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setembro 2010
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EQUIPE TÉCNICA DA CONSULTORA
Antonio Carlos de Almeida Vidon - Coordenador Geral Shymena Nunes Guedes - Especialista em Gestão Ambiental
Luiz Alberto Teixeira – Coordenador Geral Adjunto Maria Otilia Gusmão - Especialista em Gestão Ambiental
José Carlos de Araújo Borba - Coordenador Técnico Giulliano de Souza Fagundes - Especialista em Recursos Hídricos
Rômulo de M. Vieira - Especialista em Planejamento Estratégico e Institucional Nara Julliana Vieira - Especialista em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos
Margareth Grillo Teixeira - Especialista em Gestão Ambiental José Serafim Ferraz - Especialista em Vegetação
Francisco Damião Lopes Silva - Especialista em Organização e Mobilização Social Angela Maria de Miranda - Especialista em Vegetação
Roberta de M. G. Alcoforado - Especialista em Geoprocessamento e SIG Isabele Meunier - Especialista em Vegetação
Alfredo Ribeiro - Hidrologia e Geoprocessamento José Oribe Rocha Aragão - Meteorologia e Climatologia
Suzana Montenegro - Hidrologia e Geoprocessamento Werônica Meira - Meteorologia e Climatologia
Osvalcélio Mercês Fortunato - Hidrologia e Geoprocessamento Mateus Rosas Ribeiro - Solos e Uso Potencial
Glawbber Spíndola Saraiva de Moura - Hidrologia e Geoprocessamento Odilon Juvino de Araújo - Especialista em Aquicultura
Gustavo Grillo Teixeira - Especialista em Geoprocessamento e Banco de Dados Dea Lúcia Ferreira - Mobilização e Dinâmica Social
Edla Siqueira Farias - Especialista em Geoprocessamento Geraldo Barbosa de Oliveira - Especialista em Antropologia
Cibele Oliveira - Interpretação de Imagens Alexandre Ramos - Especialista em Mobilização Social
Marcelo Benigno B. de Barros Filho - Especialista em Geoprocessamento e Banco de Dados Gabriel Tenório Katter - Especialista em Comunicação Social
Leonardo Grillo Teixeira - Especialista em Geoprocessamento e Banco de Dados Marisa Figueiroa - Especialista em Mobilização Social
Fátima Brayner - Qualidade de Água Ângela Nascimento Lima - Especialista em Mobilização Social
Luciana Melo - Qualidade de Água Antonio Silva - Especialista em Mobilização Social
Ana Barbosa - Qualidade de Água Francisco Sandro Holanda - Especialista em Recursos Hídricos
Alessandra Maciel - Especialista em Qualidade de Água José Silva do Amaral - Edição de documentos
Fernanda Costa - Direito Ambiental e Legislação Wlademir Andrade - Edição de documentos
Ana Paula H. Melo - Direito Ambiental e Legislação Maria de Fátima França de Moura - Secretária e Digitadora
Claúdia Leite Casiush - Direito Ambiental e Legislação Valcquiria Lira - Auxiliar Administrativo
João Manoel Filho - Especialista em Hidrogeologia Pedro Vieira Guimarães - Estagiário
Fernando Antonio de Barros Correia - Especialista em Hidrologia Marcelo Sales - Estagiário
Maria Ângela C. D. Ullmann - Especialista em Estudos de Projetos e Obras Hidráulicas Igor Lins- Estagiário
Alcimar Macedo - Especialista em Hidrologia Ioná Ponce - Revisão de textos
Waldir Duarte Costa - Especialista em Hidrogeologia Marília Veloso - Revisão de textos
Eldemar Menor - Geologia e Atividades Minerais Benoit R. F. Peeters - Planejamento gráfico
Carlos Alva - Obras Hidráulicas e Irrigação Tiago Lopes - Assistente planejamento gráfico
Rodrigo Rocha Lima - Especialista em Socioeconomia
Mariana Paulino Nascimento - Especialista em Socioeconomia
Dalva Larissa Brito - Especialista em Socioeconomia
Laércio Leal dos Santos - Especialista em Hidrologia e Gestão Ambiental
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presente documento se constitui no Sumário Executivo, parte Este relatório está composto por oito capítulos:
iii
Apresentação
No capítulo 1, é feita a introdução, reforçando-se que os programas aqui No capitulo 3, há um breve resumo sobre a situação dos recursos hídricos
apresentados incluem ações que visam equilibrar a oferta e a demanda hí- no Estado.
drica; que elevam a garantia hídrica para atender as múltiplas demandas
As metas, estratégias, fontes de financiamento e proposição de programas
nas bacias; que contribuem para o aperfeiçoamento dos instrumentos legais
de ações são apresentadas nos capítulos 4 e 5.
e aborda também a necessidade de realização de novos estudos, pesquisas e
capacitação profissional como elementos essenciais a melhoria do processo Os capítulos 6, 7 e 8 apresentam diretrizes para implantação de cobrança,
de gestão. outorga e da estrutura organizacional para implementação do PERH.
iv
1. Introdução 1 2.2.2. Levantamento do uso do solo e da cobertura vegetal 7
2.2.3. Recursos hídricos subterrâneos 7
1.1. Aspectos Hidroclimáticos 3 2.2.4. Recursos hídricos superficiais 8
v
Sumário
4. Metas, Estratégias do Plano 7.1.2. Outorga de direito de uso 52
e Fontes de Financiamento 19 7.1.3. Outorga de obra 52
7.1.4. Onde solicitar a outorga 52
5. Proposição do Programa de Ações 23 7.1.5. Usos sujeitos à outorga 52
5.1. Síntese dos Programas 23 7.1.6. Prazos 53
7.1.7. Vazão de referência 53
5.2. Matriz de Abrangência e Alocação
7.1.8. Prioridades de uso da água bruta em Sergipe 53
dos Recursos por Bacia e Território 24
7.1.9. Tramitação e análise do pedido de outorga 53
6. Diretrizes Para Implantação 7.1.10. Publicação 53
da Cobrança pelo uso da Água 48
8. Proposta de Estrutura
7. Proposição de Diretrizes para Organizacional para Implementação
Consolidação da Outorga de Direito do PERH Junto ao SEGRH 54
de uso dos Recursos Hídricos 51
7.1. Categorias 51
7.1.1. Outorga prévia 51
vi
Lista de tabelas
Tabela 3.1. - Resumo das disponibilidades e demandas por bacia,
por UP e respectivo saldo atual. 12
Tabela 3.2. - Saldos do balanço hídricos por bacia hidrográfica. 16
Tabela 3.3. - Hierarquização dos saldos de balanço, por Unidade de Planejamento. 18
Tabela 4.1. - Matriz-resumo dos programas e pubprogramas do PERH 21
Tabela 5.1. - Matriz de abrangência e alocação dos recursos por bacia e território 27
Lista de figuras
Figura 1.1. - Estações pluviométricas e fluviométricas do estado de Sergipe. 2
Figura 1.2. - Precipitação média total anual em Sergipe (mm). 3
Figura 3.1. - Situação da bacia do Rio São Francisco. 13
Figura 3.2. - Situação da bacia do Rio Japaratuba. 13
Figura 3.3. - Situação da bacia do Rio Sergipe. 13
Figura 3.4. - Situação da bacia do Rio Vaza Barris. 13
Figura 3.5. - Situação da bacia do Rio Piauí. 14
Figura 3.6. - Situação da bacia do Rio Real. 14
Figura 3.7. - Situação das bacias costeiras GC-1 e GC- 2. 14
Figura 3.8. - Categorias de saldos de balanço, por Unidade de Planejamento. 16
vii
1. Introdução
Além de focar a questão hídrica nas bacias e nas Unidades de Planejamento, outros
segmentos importantes foram considerados como, por exemplo, a distribuição da
população e respectiva projeção até o ano 2025.
1
PIRANHAS
CANINDE DO Bacia do Rio São Francisco
S. FRANCISCO
CURRALINHO
FAZENDA Bacia do Rio Japaratuba
BELO HORIZONTE
POÇO REDONDO
Bacia Costeira 01
PEDRO ALEXANDRE FAZENDA LAGOA ILHA DO OURO
Bacia do Rio Sergipe
(VOTURUNA) PORTO DA FOLHA
MONTE
MO
MONTE ALEGRE DE SERGIPE Bacia do Rio Vaza Barris
LAGOA DA SE
SERRADINHA
Bacia do Rio Piauí
CIPÓ DE LEITE TABI Bacia Costeira 02
N SENHORA DA GLORIA POÇO DOS BOIS Bacia do Rio Real
CORONEL
JOÃO SÁ AQUIDABA PROPRIÁ
CARIRA AQUIDABA PROPRIÁ
PENEDO
CUMBE
MANICOBA JAPOATA
CRUZ DAS
GRAÇAS N SENHORA RIBEIROPOLIS PÃO DE AÇUCAR BREJO GRANDE
DAS DORES
MURIBECA PACATUBA PONTAL DA BARRA
FREI PAULO SANTA ROSA
DE LIMA CAPELA
C
MOCAMBO CAJUEIRO
ITABAIANA
A SIRIRI JAPARATUBA
PONTE SE-302 MALHADOR
RIACHUELO
ACHUELO
EL
POÇO VERDE ROSÁRIO
RIACHUELO
R I DO CATETECURRAL
SIMÃO DIAS CAMPO DO DO MEIO
(ANAPOLIS) BRITO LARANJEIRAS
STO AMARO
SAMAMBAIA DAS BROTAS
(IGREJA NOVA) IBURA
JENIPADO
LAGARTO
ARACAJU
FAZENDA
VILA ISABEL SALGADO
FAZ BELEM
RIACHAO DO QUEIMADAS
DANTAS
S.CRISTOVÃO
BONFIM
TOBIAS BARRETO FAZENDA
CARAMUSSE CAMBOATA
FOZ TOURÃO
ITABAIANINHA
PEDRINHAS ESTANCIA
2
Nesse sentido cabe considerar o atendimento a indústrias, desseden-
tação animal e as áreas irrigáveis para os quais foram estimadas as
demandas ao longo do plano, com vistas a subsidiar os cálculos de
balanço hídrico.
2000 mm
-10
1.1. ASPECTOS HIDROCLIMÁTICOS
1800 mm
-10.2
A distribuição de bacias hidrográficas no Estado pode ser vista na 1600 mm
figura 1.1 a qual destaca, além das bacias tradicionalmente conheci-
-10.4 1400 mm
das, os dois Grupos de Pequenas Bacias de Rios Costeiros ao norte da
foz do Rio Japaratuba, a GC-1 e a GC-2 ao norte da foz do Rio Piauí, 1200 mm
no município de Estância. -10.6
1000 mm
A precipitação média anual é destacada na figura 1.2. Na faixa cos- -11.8
teira do Estado, ocorrem as maiores precipitações com registros de 800 mm
1.000 a 2.000 mm/ano. Uma outra faixa com precipitações de 800 -11 600 mm
a 1.000 mm/ano ocorre na porção média do Estado, no sentido nor-
deste-sudoeste e corresponde às porções média e alta das bacias do -11.2
400 mm
Rio São Francisco, ao norte até a do Rio Real, ao Sul.
-11.4
É na porção norte do Estado onde se registram menores precipita-
ções em áreas que correspondem ao Alto Rio Sergipe e à margem
do Rio São Francisco, na qual são verificadas precipitações médias -38.2 -38 -37.8 -37.6 -37.4 -37.2 -37 -36.8 -36.6 -36.4
3
2. Atividades e metodologia
Na execução dos estudos para elaboração do Plano Estadual de Recursos 2.1.2. Fase B - Avaliação integrada de recursos
Hídricos foram desenvolvidas as atividades seguindo a ordem proposta hídricos
para cada uma das cinco fases, como a seguir se apresenta:
De grande importância para os trabalhos, foi nessa fase que se conso-
lidou toda a gama de conhecimento existente em arquivos oficiais, pú-
2.1. FASES DO PLANO blicos e privados, disponibilizados pela SEMARH para apoiar os estudos
consolidados nos seguintes relatórios de etapa:
2.1.1. Fase A - Engloba atividades preliminares que
se referem à apresentação do plano de trabalho • Diagnóstico das disponibilidades hídricas superficiais e subter-
râneas, considerando a quantidade e qualidade (RE-6);
e à coleta de informações disponíveis
• Diagnóstico e Prognóstico das Demandas Hídricas (RE-7);
Esta fase envolveu a elaboração dos seguintes relatórios de etapa: • Elaboração do Cenário de Tendências (RE-8);
• estudo, análise e proposta da divisão hidrográfica de Sergipe em • Caracterização e Diagnóstico Ambiental do Estado (RE-9);
Unidades de Planejamento e bacias hidrográficas (RE-2); • Diagnóstico da Dinâmica Social e Institucional (RE-10);
• proposição de um Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados • Diagnóstico do Atual Estado da Arte da Gestão (RE-11);
(SGBD) num ambiente de Sistemas de Informações Geográficas
• Apoio ao processo de mobilização social para o diagnóstico, para
(SIG) (RE-3);
a compatibilidade e articulação e para a apresentação do Plano
• construção e elaboração de uma página web para monitoramen- Estadual de Recursos Hídricos (RE-12).
to e acompanhamento do Plano Estadual de Recursos Hídricos;
• Revisão do enquadramento dos corpos d’água em classes de Os relatórios de etapa citados acima foram consolidados no relatório de
usos preponderantes, tendo como base a Resolução CONAMA nº. fase B (Avaliação Integrada dos Recursos Hídricos).
357/2005 (RE-4);
• Análise e proposta do arranjo institucional existente, buscando
2.1.3. Fase C - Proposição de alternativas para
o fortalecimento do Sistema Estadual de Gerenciamento dos Re- compatibilizar as disponibilidades e as
cursos Hídricos de Sergipe (SEGRH) – Órgão Gestor, Conselho e demandas hídricas
Comitês de Bacias Hidrográficas – (RE-5).
Prognóstico, compatibilização e articulação foram tratados para aten-
Esses documentos foram consolidados no relatório de fase que está der a visão do futuro que o plano incorpora em cada uma das bacias.
apresentado no final da fase A.
5
Foram trabalhadas informações geradas em Sergipe e nos estados vizinhos 2.2. METODOLOGIA
de Alagoas e da Bahia. Este último já elaborou seu plano estadual – o
que poderá subsidiar a produção do Plano Estadual de Recursos Hídricos Para elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado de
de Sergipe, sobretudo nas bacias que são compartilhadas com a Bahia, Sergipe foram definidos alguns partidos metodológicos, incluindo basi-
caso do Rio Vaza Barris e do Rio Real. O estado de Alagoas está iniciando camente dois segmentos:
a elaboração do seu plano estadual, contudo não agregou informações
importantes no sentido de orientar a negociação de compartilhamento • utilização de dados temáticos existentes; e
de águas no Baixo Rio São Francisco. • adoção de novo recorte cartográfico que inclui a divisão das bacias
hidrográficas em Unidades de Planejamento.
Ao final dos trabalhos, as informações contidas nos relatórios de etapa
RE-13 e RE-14 foram consolidadas no relatório da fase C. Nesse sentido, os estudos foram iniciados com uma minuciosa coleta de
dados que abordou os principais temas de interesse para a elaboração do
PERH, a saber:
Fase D - Estabelecimento de diretrizes, metas,
programas e projetos 2.2.1. Clima e tempo
Diretrizes, metas e programas, subprogramas e ações foram integrados ao Os estudos sobre clima e tempo foram desenvolvidos a partir de dados
plano como forma de garantir um desenvolvimento futuro harmonizado existentes e disponibilizados pela SEMARH. Incluem os seguintes aspec-
com o meio ambiente. Incluem-se aqui todas as ações norteadoras do de- tos: principais sistemas meteorológicos em Sergipe; precipitações; tem-
senvolvimento que se deseja para o futuro das bacias tanto a curto como peratura do ar; umidade do ar; pressão atmosférica; evaporação; ventos;
a médio e longo prazos. e insolação.
As proposições que deverão sustentar a implementação do PERH contam
Todos os fatores meteorológicos citados foram trabalhados para o univer-
com 11 programas, 26 subprogramas e 226 ações, todos com a respectiva
so do Estado e das bacias. As diversas séries históricas foram analisadas
estimativa de recursos financeiros, constam no relatório síntese da fase D.
quanto à consistência de seus dados e posteriormente apresentados no
2.1.4. Fase E - Elaboração dos documentos finais e do relatório próprio sob a forma de tabelas, figuras e mapas para permitir
uma clara visualização das diversas ocorrências sobre o território das
Projeto de Lei do PERH bacias.
Nesta fase, foram apresentados os documentos finais produzidos no processo
de elaboração do PERH, inclusive este sumário executivo, que se destina 2.2.2. Levantamento do uso do solo e da
a apoiar a divulgação do plano junto a setores técnicos da sociedade. Foi cobertura vegetal
também preparado um relatório de divulgação com linguagem clara e sim-
plificada, capaz de ser compreendido por todos os segmentos da sociedade. Este capítulo apresenta o levantamento do uso do solo e da cobertura ve-
getal. Foram realizados levantamentos de dados já elaborados por outros
O atendimento às fases de A e E na elaboração do plano resultou na pro- estudos. Para melhor entendimento do assunto, os dados foram desagre-
dução de 18 relatórios da etapa, totalizando em torno de 3.000 páginas e gados por bacia e por Unidade de Planejamento.
dezenas de mapas temáticos, além dos anexos de cálculo apresentados em
meio digital como tabelas de apoio. A metodologia utilizada para definição das categorias de uso e ocupação
6
das terras no estado de Sergipe compreendeu o modelo aplicado no “Mo- dadas, Assoreamento e Áreas Não Mapeadas, todas definidas no Relatório
nitoramento da Cobertura Vegetal do Estado de São Paulo”, da Secretaria de Etapa (RE-9), do plano.
do Meio Ambiente, Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Na-
turais”. 2.2.3. Recursos hídricos subterrâneos
A partir da aquisição e seleção da imagem digital do satélite SPOT 5, ban- Os estudos sobre o potencial de águas subterrâneas foram desenvolvidos
das 1, 2 e 3, ano 2005, foi iniciada a captura dos pontos com GPS (Global com base em dados existentes, conforme define o edital de contratação
Positioning System) no campo para respectivo georreferenciamento. Ain- dos serviços. Foram tomados os mapas disponíveis apresentados no Atlas
da foram utilizadas ortofotocartas, escala 1:10.000, ano 2004. Digital do Estado no qual constam, os temas geologia, e o de domínios
hidrogeológicos, além de outros produzidos pelo Departamento Nacional
Além disso, foram usadas técnicas de sensoriamento remoto que permi- de Produção Mineral (DNPM) e pela Companhia de Pesquisas e Recursos
tiram a análise da ocupação espacial e comportamento dos alvos para a Minerais (CPRM), hoje Serviço Geológico do Brasil.
interpretação e simultânea digitalização das classes espectrais nos res- Além desse material cartográfico, também foram utilizados os cadastros
pectivos “layers” bem como a legenda de vegetação e uso da terra ado- de poços, e de usuários de água nas diversas bacias. Os dados analisados
tada pelo IBGE. A partir desse procedimento, foi elaborada a Carta de foram plotados na nova divisão das bacias em Unidades de Planejamento
Vegetação e Uso da Terra na escala 1:50.000 das bacias hidrográficas. (UP), para as quais foram feitas as estimativas de disponibilidades hídricas,
conforme métodos citados na sequência.
O programa ArcGIS 8.3 utilizado possibilitou ainda a identificação, quan-
tificação e mensuração das classes espectrais da Vegetação e Uso da Terra Este diagnóstico das águas subterrâneas no estado de Sergipe é um estudo
das Bacias Hidrográficas. integrante do Plano Estadual de Recursos Hídricos, que enfoca a caracteri-
zação hidrogeológica dos aquíferos, os aspectos dimensionais, a estimativa
A cobertura de nuvens apresentou-se rarefeita, mas a sua ocorrência das reservas e disponibilidades e a qualidade da água.
impediu de explicitar algumas áreas. Os polígonos referentes a esta co-
bertura, foram delimitados e designados como nuvens. A classificação e caracterização hidrogeológica dos aquíferos do estado de
Sergipe foi feita tomando como base a metodologia proposta por Rocha
A escala 1:50.000 na qual as cartas foram elaboradas também impossi- (2007), no Diagnóstico Hidrogeológico do Estado de Mato Grosso; Costa
bilitou que algumas áreas fossem mapeadas dentro de uma única classe. (1999), no Plano Diretor dos Recursos Hídricos da Bacia do Rio Mundaú,
Elas estão incluídas em outras associações espectrais, caso da associação em Alagoas; Costa (2001), no Plano Diretor dos Recursos Hídricos da Bacia
Caatinga/Cultivos/Pastagens. dos rios Paraíba, Sumaúma e Remédios, também em Alagoas, e pela CPRM
(2003) no estudo Geologia, Tectônica e Recursos Minerais do Brasil.
Com a interpretação das imagens SPOT 5, foi possível distinguir cerca de Nessa caracterização, foram utilizados também os dados de trabalhos especí-
vinte classes espectrais, a saber: Caatinga Arbustiva, Caatinga Arbustiva ficos dos aquíferos ou de determinadas regiões como, por exemplo, os dados
Arbórea (Savana Estépica Arborizada), Floresta Estacional, Floresta Om- do Mapa dos Principais Sistemas Aquíferos do País em ArcView (ANA, 2003),
brófila, Mata Ciliar, Manguezal, Dunas e Areal, Vegetação de Restinga, do Panorama de Qualidade das Águas Subterrâneas no Brasil (ANA, 2005),
Área Embrejada, Associação de Caatinga/Cultivos/Pastagem, Pastagem, do Atlas Digital sobre Recursos Hídricos de Sergipe (SRH-SEPLANTEC, 2004),
Cultivos Agrícolas/Solos Expostos, Aquicultura e Salinas, Área Indus- da Petrobras (Feitosa, 1998) e principalmente do Study on Water Resources
trial, Sede Municipal, Povoados e Distritos, Corpos d’Água, Áreas Degra- Development in the State of Sergipe, Brazil (JICA - SEMARH-SE, 2000).
7
2.2.4. Recursos hídricos superficiais 2.2.4.2.Fluviometria
Para o estudo de disponibilidades hídricas superficiais, foram adotados Os regimes hidrológicos das bacias hidrográficas de Sergipe se caracte-
procedimentos diversos quanto à coleta e tratamento dos dados pluvio- rizam por escoamentos perenes apenas no seu tramo inferior. Na maior
métricos, fluviométricos e evaporimétricos, disponibilizados em banco parte da área da bacia, o regime é intermitente em grande número de
de dados da Agência Nacional de Águas (ANA) e pela Superintendência anos, requerendo da calibragem do modelo de geração de deflúvios a uti-
do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), utilizados para calibragem lização dos dados fluviométricos provenientes dos postos disponíveis, de
do MODHAC, usado para simular os deflúvios. Nesse sentido, passa-se na modo a garantir representatividade à calibragem a ser ajustada para toda
sequência às considerações sobre cada tipo de dados. a bacia do rio. A maioria das bacias não dispõe de postos fluviométricos.
2.2.4.1.Pluviometria 2.2.4.3.Evaporimetria
A análise preliminar efetuada com os dados inventariados revelou algu- Os modelos de reprodução de chuva e deflúvio processam os escoamentos
mas descontinuidades nas séries disponíveis. Para a complementação de com base no balanço hídrico que ocorre no solo por ocasião das precipita-
dados faltosos, foi necessário preencher essas falhas e a realização de ções e requerem dados de evapotranspiração potencial para estabelecer as
testes de consistência e homogeneidade nos dados pluviométricos. perdas ocorridas neste processo.
A representatividade do regime evaporimétrico nas bacias dos rios sergi-
Foram utilizados registros pluviométricos diários que, depois de consis-
panos foi obtida a partir dos dados de evapotranspiração calculados pelo
tidos e homogeneizados, foram usados para a calibragem dos deflúvios
método Penman-Monteith, nas estações inseridas ou próximas às bacias.
reproduzidos de cada posto fluviométrico, utilizando dados diários indi-
vidualizados de postos pluviométricos.
2.2.4.4.Cartografia
Em seguida, foi feita a seleção dos postos com dados mais representativos A atualização das cartas topográficas digitais foi realizada observando-se os
do regime pluviométrico diário das bacias de contribuição a serem cali- dados dos postos pluviométricos e fluviométricos oriundos dos cadastros da
bradas e das bacias nas quais seriam aplicados modelos para reprodução ANA e da SUDENE.
dos escoamentos mensais. Para simulação dos escoamentos, as séries ti-
veram que atender as seguintes condições: A tecnologia em processamento digital de imagens foi usada para definir áre-
• adequação para determinação das disponibilidades hídricas super- as de interesse ou pontos de controle. Os postos pluviométricos e fluviomé-
ficiais das UP; tricos, anteriormente georreferenciados em coordenadas geográficas, foram
• maior série contínua de registros; todos convertidos em coordenadas UTM com a finalidade de estabelecer rela-
ções topológicas espaciais no âmbito da área estudada.
• apresentação de resultados satisfatórios após aplicação dos testes
de consistência e homogeneidade; O preparo do material cartográfico obedeceu as seguintes etapas:
• maior coerência com o regime pluviométrico, estabelecido pelo
• seleção de cartas que ofereciam cobertura da área de projeto;
conjunto de dados dos postos da bacia após aplicação de fatores
de correção; e • determinação da área de enquadramento das folhas do projeto.
• possibilidade de reprodução dos deflúvios estruturalmente com- • georreferenciamento de 17 cartas topográficas da SUDENE na escala
patível com as condições hidrológicas dominantes para a bacia 1:100.000 referentes ao estado de Sergipe;
estudada. • definição das molduras de corte;
8
• fusão das imagens resultantes (folhas georreferenciadas recortadas); e
• espacialização dos postos pluviométricos e fluviométricos (SUDE-
NE e ANA).
Finalmente, as Unidades de Planejamento de cada bacia foram plotadas
sobre as cartas topográficas e as áreas de cada uma foram medidas para
estimativa dos escoamentos gerados em cada UP.
9
10
3. Situação dos recursos hídricos por
unidade de planejamento e por bacia
N este capítulo, abordam-se aspectos ligados a disponibilidades, demandas e
balanço por Unidades de Planejamento e por bacia.
3.2. DEMANDA
Atualmente, Sergipe tem uma demanda de 505.296.996 m³/ano. Dela,
A expressão gráfica dessa análise está apresentada no Anexo B do RE-15, no
269.137.303 m³/ano está localizada na Bacia do Rio São Francisco – o que
qual constam as disponibilidades, as demandas e a situação do balanço, em
significa mais da metade. É nesta bacia que se encontram as mais importantes
suas bacias e respectivas UP.
áreas irrigadas do Estado (tabela 3.1).
3.1. DISPONIBILIDADES HÍDRICAS Descontadas as demandas da Bacia do Rio São Francisco, o restante de Sergipe
contabiliza uma demanda de 236.159.693 m³/ano ou 7.489 l/s.
As disponibilidades hídricas em Sergipe sinalizam para duas situações dife-
A Bacia do Rio Sergipe tem uma demanda de 107.979.409 m³/ano (3.424 l/s)
renciadas. A disponibilidade global incluindo o expressivo manancial – o Rio
– a segunda maior demanda por bacia. Desse volume, a UP-11 (Baixo Rio Sergi-
São Francisco – resulta numa cifra da casa dos 20,4 bilhões de m³/ano (tabela
pe) responde por 51.797.820 m³/ano (1.642 l/s), tendo em vista o fato de que
3.1). Parte desta disponibilidade é apropriada pelo Estado, por meio de aduto-
nesta UP localiza-se parte da Grande Aracaju, que tem importante concentra-
ras que abastecem municípios ribeirinhos ao São Francisco ou que transpõem
ção de demandas na bacia. As UP 8, 9, 10 e 12 são responsáveis por 6.515.502
água para atender outras bacias, tirando proveito da ampla condição oferecida
(206 l/s), 21.894.654 (694 l/s), 19.036.883 (604 l/s) e 8.734.551 m³/ano (277
por este manancial.
l/s), respectivamente, todas influenciadas pela dinâmica econômica e social
Quando se analisa as bacias que compõem a maior parte do interior sergipano, capitaneada por Aracaju.
incluindo as bacias dos rios Japaratuba, Sergipe, Vaza Barris, Piauí, Real e as
As demais bacias apresentam por ordem decrescente as seguintes demandas
dos grupos de Bacias Costeiras GC-1 e GC-2, verifica-se que a disponibilidade
nas bacias dos rios: Vaza Barris com 40.235.884 m³/ano (1.276 l/s); Piauí com
contabilizada nestas bacias é da ordem de 253,0 milhões de m³/ano, ou seja:
39.963.813 m³/ano (1.267 l/s); Japaratuba com 30.496.960 m³/ano (967 l/s);
8.023 l/s. Embora importante para estas bacias pela oferta estratégica que re-
Real com 16.058.383 m³/ano (509 l/s) e, por fim, os GC 2 e 1 com 760.522 (24
presenta, não cabe ser comparadas com as disponibilidades oferecidas pelo Rio
l/s) e 664.723 m³/ano (21 l/s).
São Francisco, mesmo porque, como um rio de integração nacional, oferece a
Sergipe águas coletadas nos demais estados de montante e regularizadas para
atender a demanda das geradoras de energia do sistema Chesf.
11
Tabela 3.1. - Resumo das disponibilidades e demandas por bacia, por Unidades de Planejamento e respectivo saldo atual.
DISPONIBILIDADES (m³/ano)
DEMANDA
Unidade de DEMANDA SALDO ATUAL SALDO ATUAL
Bacia UP TRANSPOSIÇÃO SUBTERRÂNEA TOTAL TOTAL (D) POR ATUAL POR
Planejamento SUPERFICIAL (A) ATUAL (E) F=D-E POR BACIA (F)
DESO (B) EFETIVA ( C ) (D) = A+B+C BACIA BACIA (E)
12
3.3. BALANÇO HÍDRICO 70
60
x 106 m3 /ano
e as demandas globais de cada Unidade de Planejamento e bacia. Este resultado 40
pode indicar superávits do balanço uma vez que se refere a volumes globais das 30
disponibilidades e das demandas, por UP ou por bacia, abstraindo as operações
20
próprias da distribuição entre as fontes hídricas, estações de tratamento de
água (ETA) e reservatórios, até os usuários finais. 10
0
25
Alto Rio Sergipe Rio Jacarecica Rio Cotinguiba Baixo Rio Sergipe Rio Poxim
15
10
Das 27 UP nas quais o Estado está dividido em seu conjunto de bacias, as UP 5,
5 6 e 7, na Bacia do Rio Japaratuba apresentam diferentes déficits que variam de
5 l/s a 273 l/s (tabela 3.3). A figura 3.2 apresenta graficamente as disponibi-
0
lidades e as demandas das UP.
Baixo Rio São Francisco Foz do Rio São Francisco
Disponibilidades Demanda
Na Bacia do Rio Sergipe, a UP-9 (Rio Jacarecica) registra déficit de 36 l/s. As
Figura 3.1 : Situação da bacia do Rio São Francisco. demais UP da bacia, apresentam superávits que vão de 126 l/s a 295 l/s (tabela
Fonte : elaboração consórcio Projetec-Techne (2010).
3.3).
O balanço global do Estado indica um saldo de 20 bilhões de m³/ano, no en-
As disponibilidades e as demandas das UP são apresentadas na figura 3.3.
tanto, quando se desconta a Bacia do Rio São Francisco, o superávit é de 16,8
milhões de m³/ano, ou seja, algo como 0,5 m³/s (tabela 3.1). A figura 3.1
25
informa sobre as disponibilidades e demandas das UP.
x 106 m3 /ano
20
12 15
10
x 106 m3 /ano
8 10
6
5
4
2 0
0 Alto Rio Vaza Barris Rio Traíras Baixo Rio Vaza Barris
Alto Rio Japaratuba Rio Japaratuba Mirim Rio Siriri Baixo Rio Japaratuba
Disponibilidade Demanda
Disponibilidade Demanda
Figura 3.4 : Situação da bacia do Rio Vaza Barris.
Figura 3.2 : Situação da bacia do Rio Japaratuba. Fonte : elaboração consórcio Projetec-Techne (2010).
Fonte : elaboração consórcio Projetec-Techne (2010).
13
Na Bacia do Rio Vaza Barris, a UP-14 (Rio Traíras) apresenta déficit de 148 Na Bacia do Rio Real, a UP-24 (Rio Jabiberi) apresenta déficit de 88 l/s
l/s (tabela 3.3). As disponibilidades e as demandas são apresentadas na enquanto as demais têm superávits que variam de 5 l/s a 95 l/s (tabela
figura 3.4. 3.3). As disponibilidades e demandas das UP podem ser visualizadas na
figura 3.6.
Na Bacia do Rio Piauí, as UP 18 e 22 (Rio Arauá e Rio Piauí) apresentam
déficits de 185 l/s e 266 l/s (tabela 3.3). As demais UP superavitárias Cabe registrar que nas bacias dos Grupos de Pequenas Bacias de Rios
apresentam saldos de 23 l/s a 196 l/s. A figura 3.5 informa sobre as dis- Costeiros GC-1 e GC-2 não ocorrem demandas expressivas, pois é baixo
ponibilidades e demandas das UP. o nível de ocupação socioeconômica em seus territórios. Assim, a GC-1
apresenta um saldo atual de 1.947.437 m³/ano e a GC-2 de 2.077.718 m³/
16
ano expressos na tabela 3.3. As disponibilidades e as demandas podem ser
14
visualizadas na figura 3.7.
x 106 m3 /ano
12
10
8 3,00
6
2,50
4
x 106 m3 /ano
2 2,00
0
Alto Rio Piauí Rio Arauá Rio Piauí 1,50
Rio Piauitinga Rio Fundo Rio
Guararema
Disponibilidade Demanda 1,00
4
Os balanços das UP nas condições atuais, sobretudo daquelas situadas
3
no médio e baixo curso dos rios, revelam déficits e superávits discretos –
2
todos capazes de ser neutralizados com uma maior apropriação de água
1 subterrânea, tendo em vista que o Estado, em sua parte mais oriental,
0 apresenta destacado potencial hídrico subterrâneo.
Alto Rio Real Rio Jabiberi Médio Rio Real Rio Itamirim Baixo Rio Real
Disponibilidade Demanda Cabe também destacar que estes déficits identificados se referem à apro-
Figura 3.6 : Situação da bacia do Rio Real. priação de disponibilidades hídricas com garantia de atendimento em 90%
Fonte : elaboração consórcio Projetec-Techne (2010).
14
dos anos. Caso o modelo de gestão de recursos hídricos superficiais ado- l/s que a torna crítica. Esta UP recebe transposições da DESO, através da
tado admita garantia menor, será possível lançar mão de mais água que adutora Sertaneja – fato este relevante para a composição do saldo supra-
a adotada como disponibilidade para efeito do balanço e, nestes casos, citado. Parcela significativa da UP está localizada no aquífero cristalino,
eliminar os déficits de menor expressão. Contudo, para efeito do Plano restando aumentar a transposição DESO para atendimento das demandas
Estadual de Recursos Hídricos, a vazão garantida em 90% dos anos (Q90) nobres. Os demais usos ficam limitados.
representa uma garantia compatível com os principais usos considerados.
A Bacia do Rio Piauí tem seis UP, das quais três são superavitárias, duas
deficitárias e uma crítica, que é a UP-17 (Alto Rio Piauí), com um saldo
3.4. ÁREAS CRÍTICAS de 23 l/s. Localizada sobre o aquífero cristalino, tem limitada disponibi-
lidade subterrânea. Para o atendimento das demandas humanas pode-se
São consideradas áreas críticas para expansão de atividades demandado- utilizar transposições do sistema DESO.
ras de água as UP com saldos positivos compreendidos entre 95 e 5 l/s.
Estas UP, com o crescimento da demanda e a manutenção das disponibi- De modo geral, as bacias e UP citadas estão limitadas quanto ao cresci-
lidades atuais, podem mudar rapidamente para a condição de deficitárias. mento das demandas. A disponibilidade de água em quantidade e qua-
As UP críticas encontram-se nas bacias dos rios Real, Piauí, Vaza Barris, lidade está relacionada ao crescimento social, econômico e tecnológico,
Japaratuba e Grupos de Bacias Costeiras GC-1 e GC-2. As UP com os seus de modo que, se o estado de Sergipe deseja alcançar um patamar de de-
saldos em ordem decrescente são apresentadas na tabela 3.3. senvolvimento mais arrojado, deve gerenciar os seus recursos hídricos no
sentido de fortalecer as disponibilidades para fazer face ao incremento de
Das cinco UP do Rio Real, quatro são críticas e uma é deficitária. As UP demanda do novo patamar de crescimento econômico e social.
críticas são 26 (Rio Itamirim), 27 (Baixo Rio Real), 25 (Médio Rio Real)
e 23 (Alto Rio Real), com saldo de 95, 35, 8, e 5 l/s, respectivamente.
Portanto, em curto prazo, um crescimento repentino da demanda é sufi- 3.5. CONSIDERAÇÕES SOBRE OS BALANÇOS
ciente para absorver este saldo e mudar o cenário para deficitário (figura HÍDRICOS
3.8).
Uma análise sucinta da situação dos saldos de balanços apurada por bacia
A Bacia do Rio Vaza Barris possui três UP das quais duas são críticas e
e por Unidade de Planejamento mostra que, na visão do PERH, ocorrem
uma é deficitária. As UP críticas de número 13 (Alto Rio Vaza Barris) e
superávits importantes nas bacias do Rio São Francisco e do Rio Sergi-
15 (Baixo Rio Vaza Barris) têm saldos de 90 e 79 l/s, respectivamente.
pe. No primeiro, por ser um manancial de porte regional que conta com
Em curto prazo, a UP-15 (Baixo Rio Vaza Barris) pode fazer uso das águas
expressiva oferta hídrica. No caso da Bacia do Rio Sergipe, porque conta
subterrâneas, pois está localizada sobre o aquífero poroso. O mesmo não
com reservatórios e transposição capazes de atender suas demandas e
pode ser realizado na UP-13 (Alto Rio Vaza Barris), que está localizada
ainda garantir saldo relevante para atendimento ao crescimento futuro
no aquífero cristalino.
de demanda (tabela 3.2).
Das quatro UP da Bacia do Rio Japaratuba, apenas uma é crítica e as
demais são deficitárias. A UP-4 (Alto Rio Japaratuba) tem um saldo de 6
15
Tabela 3.2. - Saldos do balanço hídricos por bacia hidrográfica.
N
SALDO ATUAL
BACIA
(m³/ano) (L/s)
Rio São Francisco 20.002.603.701 634.278 Alagoas
Rio Sergipe 21.205.504 672 Baixo Rio São
Francisco
Rio Piauí 1.401.177 44
Rio Vaza Barris 643.316 20
GC 2 2.077.718 66
Alto Rio Alto Rio
GC 1 1.947.437 62 Sergipe Japaratuba
Rio
Rio Real 1.756.507 56 Japaratuba
Foz do
Mirim
Rio São
Rio Japaratuba -12.176.313 -386 Francisco
Baixo Rio
Superavit do Estado 20.031.635.361 635.199 Bahia Alto Sergipe Baixo Rio
Japaratuba
Rio Vaza Rio
Rio
Deficit do Estado -12.176.313 -386 Barris
Jacarecica Siriri Rio GC1
Rio
Embora apresentem saldos superavitários, as demais bacias têm discreta Traíras Rio
Alto Rio Cotinguiba
expressão face aos comprometimentos envolvidos com os atendimentos Alto
Piauí
Rio
e, sobretudo, com a possibilidade limitada de incrementar significativa- Real
Rio
Poxim
mente suas disponibilidades, mormente em se tratando de águas super-
Rio Baixo Rio NO CO
ficiais. Rio Piauí Rio Vaza Barris C EA TI
O LÃN
Jabiberi Piauitinga AT
Uma visão mais detalhada da situação dos saldos de balanço, por Unidade Rio
Rio Fundo
de Planejamento, pode ser visualizada na tabela 3.3. Arauá Hidrografia
Rio GC2 Unidades de Planejamento
Os mais expressivos saldos ocorrem nas UP-1 e UP-2 e se referem à Bacia Rio
Rio Limite Estadual
do Rio São Francisco. Embora estejam nessas UP as maiores demandas de Itamirim Piauí
Medio Crítica
irrigação, também estão nelas as maiores disponibilidades se comparadas Rio Real
às outras Unidades de Planejamento. Superavitária
Baixo Deficitária
Rio Real
As demais bacias contam com água produzida em seus próprios territórios,
tanto por recursos superficiais como de subsuperfície.
Figura 3.8 : Categorias de saldos de balanço, por Unidade de Planejamento.
Fonte : elaboração consórcio Projetec-Techne (2010).
16
As UP da Bacia do Rio Sergipe são todas superavitárias, embora contem A Bacia do Rio Vaza Barris apresenta duas UP com ligeiros superávits.
com transposições feitas pela DESO para atender ao abastecimento das A UP-13 (Alto Rio Vaza Barris [79 l/s]) e a UP-15 (Baixo Rio Vaza Bar-
populações e indústrias locais. Desse quadro, excetua-se a UP-9 (Rio Ja- ris [90 l/s]). A UP-13, além de águas geradas nela própria, conta com
carecica), que apresenta saldo ligeiramente deficitário (37 l/s), provavel- transposição de água feita pela DESO para abastecer as cidades. Isso pode
mente em decorrência das fortes demandas exercidas pela área irrigável do influenciar esse resultado superavitário.
Perímetro Irrigado Jacarecica II.
Por se localizar numa região mais chuvosa, a UP-15 possui expressiva dis-
Dentre as UP da Bacia do Rio Piauí superavitárias destacam-se dos rios
ponibilidade, capaz de gerar um saldo superavitário (90 l/s) após atender
Guararema (196 l/s), Fundo (159 l/s) e Alto Rio Piauí (com apenas 23 l/s).
as demandas da UP.
Apresentam saldos deficitários as UP 18 e 22, com 185 l/s e 266 l/s, res-
pectivamente. Esta última UP do Rio Piauí, tem em seu balanço uma forte Embora conte com o reservatório Poção da Ribeira, a UP-14 (Rio Traíras)
participação das demandas com irrigação do Perímetro Piauí, que provavel- apresentou um saldo deficitário de 148 l/s. A disponibilidade hídrica
mente responde por importante parte desse déficit. própria da UP é direcionada para duas importantes demandas. O abaste-
cimento da cidade de Itabaiana, para onde sai uma adutora com cerca de
As UP do Rio Japaratuba, a UP-4 (Alto Rio Japaratuba) ligeiramente supe- 140 l/s, e o atendimento às demandas do Perímetro Irrigado Poção da
ravitária (6 l/s) e a UP-5 (Rio Japaratuba Mirim) apresenta discreto déficit Ribeira. Essas demandas em muito contribuem para o resultado deficitá-
de 5 l/s. A UP-6 (Rio Siriri) e a UP-7 (Baixo Rio Japaratuba) apresentam rio que apresentou a UP.
déficits mais pronunciados em seu saldo. A primeira registra 114 l/s de
déficit. Possui importantes demandas decorrentes do atendimento ao pro- A Bacia do Rio Real apresenta quatro UP superavitárias e apenas uma
cesso industrial da Vale e da Petrobras, que deve responder por parte im- com déficit de 88 l/s, a UP-24 (Rio Jabiberi).
portante deste déficit. A segunda, UP-7 (Baixo Rio Japaratuba), é a que
apresentou mais elevado déficit (273l/s). É nessa UP que se concentram Entre as UP superavitárias, apenas a UP-26 (Rio Itamirim) apresenta um
importantes campos de exploração de petróleo e gás operados pela Petro- saldo de 95 l/s. As demais apresentam superávits discretos. É o caso da
bras, que respondem por grande parte da demanda dessa UP. UP-27 (Baixo Rio Real [35 l/s]), da UP-25 (Médio Rio Real [8 l/s]) e da
UP-23 (Alto Rio Real com meros 5 l/s).
Como característica do balanço hídrico na Bacia do Rio Japaratuba, pode-
-se mencionar o importante papel desempenhado pelas demandas indus- A UP-24 (Rio Jabiberi) apresenta saldo deficitário de 88 l/s. Embora essa
triais que superam todas as demais, inclusive a de abastecimento huma- UP conte com o reservatório de mesmo nome, ele possui uma capacidade
no. de acumulação de 4,3 x 106 m³, que ante as condições ambientais locais
e o comprometimento de suas águas para abastecer a cidade de Tobias
Esta situação deficitária que foi identificada no balanço das UP pode vir Barreto e atender ao Perímetro Irrigado, lhes confere uma condição de
a ser neutralizada com incremento do aporte hídrico subterrâneo, uma operação anual em face de seu regime de alocação de água.
vez que a bacia possui grande parte do seu território sobre o domínio
poroso o qual oferece importante condição para a explotação de águas Uma vez que o reservatório Jabiberi é a principal fonte hídrica capaz de
subterrâneas. regularizar parte da vazão da UP, foi observado que não é possível, com
ele, neutralizar os déficits da Unidade de Planejamento. Cabe em uma
17
ação de gestão mais arrojada, racionalizar as demandas, ou transpor Tabela 3.3. - Hierarquização dos saldos de balanço, por Unidade de Planejamento.
água de outras bacias para equilibrar o balanço da UP. SALDO ATUAL
Bacia Unidade de Planejamento UP
(m³/ano) (L/s)
Os Grupos de Pequenas Bacias de Rios Costeiros componentes das UP-3 Baixo Rio São Francisco 1 20.159.176.780 639.243
(GC-1) e da UP-16 (GC-2) apresentam saldos superavitários com 62 l/s e Rio São Francisco
Foz do Rio São Francisco 2 20.002.603.701 634.278
66 l/s, respectivamente. Essas UP apresentam elevado potencial hídrico
Rio Sergipe Baixo Rio Sergipe 11 9.324.477 296
subterrâneo e discretas demandas em decorrência do baixo nível de
ocupação socioeconômica atual. Rio Sergipe Alto Rio Sergipe 8 7.151.395 227
Rio Piauí Rio Guararema 21 6.183.145 196
Uma análise mais detalhada, hierarquizando os saldos de balanço, pode Rio Piauí Rio Fundo 20 5.013.111 159
ser vista na tabela 3.3. Entre as 27 UP, oito apresentam saldos mais Rio Sergipe Rio Poxim 12 1.902.164 60
expressivos, superiores a 100 l/s. Dez outras apresentam saldos mais Rio Sergipe Rio Cotinguiba 10 3.984.264 126
discretos entre 5 l/s e 95 l/s. Rio Piauí Rio Piauitinga 19 3.721.135 118
Rio Real Rio Itamirim 26 3.005.380 95
Das oito UP que apresentavam saldo deficitário, três têm déficits discre-
Rio Vaza Barris Baixo Rio Vaza Barris 15 2.824.482 90
tos entre 5 l/s e 98 l/s.
Rio Vaza Barris Alto Rio Vaza Barris 13 2.478.772 79
18
4. Metas, estratégias do Plano e
fontes de financiamento
No PERH a grande variedade ações propostas tem como objetivo for- O aperfeiçoamento das ações dos comitês se reveste de grande impor-
talecer o sistema de gestão de recursos hídricos desde a captação tância, pois quando os órgãos colegiados são fortalecidos, a participa-
até o atendimento das demandas. Nessa trajetória, as ações visam ção da sociedade por meio deles se dá de forma bastante eficaz, dando
também o fortalecimento da gestão, passando pelo aparato institucio- consistência à organização do processo desde sua base.
nal e também pela participação social, pela infraestrutura, tanto no
sentido do fortalecimento e expansão como na melhoria dos padrões Ainda como visão estratégica adotada para o plano, cabe destacar a
de operação e manutenção. Da mesma forma, passa pelo apoio aos forma integrada de gestão proposta, incluindo não só a perspectiva
colegiados que participam da gestão dos recursos hídricos no Estado. de incremento das disponibilidades hídricas, mas também a preser-
vação, a conservação, a recuperação de áreas das margens dos rios
A grande diversidade de ações propostas nem sempre permite a indi- e o uso conservacionista de água e solo. A implementação de ações
cação de metas com quantificação física capaz de alimentar o sistema integradas nesta direção certamente contribuirá para aprimorar as
de controle na implementação do plano. Entende-se que ao longo do disponibilidades futuras de água no Estado.
processo de implementação será necessário definir novos parâmetros
de controle quando forem planejadas as ações que serão executadas Além disso, o aperfeiçoamento do sistema de informação sobre recur-
em função do plano de operação anual que será executado pelo órgão sos hídricos foi adotado como importante instrumento da gestão que,
gestor. num sentido latu, pode contribuir para orientar ações futuras nos
campos da educação ambiental e da mobilização social, na conser-
Como estratégias para implementação do plano, deve-se adotar sem- vação e melhoria da eficiência dos sistemas de infraestrutura hídrica
pre a bacia como Unidade de Planejamento juntamente com as respec- existentes, resultando na redução de perdas de água dos sistemas de
tivas UP. Além disso, é importante destacar o papel que dos reserva- distribuição, no aperfeiçoamento dos cadastros de poços e de usuários
tórios, sobretudo na porção semiárida do Estado. de recursos hídricos, no planejamento de expansão de áreas produti-
vas dependentes de recursos hídricos e, como já foi dito anteriormen-
Ademais, como estratégia de ordem geral, o plano enfatiza o fortale- te, no fortalecimento do sistema gestor.
cimento do órgão gestor e dos colegiados como elementos dinamiza-
dores e, ao mesmo tempo, reguladores das ações a serem implantadas.
19
Resumo dos Recursos Todas as fontes acima referidas estão indicadas nos programas descritos
nos capítulos 4 e 5 deste relatório.
Importa o Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado de Sergipe um
aporte de R$ 3,99 bilhões para atender aos programas estratégicos gerais
e aos programas temáticos, que no total incluem mais de 220 ações em
todas as áreas de interesse dos recursos hídricos.
20
Tabela 4.1. - Matriz-resumo dos programas e pubprogramas do PERH
21
Subprograma: Cidadão do Semiárido 13.500 10.000 3.000 500 0,63
Subprograma: Comunicação Social sobre o SIGERH 7.800 5.800 1.000 1.000 0,37
Programa: Sistema Integrado de Informações 4.070 1.800 1.150 1.120 0,19
Programa: Operação e Manutenção da Infraestrutura
9.720 6.620 1.600 1.500 0,46
Hídrica
Programas Temáticos 1.860.781 769.581 555.600 535.600 46,59
Programa: Água de Beber 1.678.490 661.490 515.000 502.000 90
Subprograma: Elaboração dos Planos Municipais de
3.272 1.272 1.000 1.000 0,19
Saneamento
Subprograma: Coleta, Tratamento e Destinação Final de
22.200 14.200 7.000 1.000 1,32
Resíduos Sólidos
Subprograma: Redução de Perdas de Água para Beber 20.000 20.000 0 0 1,19
Subprograma: Sistema Integrado de Saneamento 1.628.618 621.618 507.000 500.000 97,03
Subprograma: Educação para o Consumo Racional da Água 4.400 4.400 0 0 0,26
Programa: Águas do Desenvolvimento 126.910 60.910 35.500 30.500 7
Subprograma: Apoio a Agricultura Irrigada 117.660 52.660 35.000 30.000 92,71
Subprograma: Desenvolvimento da Agricultura Orgânica 1.100 1.100 0 0 0,87
Subprograma: Desenvolvimento da Aquicultura e Pesca 8.150 7.150 500 500 6,42
Programa: Informágua 55.381 47.181 5.100 3.100 3
Subprograma: Fortalecimento dos Comitês de Bacias e
4.350 1.950 1.500 900 7,85
Demais Instâncias Colegiadas
Subprograma: Monitoramento da Qualidade da Água 19.860 15.560 2.800 1.500 35,86
Subprograma: Monitoramento da Quantitade de Água 8.800 7.700 600 500 15,89
Subprograma: Fiscalização dos Recursos Hídricos 9.756 9.756 0 0 17,62
Subprograma: Cadastro de Obras Hídricas e de Usuários de
12.615 12.215 200 200 22,78
Água
TOTAL GERAL 3.994.090 1.808.184 1.234.228 951.678 100
22
5. Proposição do Programa de ações
Neste capítulo, são apresentados de forma sistemática todos os progra- gramas: “Garantia Hídrica para Múltiplos Usos”; “Gestão Hidroambiental
mas, subprogramas e ações incluídos no plano, com respectiva estimativa Integrada”; “Revisão e Atualização da Legislação Estadual de Recursos
de recursos. Destaca-se que o plano tem dois grandes eixos: os progra- Hídricos”; “Estudos, Pesquisa e Difusão Tecnológica”; “Ensino, Capacita-
mas estratégicos gerais, que representam 53% dos recursos estimados ção e Formação”; “Comunicação Social”; “Sistema Integrado de Informa-
(R$ 2,13 bilhões) e os programas temáticos, que representam 47% dos ções”; e “Operação e Manutenção da Infraestrutura Hídrica”.
recursos, ou seja, R$ 1,83 bilhões.
• Garantia Hídrica para Múltiplos Usos
No capítulo 4 deste relatório, apresenta-se a matriz-resumo dos progra- Este programa planeja garantir a oferta hídrica de duas formas: incre-
mas e subprogramas do PERH (tabela 4.1), que informa sobre os recursos mentando e economizando. No incremento, envolve ações no sentido de
previstos por programa e subprograma componentes do plano. aumentar o volume de armazenamento e transferência hídrica, além de
aperfeiçoar os diversos usos da água. A outra forma engloba ações para
5.1. SÍNTESE DOS PROGRAMAS reciclar, reutilizar e reduzir os usos da água.
• Gestão Hidroambiental Integrada
O Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado de Sergipe teve seus pro-
gramas, subprogramas e ações delineados a partir da análise da situação O programa visa implementar ações conjuntas de preservação, conserva-
atual dos recursos hídricos e das proposições feitas para atender as novas ção e recuperação de áreas degradadas com uso conservacionista da água
demandas ao longo da implementação do plano. Ademais, outras ações e do solo, com o objetivo de promover o uso sustentável e a melhoria das
que constam na Proposta de Sergipe para o Plano Nacional de Infraestru- condições socioambientais.
tura Hídrica (2009) e no Plano Plurianual 2008-2011 (biênio 2010-2011) • Revisão e Atualização da Legislação Estadual de Recursos Hídricos
também foram consideradas.
Tem o objetivo de revisar, readequar e implementar as ações legais sobre
Em seus programas, subprogramas e ações, estão estimados recursos de recursos hídricos.
R$ 3.964.090.000,00 a serem alocados entre 2010 e 2025. Deste mon- • Estudos, Pesquisas e Difusão Tecnológica
tante, 53% serão alocados nos programas estratégicos gerais e 47%, nos
programas temáticos, conforme se apresenta na Matriz-resumo dos pro- Por meio deste programa, pretende-se aliar estudos, pesquisa e difusão
gramas e subprogramas do PERH (capítulo 4). tecnológica com o objetivo de melhorar a eficiência hídrica, lançando
mão de tecnologias, por intermédio de órgãos fomentadores como uni-
Os programas estratégicos gerais têm uma diversificada gama de objeti- versidades, Embrapa e Instituto Tecnológico, além da parceria público-
vos. Inclui desde os aspectos ambientais das bacias em estudo até edu- -privada nesses projetos.
cação, Semiárido e cidadania. Por este motivo, foi dividido em oito pro-
• Ensino, Capacitação e Formação
23
Este programa tem a finalidade de formar e capacitar educadores em te- buir com o fortalecimento e a melhoria da garantia de atendimento às
mas como preservação e conservação dos recursos hídricos e tecnologias populações. Inclui também ações no âmbito de planejamento municipal,
sustentáveis para o Semiárido, entre outros temas associados a recursos focando questões ambientais como o manejo adequado dos resíduos só-
hídricos. Estes educadores têm esses temas em aulas da rede pública. lidos e o saneamento nos municípios, além da redução de perdas e da
educação para o uso racional da água.
• Comunicação Social
• Águas do Desenvolvimento
O programa visa relembrar ações empreendidas pelo Poder Público no
Nordeste nos últimos cem anos, ressaltando as ações de interesse e que Este programa contempla ações voltadas para otimizar processos pro-
possam contribuir positivamente com o PERH-SE. dutivos que têm na água importante suporte. É o caso da irrigação, da
aquicultura e da agricultura orgânica que a cada ano vem ganhando
Nesse sentido, serão destacados assuntos como a convivência com o Se- importância. As ações do Programa visam fundamentalmente, assegurar
miárido e o próprio Sistema de Gestão de Recursos Hídricos de Sergipe. suprimento hídrico à produção como forma de valorizar a apropriação
• Sistema Integrado de Informações de riquezas, promover melhoria nos padrões da saúde da população e
estimular a eficiência econômica dos processos produtivos e da equida-
Neste programa, serão focadas as informações estatísticas de modo sis- de social, garantindo a sustentabilidade dos ecossistemas e dos serviços
tematizado para subsidiar os gestores em suas decisões com destacada ambientais.
transparência nas ações, tornando ainda mais forte o Sistema Estadual
de Informações de Recursos Hídricos.
• Operação e Manutenção de Infraestrutura Hídrica • Programa Informágua
Trata-se de um programa de grande interesse para o gerenciamento de in- Este programa tem importante ação no sentido de fortalecimento insti-
fraestrutura hídrica. Embora o estado de Sergipe não conte com reserva- tucional e político às instâncias colegiadas. Propõe ações no sentido de
tórios de grande porte como outros estados do Nordeste, os reservatórios coletar dados sobre a quantidade, qualidade, cadastro de obras e de usuá-
existentes possuem importante papel, contribuindo para a regularização rios e também fortalecer a fiscalização do uso dos recursos hídricos. Com
de vazões e, por isso, devem ser mantidos operacionalmente em pronta todas essas ações, o Estado e os colegiados ganharão formalmente mais
ordem para atender as orientações do sistema gestor de forma eficaz e poder de controle e orientação dos usuários, visando o uso otimizado dos
sustentável. recursos hídricos na medida em que o plano seja implementado.
24
apresentados na matriz de abrangência e alocação dos recursos por bacia A estimativa de alocação de recursos, por território, resultou numa dis-
e território (tabela 5.1). tribuição bastante equitativa, cujos valores estão apresentados a seguir:
A identificação da área de abrangência nas bacias e nos territórios pode Recursos Estimados
ser feita conforme a legenda abaixo: Território
R$ 1.000,00 (%)
25
implementação. Nesses casos, parte da verba estimada poderá ser alocada
na manutenção temporária do grupo gestor que será designado para ope-
rar a implementação da ação, sempre em caráter temporário, enquanto
durar a ação planejada pela SEMARH.
Recursos Estimados
Território
R$ 1.000,00 (%)
26
Tabela 5.1. - Matriz de abrangência e alocação dos recursos por bacia e território
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)
Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor
(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)
Programas Estratégicos Gerais 329.486 295.630 319.760 237.435 216.010 203.512 297.211 234.265 2.133.309 1.038.603 678.628 416.078 53
Programa: Garantia Hídrica para
9.838 1.350 5.500 900 4.200 200 900 200 23.088 17.048 3.480 2.560 1,08
Múltiplos Usos
Subprograma: Incremento da Oferta
7.738 200 4.350 200 3.500 200 200 200 16.588 13.848 1.680 1.060 71,85
Hídrica
Ações Previstas
• Elaboração dos Planos de Bacias dos
Rios Japaratuba, Piauí e Sergipe. Verba 1.368 1.368 1.368
• Fortalecimento e integração dos
sistemas de informação de recursos Verba 240 240 120 60 60
hídricos.
• Revisão da legislação de licença de
obras hídricas. Verba 240 240 240
• Desenvolvimento do sistema de alerta
de cheias. Verba 240 240 120 120
• Fortalecimento da fiscalização da
construção de obras hídricas. Verba 750 750 1.500 500 500 500
• Ampliação da infraestrutura de
transferência hídrica (adutoras e Verba 3.300 3.400 3.300 10.000 10.000
canais).
• Monitoramento dos parâmetros de
segurança de obras hídricas. Verba 1.500 1.500 500 500 500
• Implantação de modelo de gestão,
operação e manutenção de sistemas
singelos de abastecimento para
pequenas comunidades rurais.
• Recuperação de sistemas singelos
de abastecimento para pequenas Verba 100 200 200 200 200 200 200 200 1.500 1.000 500
comunidades.
• Implantação de sistemas singelos de
abastecimento de água para pequenas
comunidades rurais.
27
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)
Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor
(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)
Subprograma: Economia de Água 2.100 1.150 1.150 700 700 0 700 0 6.500 3.200 1.800 1.500 28,15
Ações Previstas
• Fortalecimento das iniciativas de reuso
de água existentes em Sergipe. Verba 500 500 500 1.500 500 500 500
• Promoção da avaliação econômica dos
projetos de reuso. Verba 500 500 500 1.500 500 500 500
• Estabelecimento de incentivos fiscais e
financeiros para a reciclagem da água. Verba 200 150 150 500 500
• Financiamento de pesquisas sobre
reuso de água. Verba 700 700 700 2.100 1.100 500 500
• Elaboração de leis e decretos de
regulamentação. Verba 300 300 300
• Realização de cursos sobre economia
de água. Verba 600 600 300 300
28
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)
Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor
(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)
• Implantação de quebra-vento. 2.500 km 3.000 3.000 3.000 3.500 12.500 5.500 3.500 3.500
• Construção de cordões de pedras em
contorno. 1.000 km 2.000 2.000 2.000 2.000 2.000 10.000 4.000 3.000 3.000
29
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)
Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor
(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)
• Implantação de áreas de plantio direto. 1000 ha 400 400 400 400 400 2.000 800 600 600
• Divulgação da técnica de escarificação. 200 ha 40 40 40 120 40 40 40
• Implantação de áreas de captação in
situ. 500 ha 300 300 300 300 300 1.500 1.000 500
• Construção de bacia de chuvas e sulcos
barrados. 500 ha 200 200 200 200 200 1.000 500 500
• Implantação de áreas com cobertura
morta. 100 ha 25 25 25 25 100 100
• Implantação de áreas com adubação
orgânica. 100 ha 10 15 10 15 50 50
• Divulgação da técnica de controle das
queimadas. Verba 40 20 40 100 100
• Implantação de áreas usando a técnica
de subsolagem. 200 ha 40 40 40 120 120
• Implantação de áreas demonstrativa
dos efeitos da adubação verde. 500 ha 200 200 200 200 200 1.000 500 500
• Implantação e demonstração em áreas
com aplicação de calcario. 500 ha 1.800 1.900 1.900 5.600 2.800 1.400 1.400
• Construção de cisternas. 628.000 196.250 196.250 196.250 196.250 196.250 196.250 196.250 196.250 1.570.000 788.000 515.000 267.000
1.000
• Implantação de áreas de quintais quintais
produtivos. 140 150 150 150 140 140 130 1.000 1.000
de 0,2 a
1ha
• Implantação de áreas de demonstração 18 áreas
de sistemas agroflorestais. 150 150 150 150 150 150 900 500 400
de 10 ha
30
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)
Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor
(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)
31
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)
Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor
(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)
1.000
• Adaptação de tecnologias para a
agricultura irrigada de base familiar. conjun- 1.400 1.400 1.400 1.400 1.200 1.200 8.000 5.000 3.000
tos
• Implantação de um Sistema de
Gerenciamento de Alocação Negociada Verba 1.000 1.000 1.000 3.000 1.000 1.000 1.000
de Água.
• Estudo para ampliação da rede de
Plataforma de Coleta de Dados
do Sistema de Informações Verba 24 24 8 8 8
Meteorológicas.
• Realização de ensaios e testes para 5 en-
avaliação de sistemas e equipamentos 125 125 125 125 500 500
de irrigação no campo e em laboratório. saios
Subprograma: Avaliação do Po-
tencial de Explotação e Modelo de 4.519 50 0 0 0 347 391 0 5.307 5.307 0 0 20,71
Gestão de Águas Subterrâneas
Ações Previstas
• Levantamento de estudos anteriores e
sistematização dos dados coletados. Verba 20 20 20
• Desenvolvimento de estudos
hidrogeológicos para cada grande Verba 50 50 50 150 150
sistema aquífero.
• Realização de estudos sobre o potencial
instalado e demanda. Verba 70 60 54 184 184
• Elaboração de proposta preliminar de
modelo de gerenciamento das águas Verba 27 27 28 82 82
subterrâneas.
• Implantação dos projetos piloto de
monitoramento e gestão das águas Verba 200 190 184 574 574
subterrâneas.
• Avaliação dos projetos piloto e
do projeto detalhado da rede de Verba 20 20 20 60 60
monitoramento.
32
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)
Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor
(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)
• Implantação da rede de
monitoramento em todo o território e o
controle das ações de poluição química Verba 50 50 55 155 155
e biológica dos aquíferos.
• Avaliação do modelo de gestão das
águas subterrâneas contemplando sua Verba 82 82 82
integração com as águas superficiais.
• Implantação do arcabouço legal e
institucional para o gerenciamento das Verba 1.000 1.000 1.000
águas subterrâneas no Estado.
• Elaboração de Estudo das
Potencialidades dos aquíferos Marituba Verba 3.000 3.000 3.000
e Cotinguiba.
Subprograma: Estudos, Pesquisas e
Estratégias de Difusão para Adequa-
400 0 900 900 900 0 0 900 4.000 3.000 1.000 0 15,61
ção das Práticas de Convivência com
o Semiárido
Ações Previstas
• Iniciação de experimentos e estudos
com o objetivo de aperfeiçoar as
técnicas empregadas e caracterizar o Verba 400 400 400 400 400 2.000 2.000
seu impacto socioambiental.
• Implantação de áreas demonstrativas
do processo de manejo de conservação 200 ha 500 500 500 500 2.000 1.000 1.000
de solo e água.
Subprograma: Difusão de Tecno-
logias Sustentáveis para o Uso 1.045 0 570 545 570 0 0 570 3.300 2.300 1.000 0 12,88
Racional
Ações Previstas
• Sistematização dos estudos existentes
e realização de novos estudos sobre o Verba 20 20 20 20 20 100 100
impacto da pequena açudagem.
• Capacitação dos usuários a partir das
microbacias hidrográficas. Verba 25 25 25 25 100 100
33
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)
Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor
(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)
34
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)
Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor
(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)
35
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)
Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor
(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)
36
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)
Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor
(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)
• Estabelecimento de ferramentas de
comunicação interna entre as entidades Verba 1.000 1.000 1.000
e os órgãos do sistema.
• Realização de pesquisa quali-
quantitativa junto à sociedade sobre
o grau de conhecimento a respeito do Verba 500 500 500
SIGERH
• Confecção, produção e divulgação
de material didático em linguagem
acessível à população sobre o SIGERH e Verba 1.000 1.000 1.000
os instrumentos de gestão
• Realização da campanha “Quem é
quem?” nos veículos de comunicação. Verba 1.000 1.000 1.000
• Realização de oficinas com membros
dos comitês. Verba 500 500 500
37
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)
Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor
(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)
38
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)
Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor
(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)
Programas Temáticos 380.032 209.513 217.977 218.279 213.455 206.608 208.449 206.468 1.860.781 769.581 555.600 535.600 46,59
Programa: Água de Beber 246.564 207.188 204.524 204.150 203.980 203.958 204.158 203.968 1.678.490 661.490 515.000 502.000 90
Subprograma: Elaboração dos Pla-
3.056 30 66 20 30 20 20 30 3.272 1.272 1.000 1.000 0,19
nos Municipais de Saneamento
Ações Previstas
• Elaboração de projeto de sistema
sanitário de pequenas comunidades Verba 20 30 30 20 30 20 20 30 200 200
rurais.
• Preservação de mananciais na Bacia do
Rio Sergipe. Verba 36 36 72 72
• Fortalecimento da estrutura estadual
para dar suporte à implementação,
acompanhamento e supervisão do Verba 3.000 3.000 1.000 1.000 1.000
programa.
Subprograma: Coleta, Tratamento
e Destinação Final de Resíduos 20.040 408 408 380 200 188 388 188 22.200 14.200 7.000 1.000 1,32
Sólidos
Ações Previstas
• Promoção à formação e a
implementação dos consórcios
intermunicipais de aterros sanitários e Verba 50 50 50
capacitação das equipes técnicas dos
consórcios.
• Elaboração e implementação de
projetos executivos de aterros Verba 2.000 2.000 2.000
sanitários.
• Promover novas práticas de gestão dos
aterros sanitários. Verba 1.500 1.500 500 500 500
• Ampliar a coleta dos resíduos sólidos à
população rural. Verba 180 200 200 180 200 180 180 180 1.500 500 500 500
• Promover a coleta seletiva e a criação
de polos de reciclagem. Verba 200 200 200 200 200 1.000 1.000
39
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)
Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor
(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)
40
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)
Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor
(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)
41
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)
Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor
(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)
• Intercâmbio e disseminação de
experiências de gestão do uso da água Verba 150 150 300 300
para beber.
• Capacitação nos processos de gestão e
diretrizes para instalação e operação de
matadouros, destinação correta do lixo Verba 500 500 500
e saneamento básico.
• Apoio às ações de educação ambiental. Verba 3.000 3.000 3.000
Programa: Águas do Desenvolvi-
99.070 200 8.736 10.529 7.350 525 125 375 126.910 60.910 35.500 30.500 7
mento
Subprograma: Apoio a Agricultura
91.395 0 8.361 10.154 7.350 400 0 0 117.660 52.660 35.000 30.000 92,71
Irrigada
Ações Previstas
• Estabelecimento do cenário atual da
agricultura irrigada. Verba 500 500 500
• Implementação de um plano de
recuperação dos perímetros de Verba 750 750 750 2.250 2.250
irrigação.
• Gestão eficiente. Verba 500 500 500
• Ampliação da área irrigada. 8.000 ha 80.000 80.000 20.000 30.000 30.000
• Elaboração de estudos e planos de
negócio para agricultura irrigada. Verba 2.000 2.000 2.000
• Implementação de um programa de
assistência técnica especializada e Verba 2.500 2.500 2.500 2.500 10.000 5.000 5.000
permanente para os pólos de irrigação.
• Elaboração de plano para o controle da
irrigação. Verba 500 500 500
• Identificação de linhas de crédito mais
acessíveis. Verba 300 300 300
• Desenvolvimento e difusão de
tecnologias para a agricultura irrigada. Verba 125 125 125 125 500 500
• Implantação de bancos de capacitores
e partidas compensadas do perímetro Verba 400 400 400
irrigado de Neópolis.
• Reabilitação e modernização do
perímetro irrigado Califórnia. Verba 4.700 4.700 4.700
• Reabilitação e modernização do
perímetro irrigado Piauí. Verba 5.904 5.904 5.904
42
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)
Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor
(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)
• Reabilitação e modernização do
perímetro irrigado Jacarecica II. Verba 4.986 4.986 4.986
• Elaboração de cadastro agro-sócio-
econômico dos usuários dos perímetros Verba 25 25 50 50
irrigados Califórnia e Piauí.
• Elaboração do diagnóstico e plano de
recuperação ambiental dos perímetros Verba 850 850 850
irrigados Piauí e Jabiberi.
• Apoio a agricultura na transição para
agricultura agroecológica. Verba 167 167 167
• Capacitação na gestão de recursos
naturais para agricultores familiares. Verba 34 34 34
• Difusão de sistemas de irrigação
familiar. Verba 19 19 19
• Desenvolvimento de um sistema para
análise de alocação de água para 4.000 4.000 4.000
Irrigação.
Subprograma: Desenvolvimento da
1.100 0 0 0 0 0 0 0 1.100 1.100 0 0 0,87
Agricultura Orgânica
Ações Previstas
• Promoção e fomento à produção e à
comercialização de produtos orgânicos. Verba 300 300 300
• Promoção de ações para o
desenvolvimento e a capacitação
organizacional e tecnológica dos Verba 500 500 500
produtores e técnicos envolvidos.
• Melhoria e adequação do marco
regulatório. Verba 300 300 300
Subprograma: Desenvolvimento da
6.575 200 375 375 0 125 125 375 8.150 7.150 500 500 6,42
Aquicultura e Pesca
Ações Previstas
• Fortalecimento e implantação de
parques e polos aquícolas. Verba 125 125 125 125 500 500
• Avaliação da capacidade de suporte
dos principais reservatórios. Verba 75 75 75 75 300 300
• Elaboração de planos de manejo
dos espelhos d’água dos principais Verba 225 225 225 225 900 900
reservatórios.
• Estruturação de equipes permanentes
de fiscalização nos açudes. Verba 75 75 75 75 300 300
43
Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)
Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor
(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)
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Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)
Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor
(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)
Subprograma: Monitoramento da
9.785 800 2.425 2.275 800 800 2.175 800 19.860 15.560 2.800 1.500 35,86
Qualidade da Água
Ações Previstas
• Realização de diagnóstico sobre a
infraestrutura laboratorial existente e Verba 300 300 300
demandada.
• Reestruturação e modernização dos
laboratórios públicos e vinculados. Verba 750 750 750 750 3.000 1.500 1.000 500
• Implantação de novos laboratórios de
análises de água para múltiplos usos. Verba 375 375 375 375 1.500 1.500
• Criação de uma Rede de Laboratórios
do estado de Sergipe. Credenciar e
certificar laboratórios que tenham Verba 250 250 250 250 1.000 1.000
credibilidade.
• Implantação de sistema que garanta a
qualidade dos resultados obtidos nos Verba 600 600 300 300
laboratórios que fazem parte da rede.
• Criação e operacionalização do sistema
integrado de informações da qualidade Verba 1.500 1.500 500 500 500
da água.
• Criação de Rede Integrada de
Monitoramento da Qualidade da Água Verba 1.500 1.500 500 500 500
e disponibilização das informações.
• Criação de uma Rede de Pesquisa em
Limnologia e Qualidade da Água para
ordenar, direcionar e consolidar a
produção de conhecimentos voltados Verba 600 600 600
para o gerenciamento da qualidade da
água no Estado.
• Realização do diagnóstico
hidroambiental dos corpos hídricos
estratégicos. (Estudos sobre os fatores Verba 1.000 1.000 500 500
condicionantes da qualidade da água)
• Implementação de um sistema de
monitoramento dos rios urbanos,
lagoas e várzeas sujeitas ao Verba 900 900 900
desaparecimento. (Organizar um banco
de dados sobre o assunto).
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Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)
Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor
(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)
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Cronograma de Alocação
ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES - BACIA (TERRITÓRIO)
Participação
dos Recursos (R$ 1000,00)
Valor
(%)
Programas, Subprogramas e Ações Metas Estimado
VB / SE RE / PI VB / SE RE / PI SF SF JP SE / JP (R$ 1.000,00) 2010/2015 2015/2020 2020/2025
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) / SF (8)
TOTAL GERAL 709.518 505.143 537.737 455.714 429.465 410.120 505.660 440.733 3.994.090 1.808.184 1.234.228 951.678
47
48
6. Diretrizes para implantação da
cobrança pelo uso da água
O Brasil é um país de dimensões continentais, dotado de grande reserva e a divulgação ao usuário de seu real valor, o incentivo à racionalização do
hídrica, ocupando posição privilegiada em relação à disponibilidade de uso da água e a obtenção de recursos financeiros para subsidiar os progra-
água doce no mundo. No entanto, para que esse recurso ambiental não ve- mas e intervenções contemplados nos planos de recursos hídricos.
nha a faltar, é preciso encontrar formas de garantir sua sustentabilidade,
adotando-se medidas eficazes para suas preservação e proteção. Entre os A fixação dos valores a serem cobrados pelo uso dos recursos hídricos deve
mais modernos instrumentos de gerenciamento dos recursos hídricos na observar, nas derivações, captações e extrações de água, o volume retirado
atualidade, encontra-se a cobrança pelo uso da água. Experiências nesse e seu regime de variação, e, nos lançamentos de esgotos e demais resíduos
sentido vêm sendo desenvolvidas em países como os Estados Unidos, Ale- líquidos ou gasosos, o volume lançado e seu regime de variação e as carac-
manha, Holanda e França, e também em alguns estados brasileiros. terísticas físico-químicas, biológicas e de toxidade do afluente.
Partindo da assertiva de que a cobrança pelo uso da água constitui-se num Além disso, os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos
instrumento eficaz para a racionalização desse uso, no Plano Estadual de hídricos deverão ser aplicados, prioritariamente, na bacia hidrográfica em
Recursos Hídricos do Estado de Sergipe propõe considerar as principais que foram gerados, devendo ser utilizados no financiamento de estudos,
experiências realizadas no território e os resultados obtidos, focalizando programas, projetos e obras incluídos nos planos de recursos hídricos e
os diversos aspectos (histórico, legal, social e econômico da cobrança), de no pagamento de despesas de implantação e custeio administrativo dos
modo a sugerir alguns caminhos para o equacionamento do problema da órgãos e entidades integrantes do Sistema Estadual de Gerenciamento de
aplicabilidade do instrumento no Estado. Recursos Hídricos, limitado este último a 7,5% do valor total arrecadado.
49
50
7. Proposição de diretrizes para consolidação
da outorga de direito de uso dos Recursos
Hídricos
A outorga de direitos de uso de recursos hídricos visa assegurar o contro- de dezembro de 1999, que regulamenta a outorga de direito de uso de
le quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos recursos hídricos de domínio do estado, de que trata a lei nº 3.870, de 25
direitos de acesso à água. de setembro de 1997, são estabelecidas as condições de uso dos recursos
hídricos de domínio do estado sob as quais devem ser emitidas outorgas
Estão sujeitos à outorga pelo poder público estadual os usos de recursos e definidos aqueles que independem de outorga, os critérios e procedi-
hídricos a seguir elencados: mentos à sua concessão, suspensão e extinção. Por fim, também é tratada
i. derivação ou captação de parcela de água existente em um corpo a questão da possível delegação da outorga para as agências de água e
de água, para consumo final, inclusive abastecimento público, definidas as infrações e penalidades pelo uso desconforme.
ou insumo de processo produtivo;
ii. extração de água de aquífero subterrâneo, para consumo final ou 7.1. CATEGORIAS
insumo de processo produtivo;
iii. lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos lí- 7.1.1. Outorga prévia
quidos ou gasosos, tratados ou não, com o fim de sua diluição,
transporte ou deposição final; A outorga prévia tem como finalidade exclusiva declarar a existência de
iv. aproveitamento dos potenciais hidrelétricos; disponibilidade hídrica para o uso requerido, ou seja, visa garantir a exis-
v. outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade tência de volume outorgável quando comparado ao volume outorgado,
de água existente em um corpo de água. possibilitando ao investidor efetuar o planejamento, projeto e implanta-
ção daqueles empreendimentos que demandem a utilização de água. A
Demais disso, não precisam de outorga os usos referentes à satisfação das outorga prévia não confere direito de uso ao seu titular.
necessidades de pequenos núcleos populacionais distribuídos nos meios
rurais, às derivações, captações e lançamentos considerados insignifican- A outorga prévia deverá ser emitida por prazo suficiente para obtenção
tes, assim como às acumulações de volumes de água também considera- da licença ambiental, elaboração de projeto, execução das obras, não
das pouco relevantes. excedendo a cinco anos e determinado de acordo com as análise técnica
da SRH, observadas as normas, critérios e prioridades vigentes na época
Em conformidade com a legislação estadual, decreto nº 18.456, de 03 do requerimento.
51
7.1.2. Outorga de direito de uso mento público ou insumo de processo produtivo;
IV. lançamento em corpo hídrico de esgotos e demais resíduos
A outorga de direito de uso é um instrumento pelo qual o usuário recebe líquidos ou gasosos, tratados ou não, com o fim de sua di-
uma autorização do poder público para utilizar privativamente os recur- luição, transporte ou deposição final;
sos hídricos.
V. o uso para fins de aproveitamento de potenciais hidroelé-
trico.
7.1.3. Outorga de obra
De acordo com a lei supracitada e observando os critérios dispostos na Re-
A outorga de obra é um documento expedido ao interessado em construir solução nº 01 de 19 de abril de 2001, estão dispensados de outorga:
obras ou serviços de oferta hídrica que possam interferir no regime hí-
I. os usuários que utilizem os recursos hídricos para satisfação
drico de um determinado manancial superficial ou subterrâneo, tanto na
das necessidades de pequenos núcleos populacionais distri-
qualidade como na quantidade.
buídos no meio rural inferiores ou iguais a 80 casas ou 400
habitantes;
7.1.4. Onde solicitar a outorga II. captações a fio d’água com vazões inferiores a 2.500 l/h, ou
A outorga de direito de uso dos recursos hídricos deverá ser solicitada para cerca de 0,7 l/s;
a Secretaria de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH), por in- III. perfurações de poços rasos, com profundidade a 20 m e
termédio da Superintendência de Recursos Hídricos (SRH). com vazão de até 2.500 L/h e, ainda, poços com caráter ex
clusivo de pesquisa, exceto em aquíferos sedimentares con-
7.1.5. Usos sujeitos à outorga siderados estratégicos ou diretamente alimentados por rios
perenes;
Estão sujeitos à outorga pelo poder público, e de acordo com a Lei Estadu-
al 3.870 de 25 de setembro de 1997 em seu art. 18, regulamentada pelo IV. perfurações de poços medianamente profundos (20 a 60 m)
Dec. nº 18.456/99 em seu art. 5º, os seguintes usos ou interferências em e profundos (maior que 60 m) com vazões inferiores a 2.500
recursos hídricos: l/h, exceto quando se tratar de poços de responsabilidade
de órgãos público;
I. a implantação de qualquer empreendimento que possa de- V. açudes com volume de acumulação de até 50.000 m³, ou
mandar a utilização de recursos hídricos e que implique com área de espelho d’água inferior ou igual a 10 tarefas
alteração do regime, da quantidade e qualidade da água (3 ha), ou com altura de barramento inferior a 7 m;
existente em um corpo hídrico superficial ou subterrâneo;
VI. construção de barragens de derivação ou regularização de
II. a execução de obras ou serviços que configurem interferên- nível cuja bacia de contribuição não exceda 3 km²;
cia e impliquem alteração do regime, da quantidade ou da
qualidade da água existente em um corpo hídrico superfi- VII. obras de transferência entre bacias hidrográficas de vazões
cial ou subterrâneo; inferiores a 2.500 L/h.
III. a derivação ou captação de parcela de água existente em As obras hídricas e captações que forem dispensadas de outorga devem ser
um corpo hídrico, para consumo final, inclusive abasteci- comunicadas e cadastradas junto à SRH.
52
7.1.6. Prazos hídrico superficial, deve ser prevista uma vazão ambiental para jusante
equivalente a 10% (dez por cento) da “Q90”.
O prazo máximo estabelecido para a outorga de direito de uso de recursos
hídricos não pode ser superior a 35 anos.
7.1.8. Prioridades de uso da água bruta no
Na outorga de direito de uso de recursos hídricos para concessionárias de estado de Sergipe
serviços públicos de saneamento e abastecimento de água, o prazo não
pode ser superior ao constante no contrato de concessão. O estado de Sergipe, por meio do Decreto nº 18.456/99, no seu artigo 9º,
fixou prioridades quanto à outorga de direito de uso da água segundo a
A outorga prévia deve ser feita por prazo suficiente para obtenção da li- finalidade da derivação, estabelecidas na Lei Federal nº 9.433/97.
cença ambiental, elaboração do projeto, execução das obras, não exceden-
do a cinco anos, renovável uma única vez. I. em caso de escassez, o uso prioritário é o consumo humano
e a dessedentação animal.
No caso da renovação da outorga de direito de uso de recursos hídricos,
vencido o prazo, novas autorizações só poderão ser outorgadas, se as 7.1.9. Tramitação e análise do pedido de outorga
disponibilidades hídricas locais forem suficientes, conforme estiver de-
monstrado na bacia hidrográfica. O processo de solicitação de outorga de direito de uso dos recursos hídricos
tramita no âmbito da Superintendência de Recursos Hídricos da Secretaria de
O usuário deverá requerer renovação da outorga 180 dias antes de expirar Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos.
o prazo inicialmente estabelecido.
A análise da solicitação de outorga de direito de uso dos recursos hídricos
é realizada em duas etapas:
7.1.7. Vazão de referência
• 1ª etapa – avaliação da documentação, das condições do reque-
As vazões de referência, a serem utilizadas para cálculo das disponibi- rente e da propriedade (escrituras, contratos, CI, CIC, CNPJ, entre
lidades hídricas superficiais em cada local de interesse, devem estar de outra documentação necessária para compor o processo).
acordo com o documento “Plano de Desenvolvimento dos Recursos Hídri- • 2ª etapa – análise agronômica, hidrológica, hidrogeológica e hi-
cos do Estado de Sergipe”. droquímica, quando couber.
Até que as vazões de referências sejam estabelecidas com maior precisão 7.1.10. Publicação
nos Estudos de Disponibilidade de Água e Demanda de Recursos Hídricos,
deve ser adotada como vazão de referência a “Q90” (vazão garantida em A publicação da Portaria será feita no Diário Oficial do Estado, contendo
90% do ano hidrológico, como dispõe a Resolução nº 1 do CONERH), para extrato resumido do pedido de autorização de Outorga de Uso dos Recur-
cada Unidade de Planejamento, mas apresentadas no documento referido sos Hídricos.
no caput deste artigo.
53
54
8. Proposta de estrutura organizacional
para implementação do PERH junto
ao SEGRH
A pós análise do arcabouço jurídico institucional do Estado nos últimos
dez anos, é visto que, embora as diversas mudanças institucionais
realizadas tenham por intenção a persecução da melhor forma de atuação
1. Criação de entidade que funcione como braço executivo do órgão ges-
tor de recursos hídricos, Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos
(SEMARH), vinculada a este, com autonomia técnica e financeira disci-
do Estado, percebe-se que alterações frequentes fragilizam as institui- plinada na própria lei de criação, cujas atribuições devem ser definidas
ções, provocam sentimento de inquietação em seus técnicos, assim como em face de todo sistema posto, suprimindo-se sobreposições existentes e
na população atendida. A experiência tem mostrado que a melhor forma tratando de modo específico os comitês de bacias hidrográficas, de forma
de garantir a continuidade das ações é por meio da formação de um órgão que estes possam atuar efetivamente como órgãos da instituição.
gestor bem estruturado, sólido, dotado da melhor capacidade técnica.
2. Criação de coordenadoria de gestão no âmbito da Superintendência de
Otimizar o sistema existente, verificando os pontos de convergência dos Recursos Hídricos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e dos Recur-
diversos atores relacionados aos recursos hídricos, realizando tão somen- sos Hídricos (SEMARH), para a realização das atividades de organização,
te as mudanças absolutamente necessárias, parece a melhor maneira de orientação, supervisão e apoio aos órgãos colegiados componentes do
tratar a questão. sistema.
Além disso, o momento atual se torna apropriado para mudanças que 3. Como solução alternativa à criação de novo órgão ou entidade, vis-
visem melhorar aspectos institucionais existentes hoje no Estado, visto lumbra-se a possibilidade de incremento da autarquia Adema, no sentido
a concentração de esforços para executar diversos levantamentos e es- de fazê-la atender também às demandas hídricas. Tal opção aproveitaria
tudos realizados no âmbito da elaboração do Plano Estadual de Recursos a expertise já existente no Estado no trato das questões ambientais,
Hídricos. facilitando a análise conjunta dos problemas, ao tempo que reduziria
o trâmite burocrático à criação de uma nova entidade e fortaleceria a
Assim, as alterações propostas para o bom funcionamento do sistema de já existente, resultando na ampliação das atribuições da ADEMA, para
gestão e para a implementação dos instrumentos previstos na Política o atendimento dos reclames à plena execução da Política Estadual de
Estadual de Recursos Hídricos visam à melhoria da administração da água Recursos Hídricos.
disponível no território sergipano. Dessa maneira, consideradas, inclusi-
ve, as soluções já idealizadas quando da captação dos recursos financei- 4. Edição de legislação para repristinação expressa dos decretos de cria-
ros externos, foram feitas as seguintes proposições: ção da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação
55
de Sergipe (COHIDRO), da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (EMDAGRO) e da Com-
panhia Estadual de Habitação e Obras Públicas (CEHOP), convalidando os atos praticados
até o momento.
7. Supressão das sobreposições existentes nas leis dos diversos órgãos e entidades afetos
aos recursos hídricos, estabelecendo, quando possível, competências únicas para cada uma
das atividades.
Evidente que a escolha hierarquização das ações deverá ser fruto de profundas reflexões no
âmbito técnico e político. É preciso que o novo arranjo institucional seja planejado de modo
a atender efetivamente às necessidades quantitativas e qualitativas de pessoal técnico e
respectivo apoio logístico.
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57
CONSÓRCIO