) Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Secretaria de Infraestrutura (SEINFRA)
João Carlos Santos da Rocha (SEMARH-SRH) Francisco e do Parnaíba (CODEVASF) Companhia Estadual de Habitação e Obras Públicas (CEHOP)
José Holanda Neto (SEAGRI) Departamento Nacional de Obras Contra as Secas Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, Ciência
e Tecnologia (SEDETEC)
José Walter de Aragão Meneses (DESO) (DNOCS)
Companhia de Desenvolvimento Industrial e de Recursos
Laura Jane Gomes (UFS) Departamento Nacional de Produção Mineral Minerais (CODISE)
Luiz Carlos Fontes (UFS) (DNMP) Instituto Tecnológico de Pesquisa do Estado de Sergipe
Orveland Amaral Costa (SEMARH-SRH) Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (ITPS)
(EMBRAPA) Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão
Marcus Aurélio Soares Cruz (Embrapa) (SEPLAG)
Maria de Fátima Campos Sá (SEMARH-SRH) Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Sergipe
Empresa Sergipana de Tecnologia da Informação (EMGETIS)
Pedro de Araújo Lessa (SEMARH-SRH) (IFS)
Renilda Gomes de Souza (SEMARH-SRH) Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDURB)
Instituto Nacional de Reforma Agrária (INCRA) Companhia de Saneamento de Sergipe (DESO)
Ricardo Aragão (UFS)
Petróleo Brasileiro (PETROBRAS) Universidade Tiradentes (UNIT)
Universidade Federal de Sergipe (UFS)
Vale Potássio Nordeste S.A.

i
EQUIPE TÉCNICA DA CONSULTORA
Antonio Carlos de Almeida Vidon - Coordenador Geral Shymena Nunes Guedes - Especialista em Gestão Ambiental
Luiz Alberto Teixeira – Coordenador Geral Adjunto Maria Otilia Gusmão - Especialista em Gestão Ambiental
José Carlos de Araújo Borba - Coordenador Técnico Giulliano de Souza Fagundes - Especialista em Recursos Hídricos
Rômulo de M. Vieira - Especialista em Planejamento Estratégico e Institucional Nara Julliana Vieira - Especialista em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos
Margareth Grillo Teixeira - Especialista em Gestão Ambiental José Serafim Ferraz - Especialista em Vegetação
Francisco Damião Lopes Silva - Especialista em Organização e Mobilização Social Angela Maria de Miranda - Especialista em Vegetação
Roberta de M. G. Alcoforado - Especialista em Geoprocessamento e SIG Isabele Meunier - Especialista em Vegetação
Alfredo Ribeiro - Hidrologia e Geoprocessamento José Oribe Rocha Aragão - Meteorologia e Climatologia
Suzana Montenegro - Hidrologia e Geoprocessamento Werônica Meira - Meteorologia e Climatologia
Osvalcélio Mercês Fortunato - Hidrologia e Geoprocessamento Mateus Rosas Ribeiro - Solos e Uso Potencial
Glawbber Spíndola Saraiva de Moura - Hidrologia e Geoprocessamento Odilon Juvino de Araújo - Especialista em Aquicultura
Gustavo Grillo Teixeira - Especialista em Geoprocessamento e Banco de Dados Dea Lúcia Ferreira - Mobilização e Dinâmica Social
Edla Siqueira Farias - Especialista em Geoprocessamento Geraldo Barbosa de Oliveira - Especialista em Antropologia
Cibele Oliveira - Interpretação de Imagens Alexandre Ramos - Especialista em Mobilização Social
Marcelo Benigno B. de Barros Filho - Especialista em Geoprocessamento e Banco de Dados Gabriel Tenório Katter - Especialista em Comunicação Social
Leonardo Grillo Teixeira - Especialista em Geoprocessamento e Banco de Dados Marisa Figueiroa - Especialista em Mobilização Social
Fátima Brayner - Qualidade de Água Ângela Nascimento Lima - Especialista em Mobilização Social
Luciana Melo - Qualidade de Água Antonio Silva - Especialista em Mobilização Social
Ana Barbosa - Qualidade de Água Francisco Sandro Holanda - Especialista em Recursos Hídricos
Alessandra Maciel - Especialista em Qualidade de Água José Silva do Amaral - Edição de documentos
Fernanda Costa - Direito Ambiental e Legislação Wlademir Andrade - Edição de documentos
Ana Paula H. Melo - Direito Ambiental e Legislação Maria de Fátima França de Moura - Secretária e Digitadora
Claúdia Leite Casiush - Direito Ambiental e Legislação Valcquiria Lira - Auxiliar Administrativo
João Manoel Filho - Especialista em Hidrogeologia Pedro Vieira Guimarães - Estagiário
Fernando Antonio de Barros Correia - Especialista em Hidrologia Marcelo Sales - Estagiário
Maria Ângela C. D. Ullmann - Especialista em Estudos de Projetos e Obras Hidráulicas Igor Lins- Estagiário
Alcimar Macedo - Especialista em Hidrologia Ioná Ponce - Revisão de textos
Waldir Duarte Costa - Especialista em Hidrogeologia Marília Veloso - Revisão de textos
Eldemar Menor - Geologia e Atividades Minerais Benoit R. F. Peeters - Planejamento gráfico
Carlos Alva - Obras Hidráulicas e Irrigação Tiago Lopes - Assistente planejamento gráfico
Rodrigo Rocha Lima - Especialista em Socioeconomia
Mariana Paulino Nascimento - Especialista em Socioeconomia
Dalva Larissa Brito - Especialista em Socioeconomia
Laércio Leal dos Santos - Especialista em Hidrologia e Gestão Ambiental
ii
presente documento se constitui no Sumário Executivo, parte Este relatório está composto por oito capítulos:

O integrante dos serviços de consultoria para a Elaboração do Plano


Estadual de Recursos Hídricos de Sergipe, no âmbito do contrato
firmado entre o consórcio das empresas Projetec Projetos Técnicos Ltda.
1.
2.
3.
4.
Introdução;
Atividades e Metodologia;
Situação dos Recursos Hídricos por Unidade de Planejamento e por Bacia;
Metas, Estratégias do Plano e Fontes de Financiamento;
e Techne Engenheiros Consultores Ltda. e a Secretaria de Estado do Meio 5. Proposição do Programa de Ações;
Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH), dentro do Programa PRO- 6. Diretrizes para Implantação da Cobrança pelo Uso da Água;
ÁGUA Nacional. 7. Proposição de Diretrizes para Consolidação da Outorga de Direito de Uso
dos Recursos Hídricos;
8. Proposição de Estrutura Organizacional para Implementação do PERH
junto ao Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SEGRH.

iii
Apresentação
No capítulo 1, é feita a introdução, reforçando-se que os programas aqui No capitulo 3, há um breve resumo sobre a situação dos recursos hídricos
apresentados incluem ações que visam equilibrar a oferta e a demanda hí- no Estado.
drica; que elevam a garantia hídrica para atender as múltiplas demandas
As metas, estratégias, fontes de financiamento e proposição de programas
nas bacias; que contribuem para o aperfeiçoamento dos instrumentos legais
de ações são apresentadas nos capítulos 4 e 5.
e aborda também a necessidade de realização de novos estudos, pesquisas e
capacitação profissional como elementos essenciais a melhoria do processo Os capítulos 6, 7 e 8 apresentam diretrizes para implantação de cobrança,
de gestão. outorga e da estrutura organizacional para implementação do PERH.

O capítulo 2 apresenta as atividades e metodologias utilizadas nos diversos


segmentos que compõem o relatório.

iv
1. Introdução 1 2.2.2. Levantamento do uso do solo e da cobertura vegetal 7
2.2.3. Recursos hídricos subterrâneos 7
1.1. Aspectos Hidroclimáticos 3 2.2.4. Recursos hídricos superficiais 8

2. Atividades e metodologia 5 2.2.4.1. Pluviometria


2.2.4.2. Fluviometria
2.1. Fases do Plano 5 2.2.4.3. Evaporimetria
2.1.1. Fase A - Apresentação do plano de trabalho e à coleta de 2.2.4.4. Cartografia
informações disponíveis 5
2.1.2. Fase B - Avaliação integrada de recursos hídricos 5
3. Situação dos recursos hídricos por UP
2.1.3. Fase C - Proposição de alternativas para compatibilizar as
e por bacia 11
disponibilidades e as demandas hídricas 5
3.1. Disponibilidades Hídricas 11
2.1.4. Fase D - Estabelecimento de diretrizes, metas,
programas e projetos 6 3.2. Demanda 11
2.1.5. Fase E - Elaboração dos documentos finais e
do Projeto de Lei do PERH 6
3.3. Balanço Hídrico 13

2.2. Metodologia 7 3.4. Áreas Críticas 15


2.2.1. Clima e tempo 7 3.5. Considerações Sobre os Balanços Hídricos 15

v
Sumário
4. Metas, Estratégias do Plano 7.1.2. Outorga de direito de uso 52
e Fontes de Financiamento 19 7.1.3. Outorga de obra 52
7.1.4. Onde solicitar a outorga 52
5. Proposição do Programa de Ações 23 7.1.5. Usos sujeitos à outorga 52
5.1. Síntese dos Programas 23 7.1.6. Prazos 53
7.1.7. Vazão de referência 53
5.2. Matriz de Abrangência e Alocação
7.1.8. Prioridades de uso da água bruta em Sergipe 53
dos Recursos por Bacia e Território 24
7.1.9. Tramitação e análise do pedido de outorga 53
6. Diretrizes Para Implantação 7.1.10. Publicação 53
da Cobrança pelo uso da Água 48
8. Proposta de Estrutura
7. Proposição de Diretrizes para Organizacional para Implementação
Consolidação da Outorga de Direito do PERH Junto ao SEGRH 54
de uso dos Recursos Hídricos 51
7.1. Categorias 51
7.1.1. Outorga prévia 51

vi
Lista de tabelas
Tabela 3.1. - Resumo das disponibilidades e demandas por bacia,
por UP e respectivo saldo atual. 12
Tabela 3.2. - Saldos do balanço hídricos por bacia hidrográfica. 16
Tabela 3.3. - Hierarquização dos saldos de balanço, por Unidade de Planejamento. 18
Tabela 4.1. - Matriz-resumo dos programas e pubprogramas do PERH 21
Tabela 5.1. - Matriz de abrangência e alocação dos recursos por bacia e território 27

Lista de figuras
Figura 1.1. - Estações pluviométricas e fluviométricas do estado de Sergipe. 2
Figura 1.2. - Precipitação média total anual em Sergipe (mm). 3
Figura 3.1. - Situação da bacia do Rio São Francisco. 13
Figura 3.2. - Situação da bacia do Rio Japaratuba. 13
Figura 3.3. - Situação da bacia do Rio Sergipe. 13
Figura 3.4. - Situação da bacia do Rio Vaza Barris. 13
Figura 3.5. - Situação da bacia do Rio Piauí. 14
Figura 3.6. - Situação da bacia do Rio Real. 14
Figura 3.7. - Situação das bacias costeiras GC-1 e GC- 2. 14
Figura 3.8. - Categorias de saldos de balanço, por Unidade de Planejamento. 16

vii
1. Introdução

O Plano Estadual de Recursos Hídricos de Sergipe, construído a partir de dados


secundários, abrange várias áreas do conhecimento. Como elemento essencial,
avalia a disponibilidade tanto superficial como subterrânea dos recursos hídricos.
As precipitações representam importante fonte para a disponibilidade de recursos
hídricos superficiais. Nesse sentido, foram analisadas em diferentes abordagens, in-
cluindo tanto as precipitações globais no Estado como nas bacias e nas Unidades de
Planejamento (UP).

Além disso, as estimativas de demandas e o cálculo do balanço hídrico – objetivo


central do plano – também foram feitos considerando as demandas a partir das UP.

A visão de resultados do balanço hídrico oferecida por UP define com clareza – e em


pequenas áreas – as necessidades hídricas nos diversos segmentos de bacias hidro-
gráficas no território sergipano. Isso representa um importante instrumento para a
gestão das águas o qual privilegia o âmbito local como ambiente preferencial para
que se decida sobre a compatibilização das ofertas e demandas hídricas.

Além de focar a questão hídrica nas bacias e nas Unidades de Planejamento, outros
segmentos importantes foram considerados como, por exemplo, a distribuição da
população e respectiva projeção até o ano 2025.

O plano destaca também a evolução de setores importantes da economia associados


com o uso de recursos hídricos.

1
PIRANHAS
CANINDE DO Bacia do Rio São Francisco
S. FRANCISCO
CURRALINHO
FAZENDA Bacia do Rio Japaratuba
BELO HORIZONTE
POÇO REDONDO
Bacia Costeira 01
PEDRO ALEXANDRE FAZENDA LAGOA ILHA DO OURO
Bacia do Rio Sergipe
(VOTURUNA) PORTO DA FOLHA
MONTE
MO
MONTE ALEGRE DE SERGIPE Bacia do Rio Vaza Barris
LAGOA DA SE
SERRADINHA
Bacia do Rio Piauí
CIPÓ DE LEITE TABI Bacia Costeira 02
N SENHORA DA GLORIA POÇO DOS BOIS Bacia do Rio Real
CORONEL
JOÃO SÁ AQUIDABA PROPRIÁ
CARIRA AQUIDABA PROPRIÁ
PENEDO
CUMBE
MANICOBA JAPOATA
CRUZ DAS
GRAÇAS N SENHORA RIBEIROPOLIS PÃO DE AÇUCAR BREJO GRANDE
DAS DORES
MURIBECA PACATUBA PONTAL DA BARRA
FREI PAULO SANTA ROSA
DE LIMA CAPELA
C
MOCAMBO CAJUEIRO
ITABAIANA
A SIRIRI JAPARATUBA
PONTE SE-302 MALHADOR
RIACHUELO
ACHUELO
EL
POÇO VERDE ROSÁRIO
RIACHUELO
R I DO CATETECURRAL
SIMÃO DIAS CAMPO DO DO MEIO
(ANAPOLIS) BRITO LARANJEIRAS
STO AMARO
SAMAMBAIA DAS BROTAS
(IGREJA NOVA) IBURA
JENIPADO
LAGARTO
ARACAJU
FAZENDA
VILA ISABEL SALGADO
FAZ BELEM
RIACHAO DO QUEIMADAS
DANTAS
S.CRISTOVÃO
BONFIM
TOBIAS BARRETO FAZENDA
CARAMUSSE CAMBOATA
FOZ TOURÃO
ITABAIANINHA
PEDRINHAS ESTANCIA

TOMAR DO GERU ESTANCIA


E
UMBAUBA
STA LUZIA
DO ITANHI Estações Fluviométricas
CRISTINAPOLIS
INDIAROBA Estações Pluviométricas
ITANHI
Sede Municípal
Figura 1.1. - Estações pluviométricas e fluviométricas do estado de Sergipe.

2
Nesse sentido cabe considerar o atendimento a indústrias, desseden-
tação animal e as áreas irrigáveis para os quais foram estimadas as
demandas ao longo do plano, com vistas a subsidiar os cálculos de
balanço hídrico.

No âmbito da gestão de recursos hídricos o plano foca também as- -9.6

pectos legais institucionais e a composição do órgão gestor, a SE-


MARH. -9.8

2000 mm
-10
1.1. ASPECTOS HIDROCLIMÁTICOS
1800 mm
-10.2
A distribuição de bacias hidrográficas no Estado pode ser vista na 1600 mm
figura 1.1 a qual destaca, além das bacias tradicionalmente conheci-
-10.4 1400 mm
das, os dois Grupos de Pequenas Bacias de Rios Costeiros ao norte da
foz do Rio Japaratuba, a GC-1 e a GC-2 ao norte da foz do Rio Piauí, 1200 mm
no município de Estância. -10.6

1000 mm
A precipitação média anual é destacada na figura 1.2. Na faixa cos- -11.8
teira do Estado, ocorrem as maiores precipitações com registros de 800 mm
1.000 a 2.000 mm/ano. Uma outra faixa com precipitações de 800 -11 600 mm
a 1.000 mm/ano ocorre na porção média do Estado, no sentido nor-
deste-sudoeste e corresponde às porções média e alta das bacias do -11.2
400 mm
Rio São Francisco, ao norte até a do Rio Real, ao Sul.
-11.4
É na porção norte do Estado onde se registram menores precipita-
ções em áreas que correspondem ao Alto Rio Sergipe e à margem
do Rio São Francisco, na qual são verificadas precipitações médias -38.2 -38 -37.8 -37.6 -37.4 -37.2 -37 -36.8 -36.6 -36.4

anuais da ordem dos 400 a 600 mm/ano.


Figura 1.2. - Precipitação média total anual em Sergipe (mm).

3
2. Atividades e metodologia

Na execução dos estudos para elaboração do Plano Estadual de Recursos 2.1.2. Fase B - Avaliação integrada de recursos
Hídricos foram desenvolvidas as atividades seguindo a ordem proposta hídricos
para cada uma das cinco fases, como a seguir se apresenta:
De grande importância para os trabalhos, foi nessa fase que se conso-
lidou toda a gama de conhecimento existente em arquivos oficiais, pú-
2.1. FASES DO PLANO blicos e privados, disponibilizados pela SEMARH para apoiar os estudos
consolidados nos seguintes relatórios de etapa:
2.1.1. Fase A - Engloba atividades preliminares que
se referem à apresentação do plano de trabalho • Diagnóstico das disponibilidades hídricas superficiais e subter-
râneas, considerando a quantidade e qualidade (RE-6);
e à coleta de informações disponíveis
• Diagnóstico e Prognóstico das Demandas Hídricas (RE-7);
Esta fase envolveu a elaboração dos seguintes relatórios de etapa: • Elaboração do Cenário de Tendências (RE-8);
• estudo, análise e proposta da divisão hidrográfica de Sergipe em • Caracterização e Diagnóstico Ambiental do Estado (RE-9);
Unidades de Planejamento e bacias hidrográficas (RE-2); • Diagnóstico da Dinâmica Social e Institucional (RE-10);
• proposição de um Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados • Diagnóstico do Atual Estado da Arte da Gestão (RE-11);
(SGBD) num ambiente de Sistemas de Informações Geográficas
• Apoio ao processo de mobilização social para o diagnóstico, para
(SIG) (RE-3);
a compatibilidade e articulação e para a apresentação do Plano
• construção e elaboração de uma página web para monitoramen- Estadual de Recursos Hídricos (RE-12).
to e acompanhamento do Plano Estadual de Recursos Hídricos;
• Revisão do enquadramento dos corpos d’água em classes de Os relatórios de etapa citados acima foram consolidados no relatório de
usos preponderantes, tendo como base a Resolução CONAMA nº. fase B (Avaliação Integrada dos Recursos Hídricos).
357/2005 (RE-4);
• Análise e proposta do arranjo institucional existente, buscando
2.1.3. Fase C - Proposição de alternativas para
o fortalecimento do Sistema Estadual de Gerenciamento dos Re- compatibilizar as disponibilidades e as
cursos Hídricos de Sergipe (SEGRH) – Órgão Gestor, Conselho e demandas hídricas
Comitês de Bacias Hidrográficas – (RE-5).
Prognóstico, compatibilização e articulação foram tratados para aten-
Esses documentos foram consolidados no relatório de fase que está der a visão do futuro que o plano incorpora em cada uma das bacias.
apresentado no final da fase A.

5
Foram trabalhadas informações geradas em Sergipe e nos estados vizinhos 2.2. METODOLOGIA
de Alagoas e da Bahia. Este último já elaborou seu plano estadual – o
que poderá subsidiar a produção do Plano Estadual de Recursos Hídricos Para elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado de
de Sergipe, sobretudo nas bacias que são compartilhadas com a Bahia, Sergipe foram definidos alguns partidos metodológicos, incluindo basi-
caso do Rio Vaza Barris e do Rio Real. O estado de Alagoas está iniciando camente dois segmentos:
a elaboração do seu plano estadual, contudo não agregou informações
importantes no sentido de orientar a negociação de compartilhamento • utilização de dados temáticos existentes; e
de águas no Baixo Rio São Francisco. • adoção de novo recorte cartográfico que inclui a divisão das bacias
hidrográficas em Unidades de Planejamento.
Ao final dos trabalhos, as informações contidas nos relatórios de etapa
RE-13 e RE-14 foram consolidadas no relatório da fase C. Nesse sentido, os estudos foram iniciados com uma minuciosa coleta de
dados que abordou os principais temas de interesse para a elaboração do
PERH, a saber:
Fase D - Estabelecimento de diretrizes, metas,
programas e projetos 2.2.1. Clima e tempo
Diretrizes, metas e programas, subprogramas e ações foram integrados ao Os estudos sobre clima e tempo foram desenvolvidos a partir de dados
plano como forma de garantir um desenvolvimento futuro harmonizado existentes e disponibilizados pela SEMARH. Incluem os seguintes aspec-
com o meio ambiente. Incluem-se aqui todas as ações norteadoras do de- tos: principais sistemas meteorológicos em Sergipe; precipitações; tem-
senvolvimento que se deseja para o futuro das bacias tanto a curto como peratura do ar; umidade do ar; pressão atmosférica; evaporação; ventos;
a médio e longo prazos. e insolação.
As proposições que deverão sustentar a implementação do PERH contam
Todos os fatores meteorológicos citados foram trabalhados para o univer-
com 11 programas, 26 subprogramas e 226 ações, todos com a respectiva
so do Estado e das bacias. As diversas séries históricas foram analisadas
estimativa de recursos financeiros, constam no relatório síntese da fase D.
quanto à consistência de seus dados e posteriormente apresentados no
2.1.4. Fase E - Elaboração dos documentos finais e do relatório próprio sob a forma de tabelas, figuras e mapas para permitir
uma clara visualização das diversas ocorrências sobre o território das
Projeto de Lei do PERH bacias.
Nesta fase, foram apresentados os documentos finais produzidos no processo
de elaboração do PERH, inclusive este sumário executivo, que se destina 2.2.2. Levantamento do uso do solo e da
a apoiar a divulgação do plano junto a setores técnicos da sociedade. Foi cobertura vegetal
também preparado um relatório de divulgação com linguagem clara e sim-
plificada, capaz de ser compreendido por todos os segmentos da sociedade. Este capítulo apresenta o levantamento do uso do solo e da cobertura ve-
getal. Foram realizados levantamentos de dados já elaborados por outros
O atendimento às fases de A e E na elaboração do plano resultou na pro- estudos. Para melhor entendimento do assunto, os dados foram desagre-
dução de 18 relatórios da etapa, totalizando em torno de 3.000 páginas e gados por bacia e por Unidade de Planejamento.
dezenas de mapas temáticos, além dos anexos de cálculo apresentados em
meio digital como tabelas de apoio. A metodologia utilizada para definição das categorias de uso e ocupação

6
das terras no estado de Sergipe compreendeu o modelo aplicado no “Mo- dadas, Assoreamento e Áreas Não Mapeadas, todas definidas no Relatório
nitoramento da Cobertura Vegetal do Estado de São Paulo”, da Secretaria de Etapa (RE-9), do plano.
do Meio Ambiente, Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Na-
turais”. 2.2.3. Recursos hídricos subterrâneos
A partir da aquisição e seleção da imagem digital do satélite SPOT 5, ban- Os estudos sobre o potencial de águas subterrâneas foram desenvolvidos
das 1, 2 e 3, ano 2005, foi iniciada a captura dos pontos com GPS (Global com base em dados existentes, conforme define o edital de contratação
Positioning System) no campo para respectivo georreferenciamento. Ain- dos serviços. Foram tomados os mapas disponíveis apresentados no Atlas
da foram utilizadas ortofotocartas, escala 1:10.000, ano 2004. Digital do Estado no qual constam, os temas geologia, e o de domínios
hidrogeológicos, além de outros produzidos pelo Departamento Nacional
Além disso, foram usadas técnicas de sensoriamento remoto que permi- de Produção Mineral (DNPM) e pela Companhia de Pesquisas e Recursos
tiram a análise da ocupação espacial e comportamento dos alvos para a Minerais (CPRM), hoje Serviço Geológico do Brasil.
interpretação e simultânea digitalização das classes espectrais nos res- Além desse material cartográfico, também foram utilizados os cadastros
pectivos “layers” bem como a legenda de vegetação e uso da terra ado- de poços, e de usuários de água nas diversas bacias. Os dados analisados
tada pelo IBGE. A partir desse procedimento, foi elaborada a Carta de foram plotados na nova divisão das bacias em Unidades de Planejamento
Vegetação e Uso da Terra na escala 1:50.000 das bacias hidrográficas. (UP), para as quais foram feitas as estimativas de disponibilidades hídricas,
conforme métodos citados na sequência.
O programa ArcGIS 8.3 utilizado possibilitou ainda a identificação, quan-
tificação e mensuração das classes espectrais da Vegetação e Uso da Terra Este diagnóstico das águas subterrâneas no estado de Sergipe é um estudo
das Bacias Hidrográficas. integrante do Plano Estadual de Recursos Hídricos, que enfoca a caracteri-
zação hidrogeológica dos aquíferos, os aspectos dimensionais, a estimativa
A cobertura de nuvens apresentou-se rarefeita, mas a sua ocorrência das reservas e disponibilidades e a qualidade da água.
impediu de explicitar algumas áreas. Os polígonos referentes a esta co-
bertura, foram delimitados e designados como nuvens. A classificação e caracterização hidrogeológica dos aquíferos do estado de
Sergipe foi feita tomando como base a metodologia proposta por Rocha
A escala 1:50.000 na qual as cartas foram elaboradas também impossi- (2007), no Diagnóstico Hidrogeológico do Estado de Mato Grosso; Costa
bilitou que algumas áreas fossem mapeadas dentro de uma única classe. (1999), no Plano Diretor dos Recursos Hídricos da Bacia do Rio Mundaú,
Elas estão incluídas em outras associações espectrais, caso da associação em Alagoas; Costa (2001), no Plano Diretor dos Recursos Hídricos da Bacia
Caatinga/Cultivos/Pastagens. dos rios Paraíba, Sumaúma e Remédios, também em Alagoas, e pela CPRM
(2003) no estudo Geologia, Tectônica e Recursos Minerais do Brasil.
Com a interpretação das imagens SPOT 5, foi possível distinguir cerca de Nessa caracterização, foram utilizados também os dados de trabalhos especí-
vinte classes espectrais, a saber: Caatinga Arbustiva, Caatinga Arbustiva ficos dos aquíferos ou de determinadas regiões como, por exemplo, os dados
Arbórea (Savana Estépica Arborizada), Floresta Estacional, Floresta Om- do Mapa dos Principais Sistemas Aquíferos do País em ArcView (ANA, 2003),
brófila, Mata Ciliar, Manguezal, Dunas e Areal, Vegetação de Restinga, do Panorama de Qualidade das Águas Subterrâneas no Brasil (ANA, 2005),
Área Embrejada, Associação de Caatinga/Cultivos/Pastagem, Pastagem, do Atlas Digital sobre Recursos Hídricos de Sergipe (SRH-SEPLANTEC, 2004),
Cultivos Agrícolas/Solos Expostos, Aquicultura e Salinas, Área Indus- da Petrobras (Feitosa, 1998) e principalmente do Study on Water Resources
trial, Sede Municipal, Povoados e Distritos, Corpos d’Água, Áreas Degra- Development in the State of Sergipe, Brazil (JICA - SEMARH-SE, 2000).

7
2.2.4. Recursos hídricos superficiais 2.2.4.2.Fluviometria
Para o estudo de disponibilidades hídricas superficiais, foram adotados Os regimes hidrológicos das bacias hidrográficas de Sergipe se caracte-
procedimentos diversos quanto à coleta e tratamento dos dados pluvio- rizam por escoamentos perenes apenas no seu tramo inferior. Na maior
métricos, fluviométricos e evaporimétricos, disponibilizados em banco parte da área da bacia, o regime é intermitente em grande número de
de dados da Agência Nacional de Águas (ANA) e pela Superintendência anos, requerendo da calibragem do modelo de geração de deflúvios a uti-
do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), utilizados para calibragem lização dos dados fluviométricos provenientes dos postos disponíveis, de
do MODHAC, usado para simular os deflúvios. Nesse sentido, passa-se na modo a garantir representatividade à calibragem a ser ajustada para toda
sequência às considerações sobre cada tipo de dados. a bacia do rio. A maioria das bacias não dispõe de postos fluviométricos.

2.2.4.1.Pluviometria 2.2.4.3.Evaporimetria
A análise preliminar efetuada com os dados inventariados revelou algu- Os modelos de reprodução de chuva e deflúvio processam os escoamentos
mas descontinuidades nas séries disponíveis. Para a complementação de com base no balanço hídrico que ocorre no solo por ocasião das precipita-
dados faltosos, foi necessário preencher essas falhas e a realização de ções e requerem dados de evapotranspiração potencial para estabelecer as
testes de consistência e homogeneidade nos dados pluviométricos. perdas ocorridas neste processo.
A representatividade do regime evaporimétrico nas bacias dos rios sergi-
Foram utilizados registros pluviométricos diários que, depois de consis-
panos foi obtida a partir dos dados de evapotranspiração calculados pelo
tidos e homogeneizados, foram usados para a calibragem dos deflúvios
método Penman-Monteith, nas estações inseridas ou próximas às bacias.
reproduzidos de cada posto fluviométrico, utilizando dados diários indi-
vidualizados de postos pluviométricos.
2.2.4.4.Cartografia
Em seguida, foi feita a seleção dos postos com dados mais representativos A atualização das cartas topográficas digitais foi realizada observando-se os
do regime pluviométrico diário das bacias de contribuição a serem cali- dados dos postos pluviométricos e fluviométricos oriundos dos cadastros da
bradas e das bacias nas quais seriam aplicados modelos para reprodução ANA e da SUDENE.
dos escoamentos mensais. Para simulação dos escoamentos, as séries ti-
veram que atender as seguintes condições: A tecnologia em processamento digital de imagens foi usada para definir áre-
• adequação para determinação das disponibilidades hídricas super- as de interesse ou pontos de controle. Os postos pluviométricos e fluviomé-
ficiais das UP; tricos, anteriormente georreferenciados em coordenadas geográficas, foram
• maior série contínua de registros; todos convertidos em coordenadas UTM com a finalidade de estabelecer rela-
ções topológicas espaciais no âmbito da área estudada.
• apresentação de resultados satisfatórios após aplicação dos testes
de consistência e homogeneidade; O preparo do material cartográfico obedeceu as seguintes etapas:
• maior coerência com o regime pluviométrico, estabelecido pelo
• seleção de cartas que ofereciam cobertura da área de projeto;
conjunto de dados dos postos da bacia após aplicação de fatores
de correção; e • determinação da área de enquadramento das folhas do projeto.
• possibilidade de reprodução dos deflúvios estruturalmente com- • georreferenciamento de 17 cartas topográficas da SUDENE na escala
patível com as condições hidrológicas dominantes para a bacia 1:100.000 referentes ao estado de Sergipe;
estudada. • definição das molduras de corte;

8
• fusão das imagens resultantes (folhas georreferenciadas recortadas); e
• espacialização dos postos pluviométricos e fluviométricos (SUDE-
NE e ANA).
Finalmente, as Unidades de Planejamento de cada bacia foram plotadas
sobre as cartas topográficas e as áreas de cada uma foram medidas para
estimativa dos escoamentos gerados em cada UP.

9
10
3. Situação dos recursos hídricos por
unidade de planejamento e por bacia
N este capítulo, abordam-se aspectos ligados a disponibilidades, demandas e
balanço por Unidades de Planejamento e por bacia.
3.2. DEMANDA
Atualmente, Sergipe tem uma demanda de 505.296.996 m³/ano. Dela,
A expressão gráfica dessa análise está apresentada no Anexo B do RE-15, no
269.137.303 m³/ano está localizada na Bacia do Rio São Francisco – o que
qual constam as disponibilidades, as demandas e a situação do balanço, em
significa mais da metade. É nesta bacia que se encontram as mais importantes
suas bacias e respectivas UP.
áreas irrigadas do Estado (tabela 3.1).

3.1. DISPONIBILIDADES HÍDRICAS Descontadas as demandas da Bacia do Rio São Francisco, o restante de Sergipe
contabiliza uma demanda de 236.159.693 m³/ano ou 7.489 l/s.
As disponibilidades hídricas em Sergipe sinalizam para duas situações dife-
A Bacia do Rio Sergipe tem uma demanda de 107.979.409 m³/ano (3.424 l/s)
renciadas. A disponibilidade global incluindo o expressivo manancial – o Rio
– a segunda maior demanda por bacia. Desse volume, a UP-11 (Baixo Rio Sergi-
São Francisco – resulta numa cifra da casa dos 20,4 bilhões de m³/ano (tabela
pe) responde por 51.797.820 m³/ano (1.642 l/s), tendo em vista o fato de que
3.1). Parte desta disponibilidade é apropriada pelo Estado, por meio de aduto-
nesta UP localiza-se parte da Grande Aracaju, que tem importante concentra-
ras que abastecem municípios ribeirinhos ao São Francisco ou que transpõem
ção de demandas na bacia. As UP 8, 9, 10 e 12 são responsáveis por 6.515.502
água para atender outras bacias, tirando proveito da ampla condição oferecida
(206 l/s), 21.894.654 (694 l/s), 19.036.883 (604 l/s) e 8.734.551 m³/ano (277
por este manancial.
l/s), respectivamente, todas influenciadas pela dinâmica econômica e social
Quando se analisa as bacias que compõem a maior parte do interior sergipano, capitaneada por Aracaju.
incluindo as bacias dos rios Japaratuba, Sergipe, Vaza Barris, Piauí, Real e as
As demais bacias apresentam por ordem decrescente as seguintes demandas
dos grupos de Bacias Costeiras GC-1 e GC-2, verifica-se que a disponibilidade
nas bacias dos rios: Vaza Barris com 40.235.884 m³/ano (1.276 l/s); Piauí com
contabilizada nestas bacias é da ordem de 253,0 milhões de m³/ano, ou seja:
39.963.813 m³/ano (1.267 l/s); Japaratuba com 30.496.960 m³/ano (967 l/s);
8.023 l/s. Embora importante para estas bacias pela oferta estratégica que re-
Real com 16.058.383 m³/ano (509 l/s) e, por fim, os GC 2 e 1 com 760.522 (24
presenta, não cabe ser comparadas com as disponibilidades oferecidas pelo Rio
l/s) e 664.723 m³/ano (21 l/s).
São Francisco, mesmo porque, como um rio de integração nacional, oferece a
Sergipe águas coletadas nos demais estados de montante e regularizadas para
atender a demanda das geradoras de energia do sistema Chesf.

11
Tabela 3.1. - Resumo das disponibilidades e demandas por bacia, por Unidades de Planejamento e respectivo saldo atual.
DISPONIBILIDADES (m³/ano)
DEMANDA
Unidade de DEMANDA SALDO ATUAL SALDO ATUAL
Bacia UP TRANSPOSIÇÃO SUBTERRÂNEA TOTAL TOTAL (D) POR ATUAL POR
Planejamento SUPERFICIAL (A) ATUAL (E) F=D-E POR BACIA (F)
DESO (B) EFETIVA ( C ) (D) = A+B+C BACIA BACIA (E)

Baixo Rio São


1 20.209.549.392 - 1.450.000 20.210.999.392 51.822.612 20.159.176.780
Francisco
Rio São Francisco 20.219.918.392 269.137.303
Foz do Rio São 20.002.603.701
2 20.209.549.392 - 10.369.000 20.219.918.392 217.314.691 20.002.603.701
Francisco
GC 3 GC-1 1.892.160 - 720.000 2.612.160 2.612.160 664.723 664.723 1.947.437 1.947.437
4 Alto Rio Japaratuba 2.207.520 603.792 610.000 3.421.312 3.239.955 181.357
5 Rio Japaratuba Mirim 3.468.960 34.735 257.000 3.760.695 3.919.078 -158.383
Rio Japaratuba 18.320.647 30.496.960 -12.176.313
6 Rio Siriri 5.991.840 - 1.968.000 7.959.840 11.541.580 -3.581.740
7 Baixo Rio Japaratuba 1.576.800 - 1.602.000 3.178.800 11.796.347 -8.617.547
8 Alto Rio Sergipe 10.091.520 1.445.377 2.130.000 13.666.897 6.515.502 7.151.395
9 Rio Jacarecica 15.452.640 898.218 4.387.000 20.737.858 21.894.654 -1.156.796
Rio Sergipe 10 Rio Cotinguiba 3.153.600 17.342.546 2.525.000 23.021.146 129.184.913 19.036.883 107.979.409 3.984.264 21.205.504
11 Baixo Rio Sergipe 6.622.560 47.456.737 7.043.000 61.122.297 51.797.820 9.324.477
12 Rio Poxim 4.099.680 5.241.035 1.296.000 10.636.715 8.734.551 1.902.164
13 Alto Rio Vaza Barris 4.099.680 3.940.873 4.020.000 12.060.553 9.581.781 2.478.772
Rio Vaza Barris 14 Rio Traíras 2.207.520 - 5395000,00 7.602.520 40.879.200 12.262.458 40.235.884 -4.659.938 643.316
15 Baixo Rio Vaza Barris 19.711.127 - 1.505.000 21.216.127 18.391.645 2.824.482
GC 16 GC-2 2.838.240 - 0 2.838.240 2.838.240 760.522 760.522 2.077.718 2.077.718
17 Alto Rio Piauí 3.468.960 871.159 3.900.000 8.240.119 7.516.119 724.000
18 Rio Arauá 630.720 - 340.000 970.720 6.815.289 -5.844.569
19 Rio Piauitinga 7.253.280 - 2.102.000 9.355.280 5.634.145 3.721.135
Rio Piauí 41.364.990 39.963.813 1.401.177
20 Rio Fundo 6.307.200 - 560.000 6.867.200 1.854.089 5.013.111
21 Rio Guararema 7.568.640 1.780.781 479.000 9.828.421 3.645.276 6.183.145
22 Rio Piauí 1.892.160 2.981.090 1.230.000 6.103.250 14.498.893 -8.395.644
23 Alto Rio Real 946.080 538.317 4.030.000 5.514.397 5.355.669 158.728
24 Rio Jabiberi 1.261.440 - 250.000 1.511.440 4.275.975 -2.764.535
Rio Real 25 Médio Rio Real 1.576.800 - 320.000 1.896.800 17.814.890 1.653.993 16.058.383 242.807 1.756.507
26 Rio Itamirim 1.892.160 4.469.933 326.000 6.688.093 3.682.713 3.005.380
27 Baixo Rio Real 1.892.160 - 312.000 2.204.160 1.090.033 1.114.127
TOTAL COM A BACIA DO SÃO FRANCISCO (m³/ano) 20.327.652.839 87.604.592 59.126.000 20.472.933.432 505.296.996 20.019.459.048
TOTAL SEM A BACIA DO SÃO FRANCISCO (m³/ano) 118.103.447 87.604.592 47.307.000 253.015.040 236.159.693 16.855.347
TOTAL COM A BACIA DO SÃO FRANCISCO (L/s) 644.586 2.778 1.875 649.192 16.023 634.813
TOTAL SEM A BACIA DO SÃO FRANCISCO (L/s) 3.745 2.778 1.500 8.023 7.489 534

Fonte : elaboração consórcio Projetec-Techne (2010).

12
3.3. BALANÇO HÍDRICO 70

60

O resultado do balanço hídrico reflete o saldo apurado entre a disponibilidade 50

x 106 m3 /ano
e as demandas globais de cada Unidade de Planejamento e bacia. Este resultado 40
pode indicar superávits do balanço uma vez que se refere a volumes globais das 30
disponibilidades e das demandas, por UP ou por bacia, abstraindo as operações
20
próprias da distribuição entre as fontes hídricas, estações de tratamento de
água (ETA) e reservatórios, até os usuários finais. 10

0
25
Alto Rio Sergipe Rio Jacarecica Rio Cotinguiba Baixo Rio Sergipe Rio Poxim

20 Figura 3.3 : Situação da bacia do Rio Sergipe.


Fonte : elaboração consórcio Projetec-Techne (2010).
x 109 m3 /ano

15

10
Das 27 UP nas quais o Estado está dividido em seu conjunto de bacias, as UP 5,
5 6 e 7, na Bacia do Rio Japaratuba apresentam diferentes déficits que variam de
5 l/s a 273 l/s (tabela 3.3). A figura 3.2 apresenta graficamente as disponibi-
0
lidades e as demandas das UP.
Baixo Rio São Francisco Foz do Rio São Francisco
Disponibilidades Demanda
Na Bacia do Rio Sergipe, a UP-9 (Rio Jacarecica) registra déficit de 36 l/s. As
Figura 3.1 : Situação da bacia do Rio São Francisco. demais UP da bacia, apresentam superávits que vão de 126 l/s a 295 l/s (tabela
Fonte : elaboração consórcio Projetec-Techne (2010).
3.3).
O balanço global do Estado indica um saldo de 20 bilhões de m³/ano, no en-
As disponibilidades e as demandas das UP são apresentadas na figura 3.3.
tanto, quando se desconta a Bacia do Rio São Francisco, o superávit é de 16,8
milhões de m³/ano, ou seja, algo como 0,5 m³/s (tabela 3.1). A figura 3.1
25
informa sobre as disponibilidades e demandas das UP.

x 106 m3 /ano
20

12 15
10
x 106 m3 /ano

8 10

6
5
4
2 0
0 Alto Rio Vaza Barris Rio Traíras Baixo Rio Vaza Barris
Alto Rio Japaratuba Rio Japaratuba Mirim Rio Siriri Baixo Rio Japaratuba
Disponibilidade Demanda
Disponibilidade Demanda
Figura 3.4 : Situação da bacia do Rio Vaza Barris.
Figura 3.2 : Situação da bacia do Rio Japaratuba. Fonte : elaboração consórcio Projetec-Techne (2010).
Fonte : elaboração consórcio Projetec-Techne (2010).

13
Na Bacia do Rio Vaza Barris, a UP-14 (Rio Traíras) apresenta déficit de 148 Na Bacia do Rio Real, a UP-24 (Rio Jabiberi) apresenta déficit de 88 l/s
l/s (tabela 3.3). As disponibilidades e as demandas são apresentadas na enquanto as demais têm superávits que variam de 5 l/s a 95 l/s (tabela
figura 3.4. 3.3). As disponibilidades e demandas das UP podem ser visualizadas na
figura 3.6.
Na Bacia do Rio Piauí, as UP 18 e 22 (Rio Arauá e Rio Piauí) apresentam
déficits de 185 l/s e 266 l/s (tabela 3.3). As demais UP superavitárias Cabe registrar que nas bacias dos Grupos de Pequenas Bacias de Rios
apresentam saldos de 23 l/s a 196 l/s. A figura 3.5 informa sobre as dis- Costeiros GC-1 e GC-2 não ocorrem demandas expressivas, pois é baixo
ponibilidades e demandas das UP. o nível de ocupação socioeconômica em seus territórios. Assim, a GC-1
apresenta um saldo atual de 1.947.437 m³/ano e a GC-2 de 2.077.718 m³/
16
ano expressos na tabela 3.3. As disponibilidades e as demandas podem ser
14
visualizadas na figura 3.7.
x 106 m3 /ano

12
10
8 3,00
6
2,50
4

x 106 m3 /ano
2 2,00
0
Alto Rio Piauí Rio Arauá Rio Piauí 1,50
Rio Piauitinga Rio Fundo Rio
Guararema
Disponibilidade Demanda 1,00

Figura 3.5 : Situação da bacia do Rio Piauí. 0,50


Fonte : elaboração consórcio Projetec-Techne (2010).
0,00
GC-1 GC-2
8
Disponibilidade Demanda
7
Figura 3.7 : Situação das bacias costeiras GC-1 e GC- 2.
6
x 106 m3 /ano

Fonte : elaboração consórcio Projetec-Techne (2010).


5

4
Os balanços das UP nas condições atuais, sobretudo daquelas situadas
3
no médio e baixo curso dos rios, revelam déficits e superávits discretos –
2
todos capazes de ser neutralizados com uma maior apropriação de água
1 subterrânea, tendo em vista que o Estado, em sua parte mais oriental,
0 apresenta destacado potencial hídrico subterrâneo.
Alto Rio Real Rio Jabiberi Médio Rio Real Rio Itamirim Baixo Rio Real
Disponibilidade Demanda Cabe também destacar que estes déficits identificados se referem à apro-
Figura 3.6 : Situação da bacia do Rio Real. priação de disponibilidades hídricas com garantia de atendimento em 90%
Fonte : elaboração consórcio Projetec-Techne (2010).

14
dos anos. Caso o modelo de gestão de recursos hídricos superficiais ado- l/s que a torna crítica. Esta UP recebe transposições da DESO, através da
tado admita garantia menor, será possível lançar mão de mais água que adutora Sertaneja – fato este relevante para a composição do saldo supra-
a adotada como disponibilidade para efeito do balanço e, nestes casos, citado. Parcela significativa da UP está localizada no aquífero cristalino,
eliminar os déficits de menor expressão. Contudo, para efeito do Plano restando aumentar a transposição DESO para atendimento das demandas
Estadual de Recursos Hídricos, a vazão garantida em 90% dos anos (Q90) nobres. Os demais usos ficam limitados.
representa uma garantia compatível com os principais usos considerados.
A Bacia do Rio Piauí tem seis UP, das quais três são superavitárias, duas
deficitárias e uma crítica, que é a UP-17 (Alto Rio Piauí), com um saldo
3.4. ÁREAS CRÍTICAS de 23 l/s. Localizada sobre o aquífero cristalino, tem limitada disponibi-
lidade subterrânea. Para o atendimento das demandas humanas pode-se
São consideradas áreas críticas para expansão de atividades demandado- utilizar transposições do sistema DESO.
ras de água as UP com saldos positivos compreendidos entre 95 e 5 l/s.
Estas UP, com o crescimento da demanda e a manutenção das disponibi- De modo geral, as bacias e UP citadas estão limitadas quanto ao cresci-
lidades atuais, podem mudar rapidamente para a condição de deficitárias. mento das demandas. A disponibilidade de água em quantidade e qua-
As UP críticas encontram-se nas bacias dos rios Real, Piauí, Vaza Barris, lidade está relacionada ao crescimento social, econômico e tecnológico,
Japaratuba e Grupos de Bacias Costeiras GC-1 e GC-2. As UP com os seus de modo que, se o estado de Sergipe deseja alcançar um patamar de de-
saldos em ordem decrescente são apresentadas na tabela 3.3. senvolvimento mais arrojado, deve gerenciar os seus recursos hídricos no
sentido de fortalecer as disponibilidades para fazer face ao incremento de
Das cinco UP do Rio Real, quatro são críticas e uma é deficitária. As UP demanda do novo patamar de crescimento econômico e social.
críticas são 26 (Rio Itamirim), 27 (Baixo Rio Real), 25 (Médio Rio Real)
e 23 (Alto Rio Real), com saldo de 95, 35, 8, e 5 l/s, respectivamente.
Portanto, em curto prazo, um crescimento repentino da demanda é sufi- 3.5. CONSIDERAÇÕES SOBRE OS BALANÇOS
ciente para absorver este saldo e mudar o cenário para deficitário (figura HÍDRICOS
3.8).
Uma análise sucinta da situação dos saldos de balanços apurada por bacia
A Bacia do Rio Vaza Barris possui três UP das quais duas são críticas e
e por Unidade de Planejamento mostra que, na visão do PERH, ocorrem
uma é deficitária. As UP críticas de número 13 (Alto Rio Vaza Barris) e
superávits importantes nas bacias do Rio São Francisco e do Rio Sergi-
15 (Baixo Rio Vaza Barris) têm saldos de 90 e 79 l/s, respectivamente.
pe. No primeiro, por ser um manancial de porte regional que conta com
Em curto prazo, a UP-15 (Baixo Rio Vaza Barris) pode fazer uso das águas
expressiva oferta hídrica. No caso da Bacia do Rio Sergipe, porque conta
subterrâneas, pois está localizada sobre o aquífero poroso. O mesmo não
com reservatórios e transposição capazes de atender suas demandas e
pode ser realizado na UP-13 (Alto Rio Vaza Barris), que está localizada
ainda garantir saldo relevante para atendimento ao crescimento futuro
no aquífero cristalino.
de demanda (tabela 3.2).
Das quatro UP da Bacia do Rio Japaratuba, apenas uma é crítica e as
demais são deficitárias. A UP-4 (Alto Rio Japaratuba) tem um saldo de 6

15
Tabela 3.2. - Saldos do balanço hídricos por bacia hidrográfica.
N
SALDO ATUAL
BACIA
(m³/ano) (L/s)
Rio São Francisco 20.002.603.701 634.278 Alagoas
Rio Sergipe 21.205.504 672 Baixo Rio São
Francisco
Rio Piauí 1.401.177 44
Rio Vaza Barris 643.316 20
GC 2 2.077.718 66
Alto Rio Alto Rio
GC 1 1.947.437 62 Sergipe Japaratuba
Rio
Rio Real 1.756.507 56 Japaratuba
Foz do
Mirim
Rio São
Rio Japaratuba -12.176.313 -386 Francisco
Baixo Rio
Superavit do Estado 20.031.635.361 635.199 Bahia Alto Sergipe Baixo Rio
Japaratuba
Rio Vaza Rio
Rio
Deficit do Estado -12.176.313 -386 Barris
Jacarecica Siriri Rio GC1

Rio
Embora apresentem saldos superavitários, as demais bacias têm discreta Traíras Rio
Alto Rio Cotinguiba
expressão face aos comprometimentos envolvidos com os atendimentos Alto
Piauí
Rio
e, sobretudo, com a possibilidade limitada de incrementar significativa- Real
Rio
Poxim
mente suas disponibilidades, mormente em se tratando de águas super-
Rio Baixo Rio NO CO
ficiais. Rio Piauí Rio Vaza Barris C EA TI
O LÃN
Jabiberi Piauitinga AT
Uma visão mais detalhada da situação dos saldos de balanço, por Unidade Rio
Rio Fundo
de Planejamento, pode ser visualizada na tabela 3.3. Arauá Hidrografia
Rio GC2 Unidades de Planejamento
Os mais expressivos saldos ocorrem nas UP-1 e UP-2 e se referem à Bacia Rio
Rio Limite Estadual
do Rio São Francisco. Embora estejam nessas UP as maiores demandas de Itamirim Piauí
Medio Crítica
irrigação, também estão nelas as maiores disponibilidades se comparadas Rio Real
às outras Unidades de Planejamento. Superavitária
Baixo Deficitária
Rio Real
As demais bacias contam com água produzida em seus próprios territórios,
tanto por recursos superficiais como de subsuperfície.
Figura 3.8 : Categorias de saldos de balanço, por Unidade de Planejamento.
Fonte : elaboração consórcio Projetec-Techne (2010).

16
As UP da Bacia do Rio Sergipe são todas superavitárias, embora contem A Bacia do Rio Vaza Barris apresenta duas UP com ligeiros superávits.
com transposições feitas pela DESO para atender ao abastecimento das A UP-13 (Alto Rio Vaza Barris [79 l/s]) e a UP-15 (Baixo Rio Vaza Bar-
populações e indústrias locais. Desse quadro, excetua-se a UP-9 (Rio Ja- ris [90 l/s]). A UP-13, além de águas geradas nela própria, conta com
carecica), que apresenta saldo ligeiramente deficitário (37 l/s), provavel- transposição de água feita pela DESO para abastecer as cidades. Isso pode
mente em decorrência das fortes demandas exercidas pela área irrigável do influenciar esse resultado superavitário.
Perímetro Irrigado Jacarecica II.
Por se localizar numa região mais chuvosa, a UP-15 possui expressiva dis-
Dentre as UP da Bacia do Rio Piauí superavitárias destacam-se dos rios
ponibilidade, capaz de gerar um saldo superavitário (90 l/s) após atender
Guararema (196 l/s), Fundo (159 l/s) e Alto Rio Piauí (com apenas 23 l/s).
as demandas da UP.
Apresentam saldos deficitários as UP 18 e 22, com 185 l/s e 266 l/s, res-
pectivamente. Esta última UP do Rio Piauí, tem em seu balanço uma forte Embora conte com o reservatório Poção da Ribeira, a UP-14 (Rio Traíras)
participação das demandas com irrigação do Perímetro Piauí, que provavel- apresentou um saldo deficitário de 148 l/s. A disponibilidade hídrica
mente responde por importante parte desse déficit. própria da UP é direcionada para duas importantes demandas. O abaste-
cimento da cidade de Itabaiana, para onde sai uma adutora com cerca de
As UP do Rio Japaratuba, a UP-4 (Alto Rio Japaratuba) ligeiramente supe- 140 l/s, e o atendimento às demandas do Perímetro Irrigado Poção da
ravitária (6 l/s) e a UP-5 (Rio Japaratuba Mirim) apresenta discreto déficit Ribeira. Essas demandas em muito contribuem para o resultado deficitá-
de 5 l/s. A UP-6 (Rio Siriri) e a UP-7 (Baixo Rio Japaratuba) apresentam rio que apresentou a UP.
déficits mais pronunciados em seu saldo. A primeira registra 114 l/s de
déficit. Possui importantes demandas decorrentes do atendimento ao pro- A Bacia do Rio Real apresenta quatro UP superavitárias e apenas uma
cesso industrial da Vale e da Petrobras, que deve responder por parte im- com déficit de 88 l/s, a UP-24 (Rio Jabiberi).
portante deste déficit. A segunda, UP-7 (Baixo Rio Japaratuba), é a que
apresentou mais elevado déficit (273l/s). É nessa UP que se concentram Entre as UP superavitárias, apenas a UP-26 (Rio Itamirim) apresenta um
importantes campos de exploração de petróleo e gás operados pela Petro- saldo de 95 l/s. As demais apresentam superávits discretos. É o caso da
bras, que respondem por grande parte da demanda dessa UP. UP-27 (Baixo Rio Real [35 l/s]), da UP-25 (Médio Rio Real [8 l/s]) e da
UP-23 (Alto Rio Real com meros 5 l/s).
Como característica do balanço hídrico na Bacia do Rio Japaratuba, pode-
-se mencionar o importante papel desempenhado pelas demandas indus- A UP-24 (Rio Jabiberi) apresenta saldo deficitário de 88 l/s. Embora essa
triais que superam todas as demais, inclusive a de abastecimento huma- UP conte com o reservatório de mesmo nome, ele possui uma capacidade
no. de acumulação de 4,3 x 106 m³, que ante as condições ambientais locais
e o comprometimento de suas águas para abastecer a cidade de Tobias
Esta situação deficitária que foi identificada no balanço das UP pode vir Barreto e atender ao Perímetro Irrigado, lhes confere uma condição de
a ser neutralizada com incremento do aporte hídrico subterrâneo, uma operação anual em face de seu regime de alocação de água.
vez que a bacia possui grande parte do seu território sobre o domínio
poroso o qual oferece importante condição para a explotação de águas Uma vez que o reservatório Jabiberi é a principal fonte hídrica capaz de
subterrâneas. regularizar parte da vazão da UP, foi observado que não é possível, com
ele, neutralizar os déficits da Unidade de Planejamento. Cabe em uma

17
ação de gestão mais arrojada, racionalizar as demandas, ou transpor Tabela 3.3. - Hierarquização dos saldos de balanço, por Unidade de Planejamento.
água de outras bacias para equilibrar o balanço da UP. SALDO ATUAL
Bacia Unidade de Planejamento UP
(m³/ano) (L/s)
Os Grupos de Pequenas Bacias de Rios Costeiros componentes das UP-3 Baixo Rio São Francisco 1 20.159.176.780 639.243
(GC-1) e da UP-16 (GC-2) apresentam saldos superavitários com 62 l/s e Rio São Francisco
Foz do Rio São Francisco 2 20.002.603.701 634.278
66 l/s, respectivamente. Essas UP apresentam elevado potencial hídrico
Rio Sergipe Baixo Rio Sergipe 11 9.324.477 296
subterrâneo e discretas demandas em decorrência do baixo nível de
ocupação socioeconômica atual. Rio Sergipe Alto Rio Sergipe 8 7.151.395 227
Rio Piauí Rio Guararema 21 6.183.145 196
Uma análise mais detalhada, hierarquizando os saldos de balanço, pode Rio Piauí Rio Fundo 20 5.013.111 159
ser vista na tabela 3.3. Entre as 27 UP, oito apresentam saldos mais Rio Sergipe Rio Poxim 12 1.902.164 60
expressivos, superiores a 100 l/s. Dez outras apresentam saldos mais Rio Sergipe Rio Cotinguiba 10 3.984.264 126
discretos entre 5 l/s e 95 l/s. Rio Piauí Rio Piauitinga 19 3.721.135 118
Rio Real Rio Itamirim 26 3.005.380 95
Das oito UP que apresentavam saldo deficitário, três têm déficits discre-
Rio Vaza Barris Baixo Rio Vaza Barris 15 2.824.482 90
tos entre 5 l/s e 98 l/s.
Rio Vaza Barris Alto Rio Vaza Barris 13 2.478.772 79

As UP 6, 7, 18 e 22 apresentam déficits mais expressivos entre 114 l/s GC 2 GC-2 16 2.077.718 66


e 273 l/s, conforme tabela 3.3. Nesses casos, a neutralização dos dé- GC 1 GC-1 3 1.947.437 62
ficits precisa ser equacionada prioritariamente, com ações de melhoria Rio Real Baixo Rio Real 27 1.114.127 35
de eficiência de uso e adequação dos níveis de demanda. Em segundo Rio Piauí Alto Rio Piauí 17 724.000 23
lugar, cabe identificar meios de ampliação das disponibilidades hídricas Rio Real Médio Rio Real 25 242.807 8
com recursos locais ou até mesmo com transposição de outras bacias, Rio Japaratuba Alto Rio Japaratuba 4 181.357 6
não desprezando o fato de que, no futuro, a água do Rio São Francisco Rio Real Alto Rio Real 23 158.728 5
poderá chegar até as bacias do sul do Estado, com o concurso de nova Rio Japaratuba Rio Japaratuba Mirim 5 -158.383 -5
transposição a ser feita por cotas mais elevadas, interceptando o alto Rio Sergipe Rio Jacarecica 9 -1.156.796 -37
curso das bacias sergipanas.
Rio Real Rio Jabiberi 24 -2.764.535 -88
Rio Vaza Barris Rio Traíras 14 -4.659.938 -148
Rio Japaratuba Rio Siriri 6 -3.581.740 -114
Rio Piauí Rio Arauá 18 -5.844.569 -185
Rio Piauí Rio Piauí 22 -8.395.644 -266
Legenda:
Rio Japaratuba Baixo Rio Japaratuba 7 -8.617.547 -273
Superavitária
Superávit do Estado com a Bacia do Rio São Francisco 20.054.638.200 635.928
Crítica
Superávit do Estado sem a Bacia do Rio São Francisco 52.034.499 1.650
Deficitária
Déficit do Estado -35.179.152 -1.116

18
4. Metas, estratégias do Plano e
fontes de financiamento
No PERH a grande variedade ações propostas tem como objetivo for- O aperfeiçoamento das ações dos comitês se reveste de grande impor-
talecer o sistema de gestão de recursos hídricos desde a captação tância, pois quando os órgãos colegiados são fortalecidos, a participa-
até o atendimento das demandas. Nessa trajetória, as ações visam ção da sociedade por meio deles se dá de forma bastante eficaz, dando
também o fortalecimento da gestão, passando pelo aparato institucio- consistência à organização do processo desde sua base.
nal e também pela participação social, pela infraestrutura, tanto no
sentido do fortalecimento e expansão como na melhoria dos padrões Ainda como visão estratégica adotada para o plano, cabe destacar a
de operação e manutenção. Da mesma forma, passa pelo apoio aos forma integrada de gestão proposta, incluindo não só a perspectiva
colegiados que participam da gestão dos recursos hídricos no Estado. de incremento das disponibilidades hídricas, mas também a preser-
vação, a conservação, a recuperação de áreas das margens dos rios
A grande diversidade de ações propostas nem sempre permite a indi- e o uso conservacionista de água e solo. A implementação de ações
cação de metas com quantificação física capaz de alimentar o sistema integradas nesta direção certamente contribuirá para aprimorar as
de controle na implementação do plano. Entende-se que ao longo do disponibilidades futuras de água no Estado.
processo de implementação será necessário definir novos parâmetros
de controle quando forem planejadas as ações que serão executadas Além disso, o aperfeiçoamento do sistema de informação sobre recur-
em função do plano de operação anual que será executado pelo órgão sos hídricos foi adotado como importante instrumento da gestão que,
gestor. num sentido latu, pode contribuir para orientar ações futuras nos
campos da educação ambiental e da mobilização social, na conser-
Como estratégias para implementação do plano, deve-se adotar sem- vação e melhoria da eficiência dos sistemas de infraestrutura hídrica
pre a bacia como Unidade de Planejamento juntamente com as respec- existentes, resultando na redução de perdas de água dos sistemas de
tivas UP. Além disso, é importante destacar o papel que dos reserva- distribuição, no aperfeiçoamento dos cadastros de poços e de usuários
tórios, sobretudo na porção semiárida do Estado. de recursos hídricos, no planejamento de expansão de áreas produti-
vas dependentes de recursos hídricos e, como já foi dito anteriormen-
Ademais, como estratégia de ordem geral, o plano enfatiza o fortale- te, no fortalecimento do sistema gestor.
cimento do órgão gestor e dos colegiados como elementos dinamiza-
dores e, ao mesmo tempo, reguladores das ações a serem implantadas.

19
Resumo dos Recursos Todas as fontes acima referidas estão indicadas nos programas descritos
nos capítulos 4 e 5 deste relatório.
Importa o Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado de Sergipe um
aporte de R$ 3,99 bilhões para atender aos programas estratégicos gerais
e aos programas temáticos, que no total incluem mais de 220 ações em
todas as áreas de interesse dos recursos hídricos.

Os recursos a serem alocados aos programas têm origem diversificada,


dada a ampla gama de proposições e temas incluídas no plano.

Como principais provedores de recursos citam-se fundos do Governo Fe-


deral, que podem ser orçamentários ou de programas especiais de apoio
aos estados e municípios, os recursos oriundos do orçamento estadual e
do municipal, além de apoio financeiro do Banco Mundial, do BNDES e
do Banco do Nordeste do Brasil, que disponibilizam linhas especiais de
crédito para a região nordeste.

As mais importantes fontes do Governo Federal são as seguintes:


• Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT);
• Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA);
• Ministério de Integração Nacional (MI);
• Ministério das Cidades (MC);
• Fundação Nacional de Saúde (FUNASA);
• Agência Nacional de Águas (ANA);
• Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar (PRONAF);
• Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e So-
cial (BNDES);
• Banco do Nordeste do Brasil (BNB).
Os recursos do Governo Federal entram em geral como reforço aos estadu-
ais, representados pelos fundos orçados e constantes do Plano Plurianual
(PPA), e de outros, a exemplo do Fundo Estadual de Recursos Hídricos
(FUNERH).

20
Tabela 4.1. - Matriz-resumo dos programas e pubprogramas do PERH

Valor Cronograma de Alocação dos Recursos Participação dos


Matriz Resumo dos Programas e (R$ 1000,00)
Estimado Programas e
Subprogramas do PERH (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025 Subprogramas (%)
Programas Estratégicos Gerais 2.133.309 1.038.603 678.628 416.078 53
Programa: Garantia Hídrica para Múltiplos Usos 23.088 17.048 3.480 2.560 1,080
Subprograma: Incremento da Oferta Hídrica 16.588 13.848 1.680 1.060 71,85
Subprograma: Economia de Água 6.500 3.200 1.800 1.500 28,15
Programa: Gestão Hidroambiental Integrada 2.031.290 966.510 658.890 405.890 95,22
Subprograma de Preservação, Conservação e Recuperação
das Áreas Degradadas e em Processo de Desertificação, das 43.600 24.100 9.800 9.700 2,15
Margens dos Rios, Açudes e Lagoas
Subprograma: Uso Conservacionista da Água e do Solo 1.987.690 942.410 649.090 396.190 97,85
Programa: Revisão e Atualização da Legislação Estadual
1.300 1.300 0 0 0,06
de Recursos Hídricos
Programa: Estudos, Pesquisa e Difusão Tecnológica 25.631 18.115 6.508 1.008 1,20
Subprograma: Desenvolvimento Científico e Inovação
13.024 7.508 4.508 1.008 50,81
Tecnológica para Agricultura Irrigada
Subprograma: Avaliação do Potencial de Explotação e
5.307 5.307 0 0 20,71
Modelo de Gestão de Águas Subterrâneas
Subprograma: Estudos, Pesquisas e Estratégias de Difusão
para Adequação das Práticas de Convivência com o 4.000 3.000 1.000 0 15,61
Semiárido
Subprograma: Difusão de Tecnologias Sustentáveis para o
3.300 2.300 1.000 0 12,88
Uso Racional
Programa: Ensino, Capacitação e Formação 16.910 11.410 3.000 2.500 0,79
Subprograma: Educação, Semiárido e Cidadania 7.600 4.600 1.500 1.500 44,94
Subprograma: Capacitação Profissional para o Semiárido 6.300 3.800 1.500 1.000 37,26
Subprograma: Formação de Agentes Orientadores de Gestão
3.010 3.010 0 0 17,80
de Recursos Hídricos e Meio Ambiente
Programa de Comunicação Social 21.300 15.800 4.000 1.500 1

21
Subprograma: Cidadão do Semiárido 13.500 10.000 3.000 500 0,63
Subprograma: Comunicação Social sobre o SIGERH 7.800 5.800 1.000 1.000 0,37
Programa: Sistema Integrado de Informações 4.070 1.800 1.150 1.120 0,19
Programa: Operação e Manutenção da Infraestrutura
9.720 6.620 1.600 1.500 0,46
Hídrica
Programas Temáticos 1.860.781 769.581 555.600 535.600 46,59
Programa: Água de Beber 1.678.490 661.490 515.000 502.000 90
Subprograma: Elaboração dos Planos Municipais de
3.272 1.272 1.000 1.000 0,19
Saneamento
Subprograma: Coleta, Tratamento e Destinação Final de
22.200 14.200 7.000 1.000 1,32
Resíduos Sólidos
Subprograma: Redução de Perdas de Água para Beber 20.000 20.000 0 0 1,19
Subprograma: Sistema Integrado de Saneamento 1.628.618 621.618 507.000 500.000 97,03
Subprograma: Educação para o Consumo Racional da Água 4.400 4.400 0 0 0,26
Programa: Águas do Desenvolvimento 126.910 60.910 35.500 30.500 7
Subprograma: Apoio a Agricultura Irrigada 117.660 52.660 35.000 30.000 92,71
Subprograma: Desenvolvimento da Agricultura Orgânica 1.100 1.100 0 0 0,87
Subprograma: Desenvolvimento da Aquicultura e Pesca 8.150 7.150 500 500 6,42
Programa: Informágua 55.381 47.181 5.100 3.100 3
Subprograma: Fortalecimento dos Comitês de Bacias e
4.350 1.950 1.500 900 7,85
Demais Instâncias Colegiadas
Subprograma: Monitoramento da Qualidade da Água 19.860 15.560 2.800 1.500 35,86
Subprograma: Monitoramento da Quantitade de Água 8.800 7.700 600 500 15,89
Subprograma: Fiscalização dos Recursos Hídricos 9.756 9.756 0 0 17,62
Subprograma: Cadastro de Obras Hídricas e de Usuários de
12.615 12.215 200 200 22,78
Água
TOTAL GERAL 3.994.090 1.808.184 1.234.228 951.678 100

22
5. Proposição do Programa de ações
Neste capítulo, são apresentados de forma sistemática todos os progra- gramas: “Garantia Hídrica para Múltiplos Usos”; “Gestão Hidroambiental
mas, subprogramas e ações incluídos no plano, com respectiva estimativa Integrada”; “Revisão e Atualização da Legislação Estadual de Recursos
de recursos. Destaca-se que o plano tem dois grandes eixos: os progra- Hídricos”; “Estudos, Pesquisa e Difusão Tecnológica”; “Ensino, Capacita-
mas estratégicos gerais, que representam 53% dos recursos estimados ção e Formação”; “Comunicação Social”; “Sistema Integrado de Informa-
(R$ 2,13 bilhões) e os programas temáticos, que representam 47% dos ções”; e “Operação e Manutenção da Infraestrutura Hídrica”.
recursos, ou seja, R$ 1,83 bilhões.
• Garantia Hídrica para Múltiplos Usos
No capítulo 4 deste relatório, apresenta-se a matriz-resumo dos progra- Este programa planeja garantir a oferta hídrica de duas formas: incre-
mas e subprogramas do PERH (tabela 4.1), que informa sobre os recursos mentando e economizando. No incremento, envolve ações no sentido de
previstos por programa e subprograma componentes do plano. aumentar o volume de armazenamento e transferência hídrica, além de
aperfeiçoar os diversos usos da água. A outra forma engloba ações para
5.1. SÍNTESE DOS PROGRAMAS reciclar, reutilizar e reduzir os usos da água.
• Gestão Hidroambiental Integrada
O Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado de Sergipe teve seus pro-
gramas, subprogramas e ações delineados a partir da análise da situação O programa visa implementar ações conjuntas de preservação, conserva-
atual dos recursos hídricos e das proposições feitas para atender as novas ção e recuperação de áreas degradadas com uso conservacionista da água
demandas ao longo da implementação do plano. Ademais, outras ações e do solo, com o objetivo de promover o uso sustentável e a melhoria das
que constam na Proposta de Sergipe para o Plano Nacional de Infraestru- condições socioambientais.
tura Hídrica (2009) e no Plano Plurianual 2008-2011 (biênio 2010-2011) • Revisão e Atualização da Legislação Estadual de Recursos Hídricos
também foram consideradas.
Tem o objetivo de revisar, readequar e implementar as ações legais sobre
Em seus programas, subprogramas e ações, estão estimados recursos de recursos hídricos.
R$ 3.964.090.000,00 a serem alocados entre 2010 e 2025. Deste mon- • Estudos, Pesquisas e Difusão Tecnológica
tante, 53% serão alocados nos programas estratégicos gerais e 47%, nos
programas temáticos, conforme se apresenta na Matriz-resumo dos pro- Por meio deste programa, pretende-se aliar estudos, pesquisa e difusão
gramas e subprogramas do PERH (capítulo 4). tecnológica com o objetivo de melhorar a eficiência hídrica, lançando
mão de tecnologias, por intermédio de órgãos fomentadores como uni-
Os programas estratégicos gerais têm uma diversificada gama de objeti- versidades, Embrapa e Instituto Tecnológico, além da parceria público-
vos. Inclui desde os aspectos ambientais das bacias em estudo até edu- -privada nesses projetos.
cação, Semiárido e cidadania. Por este motivo, foi dividido em oito pro-
• Ensino, Capacitação e Formação

23
Este programa tem a finalidade de formar e capacitar educadores em te- buir com o fortalecimento e a melhoria da garantia de atendimento às
mas como preservação e conservação dos recursos hídricos e tecnologias populações. Inclui também ações no âmbito de planejamento municipal,
sustentáveis para o Semiárido, entre outros temas associados a recursos focando questões ambientais como o manejo adequado dos resíduos só-
hídricos. Estes educadores têm esses temas em aulas da rede pública. lidos e o saneamento nos municípios, além da redução de perdas e da
educação para o uso racional da água.
• Comunicação Social
• Águas do Desenvolvimento
O programa visa relembrar ações empreendidas pelo Poder Público no
Nordeste nos últimos cem anos, ressaltando as ações de interesse e que Este programa contempla ações voltadas para otimizar processos pro-
possam contribuir positivamente com o PERH-SE. dutivos que têm na água importante suporte. É o caso da irrigação, da
aquicultura e da agricultura orgânica que a cada ano vem ganhando
Nesse sentido, serão destacados assuntos como a convivência com o Se- importância. As ações do Programa visam fundamentalmente, assegurar
miárido e o próprio Sistema de Gestão de Recursos Hídricos de Sergipe. suprimento hídrico à produção como forma de valorizar a apropriação
• Sistema Integrado de Informações de riquezas, promover melhoria nos padrões da saúde da população e
estimular a eficiência econômica dos processos produtivos e da equida-
Neste programa, serão focadas as informações estatísticas de modo sis- de social, garantindo a sustentabilidade dos ecossistemas e dos serviços
tematizado para subsidiar os gestores em suas decisões com destacada ambientais.
transparência nas ações, tornando ainda mais forte o Sistema Estadual
de Informações de Recursos Hídricos.
• Operação e Manutenção de Infraestrutura Hídrica • Programa Informágua

Trata-se de um programa de grande interesse para o gerenciamento de in- Este programa tem importante ação no sentido de fortalecimento insti-
fraestrutura hídrica. Embora o estado de Sergipe não conte com reserva- tucional e político às instâncias colegiadas. Propõe ações no sentido de
tórios de grande porte como outros estados do Nordeste, os reservatórios coletar dados sobre a quantidade, qualidade, cadastro de obras e de usuá-
existentes possuem importante papel, contribuindo para a regularização rios e também fortalecer a fiscalização do uso dos recursos hídricos. Com
de vazões e, por isso, devem ser mantidos operacionalmente em pronta todas essas ações, o Estado e os colegiados ganharão formalmente mais
ordem para atender as orientações do sistema gestor de forma eficaz e poder de controle e orientação dos usuários, visando o uso otimizado dos
sustentável. recursos hídricos na medida em que o plano seja implementado.

Os programas temáticos abordam, sobretudo, a água dentro da ótica do


abastecimento às populações e o planejamento até o nível dos municí- 5.2. MATRIZ DE ABRANGÊNCIA E ALOCAÇÃO DOS
pios, além da importância da água para o desenvolvimento e para a sis- RECURSOS POR BACIA E TERRITÓRIO
tematização de informações como suporte às decisões do sistema gestor.
• “Água de Beber” As ações componentes dos programas e subprogramas definidos para o
PERH estão descritos com seus respectivos valores estimados em reais e
Trata-se de um programa voltado para abrigar ações capazes de contri-

24
apresentados na matriz de abrangência e alocação dos recursos por bacia A estimativa de alocação de recursos, por território, resultou numa dis-
e território (tabela 5.1). tribuição bastante equitativa, cujos valores estão apresentados a seguir:

A identificação da área de abrangência nas bacias e nos territórios pode Recursos Estimados
ser feita conforme a legenda abaixo: Território
R$ 1.000,00 (%)

Código Bacia Grande Aracaju 709.518 17,76


Sul Sergipano 505.143 12,64
JP Rio Japaratuba
Agreste Central Sergipano 537.737 13,46
SE Rio Sergipe
Centro Sul Sergipano 455.714 11,41
PI Rio Piauí
Alto Sertão Sergipano 429.465 10,75
VB Rio Vaza Barris
Baixo São Francisco Sergipano 410.120 10,27
RE Rio Real
Leste Sergipano 505.660 12,66
SF Rio São Francisco
Médio Sertão Sergipano 404.733 11,03
TOTAL 3.994,090 100
Código Território
1 Grande Aracaju Entende-se que só a elaboração de projetos específicos para implementa-
2 Sul Sergipano ção do plano ao longo do tempo poderá definir, com precisão, a alocação
3 Agreste Central Sergipano
dos quantitativos anuais dos recursos nos diversos planos operacionais
4 Centro Sul Sergipano
que o órgão gestor irá preparar em consonância com as perspectivas or-
çamentárias e em função da estrutura que dispuser para a execução das
5 Alto Sertão Sergipano
atividades.
6 Baixo São Francisco Sergipano
7 Leste Sergipano 3 Agreste Central Sergipano
8 Médio Sertão Sergipano 4 Centro Sul Sergipano
5 Alto Sertão Sergipano
Cabe ainda ressaltar que, pela diversidade e abrangência das ações, al- 6 Baixo São Francisco Sergipano
gumas delas demandam a aplicação de quantias mais expressivas de re- 7 Leste Sergipano
cursos – a exemplo daquelas que superam a casa de um milhão de reais. 8 Médio Sertão Sergipano
Tais ações podem requerer uma estrutura operacional específica na sua
implementação. Nesses casos, parte da verba estimada poderá ser alocada Cabe ainda ressaltar que, pela diversidade e abrangência das ações, al-
na manutenção temporária do grupo gestor que será designado para ope- gumas delas demandam a aplicação de quantias mais expressivas de re-
rar a implementação da ação, sempre em caráter temporário, enquanto cursos – a exemplo daquelas que superam a casa de um milhão de reais.
durar a ação planejada pela SEMARH. Tais ações podem requerer uma estrutura operacional específica na sua

25
implementação. Nesses casos, parte da verba estimada poderá ser alocada
na manutenção temporária do grupo gestor que será designado para ope-
rar a implementação da ação, sempre em caráter temporário, enquanto
durar a ação planejada pela SEMARH.

A estimativa de alocação de recursos, por território, resultou numa dis-


tribuição bastante equitativa, cujos valores estão apresentados a seguir:

Recursos Estimados
Território
R$ 1.000,00 (%)

Grande Aracaju 709.518 17,76


Sul Sergipano 505.143 12,64
Agreste Central Sergipano 537.737 13,46
Centro Sul Sergipano 455.714 11,41
Alto Sertão Sergipano 429.465 10,75
Baixo São Francisco Sergipano 410.120 10,27
Leste Sergipano 505.660 12,66
Médio Sertão Sergipano 404.733 11,03
TOTAL 3.994,090 100

Entende-se que só a elaboração de projetos específicos para implementa-


ção do plano ao longo do tempo poderá definir, com precisão, a alocação
dos quantitativos anuais dos recursos nos diversos planos operacionais
que o órgão gestor irá preparar em consonância com as perspectivas or-
çamentárias e em função da estrutura que dispuser para a execução das
atividades.

26
Tabela 5.1. - Matriz de abrangência e alocação dos recursos por bacia e território
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)

Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor

(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)

Programas Estratégicos Gerais 329.486 295.630 319.760 237.435 216.010 203.512 297.211 234.265 2.133.309 1.038.603 678.628 416.078 53
Programa: Garantia Hídrica para
9.838 1.350 5.500 900 4.200 200 900 200 23.088 17.048 3.480 2.560 1,08
Múltiplos Usos
Subprograma: Incremento da Oferta
7.738 200 4.350 200 3.500 200 200 200 16.588 13.848 1.680 1.060 71,85
Hídrica
Ações Previstas
• Elaboração dos Planos de Bacias dos
Rios Japaratuba, Piauí e Sergipe. Verba 1.368 1.368 1.368
• Fortalecimento e integração dos
sistemas de informação de recursos Verba 240 240 120 60 60
hídricos.
• Revisão da legislação de licença de
obras hídricas. Verba 240 240 240
• Desenvolvimento do sistema de alerta
de cheias. Verba 240 240 120 120
• Fortalecimento da fiscalização da
construção de obras hídricas. Verba 750 750 1.500 500 500 500
• Ampliação da infraestrutura de
transferência hídrica (adutoras e Verba 3.300 3.400 3.300 10.000 10.000
canais).
• Monitoramento dos parâmetros de
segurança de obras hídricas. Verba 1.500 1.500 500 500 500
• Implantação de modelo de gestão,
operação e manutenção de sistemas
singelos de abastecimento para
pequenas comunidades rurais.
• Recuperação de sistemas singelos
de abastecimento para pequenas Verba 100 200 200 200 200 200 200 200 1.500 1.000 500
comunidades.
• Implantação de sistemas singelos de
abastecimento de água para pequenas
comunidades rurais.

27
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)

Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor

(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)

Subprograma: Economia de Água 2.100 1.150 1.150 700 700 0 700 0 6.500 3.200 1.800 1.500 28,15
Ações Previstas
• Fortalecimento das iniciativas de reuso
de água existentes em Sergipe. Verba 500 500 500 1.500 500 500 500
• Promoção da avaliação econômica dos
projetos de reuso. Verba 500 500 500 1.500 500 500 500
• Estabelecimento de incentivos fiscais e
financeiros para a reciclagem da água. Verba 200 150 150 500 500
• Financiamento de pesquisas sobre
reuso de água. Verba 700 700 700 2.100 1.100 500 500
• Elaboração de leis e decretos de
regulamentação. Verba 300 300 300
• Realização de cursos sobre economia
de água. Verba 600 600 300 300

Programa: Gestão Hidroambiental


274.640 290.470 304.785 230.590 206.610 200.640 293.535 230.020 2.031.290 966.510 658.890 405.890 95,22
Integrada
Subprograma de Preservação,
Conservação e Recuperação das
Áreas Degradadas e em Processo 1.250 250 13.250 14.200 3.900 250 250 10.250 43.600 24.100 9.800 9.700 2,15
de Desertificação, das Margens dos
Rios, Açudes e Lagoas
Ações Previstas
• Elaboração da política de preservação,
conservação e recuperação das
áreas degradadas e em processo de Verba 350 350 300 1.000 500 300 200
desertificação.
• Realização do diagnóstico e o
mapeamento do grau de degradação
das captações superficiais e Verba 700 700 700 2.100 1.100 500 500
subterrâneas.
• Realização do diagnóstico do nível
de assoreamento nos principais rios e Verba 400 300 300 1.000 1.000
açudes.

28
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)

Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor

(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)

• Realização do desassoreamento dos


rios, açudes e lagoas nas áreas críticas. Verba 10.000 10.000 6.000 26.000 16.000 5.000 5.000
• Recuperação, avaliar e monitorar a
qualidade da água dos principais
corpos hídricos superficiais e Verba 250 250 250 250 250 250 250 250 2.000 1.000 500 500
subterrâneos.
• Revisão da legislação ambiental para
o aproveitamento das áreas úmidas
com base em estudos sócio-técnico- Verba 1.000 1.000 1.000
ambiental e jurídico.
• Preservação de nascentes e municípios
(operação e manutenção). Verba 2.600 2.600 2.600 2.700 10.500 3.500 3.500 3.500

Subprograma: Uso Conservacionista


273.390 290.220 291.535 216.390 202.710 200.390 293.285 219.770 1.987.690 942.410 649.090 396.190 97,85
da Água e do Solo
Ações Previstas
• Construção de barragens de contenção 200 bar-
de sedimentos. 300 400 300 1.000 1.000
ragens
1.000
• Construção de barragens subterrâneas. barra- 2.000 2.000 2.000 2.000 8.000 3.000 3.000 2.000
gens
• Revitalização da mata ciliar. 600 km 300 300 300 300 300 300 300 300 2.400 1.200 600 600
• Ampliação das áreas de 100.000
reflorestamento. 75.000 75.000 75.000 75.000 300.000 100.000 100.000 100.000
ha
• Recuperação de áreas degradadas. 50 ha 150 150 300 200 50 50
• Implantação de terraceamento. 5.000 km 6.000 6.000 6.000 6.000 6.000 30.000 12.000 10.000 8.000
• Implantação de cordões de vegetação
permanente. 8.000 km 8.000 8.000 8.000 8.000 8.000 40.000 20.000 10.000 10.000

• Implantação de quebra-vento. 2.500 km 3.000 3.000 3.000 3.500 12.500 5.500 3.500 3.500
• Construção de cordões de pedras em
contorno. 1.000 km 2.000 2.000 2.000 2.000 2.000 10.000 4.000 3.000 3.000

29
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)

Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor

(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)

• Implantação de áreas de plantio direto. 1000 ha 400 400 400 400 400 2.000 800 600 600
• Divulgação da técnica de escarificação. 200 ha 40 40 40 120 40 40 40
• Implantação de áreas de captação in
situ. 500 ha 300 300 300 300 300 1.500 1.000 500
• Construção de bacia de chuvas e sulcos
barrados. 500 ha 200 200 200 200 200 1.000 500 500
• Implantação de áreas com cobertura
morta. 100 ha 25 25 25 25 100 100
• Implantação de áreas com adubação
orgânica. 100 ha 10 15 10 15 50 50
• Divulgação da técnica de controle das
queimadas. Verba 40 20 40 100 100
• Implantação de áreas usando a técnica
de subsolagem. 200 ha 40 40 40 120 120
• Implantação de áreas demonstrativa
dos efeitos da adubação verde. 500 ha 200 200 200 200 200 1.000 500 500
• Implantação e demonstração em áreas
com aplicação de calcario. 500 ha 1.800 1.900 1.900 5.600 2.800 1.400 1.400

• Construção de cisternas. 628.000 196.250 196.250 196.250 196.250 196.250 196.250 196.250 196.250 1.570.000 788.000 515.000 267.000
1.000
• Implantação de áreas de quintais quintais
produtivos. 140 150 150 150 140 140 130 1.000 1.000
de 0,2 a
1ha
• Implantação de áreas de demonstração 18 áreas
de sistemas agroflorestais. 150 150 150 150 150 150 900 500 400
de 10 ha

30
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)

Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor

(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)

Programa: Revisão e Atualização


da Legislação Estadual de Recursos 1.300 0 0 0 0 0 0 0 1.300 1.300 0 0 0,06
Hídricos
Ações Previstas
• Criação e funcionamento de um Grupo
de Trabalho interinstitucional de revisão Verba 500 500 500
da Lei Estadual nº 3.870.
• Encaminhamento do Projeto de Lei à
Assembleia Legislativa. Verba 100 100 100
• Aprovação da Lei pela Assembleia
Legislativa. Verba 200 200 200
• Criação de Grupo de Trabalho para
elaboração das Minutas de Decretos de Verba 500 500 500
regulamentação da nova Lei.
Programa: Estudos, Pesquisa e Difu-
5.988 2.815 4.245 3.220 3.255 1.797 1.841 2.470 25.631 18.115 6.508 1.008 1,20
são Tecnológica
Subprograma: Desenvolvimento
Científico e Inovação Tecnológica 24 2.765 2.775 1.775 1.785 1.450 1.450 1.000 13.024 7.508 4.508 1.008 50,81
para Agricultura Irrigada
Ações Previstas
• Realização de experimentos para
a determinação das necessidades Verba 80 80 90 90 80 80 500 500
hídricas das culturas.
• Realização de projetos de pesquisa e
inovação tecnológica para o manejo
racional da irrigação nos projetos Verba 160 170 160 170 170 170 1.000 500 500
Jabiberi, Porção da Ribeira, Piauí,
Jacarecica I e II, California e Curituba.

31
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)

Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor

(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)

1.000
• Adaptação de tecnologias para a
agricultura irrigada de base familiar. conjun- 1.400 1.400 1.400 1.400 1.200 1.200 8.000 5.000 3.000
tos
• Implantação de um Sistema de
Gerenciamento de Alocação Negociada Verba 1.000 1.000 1.000 3.000 1.000 1.000 1.000
de Água.
• Estudo para ampliação da rede de
Plataforma de Coleta de Dados
do Sistema de Informações Verba 24 24 8 8 8
Meteorológicas.
• Realização de ensaios e testes para 5 en-
avaliação de sistemas e equipamentos 125 125 125 125 500 500
de irrigação no campo e em laboratório. saios
Subprograma: Avaliação do Po-
tencial de Explotação e Modelo de 4.519 50 0 0 0 347 391 0 5.307 5.307 0 0 20,71
Gestão de Águas Subterrâneas
Ações Previstas
• Levantamento de estudos anteriores e
sistematização dos dados coletados. Verba 20 20 20
• Desenvolvimento de estudos
hidrogeológicos para cada grande Verba 50 50 50 150 150
sistema aquífero.
• Realização de estudos sobre o potencial
instalado e demanda. Verba 70 60 54 184 184
• Elaboração de proposta preliminar de
modelo de gerenciamento das águas Verba 27 27 28 82 82
subterrâneas.
• Implantação dos projetos piloto de
monitoramento e gestão das águas Verba 200 190 184 574 574
subterrâneas.
• Avaliação dos projetos piloto e
do projeto detalhado da rede de Verba 20 20 20 60 60
monitoramento.

32
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)

Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor

(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)

• Implantação da rede de
monitoramento em todo o território e o
controle das ações de poluição química Verba 50 50 55 155 155
e biológica dos aquíferos.
• Avaliação do modelo de gestão das
águas subterrâneas contemplando sua Verba 82 82 82
integração com as águas superficiais.
• Implantação do arcabouço legal e
institucional para o gerenciamento das Verba 1.000 1.000 1.000
águas subterrâneas no Estado.
• Elaboração de Estudo das
Potencialidades dos aquíferos Marituba Verba 3.000 3.000 3.000
e Cotinguiba.
Subprograma: Estudos, Pesquisas e
Estratégias de Difusão para Adequa-
400 0 900 900 900 0 0 900 4.000 3.000 1.000 0 15,61
ção das Práticas de Convivência com
o Semiárido
Ações Previstas
• Iniciação de experimentos e estudos
com o objetivo de aperfeiçoar as
técnicas empregadas e caracterizar o Verba 400 400 400 400 400 2.000 2.000
seu impacto socioambiental.
• Implantação de áreas demonstrativas
do processo de manejo de conservação 200 ha 500 500 500 500 2.000 1.000 1.000
de solo e água.
Subprograma: Difusão de Tecno-
logias Sustentáveis para o Uso 1.045 0 570 545 570 0 0 570 3.300 2.300 1.000 0 12,88
Racional
Ações Previstas
• Sistematização dos estudos existentes
e realização de novos estudos sobre o Verba 20 20 20 20 20 100 100
impacto da pequena açudagem.
• Capacitação dos usuários a partir das
microbacias hidrográficas. Verba 25 25 25 25 100 100

33
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)

Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor

(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)

• Capacitação de agentes como


multiplicadores das tecnologias para o
uso sustentável dos recursos hídricos Verba 25 25 25 25 100 100
no meio rural.
• Realização de estudos sobre as
experiências exitosas de difusão de
tecnologias e uso racional dos recursos Verba 500 500 500 500 2.000 1.000 1.000
hídricos no Semiárido.
• Desenvolvimento e implantação de
um banco de dados e um "Portal da Verba 1.000 1.000 1.000
Convivência no Semiárido".
Programa: Ensino, Capacitação e
6.930 935 4.350 1.035 1.075 815 815 955 16.910 11.410 3.000 2.500 0,79
Formação
Subprograma: Educação, Semiárido
4.300 0 2.900 100 150 0 0 150 7.600 4.600 1.500 1.500 44,94
e Cidadania
Ações Previstas
• Identificação dos conteúdos essenciais,
por área de conhecimento, a serem
distribuídos no currículo escolar da Verba 200 200 200
educação básica.
• Utilização das mídias contemporâneas
para divulgação e publicação de
produções científicas referentes ao Verba 500 500 500
tema Semiárido.
• Elaboração e impressão de material
didático contemplando o Semiárido. Verba 500 500 500
• Capacitação dos professores da
Educação Básica e outros docentes. Verba 50 50 50 50 200 200
• Ampliação de experiências já
consolidadas tais como o Curso Saberes Verba 100 100 100 100 100 500 500
da Terra e Educação Proeja/Campo.

34
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)

Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor

(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)

• Reforço do conteúdo de educação


ambiental ofertado nas escolas e Verba 250 250 500 500
universidades.
• Implantação de cursos de graduação,
especialização e mestrado em Verba 2.500 2.500 5.000 2.000 1.500 1.500
educação ambiental.
• Elaboração de projetos político-
pedagógico de modo a contemplar as
dimensões históricas, socioespacial, Verba 200 200 200
política, econômica e natural do
Semiárido.
Subprograma: Capacitação Profis-
1.425 625 1.125 625 625 625 625 625 6.300 3.800 1.500 1.000 37,26
sional para o Semiárido
Ações Previstas
• Elaboração de uma proposta conjunta
de qualificação profissional. Verba 300 300 300
• Revitalização e criação de novas escolas
agrotécnicas. Verba 625 625 625 625 625 625 625 625 5.000 2.500 1.500 1.000
• Criação e implantação de curso
profissionalizante em agroecologia. Verba 500 500 1.000 1.000

Subprograma: Formação de Agentes


Orientadores de Gestão de Recursos 1.205 310 325 310 300 190 190 180 3.010 3.010 0 0 17,80
Hídricos e Meio Ambiente
Ações Previstas
• Elaboração e produção de material
técnico-pedagógico para o Programa
de Formação de Orientadores nas ações Verba 1.000 1.000 1.000
de gestão dos recursos hídricos e meio
ambiente.
• Elaboração de Programa de Formação
de Orientadores nas ações de gestão
dos recursos hídricos e do meio Verba 15 15 30 30
ambiente.

35
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)

Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor

(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)

• Realização de capacitação para


orientadores nas ações de gestão dos Verba 120 120 120 120 480 480
recursos hídricos e meio ambiente.
• Fortalecimento das Ações dos Coletivos
Educadores nas bacias hidrográficas do Verba 190 190 190 190 180 190 190 180 1.500 1.500
estado de Sergipe.
Programa de Comunicação Social 20.550 0 250 250 250 0 0 0 21.300 15.800 4.000 1.500 1
Subprograma: Cidadão do Semiá-
12.750 0 250 250 250 0 0 0 13.500 10.000 3.000 500 0,63
rido
Ações Previstas
• Contratação de agência de publicidade
para criação e produção de material de Verba 2.000 2.000 2.000
divulgação.
• Elaboração de um plano que
desenvolva um programa de Verba 2.000 2.000 2.000
comunicação de massa.
• Produção do Material de Divulgação. Verba 4.000 4.000 3.000 1.000
• Promoção de campanhas de incentvo
para usuários que utilizem a água Verba 1.500 1.500 1.000 500
racionalmente.
• Realização de oficinas formativas
com profissionais dos veículos de Verba 250 250 250 250 1.000 500 500
comunicação.
• Divulgação e registro de
práticas exemplares por meio de Verba 3.000 3.000 1.500 1.000 500
documentários.
Subprograma: Comunicação Social
7.800 0 0 0 0 0 0 0 7.800 5.800 1.000 1.000 0,37
sobre o SIGERH
Ações Previstas
• Constituir Núcleo de Comunicação
permanente. Verba 3.300 3.300 1.300 1.000 1.000
• Realização de pesquisa entre as
entidades e os órgãos do sistema. Verba 500 500 500

36
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)

Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor

(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)

• Estabelecimento de ferramentas de
comunicação interna entre as entidades Verba 1.000 1.000 1.000
e os órgãos do sistema.
• Realização de pesquisa quali-
quantitativa junto à sociedade sobre
o grau de conhecimento a respeito do Verba 500 500 500
SIGERH
• Confecção, produção e divulgação
de material didático em linguagem
acessível à população sobre o SIGERH e Verba 1.000 1.000 1.000
os instrumentos de gestão
• Realização da campanha “Quem é
quem?” nos veículos de comunicação. Verba 1.000 1.000 1.000
• Realização de oficinas com membros
dos comitês. Verba 500 500 500

Programa: Sistema Integrado de


4.070 0 0 0 0 0 0 0 4.070 1.800 1.150 1.120 0,19
Informações
Ações Previstas
• Elaboração de diagnóstico e definição
dos objetivos da gestão de recursos Verba 500 500 500
hídricos.
• Definição da arquitetura do sistema
considerando as múltiplas instituições
e tipos de informações a serem Verba 1.290 1.290 530 380 380
consideradas.
• Desenvolvimento do sistema de
informações e disseminação de Verba 240 240 90 90 60
informação.
• Atualização, manutenção e ampliação
do Sistema Integrado de Informações. Verba 240 240 80 80 80
• Criação de uma entidade para
disponibilização dos resultados do
levantamento, em formato digital, para Verba 300 300 100 100 100
os usuários.
• Fortalecimento do Sistema Estadual de
Informações sobre Recursos Hídricos. Verba 1.500 1.500 500 500 500

37
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)

Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor

(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)

Programa: Operação e Manutenção


6.170 60 630 1.440 620 60 120 620 9.720 6.620 1.600 1.500 0,46
da Infraestrutura Hídrica
Ações Previstas
• Elaboração de Estudos Básicos e
Concepção do Sistema de Informações. Verba 1.500 1.500 500 500 500

• Coleta, Análise e Integração de Dados. Verba 70 60 70 60 60 60 60 60 500 500


• Desenvolvimento do Sistema de
Informações. Verba 1.100 1.100 500 300 300
• Análise e Diagnóstico do Sistema de
Água Bruta. Verba 1.000 1.000 1.000
• Identificação e Classificação das
Anomalias. Verba 500 500 500
• Plano de Recuperação das Obras
Hidráulicas do SAB. Verba 500 500 500
• Elaboração do Plano de Operação e
Manutenção. 1.500 km 1.000 1.000 1.000
• Implantação de Poligonais em Áreas de
Preservação Permanente. Verba 500 500 500 500 500 2.500 1.000 800 700
• Execução de batimetria nos
reservatórios das barragens dos Verba 70 70 70
perímetros irrigados Piauí e Jabiberi.
• Substituição ou implantação de stop-
log e descarga de fundo nas barragens
dos reservatórios dos perímetros Verba 700 700 700
irrigados Piauí e Jabiberi.
• Elaboração de diagnóstico para
recuperação de sistema singelo
de abastecimento de pequenas Verba 60 60 60 60 60 300 300
comunidades rurais.
• Elaboração do diagnóstico da situação
atual das barragens dos perímetros Verba 50 50 50
irrigados Piauí e Jabiberi.

38
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)

Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor

(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)

Programas Temáticos 380.032 209.513 217.977 218.279 213.455 206.608 208.449 206.468 1.860.781 769.581 555.600 535.600 46,59
Programa: Água de Beber 246.564 207.188 204.524 204.150 203.980 203.958 204.158 203.968 1.678.490 661.490 515.000 502.000 90
Subprograma: Elaboração dos Pla-
3.056 30 66 20 30 20 20 30 3.272 1.272 1.000 1.000 0,19
nos Municipais de Saneamento
Ações Previstas
• Elaboração de projeto de sistema
sanitário de pequenas comunidades Verba 20 30 30 20 30 20 20 30 200 200
rurais.
• Preservação de mananciais na Bacia do
Rio Sergipe. Verba 36 36 72 72
• Fortalecimento da estrutura estadual
para dar suporte à implementação,
acompanhamento e supervisão do Verba 3.000 3.000 1.000 1.000 1.000
programa.
Subprograma: Coleta, Tratamento
e Destinação Final de Resíduos 20.040 408 408 380 200 188 388 188 22.200 14.200 7.000 1.000 1,32
Sólidos
Ações Previstas
• Promoção à formação e a
implementação dos consórcios
intermunicipais de aterros sanitários e Verba 50 50 50
capacitação das equipes técnicas dos
consórcios.
• Elaboração e implementação de
projetos executivos de aterros Verba 2.000 2.000 2.000
sanitários.
• Promover novas práticas de gestão dos
aterros sanitários. Verba 1.500 1.500 500 500 500
• Ampliar a coleta dos resíduos sólidos à
população rural. Verba 180 200 200 180 200 180 180 180 1.500 500 500 500
• Promover a coleta seletiva e a criação
de polos de reciclagem. Verba 200 200 200 200 200 1.000 1.000

39
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)

Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor

(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)

• Construir aterros sanitários. Verba 16.000 16.000 10.000 6.000


• Apoiar a gestão integrada dos resíduos
sólidos nos municípios. Verba 100 100 100
• Apoiar municípios na criação de
consórcios intermunicipais para gestão Verba 10 8 8 8 8 8 50 50
de resíduos sólidos.
Subprograma: Redução de Perdas
2.500 2.500 2.500 2.500 2.500 2.500 2.500 2.500 20.000 20.000 0 0 1,19
de Água para Beber
Ações Previstas
• Identificação e fiscalização dos pontos
de vazamento de água e de ligações Verba 2.500 2.500 2.500 2.500 2.500 2.500 2.500 2.500 20.000 20.000
clandestinas.
• Extinção de ligações clandestinas. 20%
• Ampliação do uso de hidrômetros. 20%
• Redução das perdas no sistema de
tratamento. 5%
• Redução das perdas no sistema de
distribuição. 20%

• Redução das perdas por desperdício. 10%


Subprograma: Sistema Integrado de
216.868 204.250 201.250 201.250 201.250 201.250 201.250 201.250 1.628.618 621.618 507.000 500.000 97,03
Saneamento
Ações Previstas
• Elaboração da proposta de lei para o
Sistema Integrado de Saneamento. Verba 500 500 500
• Criação do Fundo Estadual de
Saneamento. Verba 500 500 500
• Implantação do Sistema Integrado de
Saneamento com ênfase na zona rural. Verba 1.250 1.250 1.250 1.250 1.250 1.250 1.250 1.250 10.000 5.000 5.000
• Elaboração e acompanhamento dos
Planos Municipais de Saneamento. Verba 1.000 1.000 1.000
• Implementação de um Programa de
Vigilância da Qualidade da Água. Verba 2.500 2.500 2.500

40
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)

Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor

(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)

• Ampliação do sistema integrado


de abastecimento de água de Verba 3.000 3.000 3.000
Itabaianinha.
• Elaboração de um plano para
ampliação do sistema de
abastecimento de água em todo o Verba 4.280 4.280 2.280 2.000
Estado.
• Elaboração de projeto executivo
e implantação de sistemas de
esgotamento sanitário em todo o Verba 200.000 200.000 200.000 200.000 200.000 200.000 200.000 200.000 1.600.000 600.000 500.000 500.000
estado
• Implantação do sistema de
esgotamento sanitário. Verba
• Ampliação e melhorias dos sistema de
esgotos sanitários. Verba
• Implantação de sistemas sanitários em
pequenas comunidades rurais. Verba
• Implantação de modelo de gestão
de sistemas de abastecimento para Verba 596 596 596
comunidades rurais.
• Elaboração de estudos para a
melhoria dos sistemas operacionais de Verba 242 242 242
abastecimento de água.
• Construção e melhorias de sistemas
de esgotamento sanitário em áreas de Verba 6.000 6.000 6.000
influência do Rio Poxim.
Subprograma: Educação para o
4.100 0 300 0 0 0 0 0 4.400 4.400 0 0 0,26
Consumo Racional da Água
Ações Previstas
• Criação e aperfeiçoamento de
metodologias participativas de gestão
comunitária da qualidade da água para Verba 300 300 300
consumo humano.
• Ações formativas para motivação
de reflexões sobre o uso adequado
da água para beber, com o objetivo Verba 150 150 300 300
de reduzir as doenças de veiculação
hídrica.

41
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)

Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor

(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)

• Intercâmbio e disseminação de
experiências de gestão do uso da água Verba 150 150 300 300
para beber.
• Capacitação nos processos de gestão e
diretrizes para instalação e operação de
matadouros, destinação correta do lixo Verba 500 500 500
e saneamento básico.
• Apoio às ações de educação ambiental. Verba 3.000 3.000 3.000
Programa: Águas do Desenvolvi-
99.070 200 8.736 10.529 7.350 525 125 375 126.910 60.910 35.500 30.500 7
mento
Subprograma: Apoio a Agricultura
91.395 0 8.361 10.154 7.350 400 0 0 117.660 52.660 35.000 30.000 92,71
Irrigada
Ações Previstas
• Estabelecimento do cenário atual da
agricultura irrigada. Verba 500 500 500
• Implementação de um plano de
recuperação dos perímetros de Verba 750 750 750 2.250 2.250
irrigação.
• Gestão eficiente. Verba 500 500 500
• Ampliação da área irrigada. 8.000 ha 80.000 80.000 20.000 30.000 30.000
• Elaboração de estudos e planos de
negócio para agricultura irrigada. Verba 2.000 2.000 2.000
• Implementação de um programa de
assistência técnica especializada e Verba 2.500 2.500 2.500 2.500 10.000 5.000 5.000
permanente para os pólos de irrigação.
• Elaboração de plano para o controle da
irrigação. Verba 500 500 500
• Identificação de linhas de crédito mais
acessíveis. Verba 300 300 300
• Desenvolvimento e difusão de
tecnologias para a agricultura irrigada. Verba 125 125 125 125 500 500
• Implantação de bancos de capacitores
e partidas compensadas do perímetro Verba 400 400 400
irrigado de Neópolis.
• Reabilitação e modernização do
perímetro irrigado Califórnia. Verba 4.700 4.700 4.700
• Reabilitação e modernização do
perímetro irrigado Piauí. Verba 5.904 5.904 5.904

42
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)

Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor

(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)

• Reabilitação e modernização do
perímetro irrigado Jacarecica II. Verba 4.986 4.986 4.986
• Elaboração de cadastro agro-sócio-
econômico dos usuários dos perímetros Verba 25 25 50 50
irrigados Califórnia e Piauí.
• Elaboração do diagnóstico e plano de
recuperação ambiental dos perímetros Verba 850 850 850
irrigados Piauí e Jabiberi.
• Apoio a agricultura na transição para
agricultura agroecológica. Verba 167 167 167
• Capacitação na gestão de recursos
naturais para agricultores familiares. Verba 34 34 34
• Difusão de sistemas de irrigação
familiar. Verba 19 19 19
• Desenvolvimento de um sistema para
análise de alocação de água para 4.000 4.000 4.000
Irrigação.
Subprograma: Desenvolvimento da
1.100 0 0 0 0 0 0 0 1.100 1.100 0 0 0,87
Agricultura Orgânica
Ações Previstas
• Promoção e fomento à produção e à
comercialização de produtos orgânicos. Verba 300 300 300
• Promoção de ações para o
desenvolvimento e a capacitação
organizacional e tecnológica dos Verba 500 500 500
produtores e técnicos envolvidos.
• Melhoria e adequação do marco
regulatório. Verba 300 300 300

Subprograma: Desenvolvimento da
6.575 200 375 375 0 125 125 375 8.150 7.150 500 500 6,42
Aquicultura e Pesca
Ações Previstas
• Fortalecimento e implantação de
parques e polos aquícolas. Verba 125 125 125 125 500 500
• Avaliação da capacidade de suporte
dos principais reservatórios. Verba 75 75 75 75 300 300
• Elaboração de planos de manejo
dos espelhos d’água dos principais Verba 225 225 225 225 900 900
reservatórios.
• Estruturação de equipes permanentes
de fiscalização nos açudes. Verba 75 75 75 75 300 300

43
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)

Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor

(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)

• Criação de um sistema de informações


confiável com banco de dados sobre Verba 2.000 2.000 1.000 500 500
aquicultura e pesca.
• Criação de um mercado atacadista de
pescado de acordo com as normas da Verba 2.000 2.000 2.000
Anvisa.
• Definição de competências e
desburocratização dos processos de Verba 500 500 500
licenciamento ambiental.
• Elaboração de estudos e planos de
negócio para aquicultura e pesca. Verba 1.000 1.000 1.000
• Criação de mecanismos que facilitem
o acesso ao crédito para a aquicultura Verba 500 500 500
(Fundo de Aval).
• Elaboração do Diagnóstico Ambiental
dos Impactos da Carcinicultura nos Verba 75 75 150 150
Estuários do Litoral sul de Sergipe.
Programa: Informágua 34.398 2.125 4.717 3.600 2.125 2.125 4.166 2.125 55.381 47.181 5.100 3.100 3
Subprograma: Fortalecimento dos
Comitês de Bacias e Demais Instân- 4.350 0 0 0 0 0 0 0 4.350 1.950 1.500 900 7,85
cias Colegiadas
Ações Previstas
• Ampliação e participação dos Comitês
de Bacia. Verba 900 900 300 300 300
• Incentivo ao processo de planejamento
permanente para definir e, quando
necessário, redefinir, pauta estratégica Verba 900 900 300 300 300
para os Comitês de Bacia.
• Elaboração e implementação de um
plano de capacitação permanente e
adequado às especificidades de cada Verba 900 900 300 300 300
colegiado e bacia hidrográfica.
• Fortalecimento, revisão e atualização
da legislação de recursos hídricos
do Estado e ampliação dos poderes Verba 150 150 150
atribuido aos Comitês de Bacia.
• Promoção à articulação e à integração
institucional interna no SIGERH e nas
demais políticas públicas, em especial Verba 900 900 600 300
na gestão ambiental.

44
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)

Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor

(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)

• Criação e fortalecimento das Comissões


Gestoras dos sistemas hídricos. Verba 600 600 300 300

Subprograma: Monitoramento da
9.785 800 2.425 2.275 800 800 2.175 800 19.860 15.560 2.800 1.500 35,86
Qualidade da Água
Ações Previstas
• Realização de diagnóstico sobre a
infraestrutura laboratorial existente e Verba 300 300 300
demandada.
• Reestruturação e modernização dos
laboratórios públicos e vinculados. Verba 750 750 750 750 3.000 1.500 1.000 500
• Implantação de novos laboratórios de
análises de água para múltiplos usos. Verba 375 375 375 375 1.500 1.500
• Criação de uma Rede de Laboratórios
do estado de Sergipe. Credenciar e
certificar laboratórios que tenham Verba 250 250 250 250 1.000 1.000
credibilidade.
• Implantação de sistema que garanta a
qualidade dos resultados obtidos nos Verba 600 600 300 300
laboratórios que fazem parte da rede.
• Criação e operacionalização do sistema
integrado de informações da qualidade Verba 1.500 1.500 500 500 500
da água.
• Criação de Rede Integrada de
Monitoramento da Qualidade da Água Verba 1.500 1.500 500 500 500
e disponibilização das informações.
• Criação de uma Rede de Pesquisa em
Limnologia e Qualidade da Água para
ordenar, direcionar e consolidar a
produção de conhecimentos voltados Verba 600 600 600
para o gerenciamento da qualidade da
água no Estado.
• Realização do diagnóstico
hidroambiental dos corpos hídricos
estratégicos. (Estudos sobre os fatores Verba 1.000 1.000 500 500
condicionantes da qualidade da água)
• Implementação de um sistema de
monitoramento dos rios urbanos,
lagoas e várzeas sujeitas ao Verba 900 900 900
desaparecimento. (Organizar um banco
de dados sobre o assunto).

45
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)

Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor

(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)

• Promoção de cursos e treinamentos


direcionados ao monitoramento da Verba 150 150 300 300
qualidade da água.
• Promoção de campanha educativa
através da mídia. Verba 660 660 660
• Elaboração do diagnóstico da rede
hidrometeorológica e de qualidade das Verba 300 300 300
águas.
• Implantação, operação e manutenção
da rede hidrometeorológica e de Verba 900 800 900 900 800 800 800 800 6.700 6.700
qualidade das águas.
Subprograma: Monitoramento da
7.167 0 967 0 0 0 666 0 8.800 7.700 600 500 15,89
Quantitade de Água
Ações Previstas
• Elaboração de projeto de uma rede
de monitoramento quantitativo dos Verba 2.100 2.100 2.100
principais corpos hídricos.
• Definição de procedimentos
operacionais padrão (processamento Verba 1.100 1.100 500 300 300
dos dados e a elaboração de relatórios).
• Capacitação das equipes de campo
com aparelhamento necessário. Verba 1.000 1.000 1.000
• Capacitação de equipes para o
monitoramento dos corpos hídricos. Verba 300 300 600 600
• Implementação do calendário da rede
de monitoramento dos corpos hídricos. Verba 100 100 100
• Divulgação das informações produzidas
pela rede de monitoramento dos Verba 300 300 200 100
corpos hídricos.
• Integração com a rede da ANA,CPRM,
DNOCS e prefeituras. Verba 600 600 200 200 200
• Operação e manutenção da rede de
monitoramento. Verba 1.000 1.000 1.000
• Monitoramento dos aquíferos Marituba
e Cotinguiba. Verba 667 667 666 2.000 2.000

Subprograma: Fiscalização dos


8.006 250 250 250 250 250 250 250 9.756 9.756 0 0 17,62
Recursos Hídricos
Ações Previstas

46
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)

Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor

(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)

• Formalização e integração entre os


órgãos federais, estaduais e municipais Verba 600 600 600
para fins de fiscalização hidroambiental.
• Estruturação e/ou fortalecimento
de órgãos de fiscalização em cada Verba 250 250 250 250 250 250 250 250 2.000 2.000
município.
• Promoção e reestruturação dos órgãos
de fiscalização e monitoramento dos Verba 1.500 1.500 1.500
recursos hídricos.
• Promoção de cursos e treinamentos
direcionados à fiscalização e Verba 600 600 600
monitoramento hidroambiental.
• Apoio às atividades de fiscalização dos
recursos hídricos. Verba 4.500 4.500 4.500

• Fiscalização do uso de recursos hídricos. 556 556 556


Subprograma: Cadastro de Obras
5.090 1.075 1.075 1.075 1.075 1.075 1.075 1.075 12.615 12.215 200 200 22,78
Hídricas e de Usuários de Água

Ações Previstas Ver-


ba
• Realização e complementação do
cadastro de usuários nas bacias Verba 1.075 1.075 1.075 1.075 1.075 1.075 1.075 1.075 8.600 8.600
hidrográficas de Sergipe.
• Verificação, consistência e
compatibilização dos dados. Verba 1.200 1.200 1.200
• Disponibilização dos dados em sistema
de informação integrado. Verba 600 600 200 200 200
• Definição da sistemática de atualização
cadastral. Verba 200 200 200
• Realização de campanhas de
regularização de usos a partir dos Verba 600 600 600
cadastros dos usuários.
• Realização e integração das
informações dos cadastros de Verba 300 300 300
barragens.
• Realização e integração de informações
do cadastro de poços. Verba 715 715 715
• Autorização de Direito de Uso de
Recursos Hídricos. Verba 400 400 400

TOTAL GERAL 709.518 505.143 537.737 455.714 429.465 410.120 505.660 440.733 3.994.090 1.808.184 1.234.228 951.678

47
48
6. Diretrizes para implantação da
cobrança pelo uso da água
O Brasil é um país de dimensões continentais, dotado de grande reserva e a divulgação ao usuário de seu real valor, o incentivo à racionalização do
hídrica, ocupando posição privilegiada em relação à disponibilidade de uso da água e a obtenção de recursos financeiros para subsidiar os progra-
água doce no mundo. No entanto, para que esse recurso ambiental não ve- mas e intervenções contemplados nos planos de recursos hídricos.
nha a faltar, é preciso encontrar formas de garantir sua sustentabilidade,
adotando-se medidas eficazes para suas preservação e proteção. Entre os A fixação dos valores a serem cobrados pelo uso dos recursos hídricos deve
mais modernos instrumentos de gerenciamento dos recursos hídricos na observar, nas derivações, captações e extrações de água, o volume retirado
atualidade, encontra-se a cobrança pelo uso da água. Experiências nesse e seu regime de variação, e, nos lançamentos de esgotos e demais resíduos
sentido vêm sendo desenvolvidas em países como os Estados Unidos, Ale- líquidos ou gasosos, o volume lançado e seu regime de variação e as carac-
manha, Holanda e França, e também em alguns estados brasileiros. terísticas físico-químicas, biológicas e de toxidade do afluente.

Partindo da assertiva de que a cobrança pelo uso da água constitui-se num Além disso, os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos
instrumento eficaz para a racionalização desse uso, no Plano Estadual de hídricos deverão ser aplicados, prioritariamente, na bacia hidrográfica em
Recursos Hídricos do Estado de Sergipe propõe considerar as principais que foram gerados, devendo ser utilizados no financiamento de estudos,
experiências realizadas no território e os resultados obtidos, focalizando programas, projetos e obras incluídos nos planos de recursos hídricos e
os diversos aspectos (histórico, legal, social e econômico da cobrança), de no pagamento de despesas de implantação e custeio administrativo dos
modo a sugerir alguns caminhos para o equacionamento do problema da órgãos e entidades integrantes do Sistema Estadual de Gerenciamento de
aplicabilidade do instrumento no Estado. Recursos Hídricos, limitado este último a 7,5% do valor total arrecadado.

Cabe destacar os seguintes objetivos da cobrança: reconhecimento da água


como bem público dotado de expressão econômica; racionalização de seu
uso e aporte de recursos para o financiamento de atividades contempladas
nos planos de recursos hídricos; processo de implementação do instrumen-
to; previsão legal; regulamentação; estabelecimento dos valores; formas de
cálculo; aprovação dos conselhos de recursos hídricos e criação de agências
de água.

Segundo a legislação nacional e estadual, a cobrança pelo uso dos recursos


hídricos tem por escopo o reconhecimento da água como bem econômico

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50
7. Proposição de diretrizes para consolidação
da outorga de direito de uso dos Recursos
Hídricos
A outorga de direitos de uso de recursos hídricos visa assegurar o contro- de dezembro de 1999, que regulamenta a outorga de direito de uso de
le quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos recursos hídricos de domínio do estado, de que trata a lei nº 3.870, de 25
direitos de acesso à água. de setembro de 1997, são estabelecidas as condições de uso dos recursos
hídricos de domínio do estado sob as quais devem ser emitidas outorgas
Estão sujeitos à outorga pelo poder público estadual os usos de recursos e definidos aqueles que independem de outorga, os critérios e procedi-
hídricos a seguir elencados: mentos à sua concessão, suspensão e extinção. Por fim, também é tratada
i. derivação ou captação de parcela de água existente em um corpo a questão da possível delegação da outorga para as agências de água e
de água, para consumo final, inclusive abastecimento público, definidas as infrações e penalidades pelo uso desconforme.
ou insumo de processo produtivo;
ii. extração de água de aquífero subterrâneo, para consumo final ou 7.1. CATEGORIAS
insumo de processo produtivo;
iii. lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos lí- 7.1.1. Outorga prévia
quidos ou gasosos, tratados ou não, com o fim de sua diluição,
transporte ou deposição final; A outorga prévia tem como finalidade exclusiva declarar a existência de
iv. aproveitamento dos potenciais hidrelétricos; disponibilidade hídrica para o uso requerido, ou seja, visa garantir a exis-
v. outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade tência de volume outorgável quando comparado ao volume outorgado,
de água existente em um corpo de água. possibilitando ao investidor efetuar o planejamento, projeto e implanta-
ção daqueles empreendimentos que demandem a utilização de água. A
Demais disso, não precisam de outorga os usos referentes à satisfação das outorga prévia não confere direito de uso ao seu titular.
necessidades de pequenos núcleos populacionais distribuídos nos meios
rurais, às derivações, captações e lançamentos considerados insignifican- A outorga prévia deverá ser emitida por prazo suficiente para obtenção
tes, assim como às acumulações de volumes de água também considera- da licença ambiental, elaboração de projeto, execução das obras, não
das pouco relevantes. excedendo a cinco anos e determinado de acordo com as análise técnica
da SRH, observadas as normas, critérios e prioridades vigentes na época
Em conformidade com a legislação estadual, decreto nº 18.456, de 03 do requerimento.

51
7.1.2. Outorga de direito de uso mento público ou insumo de processo produtivo;
IV. lançamento em corpo hídrico de esgotos e demais resíduos
A outorga de direito de uso é um instrumento pelo qual o usuário recebe líquidos ou gasosos, tratados ou não, com o fim de sua di-
uma autorização do poder público para utilizar privativamente os recur- luição, transporte ou deposição final;
sos hídricos.
V. o uso para fins de aproveitamento de potenciais hidroelé-
trico.
7.1.3. Outorga de obra
De acordo com a lei supracitada e observando os critérios dispostos na Re-
A outorga de obra é um documento expedido ao interessado em construir solução nº 01 de 19 de abril de 2001, estão dispensados de outorga:
obras ou serviços de oferta hídrica que possam interferir no regime hí-
I. os usuários que utilizem os recursos hídricos para satisfação
drico de um determinado manancial superficial ou subterrâneo, tanto na
das necessidades de pequenos núcleos populacionais distri-
qualidade como na quantidade.
buídos no meio rural inferiores ou iguais a 80 casas ou 400
habitantes;
7.1.4. Onde solicitar a outorga II. captações a fio d’água com vazões inferiores a 2.500 l/h, ou
A outorga de direito de uso dos recursos hídricos deverá ser solicitada para cerca de 0,7 l/s;
a Secretaria de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH), por in- III. perfurações de poços rasos, com profundidade a 20 m e
termédio da Superintendência de Recursos Hídricos (SRH). com vazão de até 2.500 L/h e, ainda, poços com caráter ex
clusivo de pesquisa, exceto em aquíferos sedimentares con-
7.1.5. Usos sujeitos à outorga siderados estratégicos ou diretamente alimentados por rios
perenes;
Estão sujeitos à outorga pelo poder público, e de acordo com a Lei Estadu-
al 3.870 de 25 de setembro de 1997 em seu art. 18, regulamentada pelo IV. perfurações de poços medianamente profundos (20 a 60 m)
Dec. nº 18.456/99 em seu art. 5º, os seguintes usos ou interferências em e profundos (maior que 60 m) com vazões inferiores a 2.500
recursos hídricos: l/h, exceto quando se tratar de poços de responsabilidade
de órgãos público;
I. a implantação de qualquer empreendimento que possa de- V. açudes com volume de acumulação de até 50.000 m³, ou
mandar a utilização de recursos hídricos e que implique com área de espelho d’água inferior ou igual a 10 tarefas
alteração do regime, da quantidade e qualidade da água (3 ha), ou com altura de barramento inferior a 7 m;
existente em um corpo hídrico superficial ou subterrâneo;
VI. construção de barragens de derivação ou regularização de
II. a execução de obras ou serviços que configurem interferên- nível cuja bacia de contribuição não exceda 3 km²;
cia e impliquem alteração do regime, da quantidade ou da
qualidade da água existente em um corpo hídrico superfi- VII. obras de transferência entre bacias hidrográficas de vazões
cial ou subterrâneo; inferiores a 2.500 L/h.
III. a derivação ou captação de parcela de água existente em As obras hídricas e captações que forem dispensadas de outorga devem ser
um corpo hídrico, para consumo final, inclusive abasteci- comunicadas e cadastradas junto à SRH.

52
7.1.6. Prazos hídrico superficial, deve ser prevista uma vazão ambiental para jusante
equivalente a 10% (dez por cento) da “Q90”.
O prazo máximo estabelecido para a outorga de direito de uso de recursos
hídricos não pode ser superior a 35 anos.
7.1.8. Prioridades de uso da água bruta no
Na outorga de direito de uso de recursos hídricos para concessionárias de estado de Sergipe
serviços públicos de saneamento e abastecimento de água, o prazo não
pode ser superior ao constante no contrato de concessão. O estado de Sergipe, por meio do Decreto nº 18.456/99, no seu artigo 9º,
fixou prioridades quanto à outorga de direito de uso da água segundo a
A outorga prévia deve ser feita por prazo suficiente para obtenção da li- finalidade da derivação, estabelecidas na Lei Federal nº 9.433/97.
cença ambiental, elaboração do projeto, execução das obras, não exceden-
do a cinco anos, renovável uma única vez. I. em caso de escassez, o uso prioritário é o consumo humano
e a dessedentação animal.
No caso da renovação da outorga de direito de uso de recursos hídricos,
vencido o prazo, novas autorizações só poderão ser outorgadas, se as 7.1.9. Tramitação e análise do pedido de outorga
disponibilidades hídricas locais forem suficientes, conforme estiver de-
monstrado na bacia hidrográfica. O processo de solicitação de outorga de direito de uso dos recursos hídricos
tramita no âmbito da Superintendência de Recursos Hídricos da Secretaria de
O usuário deverá requerer renovação da outorga 180 dias antes de expirar Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos.
o prazo inicialmente estabelecido.
A análise da solicitação de outorga de direito de uso dos recursos hídricos
é realizada em duas etapas:
7.1.7. Vazão de referência
• 1ª etapa – avaliação da documentação, das condições do reque-
As vazões de referência, a serem utilizadas para cálculo das disponibi- rente e da propriedade (escrituras, contratos, CI, CIC, CNPJ, entre
lidades hídricas superficiais em cada local de interesse, devem estar de outra documentação necessária para compor o processo).
acordo com o documento “Plano de Desenvolvimento dos Recursos Hídri- • 2ª etapa – análise agronômica, hidrológica, hidrogeológica e hi-
cos do Estado de Sergipe”. droquímica, quando couber.

Até que as vazões de referências sejam estabelecidas com maior precisão 7.1.10. Publicação
nos Estudos de Disponibilidade de Água e Demanda de Recursos Hídricos,
deve ser adotada como vazão de referência a “Q90” (vazão garantida em A publicação da Portaria será feita no Diário Oficial do Estado, contendo
90% do ano hidrológico, como dispõe a Resolução nº 1 do CONERH), para extrato resumido do pedido de autorização de Outorga de Uso dos Recur-
cada Unidade de Planejamento, mas apresentadas no documento referido sos Hídricos.
no caput deste artigo.

Nas outorgas de direito de uso de água para as derivações em um corpo

53
54
8. Proposta de estrutura organizacional
para implementação do PERH junto
ao SEGRH
A pós análise do arcabouço jurídico institucional do Estado nos últimos
dez anos, é visto que, embora as diversas mudanças institucionais
realizadas tenham por intenção a persecução da melhor forma de atuação
1. Criação de entidade que funcione como braço executivo do órgão ges-
tor de recursos hídricos, Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos
(SEMARH), vinculada a este, com autonomia técnica e financeira disci-
do Estado, percebe-se que alterações frequentes fragilizam as institui- plinada na própria lei de criação, cujas atribuições devem ser definidas
ções, provocam sentimento de inquietação em seus técnicos, assim como em face de todo sistema posto, suprimindo-se sobreposições existentes e
na população atendida. A experiência tem mostrado que a melhor forma tratando de modo específico os comitês de bacias hidrográficas, de forma
de garantir a continuidade das ações é por meio da formação de um órgão que estes possam atuar efetivamente como órgãos da instituição.
gestor bem estruturado, sólido, dotado da melhor capacidade técnica.
2. Criação de coordenadoria de gestão no âmbito da Superintendência de
Otimizar o sistema existente, verificando os pontos de convergência dos Recursos Hídricos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e dos Recur-
diversos atores relacionados aos recursos hídricos, realizando tão somen- sos Hídricos (SEMARH), para a realização das atividades de organização,
te as mudanças absolutamente necessárias, parece a melhor maneira de orientação, supervisão e apoio aos órgãos colegiados componentes do
tratar a questão. sistema.

Além disso, o momento atual se torna apropriado para mudanças que 3. Como solução alternativa à criação de novo órgão ou entidade, vis-
visem melhorar aspectos institucionais existentes hoje no Estado, visto lumbra-se a possibilidade de incremento da autarquia Adema, no sentido
a concentração de esforços para executar diversos levantamentos e es- de fazê-la atender também às demandas hídricas. Tal opção aproveitaria
tudos realizados no âmbito da elaboração do Plano Estadual de Recursos a expertise já existente no Estado no trato das questões ambientais,
Hídricos. facilitando a análise conjunta dos problemas, ao tempo que reduziria
o trâmite burocrático à criação de uma nova entidade e fortaleceria a
Assim, as alterações propostas para o bom funcionamento do sistema de já existente, resultando na ampliação das atribuições da ADEMA, para
gestão e para a implementação dos instrumentos previstos na Política o atendimento dos reclames à plena execução da Política Estadual de
Estadual de Recursos Hídricos visam à melhoria da administração da água Recursos Hídricos.
disponível no território sergipano. Dessa maneira, consideradas, inclusi-
ve, as soluções já idealizadas quando da captação dos recursos financei- 4. Edição de legislação para repristinação expressa dos decretos de cria-
ros externos, foram feitas as seguintes proposições: ção da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação

55
de Sergipe (COHIDRO), da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (EMDAGRO) e da Com-
panhia Estadual de Habitação e Obras Públicas (CEHOP), convalidando os atos praticados
até o momento.

5. Alteração da legislação da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irri-


gação de Sergipe (COHIDRO) para que suas atribuições espelhem as atividades hoje afetas
àquela entidade.

6. Avaliação da conveniência de alterar as vinculações da COHIDRO e da Companhia de Sa-


neamento de Sergipe (DESO).

7. Supressão das sobreposições existentes nas leis dos diversos órgãos e entidades afetos
aos recursos hídricos, estabelecendo, quando possível, competências únicas para cada uma
das atividades.

8. Definição de rotina de trabalho e atuação que possibilite maior articulação entre os


diversos órgãos da administração estadual – CEHOP, COHIDRO, SEMARH, PRONESE (PCPR),
DESO e SEPLAG – que executam obras em interface com a questão hídrica, visando poten-
cializar e otimizar as ações.

Evidente que a escolha hierarquização das ações deverá ser fruto de profundas reflexões no
âmbito técnico e político. É preciso que o novo arranjo institucional seja planejado de modo
a atender efetivamente às necessidades quantitativas e qualitativas de pessoal técnico e
respectivo apoio logístico.

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57
CONSÓRCIO

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