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CENA II
Nieta:(entrando) Já vai.
Nieta: (fingindo ter batido a cabeça) Puxa vida, que impaciência. O senhor apressa tanto a
gente que eu acabei batendo com a cabeça, com toda a força, na porta.
Argon: Traidora.
Argon: Faz...
Nieta: Ai.
Argon: Faz uma hora...
Nieta: Ai.
Nieta: Ai.
Nieta: E eu, por sua causa quase quebro a cabeça. Estamos quites, então.
Nieta: Ai.
Nieta: Se o senhor tem prazer em brigar, eu tenho prazer em chorar. Cada um faz o que gosta.
Não há nada demais.
Argon: Está bem. Desisto. Tire isso daqui, tire. (Ele se levanta da cadeira) Veja se minha
lavagem, de hoje, fez efeito.
Nieta: Ah, não. Não tenho nada a ver com essa coisa. O Sr. Flores que meta o nariz aí. Ele
ganha para isso.
Nieta: Esse Sr. Flores e esse Dr. Purgan se divertem bem como o seu corpo. Têm no senhor
uma vaca leiteira e eu adoraria perguntar a eles o motivo de tantos remédios.
Argon: Fique quieta, ignorante. Não é você que vai controlar minhas receitas médicas. Chame
Angélica. Quero falar com ela.
CENA FINAL
Argon:
Sapientissimus doctores,
medicinae professores,
qui estamos reunidos
para receber um novo confrade
que, pela prática e longevidade,
não precisou cursar Faculdade.
Carissimi colegas presentes,
por príncipes e reis admirados,
devemos examinar o bacharelando
e saber se pode participare
do nosso magnífico corpo docente.
É para isso que convocati estis:
dono at interrogandum
in suas capacitatibus.
Primeiro doutor:
Se mihi licentiam dat
et tanti docti doctores
et assistenti ilustres,
muito sábio bacharel,
que estimo e venero,
opium faz dormire
domando qual la causis et rationis?
Argon:
Mihi docto doctore,
domandatur causa et rationem
opium facit dormire?
Respondo que est do opium
da sua própria natura
a virtude de fare dormire.
Coro:
Muito bem, muito bem, muito bem,
respondeu o douto paciente.
Dignus, dignus est intrare
no nosso corpo docente.
Segundo autor:
Com a permissão de todos os presentes,
gostaria de perguntar ao douto bacharel,
quae sunt remedio,
quae in doença dita hidropisia,
convenit facere.
Argon:
Clysterium donare,
depois sangrare
e logo purgare.
Coro:
Muito bem, muito bem, muito bem,
respondeu o douto paciente
dignus, dignus est intrare
no nosso corpo docente.
Terceiro doutor:
Doctissimae Facultatem
et toda compania escutantem
pergunto ao distinto bacharel:
in grande febrem, com dolorem cabecis,
et pulmonicis, ataque asmatiquis,
et dificultatis respirares;
que cosa facere?
Argon:
Clysterium donare,
depois sangrare
e logo purgare.
Coro
Muito bem, muito bem, muito bem,
respondeu o douto paciente,
dignus, dignus est intrare
no nosso corpo docente.
Quarto doutor:
E se a doença teimosa
não quiser se curar?
Quid illi facere?
Argon:
Clysterium donare,
depois sangrare
e logo purgare.
Reitor:
Jura guardare statuta
per Facultatem prescrita
com sensu e julgamento?
Argon: Juro.
Reitor: Jura consultationibus i mais velhi?
Argon: Juro.
Argon: Juro.
Reitor:
Eu, com este diploma
venerabili e docto
dou e concedo
virtutem et poder
medicandi
purgandi
angrandi
cortandi
et matandi
impune per totam terram.
Coro:
Et vivat, vivat, cem vezes, vivat,
novus doctor que tão bem parlat
mil, mil anos vivat
per sempre matat.
(FIM)