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CRÉDITO TRIBUTÁRIO: O crédito tributário representa o momento de exigibilidade da relação

jurídico-tributária. Seu nascimento ocorre com o lançamento tributário (art. 142 do CTN) o
que nos permite defini-lo como uma obrigação tributária lançada.
LANÇAMENTO: O conceito de lançamento está detalhado no art. 142 do CTN e também na
parte final do art. 3º do mesmo diploma.- FINALIDADES OU FUNÇÕES DO LANÇAMENTO:1
– verificar a ocorrência do fato gerador: quantificação e qualificação da obrigação tributária. 2 –
determinar a matéria tributável: cabe ao lançamento externar o núcleo tributável de incidência
(razão pela qual está sendo cobrado o tributo);3 – calcular o montante do valor devido: a
liquidez é atributo daquilo que se define, com precisão, quanto à extensão e limites; 4 –
identificar o sujeito passivo: o lançamento tem o condão de demarcar, concretamente, a
sujeição passiva, definida, normativa e abstratamente, na lei tributária, no bojo da estrita
legalidade (art. 97, III CTN);5 – Propor, se for o caso, a penalidade cabível: é o veículo hábil
para exigir as sanções cobradas em virtude do descumprimento da obrigação tributária. O
lançamento particulariza, concretamente, a exigibilidade da multa, definida, normativa, restritiva
e abstratamente, na lei tributária (art. 97, V, CTN). →lançamento é processo administrativo e
não ato administrativo, conforme a maioria da doutrina e o texto do art. 142 do CTN;
→ lançamento é procedimento documental de cobrança, por meio do qual se declara a
obrigação tributária nascida do fato gerador. É defensável a natureza jurídica mista ou
dúplice do lançamento, isto é, constitutiva do crédito tributário e declaratória da
obrigação tributária.
→competência para sua efetivação: art. 142 CTN – a efetivação do lançamento é da
autoridade administrativa. O CTN deixa a cargo da legislação específica a definição sobre as
autoridades administrativas que deterão a competência exclusiva para o lançamento do crédito
tributário. União: auditor fiscal da receita federal;Estados e DF: agente-fiscal de rendas ou
denominação equivalente;Municípios e distrito federal: auditor fiscal do município ou
denominação equivalente.
→O lançamento é atividade discricionária ou vinculada? Art. 142 do CTN. Reserva da lei
tributária. Todos os atos de natureza tributária não comportam juízo de oportunidade e
conveniência, no bojo da discricionariedade.
→art. 143 CTN: há situações em que o valor da base de cálculo do tributo vem expresso
em moeda estrangeira, o que torna indispensável a sua conversão em moeda nacional.
Em face da oscilação do câmbio, é necessária demarcar qual a taxa a ser utilizada. A
regra lógica: utilização dos elementos constantes do momento do fato gerador.
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REVISÃO DE LANÇAMENTO: Art. 145 CTN: Antes da notificação regular a revisibilidade é
absoluta.Após a notificação dirigida ao contribuinte ou responsável, o lançamento se presume
definitivo.
Situações do art. 145 são situações excepcionais, onde se admite, legalmente, a
revisibilidade.1 – Impugnação do sujeito passivo: defesa ou reclamação apresentada, na órbita
administrativa, instaurando-se a fase litigiosa ou contenciosa do procedimento, caso o sujeito
passivo discorde parcial ou totalmente do lançamento anteriormente efetuado2 – recurso de
ofício: é o recurso conhecido, em Processo Civil, com remessa necessária ou reexame
necessário traduzindo-se na possibilidade de rejulgamento da decisão de primeira instância na
órbita administrativa, que tenha trazido situação favorável ao reclamante. Art. 34, I e II DL
70.235/72.3 – Iniciativa de ofício da Autoridade Administrativa (reserva de lei): de início, é
importante destacar que o art. 149 do CTN contempla, em seus incisos (I a IX) uma lista
taxativa de normas limitadoras de competência tributária. Assim, os lançamentos podem ser
revistos, no poder-dever de autotutela da Administração, desde que a alteração se enquadre

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nas possibilidades previstas no preceptivo e que o crédito não esteja extinto pela decadência
(art. 149, § único, CTN)
Art. 147, §2º - retificação de ofício no âmbito do lançamento misto ou por declaração, permitindo
que a autoridade administrativa proceda à correção de erros grosseiros e visualmente
insustentáveis, passíveis de pronto acerto. Trata-se de hipótese não litigiosa de alteração do
lançamento.
MODALIDADES DE LANÇAMENTO:O lançamento é atividade privativa da autoridade
administrativa a quem a lei do ente político atribui competência para fazê-lo. O CTN permite a
participação do sujeito passivo – responsável ou contribuinte – na atividade.De acordo com a
intensidade da participação do sujeito passivo no lançamento a lei o classifica em três
modalidades:aDe ofício ou direto;bPor declaração ou misto;cPor homologação ou
autolançamento
LANÇAMENTO DE OFÍCIO OU DIRETO:A participação do sujeito passivo na atividade
privativa da autoridade fiscal é nula ou quase-nula. Aqui a autoridade administrativa competente
procede ao lançamento do tributo, sem a colaboração relevante do devedor.Art. 149 DO CTN.I –
IPTU, IPVA COSIP, maioria das taxas, todos originariamente de ofício com a utilização dos
dados que a administração tributária possui.
Nos incisos II a IX, a administração estará solucionando problemas decorrentes de omissões
(declarações não prestadas, não-atendimento a pedido de esclarecimentos, erros, ou fraudes,
que justificam a realização do lançamento por ofício em substituição ou para correção de
lançamento não feito ou feito incorretamente em outra modalidade. 2

LANÇAMENTO MISTO OU POR DECLARAÇÃO:Art. 147. O lançamento é efetuado com base


na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação
tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis
à sua efetivação.

§ 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a


excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de
notificado o lançamento.§ 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão
retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela.

Depreende-se da leitura do caput do artigo supracitado que esta modalidade de lançamento


levará em consideração a declaração efetuada pelo sujeito passivo da obrigação tributária, a
qual deverá conter os fatos jurídicos tributários, conforme sábias palavras de Luciano
Amaro:Esta declaração destina-se a registrar os dados fáticos que, de acordo com a lei do
tributo, sejam relevantes para a consecução, pela autoridade administrativa do ato de
lançamento. Se o declarante indicar fatos verdadeiros, e não omitir fatos que deva declarar, a
autoridade administrativa terá todos os elementos necessários à efetivação do lançamento.

A retificação, disposta no § 1º, deverá ocorrer até a notificação do sujeito, caso contrário, a
revisão dar-se-á por meios próprios (defesas e/ou recursos), haja vista a inexistência de efeito
preclusivo absoluto a este parágrafo, consoante ensinamentos de Vittorio Cassone:Retificação:
se o sujeito passivo prestou algumas informações errôneas, a qualquer tempo pode retificá-las.
Porém, se a retificação visa a reduzir ou excluir tributo. Ela só é admissível mediante
comprovação de erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. Isso porque, se a
autoridade administrativa já notificou o sujeito passivo, a partir daí cabe a este apresentar
defesa administrativa com os recursos cabíveis – ou então ir diretamente ao Judiciário, se a
tanto o caso aconselhar (art. 147, § 1º).No tocante ao § 2º cumpre esclarecer que os erros,
porventura encontrados, deverão ser constatados e retificados de ofício pela administração,
independente da parte favorecida com a retificação
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LANÇAMENTO POR ARBITRAMENTO:O lançamento por arbitramento se refere aos casos em
que o valor que vai servir como base de cálculo na constituição do crédito tributário vai ser
determinado com base numa prudente e razoável suposição da autoridade administrativa.
Não se trata de valor arbitrário, mas de valor arbitrado. Assim a autoridade administrativa deve
deflagrar um procedimento para encontrar um valor que a experiência e o bom senso
demonstrem ser o que comumente se verifica em situações semelhantes.
Art. 148 do CTN.:Não se trata de uma quarta modalidade de lançamento, sendo apenas uma
técnica para se definir a base do cálculo para que se proceda a um lançamento de ofício.
Assim acontece com as chamadas pautas fiscais, que contêm os preços normais de
determinados bens e que, ao serem utilizadas, seja por determinação legal, seja pela
impossibilidade de se encontrar o valor real do bem, exemplificam o lançamento por
arbitramento.
LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO OU AUTOLANÇAMENTO
Cuidado com a expressão autolançamento. Não é o contribuinte ou responsável que estipula o
valor do imposto a recolher. O STJ, na maioria dos seus julgados prefere usar a terminologia
homologação do pagamento ou homologação da atividade do sujeito passivo, ambas mais
adequadas para tratar do instituto.
Art. 150 do STF.O lançamento por homologação somente é considerado completo quando a
autoridade administrativa homologa a atividade do sujeito passivo. É com a homologação que a
autoridade administrativa manifesta sua concordância com a atividade do sujeito passivo,
atestando sua correção. Nos tributos sujeitos a tal modalidade de lançamento não é com o
pagamento, mas sim com a homologação que se pode considerar o crédito tributário
definitivamente extinto.
A homologação pode ser expressa ou tácita. Será expressa quando a autoridade
administrativa editar ato em que formalmente afirme sua concordância com a atividade do
sujeito passivo, homologando-a. Será tácita quando a administração tributária deixar escoar o
prazo legal para a homologação expressa.
Esgotado o prazo para homologação expressa dá-se a homologação tácita e o ciclo está
completo. Art. 150, §4º CTN. Prazo: 5 anos.
Há quem entenda que o CTN, ao afirmar que o prazo para homologação é de cinco anos se a
lei não fixar outro. Essa tese deve ser descartada, uma vez que as normas gerais sobre
prescrição e decadência tributária somente podem ser estabelecidas por via de lei
complementar nacional. Não foi por outro motivo que o STF editou a súmula vinculante nº 8,
considerando inconstitucionais aos arts. 45 e 46 da LEI 8212/91 que dobrava os prazos de
decadência e prescrição relativos às contribuições para o financiamento da seguridade
social.SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO :A constituição do
crédito tributário tem como principal efeito tomar líquida, certa e exigível a obrigação já
existente. A exigibilidade impõe ao sujeito passivo e o dever de adimplir a obrigação e, em caso
de descumprimento, permite que a Administração Tributária promova os atos executivos
necessários para o recebimento coativo do que lhe é devido. 4
Existem hipóteses, entretanto, em que a possibilidade de promoção de atos de cobrança por
parte do Fisco fica suspensa. Art. 151 do CTN.Trata-se de rol taxativo.
As causas de suspensão do crédito tributário não operam apenas nos casos em que o
lançamento já foi efetuado. Das hipóteses previstas no art. 151, as constantes dos incisos III e
VI somente se verificam após a realização do lançamento uma vez que não há como parcelar
crédito tributário não-constituído nem como impugnar lançamento não-realizado. O raciocínio
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não se aplica à hipótese do inciso I, pois a redação do art. 154 do CTN possibilita que a lei
excepcione conceda moratória de crédito cujo lançamento não tenha sido iniciado.
Art. 151 do CTN - Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:I – moratória; II – o
depósito de seu montante integral; III – as reclamações e os recursos, nos termos das
leis reguladoras do processo tributário administrativo; IV – a concessão de medida
liminar em mandado de segurança; V – a concessão de medida liminar ou de tutela
antecipada, em outras espécies de ação judicial; VI – o parcelamento
DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL:Se o sujeito passivo não concorda com lançamento
realizado, pode impugná-lo, administrativa ou judicialmente. Para suspender a possibilidade da
administração propor a execução fiscal, poderá depositar o montante integral do crédito
tributário, suspendendo a exigibilidade do crédito tributário. Casa a opção seja a via
administrativa, a própria instauração do processo administrativo fiscal tem por efeito a
suspensão da exigibilidade do crédito, mas pode o contribuinte optar pela efetivação do
depósito como meio de se livrar da fluência dos juros de mora.
Ao final do litígio, havendo razão do depositante, será reconhecida a improcedência total ou
parcial do lançamento, de forma que o sujeito passivo levantará o depósito com os respectivos
acréscimos legais. Mesmo que haja outros créditos em aberto.Caso se entenda pela
procedência do lançamento, o valor depositado será convertido em renda, o que também se
verifica com a parcela devida no caso de lançamento parcialmente procedente.
A conversão do depósito em renda é causa de extinção do crédito tributário prevista no art. 156,
VI, do CTN.
E se houver o trânsito em julgado sem análise do mérito? STJ entende que o depósito deve ser
convertido em renda.
RECLAMAÇÕES E RECURSOS NO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL:Art. 5º, LV,
CR/88 – ampla defesa e contraditório. Assegurado também na via administrativa o sujeito
passivo (contribuinte ou responsável) tem a possibilidade de formular impugnação
administrativa, manifestado sua discordância contra o lançamento efetuado.
Com a impugnação instaura-se um litígio a ser dirimido por um órgão julgador de primeira
instância. Tecnicamente não se trata de recurso, pois o litígio acabou de ser instaurado e ainda
não foi objeto de julgamento. Assim, pode-se afirmar que a primeira manifestação de
inconformismo do sujeito passivo contra lançamento efetuado pela administração tributária
enquadra-se dentro do gênero reclamações. Decidido o processo em primeira instância e
havendo previsão na lei do processo administrativo fiscal poderá haver agora, sim, recurso,
contra a decisão, direcionado ao órgão de segunda instância. Tanto no caso das reclamações,
quanto no dos recursos propriamente ditos, haverá a suspensão da exigibilidade do crédito
tributário, não sendo possível ao Fisco promover qualquer ato de cobrança enquanto não
encerrado o processo administrativo.
Toda reclamação e todo recurso, desde que previsto em lei, têm efeito suspensivo impedindo,
até a decisão final do processo que a administração tributária promova contra o sujeito passivo
litigante qualquer ato de cobrança, bem como que o inscreve em cadastro de inadimplentes,
como é o caso do CADASTRO INFORMATIVO DE CRÉDITOS NÃO QUITADOS DO SETOR
PÚBLICO FEDERAL. Entendimento pacífico do STF.
LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA:Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: I -
que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via
apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as
informações; II- que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica
interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no
feito; III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento
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relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente
deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de
assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica. § 1o Da decisão do juiz de primeiro grau que
conceder ou denegar a liminar caberá agravo de instrumento, observado o disposto na
Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. § 2o Não será concedida
medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de
mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de
servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou
pagamento de qualquer natureza. O mais importante no MS é a
liminar. Trata-se de medida cautelar como qual o juiz busca assegurar o resultado prático do
processo, a ser deferida quando presentes dois requisitos essenciais: o periculum in mora, ou o
perigo na demora e o fumus boni iuris. Em direito tributário é comum o sujeito passivo impetrar
mandado de segurança para suspender a possibilidade de que o FISCO promova atos de
cobrança decorrentes do não pagamento do tributo.
Cabe ressaltar, entretanto, que a liminar não é decisão final, apenas suspendendo um ato com
base numa análise rápida e superficial dos argumentos do impetrante, podendo ser concedida
inclusive antes de se notificar a autoridade coatora. Se a liminar esgota o mérito da ação
(impedindo a autoridade fiscal de promover o lançamento, por exemplo).
Sendo assim, a concessão da liminar apenas proíbe a promoção de atos executórios,
impedindo a exigibilidade do crédito. As causas de suspensão da exigibilidade do crédito
tributário são individualmente eficazes, não sendo necessárias quaisquer combinação para se
obter o efeito suspensivo. Alguns juízes ainda insistem em conceder liminares sob a condição
de que o impetrante deposite o montante integral exigido pelo Fisco. Pelo depósito não precisa
de qualquer provimento judicial.
LIMINAR OU TUTELA ANTECIPADA EM OUTRAS ESPÉCIES DE AÇÃO JUDICIAL:LC
104/2001.: Em muitas situações não é possível ao sujeito passivo proteger seu direito via
mandado de segurança seja pela ausência dos pressupostos constitucionais da ação (liquidez e
certeza do direito), seja pela perda do prazo decadencial de 120 dias para a impetração. Nesse
caso, o contribuinte precisava recorrer a outras espécies de ação judicial, mas a jurisprudência
lhe impedia o acesso às liminares e tutelas antecipadas.
MORATÓRIADilação de prazo para pagamento do tributo. Pode ser concedido direta e
genericamente por lei ou por ato administrativo declaratório do cumprimento dos requisitos
previstos em lei.A moratória geral abrange todos os contribuintes e responsáveis pelo
pagamento daquele tributo.Já a de caráter individual, restringe a abrangência do benefício às
pessoas que preencham determinados requisitos de forma que o gozo dependenderá de
requerimento formulado à Administração Tributária no qual se comprove o cumprimento dos
pressupostos legais. Art.152, II e § único do CTN.
A moratória pode ser concedida em caráter geral tanto pela pessoa jurídica de direito público
competente para instituir o tributo a que se refira, quanto pela União, quanto a tributos de
competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, quando simultaneamente
concedida quanto aos tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios, quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência federal e
às obrigações de direito privado.Moratória autônoma e heterônoma. Sob a segunda hipótese
pairam severas suspeitas de inconstitucionalidade. Art. 151, III CR/88.
Apesar de não constar expressamente do código, é da essência da moratória a concessão em
virtude de excepcionais situações naturais, econômicas ou sociais, que dificultem o normal
adimplemento das obrigações tributárias. Na situação específica da moratória heterônoma, o
CTN exige que a dilação de prazo relativa aos tributos estaduais e municipais seja
acompanhada de medidas idênticas para os tributos federais, e até para as obrigações de
direito privado. 7
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Apesar de não prevista de maneira expressa pelo CTN, a necessidade de excepcional situação
natural, econômica e social, como fundamento de fato para a edição de lei concessiva de
moratória está escrita em suas entrelinhas.
O uso legítimo da autorização é bastante difícil, não havendo notícia de que a União o tenha
feito ou ventilado fazê-lo. Não há, portanto, jurisprudência sobre a matéria, devendo-se
presumir, a constitucionalidade, por hora, do dispositivo legal.
MORATÓRIA PARCELADA E PARCELAMENTO – DISTINÇÃO:Art. 153 do CTN: requisitos.A
previsão foi entendida como um fundamento legal para a existência, no ordenamento jurídico-
tributário, do instituto do parcelamento. Era comum na doutrina a lição de que o parcelamento
seria, na realidade, uma dilação de prazo, com autorização para adimplemento em prestações,
ou simplesmente, uma moratória parcelada.Haverá, portanto, a convivência de parcelamento e
moratória como causas independentes de suspensão do crédito tributário, faz-se necessário
diferenciar o parcelamento da moratória com adimplemento em parcelas.
Apesar de não haver regra expressa, a prática tem demonstrado a diferença fundamental que
reside nos pressupostos de fato que ensejam o manejo dos institutos. A moratória é medida
excepcional que somente deve ter lugar em casos de situações naturais, econômicas ou sociais
que dificultem o normal adimplemento das obrigações tributárias. Já o parcelamento é
corriqueira medida de política fiscal, que visa a recuperar créditos e a permitir que contribuintes
inadimplentes voltem à situação de regularidade, podendo gozar dos benefícios decorrentes de
tal status.
As leis concessivas de moratória, reconhecendo que a dificuldade dos sujeitos passivos para
adimplir suas obrigações tributárias decorre de eventos externos, têm permitido que o futuro
pagamento seja feito livre de qualquer penalidade pecuniária e até mesmo de juros. Já no
parcelamento, o próprio CTN indica que, salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento
do crédito não exclui a incidência de juros e multa. Claro que a regra é meramente dispositiva,
podendo a lei concessiva dispor de maneira diferente. Na prática, contudo, parcela-se todo o
crédito (com juros e multas) e o pagamento das prestações é acrescido dos juros legais. 4
CRÉDITOS ABRANGIDOS PELA MORATÓRIA:Art. 154 do CTN.Via de regra, a extensão do
benefício da moratória é causa de suspensão do crédito e não havendo lançamento não há
crédito. Entretanto, é expressamente prevista a possibilidade de disposição legal em contrário, o
que pode ser justificável e absolutamente necessário na prática.O parágrafo único do referido
artigo, fundado na idéia de que a moratória deve beneficiar os sujeitos passivos que estão
passando por dificuldades em virtude de imprevisíveis eventos externos, estabelece que o favor
não aproveita aos casos de dolo, fraude ou simulação, do sujeito passivo ou do terceiro em
benefício daquele. 8
MORATÓRIA INDIVIDUAL E DIREITO ADQUIRIDO:Art. 155 do CTN. Também aplicável aos
outros benefícios fiscais que possam ser individualmente concedidos em virtude de regras de
extensão (art. 172, 179,§2º, 182, § único, e todos do CTN e da expressa aplicação subsidiária
do art. 155-A também do CTN).
A moratória concedida em caráter individual depende de que o interessado demonstre, em
requerimento formulado à autoridade administrativa competente, o cumprimento de certas
condições e requisitos indispensáveis ao gozo do benefício. Com base nas informações e
comprovação documental fornecidas à autoridade fiscal, esta profere “despacho” reconhecendo
ou não o direito à moratória.Condições e requisitos são os pressupostos objetivos e
subjetivos necessários para o reconhecimento do benefício.
Interessante atentar para o fato de que algumas das condições e requisitos são instantâneos,
referindo-se a situações contemporâneas ao reconhecimento do benefício. Outros continuados,
devendo ter sua permanência verificada enquanto o benefício estiver gerando efeitos. Sendo

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assim, se o beneficiário da moratória não satisfazia as condições e requisitos instantâneos ou
continuados ou deixou de satisfazer os continuados, o benefício deve ser extinto.O
reconhecimento de moratória concedida por lei é ato administrativo vinculado, e, como
tal, irrevogável.
Revogação:conveniência e oportunidade. Neste caso é anulação e não revogação.
PARCELAMENTO: A diferenciação entre o parcelamento e a moratória com permissão de
adimplemento em prestação já foi objeto de análise no item anterior.
Trata-se de medida de política fiscal com a qual o Estado procura recuperar créditos e criar
condições práticas para que os contribuintes que se colocaram numa situação de inadimplência
tenham a possibilidade de voltar para a regularidade, usufruindo os benefícios daí
decorrentes.Art. 155-A CTN.
A lei específica reclamada pelo dispositivo é lei do membro da Federação com competência
para a instituição do tributo. Assim, cada ente político possui autonomia para editar suas leis
autorizatórias de parcelamento de crédito tributário, devendo respeitar as normas gerais
constantes do CTN.
§1º - o parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência de juros e multas.
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO :Rol: 156 do CTN; Extinguem o crédito tributário:
I - o pagamento; II - a compensação;III - a transação;IV - a remissão;V - a prescrição e a
decadência;VI - a conversão de depósito em renda;VII - o pagamento antecipado e a
homologação do lançamento nos termos do disposto no Art. 150 e seus parágrafos § 1 e
§ 4;VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2 do artigo 164;IX - a
decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa,
que não mais possa ser objeto de ação anulatória;X - a decisão judicial passada em
julgado.XI - a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas
em lei. (acrescentado pela LC-000.104-2001)
CTN: parcelamento não é forma de extinção do crédito tributário, mas apenas suspensão.
PAGAMENTO:Forma mais tradicional.Art. 157 do CTN: a imposição de penalidade não ilide o
pagamento integral do crédito tributário. A multa é sempre cumulativa e não substitui o
pagamento do tributo.
COMPENSAÇÃO :Instituto do direito civil, aceito no direito tributário. No direito tributário,
porém, a compensação deve estar prevista na lei, cabendo à autoridade administrativa autorizar
a compensação sempre que o pedido formulado pelo contribuinte se enquadre no permissivo
legal. No âmbito federal só podem ser compensados tributos de mesma natureza. Dá-se
quando duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas
obrigações se extinguir até onde as compensarem.Requisitos: Art. 170 do CTN
a) Liquidez das dívidas;
b) Exigibilidade;
c) Reprocidade das obrigações;
d) Fungibilidade da coisa devida.
TRANSAÇÃO:Credor e devedor, por concessões múltiplas põem fim ao litígio, extinguindo a
relação jurídica (art. 171 do CTN). Na esfera civil a transação pode prevenir ou terminar um
conflito de interesses, o que não acontece na esfera do Direito Tributário, pois só admite
transação com previsão legal.Ocorre quando os sujeito passivo e ativo se concedem vantagens
recíprocas com o objetivo de extinguir o crédito tributário.

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A lei poderá autorizar a Fazenda Pública, em casos de disputas judiciais relativas a pequenos
valores, que promova a transação com o objetivo de findar o litígio e desonerar a Administração,
seja poupando o seu aparelho estatal chamado a resolvê-lo, seja recebendo imediatamente a
parcela incontroversa.
REMISSÃO:Só a lei pode perdoar. Trata-se de remissão do perdão do tributo, e para isso a lei
deverá observar os requisitos embutidos no art. 172 do CTN que são:
a) Situação econômica do contribuinte;
b) Erro ou ignorância escusáveis do contribuinte, quanto a matéria de fato;
c) Pequeno valor do tributo;
d) Condições peculiares a determinada região do território de entidade tributante.
A remissão pode se dar antes ou após o lançamento, com ela desaparece o direito subjetivo de
exigir a prestação e o dever jurídico atribuído ao contribuinte.Pode abranger tanto o tributo
quando a penalidade, somente o tributo ou apenas a penalidade. É sempre concedida pela
autoridade administrativa em virtude de lei. No caso de remissão do dívidas de pequeno valor,
esta poderá ser feita diretamente pela lei autorizadora da remissão.Poderá haver, em virtude da
remissão, a liberação graciosa total ou parcial da dívida, mas não gera direito adquirido,
podendo ser cassada a qualquer tempo pela autoridade concedente, tendo sido conseguida
mediante fraude ou simulação.
Distinção entre remissão, isenção e anistia: a primeira é modalidade de extinção de crédito
tributário e pode abranger tanto o tributo quanto a penalidade; as últimas são modalidades da
exclusão, a segunda só se reporta ao tributo a terceira apenas à penalidade. A remissão é
concedida por despacho fundamentado, nos termos da lei, a anistia é concedida diretamente
em lei. Tanto a remissão quanto a anistia dizem respeito a fatos passados, já lançados ou em
processo de lançamento, enquanto a isenção abrange apenas os fatos geradores futuros.
DECADÊNCIA:É a perda do direito (art. 173 do CTN). Consiste na perda do direito, por parte do
sujeito passivo, no sentido de efetuar o lançamento, em virtude de sua inércia.
É o desaparecimento do próprio direito pelo simples fato de o credor não o exercer no prazo
legal. Corre no período subseqüente ao fato gerador e antecedente ao lançamento, após a qual
correrá a prescrição.
A decadência é a extinção de direito subjetivo em face do não cumprimento pelo seu titular, de
formalidade exigida em lei em determinado prazo: atinge o fundo do direito. No direito tributário,
decadência é a extinção do crédito tributário com a perda do direito de proceder o lançamento.
O prazo decadencial para a realização do lançamento é de cinco anos, contados da data da
ocorrência do fato gerador, quanto aos tributos lançados por homologação e na inexistência de
dolo, fraude ou simulação; do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento
poderia ter sido feito, quanto aos demais tributos.
Prescrição é a extinção do direito à exigibilidade de determinada prestação em face do não
exercício desse direito em determinado prazo estabelecido em lei. No direito tributário é a
extinção da exigibilidade do crédito tributário após cinco anos, contados da sua constituição
definitiva.
A decadência é insuscetível de interrupção e de suspensão. É irrenunciável, o contribuinte não
pode abrir mão dela e quitar seu débito, se já houver ocorrido a decadência. Isso ocorre porque,
na decadência, o que morre é o fundo do direito. Não havendo direito ao próprio crédito, a
Fazenda Pública perde o direito ao recebimento, e, se o contribuinte espontaneamente
promover o pagamento, poderá formular o pedido de restituição.
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Havendo execução fiscal o débito decaído, incumbe ao embargante alegar, em preliminar a
decadência. Se o sujeito passivo não o fizer, o juiz poderá fazê-lo, pois a decadência inadmite
renúncia do devedor.
Art. 173 do CTN – hipóteses de início de contagem do prazo.
A decadência não se interrompe ou é suspensa, apenas tem marcos iniciais distintos, a partir
dos quais é contada.
PRESCRIÇÃO: É a perda do direito de ação (art. 174 do CTN). A partir da notificação do
lançamento conta-se o prazo prescricional que poderá ser interrompido desde que ocorra
quaisquer circunstâncias elencadas no art. 174 do CTN que são:- citação pessoal do
contribuinte;- protesto judicial;- constituição em mora do devedor;- qualquer ato inequívoco
ainda que extrajudicial que importe reconhecimento do débito pelo devedor.
Toda vê que ocorrer uma das causas interruptivas , despreza-se a parcela de tempo que já foi
vencida, contando-se, assim, mais cinco anos.
Por outro lado, as situações previstas no art. 151 do CTN, suspendem a exigibilidade do crédito
tributário, assim, recomeça-se a contar o prazo prescricional.
A prescrição começa a correr após o lançamento, pois, constituído o crédito tributário, surge
para o sujeito ativo, o direito de ação (a ação adequada para a cobrança de créditos fiscais é a
Ação de Execução Fiscal prevista na Lei 6830/80) para a sua cobrança. Esse direito não
exercido no prazo de cinco anos contados da constituição definitiva (assim entendido o
lançamento contra qual não possa ser intentado nenhuma espécie de recurso, no mais poderá
ser exercido, pois estará prescrito.
O prazo prescricional de cinco anos, será contado não da data em que o lançamento é feito,
mas da data em que se torna definitivo. Feito o lançamento, este poderá ser objeto de recurso;
havendo recurso, este deverá ser examinado. Somento quanto o lançamento não mais puder
ser atacado com qualquer recurso administrativo, quando não mais houver recurso pendente de
julgamento, é que estará definitivo, contando-se desta data o lustro (qüinqüênio) prescricional.
Diferente da decadência, que não pode ser interrompida ou suspensa, a prescrição é suspensa
quando suspenso o crédito tributário, e tem seu prazo interrompido nos seguintes casos:
a) A citação pessoal feita ao devedor;
b) Protesto judicial;
c) Qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
d) Qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do
débito pelo devedor.
Ressalte-se que a interrupção da prescrição contra um devedor solidário prejudica ou
beneficia todos os demais.
A prescrição é renunciável, podendo o contribuinte abrir mão dela e quitar seu débito mesmo
prescrito (obrigação natural). O pagamento de débito prescrito não enseja pedido de
restituição.
Havendo execução fiscal do débito prescrito, incumbe ao embargante alegar, em preliminar
a prescrição. Se o sujeito passivo não o fizer, o juiz continuará a execução, pois a prescrição
admite renúncia do devedor.
CONVERSÃO DE DEPÓSITO EM RENDA:Resultado do depósito integral do débito.
Vencido o contribuinte, o depósito converte-se em renda, extinguindo-se, via de
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conseqüência o dever jurídico do sujeito passivo e o direto subjetivo do sujeito credor.Poderá
ser dar em duas hipóteses: quando o contribuinte desistir da ação ou do recurso ou quando
a decisão lhe for desfavorável e transitar em julgado (não mais poderá ser atacada por
recurso).
PAGAMENTO ANTECIPADO E A HOMOLOGAÇÃO DO LANÇAMENTO:O pagamento
antecipado e a homologação do lançamento, nos casos de tributos sujeitos ao lançamento
por homologação, o contribuinte calcula o montante do tributo devido e o recolhe
antecipadamente aos cofres públicos. Sobre a importância paga, ocorre a extinção do
crédito tributário mediante condição resolutória de ulterior homologação pelo fisco.
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO (Art. 164)
Julgada procedente a ação, converte-se o valor depositado em renda. No caso da ação ser
julgada improcedente, o sujeito ativo cobrará o débito com todos os acréscimos pertinentes.
É o depósito em juízo, e o devedor deve e quer pagar, ao contrário do depósito do montante
integral em processo de discussão do crédito tributário, onde o contribuinte não concorda
com o mesmo e deseja discuti-lo. O intuito é liberar o devedor da sujeição ao credor, nas
hipóteses de injusta recusa de recebimento pelo mesmo, como no caso de uma greve.
Também será cabível quando mais de uma pessoa de direito público interno se arvorar em
sujeito ativo quanto á mesma obrigação, como no caso de uma residência situada na divisa
de dois municípios situados em região metropolitana.
DECISÃO ADMINISTRATIVA IRREFORMÁVEL
O órgão administrativo, em última instância, acolhe o direito de o contribuinte não cabendo
mais recurso.
Decidindo a própria Fazenda Pública pela anulação do crédito tributário, não poderá ela
intentar ação judicial para reverte sua decisão, motivo pelo qual a decisão administrativa
favorável ao contribuinte extingue, em definitivo, o crédito tributário.
DECISÃO JUDICIAL PASSADA EM JULGADO
EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO:Art. 175 do CTN.A doutrina não entende muito a
diferença real entre exclusão e extinção, entendendo inútil tal diferença.
Outros entendem que com a exclusão há o impedimento da normal sucessão de fatos, na
linha do tempo do fenômeno jurídico tributário, pois o procedimento do lançamento, com o
conseqüente nascimento do crédito tributário, é evitado.
ISENÇÃO:A doutrina clássica compreende a isenção como um favor legal.É a dispensa do
pagamento do crédito tributário por dispositivo expresso em lei. É o benefício fiscal que
dispensa o sujeito passivo do pagamento do tributo. É editado sempre pelo legislador
ordinário, salvo quanto a tributos para os quais a Constituição exija lei complementar, cuja
isenção igualmente demandará lei complementar.
A isenção poderá ser concedida mediante contrato, nos termos de lei concessora da
isenção. Essa modalidade é freqüentemente usada na instalação de distritos industriais em
que a indústria assina com o município, contrato que deverá observar os requisitos do art.
176 para obtenção da isenção.
Pode ser estendida a taxas e contribuições de melhoria, desde que haja lei cuidando do
assunto. Na omissão legal, reputam-se por não concedidas.

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A isenção pode ser revogada a qualquer tempo, desde que não tenha sido concedida por
prazo certo e mediante condição, caso em que, tendo o contribuinte cumprido a condição,
será irrevogável.
A revogação da isenção, não está sujeita ao princípio constitucional da anterioridade. A
revogação da isenção relativa a impostos sobre o patrimônio ou a renda somente vigerá no
primeiro dia do exercício seguinte à publicação de lei.
Quanto à revogabilidade da isenção é preciso retornar à definição de sua natureza jurídica.
Para a primeira corrente, segundo o qual a isenção se insere no campo da incidência
entende pela não submissão ao princípio da anterioridade ao argumento de que a situação
isente sempre foi tributada, o fato gerador já estava definido em lei, a obrigação e o crédito
igualmente. Por ocasião da extinção da isenção não ocorreria aumento de tributo, mas a
eliminação de um favor fiscal. Em resumo: na isenção ocorre fato gerador, nasce a
obrigação, dela decorre o crédito e este é dispensado pelo Estado; com a revogação ocorre
o fato gerador, nasce a obrigação, dela decorre o crédito e este não mais é dispensado.
Nessa esteira de entendimento o STF entendeu que a revogação de isenção do ICMS não
está sujeita ao princípio da anterioridade.Há dois tipos de isenções: Objetivas:
consideram apenas o objeto tributável com total abstração da pessoa do contribuinte.
Subjetivas: são outorgadas a certas pessoas, de acordo com a sua condição especial.
(LBA)
Podem ser condicionais, como a isenção de IPTU para a indústria que se instale em
determinado município e incondicionais, como a concedida aos industriais instalados na
ZONA FRANCA DE MANAUS.
Não se confunde com imunidade ou não-incidência. A imunidade é de ordem constitucional e
dirige-se ao legislador tributário, impedindo-o de instituir tributos, geralmente impostos, nos
casos expressos. A imunidade é a não incidência constitucionalmente qualificada, a não
incidência por falta de vontade do legislador em tributar é a não incidência simples. A
isenção é a exclusão legal à hipótese de incidência, denomina não incidência legalmente
qualificada.CARACTERÍSTICAS DA ISENÇÃO:
a) Só pode ser veiculada por lei;
b) Pode se restringir a determinada região;
c) Pode ser revogada parcialmente;
d) Não alcança tributos posteriores à sua criação;
e) Pode ser de caráter incondicional;
f) Pode ser de caráter condicional, a sua concessão será efetivada por despacho da
autoridade administrativa.
ANISTIA:É o perdão da penalidade de índole tributária. Não se aplica aos atos qualificados
como crimes e contravenções. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas
anteriormente à vigência da lei que a concede.É a exclusão de penalidade pecuniária e se
alcança as infrações cometidas, não implicando em dispensa de pagamento do
tributo, nem da correção monetária.
Reporta-se ao passado e aplica-se aos créditos lançados ou em processo de lançamento.
Pode ser dar em caráter geral ou limitadamente quando concedida quanto à multa aplicada
em conjunto com o tributo, até determinado montante, ou a determinadas regiões territoriais.

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Poderá também ser condicional, quando o contribuinte tiver que cumprir determinada
condição, como pagar o tributo respectivo.INCONDICIONAL: o sujeito passivo não precisa
preencher qualquer requisito;INDIVIDUAL: o sujeito deve requerer os benefícios
comprometendo-se a preencher os requisitos necessários.
O efeito extintivo da anistia deixa intacta a relação jurídica tributária, propriamente dita,
remanescendo o crédito do tributo e seu correspondente débito.

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