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DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO
EGRÉGIO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS.
“...”, advogado regularmente inscrito nos quadros da OAB, sob o n. “...”, com
escritório na rua “...” (procuração anexa), vem à presença de Vossa Excelência, com
fulcro no art. 5º, LXVIII da Constituição Federal c/c os artigos 647 e seguintes do CPP,
impetrar ORDEM DE HABEAS CORPUS, com pedido liminar, em razão de ato
praticado pelo Meritíssimo Juiz de Direito da 1º Vara Criminal da Cidade de Goiânia-
Goiás, ora apontado como autoridade coatora, em favor de César Benazzi,
nacionalidade “...”, estado civil “...”, profissão “...”, filiação “...”, portador do RG n.
“...”, CPF n. “...”, residente e domiciliado na Rua “...”, ora apontado como paciente,
pelas razões de fato e de direito a seguir indicadas.
DOS FATOS
Constam nos autos, que supostamente o paciente praticou o crime de receptação, sob a
alegação que o mesmo teria adquirido indevidamente peças de veículos roubados.
Faz-se necessário ressaltar que o paciente é primário, haja vista que não possui em seu
desfavor nenhuma condenação penal não transitada em julgado.
Além do mais, é trabalhador e possui residência fixa. Tanto é assim, que o mesmo
reforça a intenção de não se furtar da Justiça, e compromete-se desde logo a comparecer
a todos os atos do processo.
DO DIREITO
A prisão preventiva requer ainda outros requisitos para a sua decretação, como por
exemplo, a exigência da apresentação do “fomus comissi delicti” e do “periculum
libertatis”, o que não é previsto no caso.
No caso em tela, o juiz, com máxima vênia, não atendeu ao imperativo legal, decretando
a prisão em virtude de um suposto risco social e pelo clamor causado pelo suposto ato
criminoso. Como é sabido, tais argumentos, à luz do art. 312 do CPP, não podem servir
para lastrear a preventiva, pois não revelam a necessidade do cárcere.
Ademais, são contrários ao próprio perfil do agente, que possui bons antecedentes,
residência, emprego e não é claramente um risco social.
Assim, não resta dúvida que a liberdade é uma exigência ao caso, não só pela
impossibilidade objetiva da conversão da prisão, como também pela absoluta
dissonância com as hipóteses legais de admissibilidade da preventiva.
Está evidente que o paciente está sofrendo uma arbitrariedade, pois não se encontra
motivos legais para a cautelar aplicada, pelo contrário, os limites de objetivos de
admissibilidade da prisão foram flagrantemente violados, o que denota a ilegalidade
ocorrida.
DA LIMINAR
DO PEDIDO
Diante do exposto e com base no art. 5º, LXVIII da Constituição Federal c/c os artigos
647 e seguintes do CPP, requer:
I.A oitiva da Douta Procuradoria de Justiça na condição de custos legis, para que
apresente parecer.
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