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Guia Básico para Roadies de Primeira Viagem

Edição 3
Este é o terceiro artigo da série: “Guia Básico para Roadies de Primeira Viagem”
produzido pela Casa do Roadie, a primeira loja do Brasil especializada em
acessórios para profissionais de shows e eventos.

Para ter acesso as duas primeira edições, clique nos links abaixo.

t u i tas
ilas gra Edição 3
p o s t Iniciando no áudio,
a desvendando os microfones,
Edição 2 dicionário técnico
Segundo idioma, turnês
e pré produção técnica
Edição 1
Diferentes funções,
comportamento e ferramentas

*Estes materiais são baseados em conceitos introdutórios e são indicados para profissionais iniciantes
#SomosTodosRoadies

Nos materiais anteriores, destacamos que o roadie não é apenas aquele que carrega e afina
os instrumentos do músico. O termo Roadie no Brasil é usado na maioria das vezes, de
forma equivocada, para designar o responsável apenas por carregar ou afinar o
instrumento do músico.

Os verdadeiros roadies, são aqueles que colaboram para o sucesso de um evento do começo
ao fim. Produtores, assistentes, técnicos, carregadores e toda da equipe que cai na
estrada e põe a ‘mão na massa’ para entregar um excelente espetáculo de qualquer porte,
desde uma pequena reunião social ou corporativa, até mega eventos esportivos e musicais.

Nas edições 1 e 2 nós tratamos da parte comportamental e definições de conceitos. Na


edição 3, esta que vocês está lendo agora, entramos na área mais técnica.

Tenham uma boa leitura.


Iniciando no áudio

Fundamentos Básicos
Para todos os profissionais envolvidos no meio técnico, é muito importante ter ao menos
uma noção básica de áudio. Saber distinguir graves, médios e agudos, pode ser a
diferença que lhe trará mais trabalhos.
Em uma passagem de som por exemplo, você pode ser uma peça fundamental auxiliando o
técnico de monitor a identificar uma frequência que está ‘sobrando’ no palco.

Iniciando no Áudio - Fundamentos Básicos


Frequências Sonoras
O som é a vibração de um meio elástico, pode ser gasoso, líquido ou sólido.
As ondas geradas pela fonte sonora produzem certas variações
de pressão no meio (por exemplo, o ar ou a água), e isto é o
que permite que sejam percebidas pelo ser humano. Porém,
não percebemos qualquer variação, se esta for muito rápida
ou muito lenta, com certeza o ouvido humano não irá captar.

É por isso que no espaço não existem sons, pois falta o meio
por onde eles devem discorrer: no espaço somente existe vazio,
vácuo, e por isso não podem existir variações de pressão audíveis.

Iniciando no Áudio - Fundamentos Básicos


Frequências Sonoras

Partindo desse pressuposto, podemos definir a frequência do som como a quantidade de


vibrações (ciclos) que produz um sinal por uma unidade de tempo (o segundo).

A unidade correspondente a um ciclo por segundo é o hertz (Hz).

As frequências mais baixas em hertz , correspondem com o que habitualmente chamamos


sons "graves”, sons de 20 vibrações lentas.

Iniciando no Áudio - Fundamentos Básicos


Frequências Sonoras
As frequências mais altas em hertz correspondem com o que chamamos "agudos" e são por
isso vibrações muito rápidas.
Como dissemos antes, o ser humano não pode captar qualquer vibração, o espectro de
frequências audível variará de acordo com cada pessoa, mas se aceita como média o
intervalo entre 20 Hz e 20 kHz (20.000 Hz). Nesta faixa de frequências existe tudo o que nós,
humanos, podemos ouvir; mais além disso estão os ultrassons (acima de 20 Khz) e os
infrassons (abaixo de 20 Hz), que são captados por alguns animais que possuem um sistema
auditivo mais desenvolvido que o do homem.

Cada instrumento musical, como qualquer outra fonte sonora, produz som em uma zona
determinada deste espectro de frequências audíveis, uns ocupam mais espaço, outros
menos.

Iniciando no Áudio - Fundamentos Básicos


Frequências Sonoras
Confira a seguir uma tabela simplificada identificando as frequências chaves de
cada instrumento:

Baixo: Corpo e profundidade em 60 Hz, áspero em 600 Hz, presença em 2.5 kHz.

Violão: Corpo em 80 Hz, presença em 5 kHz.

Guitarra elétrica: Pegada em 60 Hz, corpo em 100 Hz, estridente em 600 Hz,
presença em 2-3 kHz.

Bateria: Corpo em 100 Hz, apagada em 250-600 Hz, trash de 1 a 3 kHz,


ataque em 5 kHz, seca e enérgica em 10 kHz.

Iniciando no Áudio - Fundamentos Básicos


Frequências Sonoras
Bumbo: Corpo e potência abaixo de 60 Hz, acartonado 300-800 Hz (cortamos de 400
a 600 para conseguir uma melhor tonalidade), e o kick ou ataque em 2-6 kHz.

Percussão: Brilho e presença em 10 kHz.

Sax: Quente em 500 Hz, duro em 3 kHz, som das chaves acima de 10 kHz.

Voz: Corpo em 100-150 Hz (homem), corpo em 200-250 (mulher), som nasal em 500-
1000 Hz, presença em 5 kHz, e som de 's' acima de 6 kHz.

Iniciando no Áudio - Fundamentos Básicos


Inserts: Compressores e Gate

Existe sempre uma confusão relacionada a


Compressores e Gates.

Vamos explicar de forma resumida.


Compressores
Como o nome já diz, é a ferramenta que comprimi o som, ou seja, uma vez determinados os
parâmetros que se deseja comprimir, ele atua comprimindo o sinal de entrada atenuando o sinal
de saída.
Ele é muito útil em canais que se tem uma grande variação de sinal, por exemplo, imagine uma
banda onde o vocalista canta musicas mais lentas, com uma imposição vocal mais
branda, mas também canta musicas “berradas”.
Naturalmente, o sinal emitido pelas cordas vocais, é menor quanto cantado mais “fraco” e maior
quando “berrado”, é aí que o compressor atua, determinando uma faixa mediana de
sinal, ou seja, ele aumenta o volume de sinal do canto mais fraco, e comprimi (diminui) o sinal dos
berros.
Obviamente, deve-se conhecer muito bem os parâmetros do compressor e saber como usá-lo,
pois uma compressão demasiada, pode arruinar toda mixagem.

Principais indicações: Bumbo, caixa, baixo e vocais.


Iserts: Compressores e Gate
Gate
Na tradução livre do Inglês, gate significa “porta ou portão”, ou seja, é a porta de entrada do
sinal. Definindo os parâmetros corretamente, o gate elimina os ruídos indesejados de
determinados canais. Por exemplo, em uma bateria, enquanto o baterista está tocando
bumbo, caixa e hihat, não é necessário o sinal dos microfones dos tons, por isso é indicado
inserir o gate nos canais dos tons, assim, a “porta só se abre” quando os tons são tocados.
Muito cuidado, pois um gate com os parâmetros mau definidos, pode acarretar em sérios
problemas de mixagem, principalmente nos retornos.

Principais indicações: Bumbo, caixa, tons e percussão.

Iserts: Compressores e Gate


Guia de microfones

Dinâmicos e Condensadores
Guia de Microfones
Microfone é um equipamento que capta e transforma “sons” em “sinais elétricos”. Os
microfones costumam ser divididos em dois grandes grupos (baseados no tipo de captação),
microfones Dinâmicos e os microfones Condenser ou Condensadores.
Para ficar mais fácil o entendimento segue o quadro abaixo com fotos de alguns modelos
pertencentes à esses grupos:
Microfones Dinâmicos
Os microfones dinâmicos são construídos com cápsula e
diafragma capazes de suportar alta pressão sonora como
bateria, instrumentos de sopro, amplificadores e também
vocais para uso no palco.
Os microfones dinâmicos são amplamente utilizados no palco
em shows ao vivo pois uma de suas vantagens é o fato de
reduzir o nível de captação de ruídos de manuseio e
sons vindos de outros instrumentos ou caixas de som e retorno
presentes no palco. Devido a essa característica esse tipo de
microfone também reduz a chance de surgirem
aquelas indesejáveis microfonias.
Microfones Condensadores
Os microfones condensadores (condenser) são projetados
para captar muito mais nuances e detalhes dos sons de
instrumentos e de vozes. Por esse motivo é um dos tipos
de microfone mais utilizados em gravações em estúdio ou
até mesmo ao vivo.

Vale lembrar que os microfones condensadores necessitam


de “phantom power” para funcionar. Phantom power é uma
corrente elétrica de 48 volts disponível na maioria das mesas
de som do mercado, essa corrente elétrica quando habilitada
alimenta o microfone condensador através do próprio cabo
de microfone (xlr) permitindo que ele funcione corretamente.
Microfones Condensadores

Vale ressaltar que para utilizar esse tipo de microfone para


voz “ao vivo” é importante que o sistema de monitoração
utilizado seja “in-ear” (com fones de ouvido intra
auriculares), caso contrário, devido à sua extrema
sensibilidade de captação, ele vai captar o som dos
monitores (retornos) e podem surgir microfonias
indesejáveis.

Sendo assim, os microfones podem ser classificados


quanto a directividade da seguinte forma:
Microfones Condensadores

Fonte Sonora
Omnidirecionais
Captam o som da fonte não importando a
direção em que este chegue a sua cápsula.

Guia de microfones
Microfones condensadores

Bi-direcionais
Captam o som igualmente no eixo da cápsula (0º
e 180º), rejeitando o som que chega a 90º e a 270°

Guia de microfones
Microfones condensadores

Cardióides
Captam com maior eficácia os sons emitidos na sua frente.
À medida que a fonte sonora se desloca do eixo central do
microfone, sua captação é reduzida. Desta forma, sons
vindos de trás não são captados ou são captados com
pequena intensidade.

Guia de microfones
Microfones condensadores

Super e Hiper-Cardióides
Captam além dos sons emitidos na sua frente,
parte dos sons emitidos na parte de trás. Isto é
bastante útil para aumentar o ganho do som,
sem que haja microfonia.

Guia de microfones
Dicionário Técnico

Traduzindo o backstage
Dicionário Técnico
AC: Energia elétrica, 110v, 220v, etc.
Auxiliar Send: Saída Auxiliar
Backdrop: Cenário de fundo de palco, bandeirão
Backline: Amplificadores, bateria, Instrumentos, etc
Boost: Aumentar o ganho de sinal
Boxtruss: Estrutura de alumínio para som, luz, palcos, etc
DI (Direct Box): Caixa que transforma o sinal do instrumento
em sinal de microfone
Drumfill: Monitores do baterista
Feedbak: Microfonia

Traduzindo o Backstage
Dicionário Técnico

Flat: Equalização plana, sem alterações


High: Agudo ou Alto
In Ear: Monitoração Intra-auricular, fone de ouvido
Input list: Lista de canais de entrada na mesa de som
Kick-Drum: Bumbo
Low: Grave
Mid: Frequências médias
Patch: Posicionamento dos canais da mesa de som

Traduzindo o Backstage
Dicionário Técnico

Rider: É a relação de toda estrutura que o artista necessita


Sidefill: Monitores sobre o palco, dos lados direito e esquerdo
Stage hand: Carreados, auxiliares
Stage Manager: Gerente de palco
Stage Plot: Mapa de Palco
Sub-snake: Multicabo de menor tamanho com menos canais
Tour Manager: Produtor executivo, produtor de estrada
Wireless: Sem fio
XLR: Conector de três pinos usado em microfones

Traduzindo o Backstage
MISSÃO
A CASA DO ROADIE nasceu com a missão
de elevar o nível das produções de shows
e eventos no Brasil, por meio de produtos,
www.casadoroadie.com.br serviços e geração de conteúdo.

ORIGEM
O projeto toma forma em meados de 2014 como o primeiro e-commerce
no Brasil, especializado em acessórios para profissionais de shows e
eventos, oferecendo produtos diferenciados, de alta qualidade e úteis
para o dia a dia de pessoas e empresas.
IDEALIZADOR
Idealizada pelo técnico de áudio Rafael Erdei, a Casa do Roadie é uma combinação
de sua vivência profissional (por trás de graves, médios e agudos das mesas de som,
grandes palcos e milhares de quilômetros de estrada) com a oficina de sonhos de
seu pai, um inventor de mão cheia que com um sorriso no rosto e boas ferramentas
na mesa, é capaz de criar qualquer coisa.

CONTATOS
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