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I Seminário Educação, Imaginação e as Linguagens Artístico-Culturais, 5 a 7 de setembro de 2005

Educação, Imaginação e Linguagens


Artístico-Culturais

Maria Isabel Leite

O
I Seminário “Educação, Imaginação e as Linguagens Artístico-Culturais”
marca o encerramento do Projeto de Pesquisa “Educação e as linguagens
artístico-culturais: processos de apropriação e produção”, cuja abrangência
de ação insere-se na interseção da Educação com a Arte. Financiado pelo Edital 14/2003
da Diretoria de Pesquisa da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), esse
Projeto desenvolveu-se no interior do Grupo de Pesquisa, Ensino e Extensão em
Educação Estética (GEDEST), ligado ao Curso de Artes Visuais e à linha “Educação,
Linguagem e Memória” do Programa de Pós-Graduação em Educação desta
Universidade.
A busca por encontrar e assegurar um espaço para as linguagens artísticas no
interior dos cursos de graduação e pós-graduação em Educação tem sido grande. As
maiores dificuldades parecem centrar-se no fato de que, conceitualmente, a Arte
pressupõe transgressão e reclama inteireza; em contraposição, a instituição de ensino
passa pela normatização e estrutura-se prioritariamente sobre a produção do
conhecimento científico. Nesse sentido, tendo como base a ementa da linha de pesquisa
“Educação, Linguagem e Memória”, do PPGE da UNESC, afirmamos, neste Seminário, o
desafio e o compromisso do encontro com textos literários, imagens e linguagens
artístico-culturais diversas, procurando perceber as funções sociais dos códigos estéticos
e de diferentes espaços educativos, como escolas, universidades, ONGs, museus; e,
ainda, perpassar pelas questões da história, da memória, de diferentes identidades e
representações culturais, sempre problematizando nosso papel diante da formação dos
sujeitos com os quais convivemos – sejam eles crianças, jovens ou adultos. Assumimos o
desafio, entretanto, sem pretender atenuar diferenças ou camuflá-las, mas, sim, discuti-
las criticamente.
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Trabalhar uma tentativa de aproximação entre a Educação, a Imaginação e as


Linguagens Artístico-Culturais, como nos propusemos aqui, parece impossível e pouco
profícuo se nos situarmos num paradigma estruturado sob um único olhar, resultante de
uma voz uníssona, com conteúdos isolados e grades que cerceiam o campo de ação.
Outrossim, entendendo a Linguagem Artística como possibilidade de construção de
conhecimentos outros, de dimensão estética e poética, mas tão importantes quanto
aqueles científicos e necessitando de diálogo permanente com os mesmos, podemos
vislumbrar uma brecha. Essa brecha passa, hoje, pelo desejo e a tentativa de
reivindicação junto à Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação
(ANPEd), de um espaço específico de discussão (um GE) de Arte e Educação. A
dificuldade maior dessa proposta é não aprisionar a Arte na Educação e, assim,
“pedagogizá -la”, uma vez que ela não pertence à Educação e não deve subordinar-se a
ela ou estar nela enclausurada. A relação que se pretende é dialógica e plural,
multifacetada – uma relação de familiaridade e complementaridade de códigos.
A especificidade em torno da imaginação no Seminário passa pela percepção de
que se faz necessário um momento de maior reflexão teórica acerca desse conceito, tão
presente em diversas ações e discursos e tão pouco investigado como categoria de
análise. Nesse sentido, busca-se estreitar laços de pesquisa com o grupo canadense
Imaginative Education Research Group (IERG). Nossa proposta foi costurar pontos de
origens esparsas, rompendo com uma cronologia linear, iluminando questões sem a
pretensão de esgotá-las, tampouco procurando eliminar seus pontos conflitantes, mas,
ao contrário, explorando ambigüidades, polaridades e concomitâncias, buscando
múltiplos olhares que se somam, formando uma rede de construção crítica de
conhecimento, procurando a todo tempo sublinhar, além de seu caráter científico, sua
dimensão estética e poética.
Foi esta a lógica que regeu a estruturação do Seminário “Educação, Imaginação e
as Linguagens Artístico-Culturais”: colocar em diálogo pesquisas científicas, práticas de
sala de aula, projetos de formação de professores, obras de arte. Para isso congregou, em
suas mesas-redondas, profissionais de Pedagogia, Letras, Artes Visuais, Teatro,
Psicologia, História – de diferentes instituições, estados e grupos de pesquisa –, todos
trazendo contribuições a partir de suas lentes teóricas, seus lugares geográficos, seu
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tempo histórico, situando suas pesquisas e ações no plano teórico, nas escolas, nas
políticas públicas, nas ONGs, nas IES, nos museus ou centros culturais.
O encontro procurou abarcar as dimensões da pesquisa, do ensino e da extensão
que dão sustentação à universidade, fortalecendo seu caráter integrador e sublinhando,
ainda, a relação de troca ou a reciprocidade entre graduação, pós-graduação lato e stricto
sensu e demais níveis de ensino, e a comunidade educativa em geral.
A realização deste Seminário objetivou, assim, ampliar a visibilidade de
pesquisas e ações a partir da percepção da necessidade e urgência de intercâmbios mais
concretos e profícuos não apenas entre diferentes instituições, e entre grupos de
pesquisa diversos, mas entre a universidade e os demais sistemas de ensino. Para
evidenciar o alcance desse objetivo, é importante salientar que estiveram presentes 19
palestrantes, dos quais 15 eram nossos visitantes. Esse grupo de profissionais proveio de
quatro estados (Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul),
abrangendo 12 instituições (a saber: Centro de Criação de Imagem Popular, do Rio de
Janeiro (CECIP); Faculdade Dom Bosco (Monte Aprazível, SP); Instituto Nacional de
Educação de Surdos, do Rio de Janeiro (INES); Museu do Brinquedo (Florianópolis, SC);
uma instituição da rede privada de ensino do Rio de Janeiro; dois sistemas públicos
municipais (de Paulínia e de Santo André, ambos do estado de São Paulo); Universidade
de Santa Cruz do Sul, RS (UNISC); duas Universidades Federais (a de Santa Catarina,
UFSC; e a do Rio Grande do Sul, UFRGS); Universidade da Região da Campanha, de
Bagé, RS (URCAMP), além da própria Universidade do Extremo Sul Catarinense
(UNESC). Desse conjunto, destaca-se, ainda, que era composto por pesquisadores de 14
diferentes espaços de pesquisa: o Centro de Literatura Interativa da Comunidade da
PUC de Porto Alegre (CLIC); o Grupo de Educação, Cultura e Sociedade: processos
emancipatórios da UNISC (PROGRUPE); o Grupo Correlações entre Linguagem,
Processamento e Ensino: a linguagem em foco da UNESC; o Grupo de Estudos e
Pesquisas em Infância, Educação e Escola da UFSC (GEPIEE); o Grupo de Estudos
Poéticos da UNISC; o Grupo de Pesquisa em Educação e Arte da UFRGS (GEARTE); o
Grupo de Pesquisa em Educação Infantil da UFRGS (GEIN); o Grupo de Pesquisa
História e Memória: o processo de Educação em Santa Catarina da UNESC
(GRUPEHME/SC); o Grupo Identitare da UNESC; o Núcleo de Educação, Mídia e
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Subjetividade da UFRGS (NEMES); o Núcleo de Estudos e Pesquisas da Educação de 0 a


6 anos da UFSC (NEE0A6); o Núcleo Infância, Comunicação e Arte da UFSC (NICA); o
Open Group de Reggio Emilia, SP, além do Grupo de Pesquisa, Ensino e Extensão em
Educação Estética (GEDEST) – que organizou o seminário –, com representantes de seus
dois pólos de ação: UNICAMP e UNESC.
Dada essa configuração, estimou-se cumprir os objetivos de: refletir teoricamente
sobre as relações entre Educação, Imaginação e Linguagens Artístico-Culturais, assim
como elaborar uma reflexão crítica sobre algumas práticas que se estabelecem nessa
interface. Também se buscou favorecer a aproximação e o intercâmbio entre os Grupos
de Pesquisa ali representados – tanto locais, como nacionais e internacionais, assim
como entre diferentes profissionais das diversas instituições presentes, ampliando a
circulação do conhecimento produzido na área.
A circulação de conhecimentos se materializou, no evento, por meio de quatro
ações: a apresentação e o lançamento de livros resultantes de pesquisas de alguns dos
palestrantes presentes; a venda de materiais outros para o auxílio ao trabalho de
formação; a exposição de banners com trabalhos de pesquisa, ensino e extensão,
desenvolvidos no interior dos grupos representados e, ainda, a posterior produção deste
CD-Rom com os textos. Nele estão incluídas não apenas as 16 apresentações feitas no
evento, como, também, a participação de cinco outros convidados que, impossibilitados
de comparecer, enviaram suas contribuições, a saber: Profa. Dra. Ana Angélica Albano,
da UNICAMP; Profa. Dra. Cynthia Farina, de Barcelona; Profa. Dra. Gilka Girardello, da
UFSC; Prof. Dr. Kieran Egan, do Canadá; e a Profa. Dra. Márcia Gobbi, de uma IES
privada de São Paulo.
Como não apenas os conhecimentos de caráter científico, mas também aqueles de
dimensão estética e poética perpassam as discussões e produções do GEDEST, a
visibilidade dessas pesquisas e ações também se traduz em linguagens visuais – assim a
exposição “Pelos caminhos da imaginação” trouxe algumas produções, produtos da
atividade criadora de professores-artistas do Grupo na UNESC: Angélica Neumaier
(serigrafia), Aurélia Regina Honorato (bonecos), Jussara Guimarães (cerâmica), Rildo
Ribeiro Batista (gravura) e Virgínia Maria Yunes (fotografia). Ter as obras brevemente
apresentadas pelos artistas-autores e poder contemplá-las com seu ritmo próprio, em
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um diálogo permanente com os artistas presentes, discutindo com cada um seu processo
de produção/criação, é parte de uma proposta de apropriação/fruição artística
difundida no GEDEST. Também houve um momento de exibição e debate sobre filmes,
nos quais as perspectivas teórica e prática se enlaçam à dimensão estética e poética. Com
essa diversificação de ações, o Seminário procurou alinhavar o objetivo do GEDEST de
facultar à comunidade acadêmica e circunvizinha, sempre que possível, o acesso a
expressões artístico-culturais diversas.
O debate produzido durante o encontro teve como arena privilegiada as mesas-
redondas. Iniciaram-se as discussões problematizando, na Mesa 1, a infância em seu
direito à imaginação e a infância presente no imaginário dos adultos-escritores: “A
criança e o direito à imaginação”, com a Profa. Dra. Diana de Carvalho, seguida do Prof.
Dr. Celdon Fritzen, com “Imagens da criança na literatura brasileira”. O q ue significa
para a infância a imaginação? Em que medida o processo de escolarização tende a
desconhecer ou esquecer isso? De que modo isso aparece nas pesquisas do GEPIEE? E,
na literatura brasileira do fim do século XIX, qual é a representação da infância vigente?
Problematiza-se, assim, a literatura da geração de 1870, especialmente representada por
José Veríssimo, Inglês de Souza e Raul Pompéia, como instância que almeja conhecer e
pedagogizar a sociedade. A criança é pensada como objeto privilegiado de uma nova
tecnologia de saber e poder que encontra fundamentos em vários âmbitos de reflexão e,
dentro desse complexo, nascem as imagens míticas da infância como plenitude e
inocência da liberdade instintiva.
A Mesa 2 estabeleceu um recorte em torno da especificidade da criança pequena
e seus processos imaginativos. A Profa. M.Sc. Heide Miranda apresentou sua pesquisa e
estudos sobre a proposta pedagógica do Norte da Itália, que entende a criança como
protagonista de uma Pedagogia da Escuta – elas falam para dizer algo e, por isso,
merecem ser ouvidas. Nessa perspectiva, educação e cultura são inseparáveis e, assim,
as crianças e a escola devem estar em contato estreito com teatro, cinema, shows,
concertos, exposições etc. Já a Profa. Dnda. Alessandra Oliveira, compartilhando da
idéia de que a fruição e a criação em diferentes linguagens artístico-culturais se
configuram em condições favoráveis ao desenvolvimento e fortalecimento da
imaginação infantil, refletiu sobre os caminhos da linguagem escultórica e os processos
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imaginativos possíveis de serem engendrados pelas crianças. Suas falas intitularam-se:


“O imaginário a partir da experiência de educação infantil de Reggio Emilia” e
“Escultura e imaginação nos pequeninos”.
Diferentes experiências foram contadas na Mesa 3, possibilitando-nos pensar em
dimensões, espaços e contextos diversos de ação/formação e sobre o papel que a
imaginação ocupa nessas abordagens. A Arte-Educadora Noni Ostrower representou o
CECIP, ONG do Rio de Janeiro que trabalha na interseção entre comunicação e
educação; e Ronnie Corazza e Arlete Ferreira, ambos do teatro, representaram um
projeto da rede municipal de educação de Santo André (SP). Noni levantou alguns
pontos em comum entre o Projeto “Botando a Mão na Mídia”, a TV Pinel e as oficinas de
vídeo com jovens surdos, em que os participantes experimentaram sair do papel de
simples consumidores para o de leitores críticos dos meios de comunicação e criadores
de mensagens; em seguida, Ronnie e Arlete apresentaram o Projeto Sementinha,
destinado a crianças sem inserção no sistema formal de educação infantil. Conhecendo
as muitas histórias que educadores, crianças, pais e comunidades trazem às rodas,
surgiu o “Projeto Mala de Histórias”, com o objetivo de l evar mais e melhor literatura
infantil para todos, promovendo as histórias contadas, a criatividade, imaginação,
socialização, o envolvimento comunitário e a aprendizagem lúdica.
A Mesa 4 trouxe à tona mais duas experiências: “A metamorfose das coisas
comuns: formação estética de educadores através da história da arte”, da Profa. M.Sc.
Adriana Machado; e “Mosaicos fotográficos: registros de uma experiência”, com a Profa.
M.Sc. Angelice Farias. A primeira versou sobre experiências de formação estética com
professores da rede pública de Paulínia (SP), a partir da História da Arte nacional e
internacional, particularmente do estudo de imagens dos principais gêneros da pintura
(paisagem, retrato e auto-retrato, natureza morta e nu), como possibilidade de
construção de repertório para uma imaginação mais ativa e construtiva dos educadores,
enriquecendo suas experiências, valorizando a familiarização e ampliação de repertório
imagético e auxiliando na construção de projetos que utilizem imagens de obras para o
ensino da Arte junto aos alunos da 1ª à 4ª séries com os quais trabalham. Angelice, em
seu turno, iluminou uma experiência do uso da fotografia com alunos de uma escola
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pública especial para surdos, problematizando essa abertura para mais uma linguagem
visual, assentada na idéia de que o poder da imagem é comover.
A educação infantil voltou à baila, na Mesa 5, com “O imaginário (ou a falta
dele) nas propostas da educação infantil”, na voz da Profa. Dra. Maria Carmen Barbosa;
e com “O fingir dos objetos transicionais e a leitura de poemas n a educação infantil”,
abordado pela Profa. Dra. Marília Fichtner. Num diálogo com Winnicott, Marília focou
as questões que envolvem o uso da ilusão e a formação do leitor por meio do pacto
ficcional. Sinalizou a importância do encontro do ser humano com a arte, iluminando o
quanto a literatura para crianças lida com o fantástico e com a concretude, num
dualismo que permite a representação visual concreta e, ao mesmo tempo, liberta a
imaginação para as soluções da fantasia e da magia que acabam, por fim,
“en minhocando” ou engendrando o próprio pensamento. Já Maria Carmen fez sua
análise debruçando-se sobre algumas propostas pedagógicas vigentes, de forma que a
preocupação com o espaço destinado (ou não) à imaginação e ao desenvolvimento do
imaginário dos pequeninos foi o veio maior ali presente.
A Profa. Dra. Luciana Gruppelli Loponte versou sobre “Nos rastros da
imaginação: docência em arte, docência artista” e fez parceria com as Profas. Dnda.
Sandra Richter e Dra. Marly Meira, que discutiram “A imaginação sob o olhar da
pesquisa em arte”. Assim, a Mesa 6 trouxe como eixo central a pesquisa e a docência:
dois lados da mesma moeda do ser-professor. Luciana discute a possibilidade de uma
docência artista, ou a docência como obra de arte, desenvolvendo, em especial, questões
ético-estéticas da docência. A docência artista em debate em sua fala contrapõe-se a uma
docência pasteurizada, marcada por rótulos de manuais didáticos. Já Sandra e Marly
apresentaram o GEARTE e as várias abordagens dos seus integrantes acerca das relações
entre Arte, Educação e Cultura, destacando, particularmente, o papel do imaginário na
relação entre poética e estética e as indagações que o tema tem suscitado na pesquisa em
arte e sobre arte. Assim, a discussão veio pontuar, nessa mesa, as contribuições da
imaginação, tanto para a prática da docência, como para a pesquisa e a produção
artística.
O terceiro dia do Seminário iniciou com a Mesa 7 congregando discussões em
torno de questões poéticas: “Imaginação e construção da identidade na obra de
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Monteiro Lobato”, com o Prof. Dr. Gladir Cabral falando que Lobato operava no
exercício discursivo, seja recriando um universo nacional interiorano, com suas lendas,
mitos, clima, personagens; seja alterando as narrativas clássicas infantis da literatura
Ocidental. Dessa maneira, sua imaginação brinca com as grandes narrativas,
produzindo algo novo, inédito e cravado de modernidade. Em seguida, a dupla de
Profas. M.Sc. Ângela Cogo Fronckowiak e Dnda. Sandra Richter versou sobre “A poética
do devaneio e da imaginação criadora em Gaston Bachelard“. A partir de estudos de
cunho teórico-bibliográfico sobre o método bachelardiano, engendraram uma
abordagem para a fruição de poemas nos Encontros com a Poesia, legitimando a
continuidade de pesquisas, a princípio desencadeadas pela obra de Bachelard, mas que,
atualmente, diversificam seus temas e ações nas áreas da Educação, Literatura,
Literatura Infantil e Arte. Essas pesquisas e ações vêm contribuindo para destacar a
importância educativa de favorecer aprendizagens a partir do encontro com a dimensão
poética do viver.
A Mesa 8 teve “História e Memória: a infância nas Escolas Étnicas de Criciúma”,
da Profa. Dnda. Marli de Oliveira Costa e “Museu do Brinquedo: espaço de imaginação
e memória da infância”, da Profa. Dra. Telma Piacentini. Marli buscou a história da
infância, discutindo experiências de crianças filhos/as de imigrantes e/ou descendentes
de italianos e poloneses em Criciúma (SC), a partir da construção de escolas étnicas entre
os anos de 1905 e 1930. Numa perspectiva benjaminiana, lida com lembranças e
esquecimentos e, assim, nas narrativas que emergem, encontra os significados e atualiza
fatos que ficaram arquivados na memória. Mesmo transitando em um diferente espaço
educativo (o museu), Telma fez emergir aspectos ao mesmo tempo próximos e distantes,
singulares e plurais. Sob diferentes olhares, as dimensões da história e da memória da
infância são o cerne das discussões dessa mesa.
No mais, resta apenas agradecer mais uma vez a presença de todos e destacar o
empenho especial de algumas pessoas e setores para a realização deste seminário:
Diretoria de Apoio Logístico; Diretoria de Informática e Diretoria de Extensão;
coordenação do Curso de Artes Visuais e do PPGE; Walter Fávere, secretário do PPGE;
todos os membros do GEDEST, particularmente o Marcelo Paines e a Renata Destro,
bolsistas; e Amalhene Reddig, Andressa Silva, Aurélia Honorato, Célia Flores, Silemar
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Silva e Virgínia Yunes, pesquisadoras. Salienta-se, por fim, que todos os palestrantes se
dispuseram a participar sem remuneração, o que viabilizou a gratuidade do evento – a
eles os mais especiais agradecimentos.

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