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Revista Brasileira

ISSN 1982-3541 de Terapia Comportamental


2014, Vol. XVI, no. 2, 81 - 93 e Cognitiva

Uma proposta de demarcação da análise


descritiva do comportamento ordinal no
contexto da literatura operante.
A demarcation of the descriptive analysis of ordinal behavior
in the operant literature.

Mariana Miccione *
Universidade Federal do Pará
(Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento - Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento)
Mestre em Teoria e Pesquisa do Comportamento, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Teoria
e Pesquisa do Comportamento

Grauben Assis
Universidade Federal do Pará
(Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento - Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento)
Docente do Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento - Núcleo de Teoria e Pesquisa
do Comportamento, Universidade Federal do Pará, Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq.

João dos Santos Carmo


Universidade Federal de São Carlos
(Departamento de Psicologia) e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Comportamento, Cognição e Ensino (INCT-ECCE)
Docente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal de São Carlos

Jair Lopes Junior


Universidade Estadual Paulista - Campus Bauru (Faculdade de Ciências / Departamento de Psicologia
Docente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem – UNESP, Bauru)

Resumo

Parcela da literatura operante sustenta expressiva produção de conhecimentos sobre resolução de proble-
mas, resposta de observação e relações de contingência entre respostas com diferentes probabilidades de
ocorrência (Princípio de Premack). O presente trabalho investigou possíveis convergências entre uma aná-
lise descritiva do comportamento ordinal e tal parcela da literatura operante. Análises conceituais e me-

* marianamiccione@yahoo.com.br
Sinceros agradecimentos aos coautores pelas valiosas contribuições durante a construção do artigo.
O empenho colaborativo nele despendido teve como resultado o presente trabalho com indiscutível relevância teórica à parcelas da literatura operante.

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Uma proposta de demarcação da análise descritiva do comportamento ordinal no contexto da literatura operante.

todológicas de material bibliográfico salientaram a relevância da sequência de eventos funcionalmente


relacionados na caracterização da produção de conhecimentos sobre resolução de problema, sobre resposta
de observação e sobre o Princípio de Premack viabilizando aproximações entre programas de pesquisas
sobre repertórios comportamentais complexos, bem como expansões em estratégias de investigação sobre
responder ordinal.

Palavras-chave: comportamento ordinal; cadeia; resolução de problema, princípio de premack; resposta de


observação.

Abstract:

A portion of operant literature supports significant production of knowledge about problem solving, ob-
servation response and contingency relations between responses with different probabilities of occurrence
(Premack Principle). This study investigated possible convergences between a descriptive analysis of ordi-
nal behavior and such portion of the operant literature. Conceptual and methodological analysis of publi-
cations have highlighted the relevance of the sequence of events functionally related to the characterization
of the production of knowledge about problem solving, observation response and the Premack Principle
enabling approaches between programs of research on complex behavioral repertoires as well as expan-
sions in research strategies concerning ordinal responding.

Keywords: ordinal behavior; chaining; problem solving, premack principle, observing response.

A Análise do Comportamento designa uma orienta- A literatura operante congrega acervo da produção
ção teórico-metodológica em Psicologia que, sob a e da divulgação científica, tecnológica e aplicada
égide da obra científica de B. F. Skinner, concentra dos conhecimentos desenvolvidos sob tal orienta-
ênfase no estudo de relações entre ação do indiví- ção teórico-metodológica.
duo (ou de grupo de indivíduos) e eventos ambien-
tais, sendo tal estudo fundamentado em relações de O presente artigo consiste em um ensaio teórico so-
contingências entre ambos. Assim, fenômenos cuja bre o tratamento analítico-comportamental de pos-
definição e pesquisa científica estejam situados, síveis vinculações entre uma modalidade específica
ainda que de modo parcial, no âmbito da Psicologia, de processos comportamentais complexos (cf. Lat-
admitem, no contexto da Análise do Comportamen- tal, 2005), a saber, o responder ordinal, e parcela do
to, estratégias de investigação pautadas na identifi- acervo de conhecimentos produzidos na literatura
cação e na proposição de análises de contingências operante sobre resolução de problemas, resposta de
(Tourinho & Luna, 2010). observação e Princípio de Premack.

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No artigo, inicialmente, serão apresentados de forma têm recebido o nome de encadeamento, referindo-
descritiva aspectos conceituais do comportamento se a sucessões de respostas, nas quais uma respos-
ordinal à luz do modelo analítico-comportamental de ta produz as condições de estímulo para a resposta
cadeia de respostas. Posteriormente, o trabalho segui- seguinte (Keller & Schoenfeld, 1950; Millenson,
rá com a análise de parcela da literatura operante so- 1967/1975; Skinner, 1938/1991; Staats & Staats,
bre resolução de problemas, resposta de observação 1966/1973). Algumas definições distintas são en-
e Princípio de Premack com ênfase na identificação contradas em manuais e artigos. Estas diferenças
e na descrição de relações ordinais. Na parte final, devem-se à natureza dos estímulos de ligação entre
uma seção dará conta de descrever sucintamente o as respostas, ou à função exercida por estes estímu-
surgimento e o desenvolvimento do paradigma das los (Miccione, Assis, & Costa, 2010).
relações ordinais e de suas implicações.
Quanto à natureza dos estímulos, considera-se que
As análises que definem este ensaio priorizaram um estes podem ser de origem proprioceptiva ou ex-
enfoque descritivo e crítico. O objetivo do trabalho foi teroceptiva (Keller & Schoenfeld, 1950; Staats &
investigar se o tratamento de processos e de fenôme- Staats, 1966/1973). No que concerne à função de-
nos comportamentais distintos no âmbito da Análise sempenhada pelos estímulos de ligação é possível
Experimental do Comportamento permitira ampliar elencar duas funções: a de reforçadores condicio-
direta ou indiretamente a compreensão, o alcance e a nados, para as respostas precedentes, e a de estímu-
relevância do comportamento ordinal. Em outros ter- los discriminativos, para as respostas subsequentes
mos, as investigações efetuadas objetivaram demarcar (Catania, 1998/1999; Culbertson, Ferster, & Boren,
incidências de uma análise descritiva do comporta- 1968/1979; Kelleher, 1966; Keller & Schoenfeld,
mento ordinal na literatura operante referente aos fe- 1950; Millenson, 1967/1975; Skinner, 1938/1991).
nômenos e processos da resolução de problemas, da
resposta de observação e das relações de contingência É extensa a lista de comportamentos que ocorrem de
entre ações com probabilidades distintas de emissão. forma ordinal. Na música: o flautista pressiona os ori-
fícios do instrumento seguindo uma determinada or-
Estima-se que tal ampliação – ou incidências – apre- dem. No esporte: o nadador emite seus movimentos
senta-se como condição necessária para fortalecer e de maneira ordenada. Na escola: a criança risca com
agregar trabalhos de pesquisadores sobre processos o lápis no papel as letras de uma palavra. No trabalho:
comportamentais pertinentes ao responder ordinal, o funcionário estabeleceu correspondência eletronica-
tanto quanto para garantir condições efetivas de mente selecionando os comandos virtuais ordenada-
comunicação entre a Análise do Comportamento e mente. No lazer: o motorista engaja-se em ações se-
demais áreas do conhecimento, em especial, a Edu- quenciais ao viajar com a família. Em casa: o anfitrião
cação Matemática e o Ensino de Ciências. troca a roupa de cama para oferecê-la ao hóspede.

Comportamento ordinal: Aspectos conceituais A observação das ações mencionadas nos exemplos
No âmbito dos estudos do responder ordinal, a aqui- acima admitiria descrição a partir da identificação
sição e manutenção de cadeias comportamentais de sequências sucessivas e ordenadas de eventos.

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Uma proposta de demarcação da análise descritiva do comportamento ordinal no contexto da literatura operante.

Em outros termos, os exemplos anteriores podem comportamento alvo, mas também aqueles que a
ser considerados operantes definidos por cadeias de ele estão ligados operacionalmente dentro da ca-
respostas ou respostas operantes encadeadas, isto é, deia comportamental. Portanto, pode-se afirmar que
por respostas emitidas de forma encadeada, sendo operantes podem ser compostos por mais de uma
que determinados eventos, seja o som de uma melo- resposta isolada. O operante “pegar um ônibus”,
dia, um trajeto percorrido velozmente, uma palavra por exemplo, envolve no mínimo duas respostas, ir
escrita corretamente, um e-mail enviado com suces- até o ponto de ônibus e fazer o sinal. Outros podem
so, uma viagem sem imprevistos ou um bom visual envolver diferentes “tamanhos” de sequências com-
do quarto mostram-se contingentes à ocorrência do portamentais, podendo ser maiores ou menores que
último elo da cadeia. no exemplo dado.

Para a Análise do Comportamento, alguns compo- De modo pertinente a tais análises, cumpre destacar
nentes da contingência podem adquirir diferentes que Spradlin (1999) pontuou que considerável par-
funções dentro de um arranjo encadeado de res- cela do comportamento humano é composta por se-
postas. No modelo de encadeamento proposto por quências comportamentais que variam em extensão
Skinner (1938/1991), por exemplo, a contingência e complexidade e, por regularidade, é estabelecida
permite que um estímulo discriminativo também pela natureza do ambiente físico, por ensino direto,
exerça uma função reforçadora. Para isso, é neces- planejado ou por contingências acidentais. Usou o
sário que uma discriminação seja primeiramente termo “rotina” para se reportar às sequências repe-
estabelecida via reforçamento de cada resposta na tidas de estímulos e de respostas distintas topogra-
presença de um estímulo específico. Dessa forma, ficamente observadas em inúmeras atividades que
uma resposta produz um reforçador condicionado apresentamos no dia a dia. Para ele, assim como
que, por sua vez, estabelece a ocasião para outra nos experimentos conduzidos com participação de
resposta e assim por diante até que se dê o reforça- animais, nos engajamos em cadeias de respostas or-
dor último. ganizadas e produzimos consequência final. Certas
rotinas, como escovar os dentes, são tão bem esta-
Sendo assim, o modelo de cadeia comportamental belecidas que é possível a previsão de seus elemen-
lançado e operacionalizado, inicialmente por Skin- tos (abrir a bisnaga de pasta de dente, pressioná-la e
ner (1938/1991), pode ser aplicado ao analisar-se assim por diante).
o desempenho requerido pelas tarefas descritas ini-
cialmente. Ainda analisando as “rotinas”, esse autor reconhece
a possibilidade de variação na ordem dos comporta-
A ciência do comportamento aqui mencionada tra- mentos e de permutabilidade de alguns componen-
ta o seu objeto de estudo, isto é, o comportamento tes apresentados numa sequência comportamental
dos organismos, investigando e estabelecendo pos- por outros pertencentes à mesma “classe de com-
síveis relações funcionais entre o comportamento e ponente”, sendo, portanto, funcionalmente equiva-
seu ambiente. Quando uma análise funcional de um lentes. Para ilustrar essas duas possibilidades, segue
comportamento é tecida, considera-se não apenas o um exemplo de variação na ordem dos comporta-

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mentos. Uma mãe, ao dar banho em seu bebê, pode raram demarcar convergências entre a análise des-
iniciar ora aplicando o xampu, ora o sabonete. Para critiva de cadeia ou do comportamento ordinal e
o caso de substituição de componentes, podemos parcela da literatura operante dedicada à caracteri-
citar a situação de uma jovem moça que, ao sair do zação analítico-comportamental dos processos que
banho, seca os cabelos com o jato de ar proveniente definem a resolução de problemas.
do ventilador quando o seu secador de cabelo en-
contra-se com defeito. A Resolução de Problema
A partir da interpretação fornecida por Skinner
Adicionalmente, esse autor admite a apresentação (1953/2003, 1969, 1974), um evento é caracteriza-
de comportamentos que propiciam continuidade à do como uma situação problema quando, no uni-
rotina diante de sua interrupção, pois não afetariam verso das respostas emitidas por um organismo,
a probabilidade de a “rotina” ser concluída. De cer- inexiste temporariamente no presente uma resposta
ta forma, o último exemplo citado pode enquadrar- em estado de força que, caso disponível, resultaria
se nessa circunstância. numa condição modificadora do ambiente no senti-
do de reforçar ou de evitar uma estimulação aversi-
Assim como a análise de Spradlin, muitas outras são va (ver também Moroz, 1993). Em outras palavras,
passíveis de serem concretizadas a partir da noção há uma contingência reforçadora positiva ou nega-
analítico-comportamental de cadeia. O comporta- tiva na qual o organismo se engaja em um conjunto
mento, seja ele humano ou não, ocorre dentro de um de comportamentos para proporcionar a resposta
fluxo contínuo de eventos (condições) com funções final, a solucionadora do problema. Considera-se
estimuladoras e de ações em resposta a tais even- terminada uma situação problema analisando-se a
tos, mas que também produzem outras condições e efetividade ou não-efetividade das consequências
eventos igualmente relevantes para a compreensão das respostas sobre a solução.
da noção de cadeia.
Partindo-se de uma análise comportamental do pro-
Em outros termos, de acordo com o modelo de um cesso de resolução de problema, tem-se que uma
fluxo contínuo, no âmbito da noção analítico-com- situação é considerada como um problema quando
portamental de cadeia, torna-se imperativo consi- o comportamento do organismo não foi posto sob
derar que elos e membros (Millenson, 1967/1975) controle dos estímulos presentes numa dada situ-
assumem diferentes funções a depender do recorte ação. Sendo assim, gradativamente o organismo
que compõe a unidade de análise. engaja-se em emitir sequências de comportamen-
tos que determinem a solução do problema. Nesse
Neste ponto, admite-se pertinente indagar em que ponto, faz-se necessário atentar que o ato de resol-
extensão a interpretação analítico-comportamental ver um problema implica a ocorrência de respos-
de cadeia sustentaria vínculo com a interpretação, tas precorrentes, enquanto membros de uma cadeia
igualmente fundamentada nesta mediação teórica, comportamental, que produzem estímulos (elos)
de outros processos comportamentais. De modo que ocasionam ou alteram a probabilidade da res-
mais específico, a seguir, as investigações procu- posta subsequente, podendo essa ser a resposta so-

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lução (Baum, 1994/1999; Luna & Marinotti, 2010; do organismo e suas consequências. À medida que
Simonassi, Cameschi, Vilela, Valcacer-Coelho, & o organismo entra em contato com as consequên-
Figueiredo, 2007; Skinner, 1953/2003, 1969, 1974). cias de suas respostas, a solução do problema vai se
Portanto, um paralelo entre o tratamento dado à configurando, o que demonstra o caráter heurístico
resolução de problemas e o modelo tradicional de desse tipo de procedimento (Chase & Bjarnadottir,
cadeia de respostas pode ser feito contemplando a 1992). Assim, tem-se uma relação funcional advin-
natureza e a participação dos estímulos produzidos da da relação indivíduo-situação na qual um fluxo
pelas respostas, os estímulos discriminativos. Para de respostas pode ser observado onde as respostas
isso, algumas semelhanças e diferenças em termos que se distanciam da solução são eliminadas e as
de funcionamento dos princípios comportamentais que se aproximam são estabilizadas. De maneira
envolvidos devem ser delineadas. semelhante, no encadeamento os comportamentos
que ocorrem de forma “desordenada”, no sentido de
No que concerne à natureza dos estímulos, obser- não produzirem a condição para o comportamento
va-se na interpretação analítico- comportamental da subsequente, são extintos (Moroz, 1993).
resolução de problemas, tanto quanto da cadeia de
respostas que a emissão de uma resposta produz, a Como o próprio nome sugere, na resolução de pro-
condição necessária para a ocorrência de uma pró- blema, o foco está na viabilidade de solução de um
xima resposta. No caso do encadeamento, aquela problema, não obstante as respostas envolvidas es-
que dará continuidade ou resultará no reforçador tarem encadeadas.
final. Já na resolução de problemas, aquela que di-
reciona para a resposta solucionadora ou à que en- Luna e Marinotti (2010) formalizaram uma inda-
gendra a solução, que por sua vez, não deixa de ser gação que sugere ou atesta convergência entre as
um reforçador final. análises operantes da resolução de problemas e do
comportamento ordinal: quais seriam as variáveis
Em ambos os casos, para que um determinado com- da história de vida das pessoas que as tornam ca-
portamento ocorra é necessário que o mesmo já pazes de produzirem mudanças ambientais que ad-
esteja sob controle de estímulo, seja por manipula- quirem funções discriminativas para a emissão da
ção de variáveis independentes ou por resultado de resposta que define a solução ou para a sequência
contingências naturais. A emissão de cada resposta ou cadeia de respostas cujo elo final seria a resposta
pode ser explicada em termos das condições atuan- definida como solução?
tes no momento, isto é, por meio de consequências
diferenciais um organismo aprende a responder or- A convergência ora advogada entre as análises ope-
denadamente na presença dos estímulos que foram rantes em questão manifesta-se também na pres-
consistentemente correlacionados com o estímulo crição de estratégias para o ensino da resolução de
reforçador (Skinner, 1953/2003). problemas. Reconhecidamente, no âmbito de uma
análise operante, a solução de um problema depen-
Em outras palavras, é indispensável que haja uma de da eficácia dos comportamentos preliminares
relação de funcionalidade entre o comportamento que o sujeito possui em seu repertório, visto que tais

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comportamentos se constituem, numa perspectiva partir da classificação a priori de comportamen-


de cadeia, em condição necessária para a emissão tos numa escala de probabilidade relativa de ocor-
da resposta que define a solução. De modo comple- rência. Comportamentos com alta probabilidade
mentar à consideração das variáveis da história de de ocorrência teriam a função reforçadora para os
vida das pessoas, Luna e Marinotti (2010) ressal- comportamentos com baixa probabilidade de ocor-
tam que, para ampliar a viabilidade da resolução do rência. A legitimidade da função punitiva para a re-
problema, é importante que repertórios já instalados lação inversa entre os comportamentos também é
integrem as programações (estratégias de ensino) aplicada (Vasconselos & Gimenes, 2004).
como comportamentos preliminares, com planeja-
mento intencional de contingências que cumpram Temos que o estabelecimento e a manutenção de rela-
prioritariamente duas funções: ampliar a força de ções de controle dependeria do responder às informa-
tais repertórios preliminares, bem como diversificar ções dispostas num fluxo comportamental: a emissão
as situações que exercem controle sobre os mesmos. de comportamentos com alta probabilidade de ocor-
rência deveria, de modo sequencial, ser contingente à
Por sua vez, no encadeamento o foco está nas vari- emissão de repertórios com baixa probabilidade.
áveis que afetam o desempenho, não obstante a ca-
deia de comportamentos a ser posta sob controle de Cabe destacar, no entanto, que a literatura operante
estímulos também se configurar como um problema registra expansões no tratamento analítico compor-
a ser resolvido. Nos dizeres de Skinner (1969), “re- tamental de outros repertórios que possivelmente
solver um problema é um evento comportamental. atestariam convergências com as análises do com-
Os vários tipos de atividades que promovem o apa- portamento ordinal.
recer de uma solução são formas de comportamen-
to” (p. 145). De modo ampliado, o estabelecimento e a manuten-
ção do controle de estímulos têm sido investigados
Com o propósito de prosseguir com as análises de por pesquisadores a partir do estudo da resposta de
possíveis vínculos entre o tratamento analítico com- observação. Muitas pesquisas têm sido conduzidas
portamental do responder ordinal e parcela da lite- para verificar os efeitos de variações de procedi-
ratura operante sobre processos comportamentais, mento sobre esse tipo de responder, por exemplo,
seguem análises considerando processos e fenôme- manipulação de diferentes esquemas de reforça-
nos definidos por relações distintas de probabilida- mento (e.g., Dube & McIlvane, 1999; Madden &
de de ocorrência de determinados comportamentos Perone, 1999).
(Princípio de Premack), bem como pelas denomina-
das respostas de observação. Originalmente, respostas de observação são defini-
das pela produção de estímulos discriminativos (Wy-
O Princípio de Premack e a Resposta de Observação ckoff, 1952). Portanto, seu estudo envolveria duas
De acordo com o Princípio de Premack, um evento tríplices contingências. Uma, na qual a resposta de
reforçador é definido por uma resposta e não por observação engendra o estímulo discriminativo e,
evento ambiental. Isto é, o reforçador é definido a outra, na qual uma resposta ulterior é controlada por

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esse mesmo estímulo e resulta na obtenção do refor- subsidiar, teórico e empiricamente, a investigação
çador final. De acordo com essa análise, o estímulo de variáveis que circunscrevem a aprendizagem de
que a resposta de observação produz teria dupla fun- comportamentos ordinais (por exemplo, repertórios
ção, reforçadora condicionada para a resposta que o acadêmicos). A evolução de tais investigações é
produziu e discriminativa para a que faculta o estí- discutida na seção seguinte.
mulo reforçador final (Pessôa & Sério, 2006).
O Responder Ordinal per si
Além da manipulação entre esquemas de reforça- Green, Stromer e Mackay (1993) lançaram uma
mento, para garantir uma maior precisão no estabe- proposta de interpretação operante para a emissão
lecimento do controle dos estímulos discriminativos, de repertórios comportamentais que definem a pro-
pesquisadores têm adotado equipamentos auxiliares dução de sequências. Examinaram a adequação das
eletrônicos e digitais que impuseram refinamentos noções de cadeia simples e de discriminação condi-
substanciais na caracterização de propriedades da cional sobre os desempenhos engendrados a partir
resposta de observação em seres humanos. (e.g., Do- de contingências que estabelecem a produção de se-
ran & Holland, 1971; Dube, Balsamo, Fowler, Di- quências. De acordo com esses autores, as relações
ckson, Farren &, Tomanari, 2006; Dube, Lombard, entre os estímulos de uma mesma sequência e entre
Farren, Balsamo, Fowler, & Tomanari, 2002; Dube, diferentes sequências, em contingências tríplices de
Lombard, Farren, Flusser, Balsamo, & Fowler, 1999; reforçamento, poderiam ser documentadas a partir
Tomanari, Balsamo, Fowler, Farren, & Dube, 2007). da realização de testes comportamentais que certifi-
cassem as propriedades definidoras de uma relação
Admite-se, no escopo da literatura operante e da de ordem: irreflexividade, assimetria, transitividade
argumentação deste artigo, que o Princípio de Pre- e conectividade (Stevens, 1951).
mack, tanto quanto a resposta de observação, evi-
denciam processos comportamentais passíveis de Considera-se uma relação como irreflexiva a relação
interpretação fundamentada na organização enca- ordinal que não se mostra reflexiva, isto é, na qual
deada de eventos contingentemente relacionados um elemento não pode ser seguido por ele mesmo.
sustentando consistência com análises anteriores Portanto, a relação A1A1 não é verdadeira. A pro-
relacionadas com a resolução de problemas. priedade da assimetria postula que uma relação or-
dinal é unidirecional; logo, A2A3 é uma relação
Parece-nos, assim, estabelecidas algumas bases pre- verdadeira, mas o oposto A3A2 não. A transiti-
liminares para a ampliação de análises posteriores vidade é observada quando dois pares de estímulos
sobre vínculos entre a interpretação operante de dis- adjacentes dentro de uma série relacionam-se e deri-
tintos processos comportamentais a partir do exem- vam num terceiro par não adjacente; assim, A2A3
plo exposto e discutido e do paradigma de cadeia de e A3A4, então A2A4 é correta, na ausência do
respostas formulado por Skinner (1938/1991). A3. Finalmente, uma relação apresenta a propriedade
de conectividade se seus elementos se relacionarem
Nas duas últimas décadas, convive-se com um tra- aos pares em todas as prováveis combinações; se
tamento analítico-comportamental de cadeia para A1A2A3, então A1A2, A1A3 e A2A3.

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Em pesquisas derivadas desse modelo, as relações basso, 1971) de modo que todos os membros das
testadas têm sido conduzidas sem reforçamento di- sequências planejadas não apareçam juntos antes
ferencial e com base nas relações ensinadas, consis- dos testes (cf. Holcomb, Stromer, & Mackay 1997;
tindo na verificação da recombinação de estímulos Souza, Assis, & Magalhães, 2005; Stromer & Ma-
positivamente relacionados em contingências trí- ckay, 1993 - estudo 2; Verdu, Souza, & Lopes Jú-
plices de reforçamento. Portanto, o tipo de relação nior, 2005). Testes posteriores podem envolver
entre os estímulos presentes na fase de ensino passa estímulos não adjacentes (e.g. A1A5; A2A4,
a ser considerado como ordinal se, ao serem apre- etc.) para avaliação da transitividade, ou a substi-
sentados nos testes, facultarem o responder de na- tuição entre estímulos de sequências diferentes (e.g.
tureza ordinal. Ou seja, um responder sob controle A1B2A3 ou B1A3B5).
da ordem em detrimento de relações condicionais
entre estímulos específicos ou de simples cadeias. Assis, Magalhães, Monteiro e Carmo (2011) ve-
rificaram o efeito da ordem de ensino sobre a for-
O paradigma das relações ordinais na produção de mação de classes ordinais utilizando o ensino por
sequências é análogo, tanto em conceito como em sobreposição de estímulos e a extensão dos efeitos
metodologia, à análise de equivalência de estímulos de tal procedimento de reforçamento diferencial
da proposta de Sidman e Tailby (1982) sobre rela- contingente à sobreposição, a saber, a generaliza-
ções entre estímulos em classes equivalentes (cf. ção de estímulos presente no ambiente natural en-
Sidman, 1994). Tal modelo fornece uma estratégia volvendo o desempenho ordinal com participantes
para o exame da interação entre equivalência e re- surdos. Doze crianças foram distribuídas em dois
lações ordinais quando leva à ampliação de reper- grupos experimentais. No Grupo 1 a tarefa era or-
tórios comportamentais que ocorrem em condições denar os estímulos com base na numerosidade, e em
apropriadas, sem qualquer ensino adicional. Sendo seguida ordenar outros estímulos sem ter por base
assim, as noções de cadeia simples e de controle a numerosidade. No Grupo 2 os participantes eram
condicional para essa análise mostram-se insufi- expostos à ordem inversa. Após serem expostos a
cientes para avaliar os desempenhos gerados nos um procedimento de ensino informatizado, testes
testes específicos de relações ordinais. de transitividade e conectividade foram aplicados.
Todos os participantes atingiram o critério de acerto
Esse modelo propicia a programação de dois ti- e foram capazes de formar novas sequências, com
pos de procedimentos para o ensino de repertórios alguma variabilidade inter e intrassujeitos, demons-
sequenciais: por encadeamento e por pares de es- trando a eficácia do procedimento de sobreposição
tímulos sobrepostos (Green et al., 1993). No pri- no estabelecimento de classes de estímulos ordinais
meiro, os estímulos são acrescentados gradativa- equivalentes.
mente, até que se complete a sequência programada
(e.g. A1A2, A1A2A3, A1A2A3A4, Nunes (2010) demonstrou empiricamente a forma-
A1A2A3A4A5). No segundo, pares de es- ção de classes ordinais em alunos da Educação In-
tímulos adjacentes são apresentados (e.g. A1A2, fantil a partir do ensino de sequências independentes
A2A3, A3A4, A4A5) (cf. Bryant &Tra- (numerais cardinais, nomes escritos dos numerais

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Uma proposta de demarcação da análise descritiva do comportamento ordinal no contexto da literatura operante.

e quantidades de 1 a 5). Três experimentos foram para duas novas classes sequenciais. Quatro partici-
conduzidos com a utilização do procedimento de pantes foram expostos à fase de manutenção na qual
ensino informatizado por sobreposição de pares de os testes de conectividade foram reapresentados.
estímulos. O estudo piloto verificou a emergência Três apresentaram um responder consistente com o
de relações ordinais depois do ensino de três se­ ensino e um respondeu parcialmente. Segundo os
quências mediante utilização de pares sobrepostos autores, o estudo pode ser visto como importante
sob controle condicional com reversão da função. para análise de comportamentos conceituais numé-
Dos três participantes, dois formaram relações tran- ricos, como a contagem e a ordenação. A eficácia do
sitivas e um formou classes ordinais sob controle procedimento em produzir habilidades que podem
condicional. O segundo estudo analisou a forma- subsidiar o aprendizado de outras habilidades ma-
ção de classes ordinais após o ensino de duas se- temáticas mais complexas encontra-se na economia
quências (numerais e quantidades). Dos cinco par- de tempo envolvida no processo de aquisição de
ticipantes todos formaram relações transitivas e a comportamento ordinal emergente.
maioria formou classes ordinais e generalização. O
último estudo investigou os efeitos da introdução do Como pôde ser visto, os resultados desses estudos
controle condicional sobre as sequências já apren- demonstraram que o controle do repertório se dá a
didas. Os mesmos participantes do estudo anterior partir da posição que o estímulo ocupa na sequência
também apresentaram as relações transitivas e for- à qual fez parte durante a fase de ensino, isto é, es-
mação parcial de classes sob controle condicional. tímulos de diferentes sequências passam a controlar
A importância dos pré-requisitos para a emergência o mesmo responder por fazerem parte de uma mes-
de relações ordinais numa contingência ampliada ma classe, a classe ordinal.
e as implicações do estudo para compreensão do
comportamento conceitual numérico em crianças Considerações Finais
embasaram a discussão dos dados.
A proposta do trabalho consistiu em expor como a
Num estudo inovador, Assis, Corrêa, Souza e Pra- literatura operante congrega a investigação de dife-
do (2010) avaliaram a formação de classes ordinais rentes fenômenos e processos que admitem caracte-
ensinando uma única sequência a cinco crianças na rizações diretas ou indiretas em termos do compor-
faixa etária de 4 e 6 anos. Estímulos não represen- tamento ordinal, incluindo discuti-la.
tacionais referentes à numerosidade de 1 a 5 foram
apresentados por meio do procedimento de ensino As análises expostas ressaltaram que modelos de
por sobreposição. Testes subsequentes avaliaram o interpretação e estratégias de investigação predomi-
responder transitivo e conectivo em face de novas nantes sobre a resolução de problema, o princípio
configurações dos estímulos. Todos os participan- de Premack e a resposta de observação podem rela-
tes alcançaram o critério de acerto na linha de base. cionar-se com o conceito de comportamento ordinal
Nos testes de transitividade e conectividade, os cin- na medida em que envolvem sequência de eventos
cos participantes responderam na primeira exposi- ligados funcionalmente. Nesse sentido, pelo fato de
ção. Observou-se também o responder generalizado grande parte do repertório dos organismos parecer

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Mariana Miccione – Grauben Assis – João dos Santos Carmo – Jair Lopes Junior

ocorrer de maneira organizada ordinalmente, faz-se Culbertson, S., Ferster, L. D., & Boren, M. C. P. (1979). Princí­
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controle das quais tais repertórios são função, a saber, edita L. Prado. São Paulo: Editora Hucitec. Publicado orig-
de modo mais específico, se estes desempenhos es- inalmente em 1968.
tão encadeados, ou seja, se cada resposta leva suces- Doran, J., & Holland, J. G. (1971). Eye movements as a func-
sivamente a outra mediante controle por estímulos de tion of response contingencies measured by blackout tech-
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Recebido em 17 de setembro de 2012


Enviado para revisão em 7 de julho de 2013
Aceito em 3 de janeiro de 2014

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