Você está na página 1de 126

enzo_txt_v7_07novembro2014.

indd 1 11/9/14 9:21 PM


enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 2 11/9/14 9:21 PM
enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 3 11/9/14 9:21 PM
enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 4 11/9/14 9:21 PM
POESIA

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 5 11/9/14 9:21 PM


6

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 6 11/9/14 9:21 PM


enzo banzo

POESIA

POESIA
COLÍRICA

enzo banzo

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 7 11/9/14 9:21 PM


Poesia Colírica


Copyright ©2014
Enzo Banzo

Editores:
Gustavo Abreu e Alencar Perdigão

Capa e programação visual:


Binho Miranda

Gestão e produção:
Roda Cultura

Toques e retoques
Danislau e Cleusa Bernardes

Incentivo:
PMIC – Programa Municipal de Incentivo à Cultura
Secretaria Municipal de Cultura
Prefeitura de Uberlândia

Projeto Poesia Colírica, CA 023/2013, FMC/PMIC

Proponente:
Ênio Bernardes de Andrade

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Bibliotecária Juliana Farias Motta CRB7- 5880

B219p Banzo, Enzo

Poesia colírica / Enzo Banzo. -- Belo Horizonte, MG :


Letramento, 2014.

126 p. .; 14 x 21 cm.

ISBN: 978-85-68275-10-8

1. Literatura brasileira. 2. Poesia brasileira. I. Título.

CDD B869.1

Editora Letramento
Avenida Mário Werneck, 2900, Sala 110 - Bairro Buritis, Belo Horizonte/MG
contato@editoraletramento.com.br

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 8 11/9/14 9:21 PM


Para minha mãe, Cleusa Bernardes,
poeta maior.

Ao meu filho, José Francisco,


professor de poesia.

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 9 11/9/14 9:21 PM


enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 10 11/9/14 9:21 PM
POESIA CALADA
– 13-55 –

POESIA COLÍRICA
– 55-99 –

POÉTICA DO FIM
– 101-117 –
POESIA CALADA 13 – 55
POESIA COLÍRICA 55 – 99
POÉTICA DO FIM 101 – 117

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 11 11/9/14 9:21 PM


enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 12 11/9/14 9:21 PM
POESIA
CALADA

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 13 11/9/14 9:21 PM


14

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 14 11/9/14 9:21 PM


observo a tinta que descasca
enquanto descasco uma laranja

uma é áspera
a outra ácida
diz minha língua em saliva

jogo a laranja na parede


não sei se por loucura
ou por pintura

não quero mais chupar laranja


e ainda não cheguei ao ponto
de lamber paredes

admiro as moscas
capazes
de sugar o sumo do suco
da parede

soco a parede
não há suco ou soco que a destrua

mas
a tinta
tempo
descasca

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 15 11/9/14 9:21 PM


16

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 16 11/9/14 9:21 PM


quando eu nasci o sonho já tinha acabado
fazia tempo
quando eu nasci garrincha já tinha parado
já era o fim do segundo tempo

quando saquei o sonho o sonho era retrô


quando era novo eu só ouvia disco velho
não entendia o que era estranho em joão gilberto
nem no velô

agora
é o tempo
do depois

depois de agora
vai ser mais
depois ainda

quando eu morrer não importa o que eu tenha sonhado


quando eu nasci o sonho já tava enterrado

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 17 11/9/14 9:21 PM


18

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 18 11/9/14 9:21 PM


o sujeito é uma bola

o sujeito é um planeta
no seu movimento
de rodar em torno
e adiante

vem um pé
dá um chute na bola

a bola voa
a bola voa
a bola voa

o sujeito
é um caminho
sem
volta

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 19 11/9/14 9:21 PM


20

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 20 11/9/14 9:21 PM


eu gosto muito de pensar em palavras
mas agora eu penso mesmo
é na sua boca grossa
e a única língua
é a sua na minha
eu você nosso ímã
bem melhor do que rimas

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 21 11/9/14 9:21 PM


22

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 22 11/9/14 9:21 PM


como é gostoso um corpo
quando as almas se encontram
um corpo quer outro corpo
em busca de mais que um corpo

à procura do intangível
pelo toque no palpável
no mergulho entre os profundos
percursos intermináveis

do olho, do peito e da carne

e se as almas se encontraram
foi por se juntarem os corpos
que são, afinal, as almas
que são, afinal, os corpos

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 23 11/9/14 9:21 PM


24

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 24 11/9/14 9:21 PM


eu sei que vou te amar
é verso batido
por toda minha vida
porque sei
eu vou te amar
mesmo e sempre e pronto

cada verso meu


será pra dizer
o que quiser dizer

diga o que diga


eu vou te amar

uma história muda


a vida é vária
o caminho alterna
o amor não para
o amor não morre
só muda a cara
no mesmo rosto
qual seja a estrada

a minha estrada
a sua estrada
entre desvios
encruzilhadas
perto ou distante
sigo meu passo
que sabe eu sei
que vou te amar

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 25 11/9/14 9:21 PM


26

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 26 11/9/14 9:21 PM


tem coisas que guardo
e não faz sentido
pois sei que não guardam
o tempo partido

tem coisas que aguardo


e não tem por que
se um dia chegarem
nem vou perceber

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 27 11/9/14 9:21 PM


28

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 28 11/9/14 9:21 PM


escondido
atrás do seu ouvido

quis dizer
o que sempre quis dizer

e não disse
pois basta estar

escondido
atrás do seu ouvido

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 29 11/9/14 9:21 PM


30

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 30 11/9/14 9:21 PM


em meu caderno se intercalam
páginas cheias de números
páginas só de palavras

e os números com o tempo


perdem seu senso de urgência
e perdem todo sentido
como se nunca houvesse
razão para terem sido

já as palavras que quando


escritas eram inúteis
sobrevivem e têm mais vida
parece que o tempo as nutre

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 31 11/9/14 9:21 PM


32

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 32 11/9/14 9:21 PM


deitado no sofá procuro um tema


que deixe os sentimentos afetados
na escrita sábio, n’alma embriagado
a dose exata, lírico sem lema

mas tudo me parece tão prosaico


a mesma coisa, o mesmo todo dia
nem mesmo amor sincero ou boemia
me fazem comover o verso arcaico

então me lembro: o tema é sempre o mesmo


no fundo do profundo ou extremo raso
(varia é a potência do mergulho)

amor, miséria, morte, vida a esmo


o tema tanto faz, é mais o caso
saber moldar silêncio entre barulho

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 33 11/9/14 9:21 PM


34

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 34 11/9/14 9:21 PM


é só encher a cara
e pinta esse buraco

vazio de sede
facada de eros
angústia de festa

um gole resolve enquanto dura


o buraco é tudo que me resta

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 35 11/9/14 9:21 PM


36

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 36 11/9/14 9:21 PM


lembro meu joelho roxo
batido nas mais altas madrugadas
o som de qualquer coisa me assustava

qualquer coisa que não fosse


a sua presença

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 37 11/9/14 9:21 PM


38

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 38 11/9/14 9:21 PM


volume
do corpo que envolve

o volume
de outro corpo

aumenta o volume
abaixa o volume

a perfeita
mixagem

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 39 11/9/14 9:21 PM


40

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 40 11/9/14 9:21 PM


eu, quando contigo brinco
sei exato o que preciso

não é bem me divertir


mas me divirto
não é bem ir lá no fundo
mas eu mergulho
não é bem chegar além
mas quero mais

eu, quando contigo brinco


sei exato o que preciso
sei exato o que cultivo
sei exato o que procuro

só procuro o teu sorriso

(aquele que se revela


depois de horas a fio
depois de tempos de busca
em nosso rir, nosso rio)

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 41 11/9/14 9:21 PM


42

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 42 11/9/14 9:21 PM


adoro os adjetivos que lhe adornam
e ainda mais a substância
do seu substantivo

nossos verbos no passado dão saudade


no futuro dão vontade
no presente quem me dera

entre nós não há preposição


e a conjunção nos torna
palavras compostas sem hífen
como manda a nova ortografia

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 43 11/9/14 9:21 PM


44

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 44 11/9/14 9:21 PM


a força das palavras de uma mulher
tão fortes como
o beijo o cheiro o corpo de uma mulher
forte

como fosse sua palavra uma antirroupa


quanto mais diz está mais nua

e de seu acendimento se revela


de uma réstia de luz
o fogo

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 45 11/9/14 9:21 PM


46

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 46 11/9/14 9:21 PM


um dia conversei com você
depois a gente conversava
teve quando te abracei
veio o tempo do abraçava
então eu te beijei
quanto a gente se beijava
tanto que te amei
tanto que te amava

só não percebíamos
que nosso passado mudava
do perfeito para o imperfeito

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 47 11/9/14 9:21 PM


48

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 48 11/9/14 9:21 PM


cada um vai pro seu lado
cada um é cada um
menos esse amor
que é meu é seu
e é um

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 49 11/9/14 9:21 PM


50

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 50 11/9/14 9:21 PM


nosotros
se diz em espanhol

parece que compreenderam


a impossibilidade de nós

mesmo juntos
seguiremos sós

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 51 11/9/14 9:21 PM


52

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 52 11/9/14 9:21 PM


esse amor que eu canto tanto
é verdade
por enquanto

se um dia ele se for


não terá
sido mentira

nosso amor nunca foi santo


e a eternidade
não é pra nós

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 53 11/9/14 9:21 PM


54

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 54 11/9/14 9:21 PM


quis ter escrito
algo bonito
mas não consigo
fazer sentido

então prefiro
esse bonito
que nunca é dito
só é sentido

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 55 11/9/14 9:21 PM


56

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 56 11/9/14 9:21 PM


POESIA
COLÍRICA
POESIA
COLÍRICA

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 57 11/9/14 9:21 PM


58

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 58 11/9/14 9:21 PM


a gente sente
e tudo que a gente sente
a gente é

a gente diz
e tudo que a gente diz
a gente mente

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 59 11/9/14 9:21 PM


60

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 60 11/9/14 9:21 PM


já fui um sêmen
em um ovário
hoje sou vários

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 61 11/9/14 9:21 PM


62

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 62 11/9/14 9:21 PM


o amor
é o maior
chicle

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 63 11/9/14 9:21 PM


64

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 64 11/9/14 9:21 PM


chegaram
as damas

com elas
os dramas

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 65 11/9/14 9:21 PM


66

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 66 11/9/14 9:21 PM


será
que deus
resiste?

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 67 11/9/14 9:21 PM


68

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 68 11/9/14 9:21 PM


a noite
é uma criança

quem não chora


dança

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 69 11/9/14 9:21 PM


70

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 70 11/9/14 9:21 PM


noite afora
vou embora
atrás de mim
na sua frente

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 71 11/9/14 9:21 PM


72

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 72 11/9/14 9:21 PM


no cinzeiro
o resto
de ontem

o rosto
sujo
do amor

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 73 11/9/14 9:21 PM


74

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 74 11/9/14 9:21 PM


me calo
call me
o telefone é a única possibilidade de mudança

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 75 11/9/14 9:21 PM


76

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 76 11/9/14 9:21 PM


sofro e me sopro
sofro e me mordo
sofro e me bato

mas você
não passa

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 77 11/9/14 9:21 PM


78

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 78 11/9/14 9:21 PM


primeiro me bate me xinga me chuta
me fere
mais tarde me liga não pede desculpa
confere?

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 79 11/9/14 9:21 PM


80

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 80 11/9/14 9:21 PM


quando cada um
tá no seu canto
tudo é muito
muito mais
romântico

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 81 11/9/14 9:21 PM


82

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 82 11/9/14 9:21 PM


escolher o calor
do cobertor
ou do vento queimando a madrugada

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 83 11/9/14 9:21 PM


84

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 84 11/9/14 9:21 PM


desânimo

falta de alma
travestida

em calma

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 85 11/9/14 9:21 PM


86

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 86 11/9/14 9:21 PM


depois
eu lavo
essas
panelas

agora
ainda preciso
sujo
delas

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 87 11/9/14 9:21 PM


88

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 88 11/9/14 9:21 PM


nó no pescoço
não desce a dor
nem o almoço

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 89 11/9/14 9:21 PM


90

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 90 11/9/14 9:21 PM


você distante
me sinto longe
de mim

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 91 11/9/14 9:21 PM


92

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 92 11/9/14 9:21 PM


me perco
se não
te encontro

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 93 11/9/14 9:21 PM


94

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 94 11/9/14 9:21 PM


um

um

dói

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 95 11/9/14 9:21 PM


96

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 96 11/9/14 9:21 PM


a dor
não volta

a dor
se torna

outra

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 97 11/9/14 9:21 PM


98

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 98 11/9/14 9:21 PM


o meu inteiro
só um seu
pedaço

sem seu abraço


sou um céu
ao meio

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 99 11/9/14 9:21 PM


100

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 100 11/9/14 9:21 PM


POÉTICA
DO FIM POÉTICA
DO FIM

Saíram os dois primeiros que abriam

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 101 11/9/14 9:21 PM


102

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 102 11/9/14 9:21 PM


tudo feito.

o jeito que foi


foi o único jeito

o que virá
– que será?
são inúmeros rumos
nenhum deles perfeito

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 103 11/9/14 9:21 PM


104

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 104 11/9/14 9:21 PM


não adianta
borracha
rabisco
errorex

nosso poema
está escrito

verso
irreversível

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 105 11/9/14 9:21 PM


106

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 106 11/9/14 9:21 PM


ontem
– nós –
era bonito

hoje
ontem
dói

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 107 11/9/14 9:21 PM


108

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 108 11/9/14 9:21 PM


ok, você tem razão


mas razão não combina com amor
e eu vou ficar aqui
amando sem razão

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 109 11/9/14 9:21 PM


110

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 110 11/9/14 9:21 PM


ia dar tudo certo
ficar tudo bem
não fosse tudo que a gente já tem
ter sempre esse gosto de sem

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 111 11/9/14 9:21 PM


112

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 112 11/9/14 9:21 PM


caminhando e cantando e
caminhando e cantando e
caminhando e cantando e
caminhando e cansando e
caminhando e sentando e
deitando e dormindo

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 113 11/9/14 9:21 PM


114

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 114 11/9/14 9:21 PM


se eu visse a luz
se me viesse a luz
ou um viés de luz

saberia enfim

porque sim quando sim


porque não quando não
porque fim quando fim

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 115 11/9/14 9:21 PM


116

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 116 11/9/14 9:21 PM


e deus-se

o Desejo

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 117 11/9/14 9:21 PM


enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 118 11/9/14 9:21 PM
ÍNDICE

POESIA CALADA

tinta laranja 15
o sonho acabou 17
o sujeito é uma bola 19
única língua 21
arte de amar nº2 23
verso batido 25
coisas que (a)guardo 27
escondido 29
caderno 31
tema do soneto 33
facada de eros 35
joelho roxo 37
mixagem 39
nosso rir, nosso rio 41
gramática 43
mulher forte 45
futuro do pretérito 47
cada um 49
nosotros 51
verdade por enquanto 53
sentido 55

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 119 11/9/14 9:21 PM


enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 120 11/9/14 9:21 PM
POESIA COLÍRICA

mentira 59
vários 61
chicle 63
d(r)amas 65
irresistível 67
noite criança 69
noite afora 71
cinzeiro 73
call me 75
não passa 77
confere? 79
romântico 81
calor 83
desânimo 85
panelas 87
nó 89
longe de mim 91
perdição 93
matemática 95
outra dor 97
céu ao meio 99

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 121 11/9/14 9:21 PM


enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 122 11/9/14 9:21 PM
POÉTICA DO FIM

tudo feito 103


errorex 105
ontem nós 107
sem razão 109
sem 111
disco furado 113
luz 115
gênese 117

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 123 11/9/14 9:21 PM


enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 124 11/9/14 9:21 PM
Enzo Banzo é músico e escritor.
Com a banda Porcas Borboletas, lançou os discos Um carinho com os dentes
(2005), A passeio (2009) e Porcas Borboletas (2013).
Musicou poemas de Arnaldo Antunes, Paulo Leminski, Clara Averbuck,
Marcelino Freire, Luís de Camões, Danislau, Cleusa Bernardes e Marco Aurélio
Querubim, além de suas próprias letras.
Poesia Colírica é seu livro de estreia.

www.enzobanzo.com.br

enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 125 11/9/14 9:21 PM


enzo_txt_v7_07novembro2014.indd 126 11/9/14 9:21 PM

Você também pode gostar