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1 Introdução
Estudar o comportamento dos materiais é essencial no ramo de Engenharia, pois ao projetar-
se equipamentos, há a necessidade de conhecer tal comportamento para que o material seja
adequado ao uso, a fim de que danos aos equipamentos sejam evitados ou, em alguns casos,
retardados. Ademais, tal conhecimento, permite ao projetista reduzir os custos de finais dos
equipamentos.
Todos os projetos de engenharia, a escolha de um material especı́fico a ser utilizado
baseia-se no comportamento mecânico e quı́mico apresentado por este. Por meio de análises
destas propriedades torna-se possı́vel escolher qual o tipo de material mais apropriado.
Analisar o comportamento da deformação de um material em relações às cargas aplicadas
é essencial na compreensão do material e, por consequência, de suas propriedades mecânicas.
Com o objetivo de assimilar propriedades mecânicas diversos experimentos são realizados
em laboratórios a fim de que condições reais sejam simuladas, propondo a aplicação de
forças e/ou cargas, além de condições de temperaturas diversas ao material. A partir das
informações provenientes dos experimentos constrói-se um gráfico com os dados registrados
de tensão e deformação de forma a mapear o comportamento mecânico do material estudado.
A prática realizada, na qual visitamos 3 laboratórios do Departamento de Engenharia
Metalúrgica, teve como propósito nos expor à essas práticas.
2 Embasamento teórico
Os materiais principais, encontrados na natureza são os metais, cerâmicas, compósitos e
polı́meros. Na prática, foram aprofundadas as técnicas de experimentos para metais e
cerâmicas.
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2.1 Metais
Metais são combinações de um ou mais elementos metálicos (Fe, Au, Ag, Cu) e, em algumas
vezes, com materiais não metálicos. Seus elétrons são bem organizados, dispostos de forma
não localizados, isto é, estes elétrons não estão amarrados a particulares átomos (teoria
do mar de elétrons). Suas propriedades metálicas são atribuı́das à sua estrutura atômica.
Eles são bons condutores de eletricidade e de calor, não são transparentes à luz visı́vel e
possuem uma a superfı́cie de aparência lustrosa. Além disso, metais são fortes, ainda que
deformáveis, eles respondem pelo seu extensivo uso em aplicações estruturais.
Materiais desse tipo, quando em uso, são, muitas vezes, submetidos à cargas, tornando-
se necessário conhecer suas caracterı́sticas para evitar fraturas e deformações durante seu
tempo útil.
As propriedades mecânicas de materiais são determinadas pela execução de experimentos
em laboratório que aplicam cargas ao material, a fim de saber qual o seu comportamento. Os
principais tipos de ensaios reproduzidos para teste de materiais são os de tração, compressão,
cisalhamento e torção.
Para o ensaio de tração, um corpo de prova é submetido à um esforço até a sua fratura, por
meio de uma carga de tração crescente, aplicada ao longo do eixo mais comprido do corpo de
prova. A máquina de ensaios de tração é projetada para alongar o corpo de prova a uma taxa
constante, além de medir contı́nua e simultaneamente a carga instantânea aplicada (com uma
célula de carga) e os alongamentos resultantes (usando um extensômetro). Tipicamente, um
ensaio de tensão-deformação leva minutos para ser executado e é destrutivo, isto é, o corpo
de prova é deformado de maneira permanente. O resultado de um ensaio de tração deste
tipo é registrado em um registrador gráfico (ou por um computador), na forma de carga ou
força em função do alongamento.
Ensaios de compressão são feitos de forma semelhante, o que se diferencia é o sentido no qual
a tensão é aplica, nesse caso, a tensão comprime o corpo de prova. São feitos quando se deseja
conhecer o comportamento de um material submetido a deformações grandes e permanentes
(isto é, plásticas), como ocorre em aplicações de fabricação, ou quando o material é frágil
sob tração.
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Figure 2: Equipamento utilizado para o ensaio
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submeter o corpo de prova, também padronizado, à uma força brusca e repentina, que
deve tem como objetivo rompê-lo para avaliar o comportamento dos materiais submetidos
à esforços dinâmicos. A energia utilizada na deformação e ruptura do corpo de prova é a
medida pelo equipamento.
2.2 Cerâmicas
Cerâmicas são compostos entre elementos metálicos e não-metálicos: eles são muito fre-
quentemente óxidos, nitretos e carbetos. A larga faixa de materiais que caem dentro desta
classificação inclui cerâmicas que são compostas de minerais de argilas, cimento e vidro.
Ligações iônicas prevalecem, tornando suas caracterı́sticas que são bons isolantes à pas-
sagem de eletricidade e de calor, são mais resistentes a altas temperaturas e ambientes
rudes do que metais e polı́meros. Entretanto, são muito frágeis que os metais no quesito de
resistência de impactos, pelo fato da presença de microtrincas.
As cerâmicas mais tradicionais são cerâmicas vermelhas, brancas, de revestimentos, re-
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fratárias e vidro. Por suas caracterı́sticas de resistência térmica são bastante utilizadas em
autofornos, internamente.
As cerâmicas vermelhas são produzidas em maior quantidade comercial (são utilizadas
para a fabricação de tijolos, por exemplo), suportam até 900o C e possuem em sua com-
posição 12% de Fe2 O3 .
Já as cerâmicas brancas, são produzidas em menor quantidade devido ao alto custo, são
utilizadas para fabricação de materiais mais refinados, como a porcelana, possuem em sua
composição: caulina (33%), que atribui a cor branca caracterı́stica desse material, feldspato
(33%), que reduz sua temperatura de fusão e quartzo (33%), que atribui uma alta resistência
mecânica ao material.
O experimento tensão-deformação de cerâmicas não avaliado através de um ensaio de tração
como no caso de materiais metálicos, já que o corpo de prova da cerâmica não iria se manter
nos ganchos do equipamento, por ser frágil, iria romper-se com facilidade. O ensaio empre-
gado é de flexão transversal, onde um corpo de prova (temperado ou cru) na forma de uma
barra, com seção reta circular ou retangular, é flexionado até a sua fratura, utilizando uma
técnica de carregamento em três ou em quatro pontos. Onde a resistência à flexão (módulo
de ruptura) é calculada por:
3F L
σ= (4)
2bd2
Onde, L é o comprimento do corpo de prova, b é a espessura, c a altura e F é a força aplicada
sob o corpo.
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3 Resultados
3.1 Ensaio A
a) Pelo diagrama, encontra-se uma resistência mecânica de 250 (MPa) e o valor encontrado
no livro Callister 9ed é de 200(MPa), resultando assim, em um erro absoluto de 25%.
Possivelmente, outros ensaios deveriam ser realizados para que haja uma redução desse
erro.
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b) Utilizando a eq(1), onde a área é dada por A = π × d4 , F = 15, 9kN.
c) Utilizando a eq(3), onde E é a inclinação da reta, E = 1,5∗10E6−0
0,01−0 , E = 15GPa. O valor
encontrado em literatura é de de E = 110 GPa, resultando assim, em um erro percentual
de 86%, assim, o experimento deveria ser refeito, com o equipamento recalibrado a fim de
eliminar esse erro tão alto.
d) A tensão de ruptura, pode é encontrada considerando a amplitude da zona de ruptura
no gráfico, sendo igual 125 MPa.
e) A fim de encontrar a resistência ao escoamento(σy ), deve ser feita uma reta paralela a
reta de elasticidade com 0.2% de distancia da origem. O valor encontrado foi de σy = 190.
f) Utilizando a equação:
l − l0 σ
σ = E = E → l = l0 1 + (5)
l0 E
E = 4, 04 m
3.1.1 Ensaio B
A equação do módulo de ruptura também pode ser dada por:
V L × FT
M OR = (6)
L × E2
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Assim, com a eq.(6) foram calculados os módulos de ruptura média para cada tipo de
cerâmica (crua, a 900o C e 1100o C).
4 Conclusão
Conclui-se que os valores encontrados nos primeiros experimentos precisam ser refeitos, já
que diferem bastante dos encontrados em literatura. Deve ser checado a calibração dos
equipamentos e se os corpos de prova estão corretamente produzidos (tamanho padrão).
Entretanto, a prática foi uma experiência bastante enriquecedora, pois é bom ver além da
teoria. Ademais, foi possı́vel observar como erros podem acontecer em ensaios mecânicos.
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5 Referências
1. CALLISTER JUNIOR,; D, William. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução.
7. ed. Rio de Janeiro: Ltc, 2008.
2. R. S. Macedo, A. G. S. Galdino, C. R. S. Morais, H. C. Ferreira, ”Estudo preliminar de
argilas do estado da Paraı́ba para utilização como matéria-prima em cerâmica vermelha –
Parte I”, Cerâmica 42, 275 (1996) 259.