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1.

CONCEITOS E PROPRIEDADES

Uma série forma:



ao + a1 ( x - xo ) + a2 ( x - xo )² + ... + an ( x - xo ) n + ... = �a K ( x - xo ) k
k =0

Onde xo, ao, a1,...,an são números reais e x é uma única variável, é denominado série
de potência.
Utilizar as séries é uma das formas de se resolver equações diferenciais lineares de
segunda ordem, quando os coeficientes são funções de variáveis independentes. Tomaremos
como exemplo as equações homogêneas abaixo para posteriores explicações

a2 ( x) y ''+ a1 ( x) y '+ ao ( x) y = 0 (1)

y ''+ P ( x) y '+ Q ( x) y = 0 (2)

Uma serie de potências pode:


 Convergir num único ponto (x = xo) se o limite abaixo existir:
m
lim �an ( x - xo ) n
m ��
n =0

 Convergir absolutamente numa vizinhança de x o, isto é, v = (xo-R,


xo+R) = | x -x o |<R, e divergir para |x-x o |>R. Nas extremidades do intervalo pode ou
não convergir.
 Convergir absolutamente para todos os valores de x, isto é, em (-∞,+∞).
Nos casos anteriores o conjunto dos quais a serie converge é chamado de intervalo de
convergência da série.
No segundo caso se a serie converge nos extremos do intervalo então o intervalo
de convergência é (x o -R, x o +R).
Segundo ZILL, (ano) toda serie tem um intervalo de convergência. Este intervalo
é o conjunto de todos os números para os quais a série converge. Um dos testes mais úteis
para encontrar este intervalo é o teste da razão efetuado da seguinte forma:
an +1 ( x - xo )n +1 an+1
lim
n �� an ( x - xo )n
= x - xo lim
n �� an
=l

Os valores de l determinam que se l<1 a série converge absolutamente neste valor de


x. Se l>1 ele diverge e se l=1 o teste é inconclusivo.
Outro conceito que deve ser abordado é o de raio de convergência. Todo intervalo de
convergência tem um raio de convergência R. Para uma série de potências do tipo

�a ( x - x )
n =0
n o
n
temos 3 possibilidades:

 A série converge somente no centro de x o. Nesse caso R=0.


 A série converge para todo x que satisfaça |x - x o |< R em que R>0. A
série diverge |x - x o |>R.
 A série converge para todo x. Nesse caso escrevemos R= ∞.
Agora partiremos para a classificação de pontos ordinários e singulares. Dizemos que
xo é um ponto ordinário da equação diferencial (1) se tanto P(x) quanto Q(x) na forma padrão
(2) forem analíticas1 em x o. Se um ponto não for ordinário, dizemos que é um ponto singular
da equação.

1
Uma função f é analítica em um ponto x o se pode ser representada por uma série de
potências em x - x o com raio de convergência positivo ou infinito. Em cálculo, mostra-se que
funções como ex, cosx, senx, ln(x-1) e assim por diante, podem ser representadas por uma
série de Taylor. Lembre-se, por exemplo que:
x x²
ex = 1+ + + ...
1! 2!
x ³ x5
senx = x - + - ...
3! 5!
x² x4 x6
cos x = 1 - + - + ...
2! 4! 6!
Para |x|<∞. Essas séries de Taylor centradas em zero, chamadas séries de MacLaurin,
mostram que ex, senx e cosx são analíticas em x = 0.
2. PONTOS SINGULARES REGULARES E IRREGULARES

Segundo ZILL (ano, novo) um ponto singular x = x o de uma equação diferencial


linear do tipo abaixo:
a 2( x) y ''+ a1( x) y + ao( x) y = 0 (1)
Pode ainda ser classificado como regular ou irregular. A classificação depende
novamente das funções P e Q na forma padrão:
y ''+ P ( x) y '+ Q( x) y = 0 (2)
Sendo assim temos que um ponto singular xo será chamado ponto singular regular da

p ( x) = ( x - xo) P ( x) p ( x) = ( x - xo) P ( x)
equação diferencial (1) se as funções forem ambas
q ( x) = ( x - xo)²Q( x) q ( x) = ( x - xo )²Q( x)
analíticas em x o. Um ponto singular que não seja regular é chamado ponto singular irregular
da equação. Neste trabalho abordaremos os pontos regulares.
3. SOLUÇÕES POR SÉRIES PRÓXIMO A UM PONTO SIGULAR
REGULAR – PARTE II

Consideraremos o problema geral na determinação de uma solução da equação de


Eüler:

(1)

Onde e tem raios de convergência não-

nulos. O ponto x = 0 é um ponto singular regular. Procuraremos soluções da forma:

(2)

Fazendo as substituições temos

Multiplicando conjuntamente as séries infinitas e então agrupando os temos:

Em uma forma mais simplificada

(4)

Onde,

. (5)

Se a Eq.(4) deve ser identicamente satisfeita então o coeficiente de cada potência de


x deve ser nulo. Fazendo o coeficiente de x r+n na Eq.(4) igual a zero, temos a relação de
recorrência:

(6)

A Eq. (6) mostra que, em geral, an depende dos valores de r e de todos os coeficientes
precedentes a0, a1, ..., an-1. Também mostra que podemos calcular sucessivamente a0, a1, ..., an-
1, ..., em termos dos coeficientes nas séries para xp(x) e x²q(x) desde que F(r+1), F(r+2), ...,
F(r+n), ... não se anulem. Os únicos valores de r para os quais F(r) se anula são r = r 1 e r = r2;
como r1 + n não é igual a r1 ou r2 para n 1. Deste modo, sempre podemos determinar uma

solução do tipo:

A notação na(r1) para indicar que na foi determinado da Eq.(6) com r = r1. Também
por definição tomamos a0 igual a um.
Se r2 não for igual a r1, e r1 – r2 não for um inteiro positivo, então r2 + n não será igual

a r1 para qualquer valor de n 1; deste modo, F(r2 + n) ≠ 0 e podemos obter uma segunda

solução do tipo:

3.1 Convergência das séries infinitas na solução normal

Consideremos a equação:

Onde x = 0 é um ponto singular regular. Então xp(x) e x²q(x) são analíticas em x = 0


com expansões em séries de potências convergentes:

Para onde ρ>0 é o mínimo dos raios de convergência das séries de potências

para xp(x) e x²q(x). Sejam r1 e r2 as raízes da equação indicial:

Com se r1 e r2 forem reais. Então, em qualquer dos intervalos –ρ<x<0 ou

0<x<ρ, existe uma solução da forma:


Se for não-nulo ou um inteiro-positivo, então em qualquer dos intervalos –

ρ<x<0 ou 0<x<ρ, existirá uma segunda solução linearmente independente da forma:

É possível que as séries de potência que representas as soluções y1 e y2 tenham raios


de convergência maiores que ρ; neste caso as soluções serão válidas em intervalos
proporcionalmente maiores.
Para determinar as raízes r1 e r2 da equação indicial, que desempenham um papel
importante na presente teoria, precisamos determinar p0 e q0 e então resolver a equação

. Estes coeficientes são dados por

, .

Finalmente, note que, se x = 0 é um ponto singular da equação:

Onde as funções P, Q e R são polinômios, então xp(x)= xQ(x)/P(x) e


x²q(x)=x²R(x)/P(x). Assim,

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