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III CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO (CONAE) 2018.

SÍNTESE DOS 08 EIXOS DA CONAE

Carambeí, março de 2018.


III CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO (CONAE), 2018.
"A Consolidação do Sistema Nacional de Educação (SNE) e o Plano Nacional
de Educação (PNE): monitoramento, avaliação e proposição de políticas para a
garantia do direito à educação de qualidade social, pública, gratuita e laica".

Considerando todo o contexto, o atual PNE totaliza dez diretrizes, 20 metas,


como estratégias para a política educacional. Conforme o documento publicado pelo
MEC, em 2015, as metas estão subdivididas em grupos. O primeiro grupo: as metas
estruturantes para a garantia do direito à educação básica com qualidade,
promovendo a garantia do acesso à universalização do ensino obrigatório e à
ampliação das oportunidades educacionais. Um segundo grupo: metas que dizem
respeito, especificamente, à redução das desigualdades e à valorização da
diversidade. O terceiro grupo considerado estratégico para que as metas anteriores
sejam atingidas, descreve a valorização dos profissionais da educação, enquanto o
quarto grupo destina-se as metas referentes ao Ensino Superior.
Dentre as muitas conquistas do PNE (Plano Nacional de Educação), Lei
13.005/14, fruto desse processo: a Conferência foi convocada por um Decreto
Presidencial em 09 de maio de 2016, baseada na Constituição Federal de 1988 e na
Lei nº. 13.005\2014 e referendada pelo FNE (Fórum Nacional de Educação), órgão
responsável pela organização das Conferências Nacionais de Educação.
É possível extrair do texto o entendimento das conferências como
fundamentais, por promoverem o debate, a formulação e a avaliação de temas em
discussões. Assim a política nacional que debatam os rumos da educação para que
ela seja de qualidade efetiva, é de vital importância à mobilização da sociedade,
onde a mesma possa falar e ser ouvida, que haja um processo de participação de
todos os entes, pais, estudantes, gestores, profissionais da educação.
Nessa direção, há, portanto, uma trajetória recente de forte engajamento e
participação nas políticas públicas que vem mobilizando diferentes áreas em amplos
setores da sociedade. Todavia faz-se necessário a construção de um sistema de
regulamentação da educação e da ação articulada da sociedade civil e política com
vistas à construção por parte daquelas que demandam e ofertam educação básica e
superior de modo geral.
Contudo o questionamento sobre a temática passa a ser como implementar
e consolidar este sistema como instrumento que de fato oriente políticas
educacionais para garantir o direito à educação de qualidade para todos.
As conferências subsidiam a elaboração do Plano Nacional para o decênio
subsequente. Nesse sentido, as preocupações e desafios apontados, sobre como a
educação pode melhorar, de forma a avaliar a execução e acompanhar o
monitoramento do PNE. Exemplos importantes são as discussões em andamento
sobre o ensino médio, a Base Nacional Comum Curricular, as discussões sobre as
políticas de diversidade, a política de educação de jovens, adultos e idosos, o
monitoramento dos planos de educação, o Sistema Nacional de Educação, o
financiamento e o Custo Aluno Qualidade, entre outras.
As conferências dos últimos anos precedidas por outras discussões sobre
conteúdos da política educacional: a Conferência Brasileira de Educação (CBE), nos
anos 80; o Congresso Nacional de Educação (Coned) e a Conferência Nacional de
Educação para Todos, nos anos 90; a Conferência Nacional de Educação,
promovida pela Câmara dos Deputados, de 2000 a 2005; além de outros realizados
pelo Ministério da Educação (MEC), como o Fórum de Educação Superior e a
Conferência Nacional de Educação Profissional e Tecnológica, do Campo e de
Educação Escolar Indígena.
Os documentos finais produzidos pela I Conae (2010) e pela II Conae (2014)
referências para a atuação do FNE na construção das principais referências e
diretrizes para a concretização do Plano Nacional de Educação, aprovado pela Lei
nº 13.005/2014, e para a constituição do Sistema Nacional de Educação (SNE): a
Emenda Constitucional 59/2009, que elevou o PNE à condição de Plano de Estado,
com vinculação de recursos para sua execução e expansão do financiamento
público; o Piso Salarial Profissional Nacional, aprovado em Lei, para os profissionais
do magistério público da educação básica, regulamentando disposição
constitucional; a definição do Custo Aluno Qualidade, referência para o
financiamento da educação básica, ancorado em padrões de qualidade social; as
discussões sobre valorização das diversidades e dos direitos humanos. Ademais o
FNE, enquanto articulador e coordenador das conferências uma das instâncias
legais de monitoramento e avaliação do PNE, conforme determinado nos artigos 5º e
6º da Lei que o institui, apresenta este Documento-Referência tendo por princípios
basilares para a Educação de qualidade, a garantia do direito à Educação. Assim o
dado para o monitoramento trata-se de avaliação importante, seja a base para as
discussões realizadas nas etapas municipais, estaduais e distritais, pois, é política
de Estado, representam conquistas centrais cujos conteúdos devem ser
integralmente viabilizados. Portanto, reafirmar o PNE como epicentro das políticas
educacionais e, dessa forma, assegurar que ele esteja em movimento, com suas
diretrizes, metas e estratégias viabilizadas, com efetivo envolvimento da sociedade
em seu conjunto, para subsidiar as discussões em cada uma das conferências,
orientando as discussões, de forma ampla, representativa e democrática, sob a
coordenação dos respectivos fóruns permanentes de educação, estaduais, distrital e
municipal. De forma a desdobrar o tema central, o FNE enfatizou conceitos
relevantes, para orientar o debate público das políticas e ações educacionais dos
entes federados (União, Distrito Federal, Estados e Municípios), onde propôs 8 (oito)
eixos temáticos, coerentes e articulados entre si.

EIXO I - O PNE na Articulação do Sistema Nacional de Educação: instituição,


democratização, cooperação federativa, regime de colaboração, avaliação e
regulação da educação;
A discussão apresentada nesta subseção a respeito das dimensões
participativas e institucionais travadas ao longo da III CONAE permite uma visão
enquanto instrumento das conferências nacionais pode ser apropriado por grupos
sociais diversos e mobilizados em torno de uma temática específica de política
pública.
A partir de realidades sociais concretas e heterogêneas e tendo em vista a
necessidade de políticas sustentáveis de educação, incluindo o cumprimento da
mesma no que se refere a uma política efetiva e qualitativa, considera-se ser
necessário que o PNE no qual estabelece diretrizes, metas e estratégias, saia dos
documentos formais e junto aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário ganhe
consistência na implementação, para garantir sua efetivação.

EIXO II - Planos decenais e o SNE: Qualidade, avaliação e regulação das


políticas educacionais;

No eixo em questão, o direito à educação ofertada pelo Município à


discussão se pauta na problemática da qualidade e modelos da atual forma de
avaliação. Haja vista, um Sistema Nacional Articulado de Educação, a qualidade
educacional a ser implementada não se solidifica sem que haja o envolvimento de
outros setores da sociedade.
Diante dessa questão, as novas políticas do MEC (Ministério da Educação e
Cultura), sobretudo o PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação), estão
norteadas por propostas de descentralização, autonomia e mobilização social.
Nessa perspectiva levando-se em conta a parte e o todo, bem como as
especificidades de cada realidade, o desenvolvimento de um plano de educação
deverá estar diretamente vinculado a práticas democráticas e participativas da
gestão; uma política orgânica e sistematizada no que se refere à distribuição de
recursos financeiros, pedagógicos, tecnológicos.

EIXO III – Planos Decenais, SNE e Gestão Democrática: Participação Popular e


controle social;

Dentre as várias questões que o terceiro Eixo considera como fundamentais,


destacam-se a crítica estrutural entre o ensino médio e a educação pública
profissional, a ampliação das oportunidades educacionais, bem como a melhoria da
qualidade de ensino para a etapa da educação básica, inclusive na modalidade de
educação de jovens e adultos. Menciona-se, também, a necessidade de identificar
os principais e mais urgentes desafios da educação no município, no que diz
respeito à educação especial, de jovens e adultos, indígena afrodescendentes, do
campo, profissional ambiental. Deve ser estendida a gratuidade em cursos e
programas de educação profissional e ampliar o número de vagas em cursos
técnicos para estudantes de baixa renda. No que se refere à educação superior, é
citada a importância de políticas públicas de inclusão social de estudantes
trabalhadores (“...)” e “(...) a efetivação de ações afirmativas para o acesso e
permanência de grupos sociais e étnico-raciais com histórico de exclusão e
discriminação nas instituições de ensino superior.

EIXO IV - Planos decenais, SNE e a Democratização da educação: acesso,


permanência e gestão;

O Eixo IV numa concepção de educação inclusiva, em respeito às diferenças


o que pressupõe reconhecimento e a valorização da diversidade; destaca a
implementação de programas que discutam o combate a todas as formas de
discriminação e violência; se refere ao acesso e permanência dos alunos em todas
as modalidades de ensino, iniciando na pré-escola até a educação de Nível
Superior. Afirma a necessidade de se garantir à “Formação e Valorização dos
Profissionais da Educação”, da política de educação ambiental, estudo de Língua
Brasileira de Sinais (LIBRAS), história da África e culturas afro-brasileiras, cultura
indígena, diversidade étnico-racial, religiosa, orientação sexual e direitos humanos.

EIXO V- Planos decenais, SNE, Educação e Diversidade: democratização,


direitos humanos, justiça social e inclusão.

Este eixo no que se refere à igualdade de direitos, garantia aos direitos


básicos, dos direitos humanos e da solidariedade, visa garantir as melhores
condições àqueles que vivem em situação de desigualdade, de discriminação e
exclusão: política, econômica, cultural e social.
EIXO VI – Planos Decenais, SNE e Políticas Intersetorias de desenvolvimento e
Educação: cultura, ciência, trabalho, meio ambiente, saúde, tecnologia e
inovação;

Os temas abordados nesse eixo em sua articulação e intermediação estão


presentes com os outros cinco eixos anteriormente explicitados. Assim o
entrelaçamento dos diferentes temas que compõem o Eixo VI na forma de lei,
programas, metas, reserva de vagas, preferência, cotas, reitera a universalidade de
direitos, a necessidade de compreender a diferença como construção histórica,
cultural e social como meio de superar desigualdades sociais e incorporar o respeito
à diversidade no sistema educacional. Entre as medidas orienta políticas afirmativas,
emergenciais e transitórias para garantir acesso e permanência de todos nas
escolas. Conforme o documento evidencia-se, que deve haver garantias por meio de
vinculações especificadas em lei, da obrigatoriedade de apoio financeiro às políticas
de diversidade, trabalho e inclusão social, em relação ao meio ambiente, a questão
está vinculada à difusão da educação ambiental em todos os níveis e modalidades
do ensino. O Eixo com Destaque especial na extensão do direito à educação é dado
ao atendimento do aluno na faixa etária de 0 a 3 anos, pois “serviços de intervenção
precoce, que otimizem o processo de desenvolvimento e aprendizagem”, devem ser
garantidos em interface com os serviços de saúde e assistência social.

EIXO VII - Planos decenais, SNE e Valorização dos Profissionais da Educação:


formação, carreira, remuneração e condições de trabalho e saúde.

No tocante à valorização dos profissionais, o novo Plano Nacional de


Educação (PNE) de 2014-2024, por meio da Lei nº 13.005, de 25 de Julho de 2014,
traz algumas diretrizes que tratam da valorização dos profissionais da educação, ele
tem a vigência de dez anos e contém 20 metas, sendo que quatro delas tratam da
valorização docente, Desse modo, é importante atentar para as estratégias
estabelecidas. O plano de carreira se constitui em uma mola propulsora para a
valorização do docente, articula-se às condições objetivas de trabalho.
É possível depreender que a garantia à carreira e desenvolvimento ao
exercício profissional articulado as condições de trabalho que envolva: jornada de
trabalho, infraestrutura adequada, estrutura administrativa e de gestão democrática,
condições didático-pedagógicas, relação professor-aluno, além de ambiente que
contribua para a efetivação de práticas pedagógicas participativas, portanto,
democráticas.

EIXO VIII – Planos Decenais, SNE e Financiamento da educação, gestão,


transparência e controle social;

A preocupação com o acompanhamento e controle dos recursos é uma


constante, pois a transparência e controle social dos recursos financeiros da
educação, como instrumento de gestão adequada é condição necessária para a
consagração do direito à educação.
O PNE aprovado pela lei n° 13.005 de 2014, aponta para diversas
demandas, dentre as quais, emblematicamente a aprovação da meta de ampliação
do investimento em educação de maneira a atingir a porcentagem de 10% do PIB
brasileiro. O financiamento da educação tem como principal fonte de recursos à
vinculação da receita de impostos, com uma porcentagem mínima de investimento
segundo o artigo 212 da Constituição Federal (CF) de 1988. Entretanto, pode-se
afirmar que o investimento em educação ocorre proporcionalmente à arrecadação
da união, estados, municípios e Distrito Federal. Sendo assim, a vinculação da
receita de impostos vem a assegurar porcentagem mínima de investimento,
entretanto, como grande parte dos municípios brasileiros possui baixa arrecadação,
a vinculação, por si só, principalmente no caso de alguns entes federados
municipais, não assegura valores significativos de investimento. Conclui-se,
portanto, sendo o Financiamento da Educação como essencial para que se
cumpram as metas previstas no Plano Nacional de Educação.

REFERÊNCIA

BRASIL. Fórum Nacional de Educação.Conae, 2018. Disponível em: <Disponível


em: http://fne.mec.gov.br/fne-noticias/1422-nova-portaria-n-210-de-08-de-marco-de-
2018>. Acesso em: 18 mar. 2018

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