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Objeções Respondidas PDF
Objeções Respondidas PDF
Respondias por: Carlos Vaillati, Ildo Mello, Luis Felipe Borduam, Thiago Titillo,
Wellington Mariano, Luís Henrique, Lucas Martins, Anderson de Paula, Marlon Marquês,
Lucas Freitas, Alcino Júnior, Robert Shank.
(A Ordem dos nomes não está relacionado á nenhum critério, a ordem das respostas é igualmente
aleatória)
Este post é fruto de Conversas que tive com esses teólogos através das redes sociais (Exceto
Robert Shank), ou seja, as respostas se originaram em um ambiente informal, e não tem por
objetivo ter a rigidez de um texto acadêmico.
O Compilado das Respostas estará disponível para Download, Bom Estudo.
Compilado por Filipe Elias
1ª Objeção
O Espírito Santo falha em convencer alguém do pecado?
O Espírito Santo não falha em convencer ninguém do pecado. Precisamos
compreender que “convencer” é diferente de “converter”. No Evangelho de
João capítulo 16 verso 8 afirma que o Espírito Santo irá convencer o mundo
(cosmo) do pecado, da justiça e do juízo. A palavra “cosmo” aqui representa a
totalidade da humanidade caída e não apenas um grupo especial de pessoas.
Portanto, como afirmou Lutero em suas Obras Selecionadas volume 11, página
358 o texto ensina que o Espírito Santo por intermédio da Igreja está a
repreender o mundo inteiro por seu pecado de serem sem Cristo e, por não
terem fé Nele.
A própria bíblia de estudo de Genebra em seu comentário a esse versículo
informa que esse convencimento do Espírito Santo está atrelado a
manifestação da culpa de toda a humanidade e não somente de certos
indivíduos.
Usar esse argumento para desmerecer ou limitar a obra do Espírito Santo é
desconsiderar a exegese do texto feita tanto por Lutero como pela tradição
clássica do protestantismo seja de viés Arminiano ou Calvinista.
(Luís Felipe Borduam)
A obra do Espírito Santo, quando ele vier (lit., “aquele, ao vir”, 8), é
cuidadosamente exposta para que os discípulos a entendam. Ele convencerá
(“condenará”, ASV; “trará convicção”, Weymouth; “convencerá”, Phillips;
“repreenderá”, Tyndale). Nesta variedade de traduções, fica evidente que a
palavra grega elegxei possui dois significados básicos: “convencer”, no sentido
de provar ou demonstrar, e “condenar”, no sentido de reprovar, corrigir ou
castigar. “A palavra é quase equivalente à palavra “expor”, que tem
precisamente o mesmo duplo sentido: exibir para a apreciação pública,
explicar, desmascarar, mostrar, expressar reprovação”.
Já vimos como a obra do Espírito é o seu testemunho do Filho (15.26) — sua
função de ensinar e lembrar as palavras e ensinos de Jesus (14.26) — e a
força interior constante e permanente que Ele é para o crente (14.16-17). Mas
neste papel Ele alcança o lado exterior do círculo de crentes até o mundo (8).
No entanto, observe que Ele alcança o mundo somente quando vem aos
crentes. E operando através dos crentes que o Espírito está convencendo e
condenando aqueles que não crêem, aqueles que estão em rebelião contra
Deus. Ele os convence do pecado, da justiça, e do juízo. (Comentário Bíblico
Beacon. vol 7. p. 133 – Grifo meu)
Com base nestes dados levantados entendemos que o ofício do Espírito
Santo na persuasão do ser humano começa pela Lei, a qual o acusa da sua
situação espiritual de pecador. Este convencimento operado pelo Espírito está
profundamente ligado à pregação da palavra e ao dom profético (profecia
proclamativa), portanto, trata-se de um evento extremamente dinâmico que
visa o arrependimento para salvação. Contudo, a nação judaica não recebeu o
Messias que lhes fora enviado (Jo 1.11). Estevão durante a sua pregação
acusa os membros do Sinédrio de resistirem ao Espírito Santo assim como os
seus predecessores resistiram aos profetas (At 7.51-53). Portanto, a evidência
bíblica nos leva a compreender que o Espírito Santo através a pregação está
persuadindo a todos os ouvintes que eles estão em pecado e precisam se
arrepender. Porém, esta obra pode ser resistida de tal forma que ouvinte não
será regenerado e salvo devido a sua incredulidade. A acusação divina,
mediante a igreja (que é o grupo dos que creram), expõe o pecado do mundo
em ser incrédulo diante da mensagem do Evangelho, não aceitar o Messias
enviado, ignorar o chamado do Espírito Santo.
Em suma, certamente o Espírito Santo não falha em convencer alguém
a respeito do pecado, todavia isto só nos diz sobre o lado divino dessa
questão. O lado humano, conforme a Escritura nos aponta, pode resistir a esta
persuasão e por fim não admitir realmente que precisa se arrepender para
salvação. (Luis Henrique)
2ª Objeção
Se Deus ama e não salva, então é um amor fingido?
Deus é amor. Ponto. Deus é relacional. Ponto. O amor precisa ser relacional. A
trindade é onde o amor relacional se dá com perfeição. Deus quis e quer
expandir esse amor relacional com suas criaturas, os seres humanos, mas isso
de maneira relacional, ou seja, através de um relacionamento real e genuíno.
Amor relacional é diferente de amor compulsório, obrigatório. Isso é o mesmo
que dizer que só podemos amar a quem nos ama de volta, caso amemos
alguém e a pessoa não nos ame, podemos dizer que nosso amor não é real
pelo fato dele não ser correspondido? O que Deus quis dizer ao pedir que
amemos nossos inimigos? Nossos inimigos não são pessoas que, via de regra,
não nos amam de volta? Se Deus tem inimigos que não o amam, logo,
podemos dizer que o amor de Deus, então, é insincero para com seus inimigos.
(Wellington Mariano)
3ª Objeção
Qualquer brecha para cooperação humana anula a graça.
A graça conforme o dicionário bíblico Wycliffe e a convenção geral sobre o
significa do termo é “favor imerecido”. Portanto, se respeitarmos o significado
conceitual das Escrituras para a palavra “graça”, desde que a pessoa não
mereça, isto é, não haja méritos suficientes nela para a obtenção de tal favor,
ainda que ocorra cooperação em nada se macula a graça.
Por exemplo, semanalmente em nossa igreja é levado café da manhã para
moradores em situação de rua e até viciados, prostitutas, travestis se
beneficiam desta caridade. Alguns se recusam a receber tal cuidado e outros
estendem a mão e agradecem. Ainda que haja a participação deles no
estender de mãos e o receber o kit de café da manhã isto não significa que
eles merecem ou que a graça que eles receberam ao aceitar foi anulada. Muito
pelo contrário, a graça foi estabelecida e aplicada quando os mesmos a
receberam.
De modo similar acontece com a fé. Conforme Romanos capítulo 5 versículo 2,
pela fé (o ato de receber) vemos a graça sendo estabelecida e aplicada em
nós. Isto é, a fé estabelece a graça.
Mesmo após provarmos que a cooperação humana em nada anula a graça de
Deus, mesmo assim, se faz importante destacar que a cooperação humana no
processo salvífico nunca é iniciado pelo ser humano, pois é Deus quem o atrai
primeiro (Jo. 12:32; Rm. 5:8) e depois dessa ação primeira de Deus o máximo
que o homem é capacitado a fazer é responder com arrependimento e fé
assentindo com sua vontade a obra que o Espírito Santo está a fazer. Se trata
de um render-se, um ato de reconhecimento de sua total dependência e
necessidade da graça salvífica conquistada por Cristo já que por seus próprios
esforços ele reconhece que é incapaz de obter tamanha salvação.
(Luís Felipe Borduam)
Certamente a Bíblia enfatiza a salvação pela graça: “Porque pela graça sois
salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras,
para que ninguém se glorie” (Ef 2.8-9).
1
ARMÍNIO, Artigo XXVII (VII). In: As Obras de Armínio. Volume 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p.
330.
Certamente o mendigo não pode se gloriar de ter recebido a esmola,
devido à sua escolha livre. O crédito é todo do doador, e não do recebedor. O
ato de receber um dom pela fé não é mais meritório do que o de um mendigo
recebendo ajuda.
E a Bíblia insiste no fato de que o homem deve consentir livremente com
a oferta graciosa de Deus para receber a salvação (Jo 1.11-12; 5.40; Ap
22.17).
(Thiago Titillo)
Abraços!
(Carlos Vailatti)