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O QUE É POLÍTICA
• Princípio da Necessidade: Aquilo que é do único jeito que poderia ser. A vida da
planta, da fruta, do animal, do vento (o resto da natureza). Os fenômenos da natureza
são regidos pelo principio da necessidade. Ex: A pera não delibera sobre cair ou não da
pereira, quando ela tem que cair, ela cai e pronto.
- Para garantir a dominação é preciso que as pessoas acreditem que todas as relações
são do único modo que poderiam ser, não existindo a possibilidade de serem
diferentes.
- Um dos artifícios para convencer que as coisas são necessariamente do jeito que são
é compara-las com a natureza, o que é chamado de “naturalismo”, ou de “biologismo
das relações sociais”. Ex: dominação do gênero masculino sobre o feminino.
- Os papéis sociais que exercemos não são definidos por atributos da nossa biologia, da
nossa constituição física, mas sim por nossa vontade, ou pela vontade de alguns.
- A política tem a ver com aquilo que nós pensamos sobre a nossa convivência e que
não é absolutamente regido pela nossa natureza. A política é o que há de contingente
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em nossa convivência. A política é a inteligência a serviço de uma convivência
aperfeiçoada, nos campos e nas atividades que a inteligência pode transformar.
- Escolher é identificar a alternativa de maior valor. E para que isso seja possível, é
preciso atribuir valor previamente a todas as alternativas.
- Para Platão amor é igual a desejo, e o desejo é a inclinação do homem para o que ele
não tem, não é, etc... Amar é desejar, e desejar é não ter.
- Se o homem é por natureza desejante, a polis é por natureza uma guerra de todos
contra todos.
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negativa e condenatória. Toda satisfação e contentamento acabam sendo confundidos
com uma destreza de vida laceada e sem tônus.
- Sendo a política a gestão de desejos, desejos que buscam a satisfação de faltas, faltas
que serão preenchidas por mundos escassos, a relação entre as pessoas é
necessariamente de conflito.
- Seguindo esse raciocínio, a política pode ser entendida como a gestão de desejos
contraditórios, logo a política é a gestão da insatisfação. Nesse sentido, a política pode
ser entendida como a gestão de conflito entre entes desejantes.
- Que tipo de interesse os discursos escondem? A quem interessa que as coisas sejam
como elas são?
- Supondo que o homem possui uma determinada energia para viver, e essa energia
será disponibilizada para buscar coisas que supostamente o faça bem, objetos de seu
desejo. Espinosa afirma que os indivíduos possuem uma espécie de essência, e essa
essência é a energia que cada um tem para viver segundo a segundo, esse energia
Espinoza chama de potência de agir.
- Viver é relacionar-se com o mundo, afetar o mundo e ser afetado por ele, o mundo
transforma o homem e o homem é transformo pelo mundo.
- A alegria não é um estado, é um afeto, passagem de um estado para outro maior que
o anterior. Alguém com a potência de agir elevada têm mais de si em si mesmo. Mais
do indivíduo nele mesmo, sendo a tristeza a rarefação da essência de um indivíduo
naquele espaço de corpo.
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- Espinosa denomina como a lógica de conatos: A busca pela alegria e o escape da
tristeza em prol da própria potência de agir.
• Conclusão:
- Alegria será amor, quando o homem olhando para o mundo, encontrar a causa da
sua alegria. Ex: A encontrou B, B determinou em A um afeto alegre, afeto alegre é
passagem para um estado mais potente do ser de A, A identificou B como causa de sua
alegria, A ama B.
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POLÍTICA NA PRÁTICA
• Nietzsche diz: Toda palavra é uma mascara, todo discurso é uma fraude, toda
filosofia é uma pantomima. A palavra e o discurso são máscaras porque cobrem o que
importa conhecer. A verdadeira razão de ser do discurso é o desejo de quem enuncia
(exemplo dos cardeais). A gênese do discurso não está no que é dito, mas no que está
escondido pelo discurso.
• Na ágora eram debatidos todos os temas que eram levados pelos cidadãos, por mais
absurdos que fossem. A ágora ateniense lembrava um centro acadêmico – a discussão
de festas era o tema mais discutido.
• Quem se dava bem na ágora era quem tinha o maior poder de persuasão nas
discussões. (os sofistas)
• Para convencer os mais idiotas é necessário enunciar o argumento mais idiota, que
vitorioso se converterá em lei. Somos governados por imbecis, e quem se deixa
governar por imbecis está enunciando o naufrágio da própria cidade.
• Platão não tinha qualquer chance contra os sofistas da ágora, então escreve “A
República” para recriar as condições de discussão da ágora.
• Platão escreve “A República” como uma peça filosófica de crítica à realidade de seu
tempo, Platão estava longe de ser um democrata.
• A cidade deve ser governada por quem pensa, e quem pensa é o filósofo. (analogia
do navio)
• Filósofo Dualista
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• Platão é mais elitista do que a própria democracia Ateniense.
Anotações Gerais:
• Por de trás da particularidade está a essência, por de trás da diferença existe uma
essência, que é a Idea da “coisa”, que define a como tal. (ideia de cadeira, ideia de
galinha).
• O homem é constituído por um corpo e suas percepções e pela alma e suas ideias.
• Para Platão a vida boa é a vida daquele que vive segundo os princípios da razão.
Existe no homem a possibilidade de colocar o corpo a serviço do pensamento, mas o
contrário também é real, é possível colocar a alma a serviço do corpo, colocar o
pensamento como lacaio da satisfação dos apetites.
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POLÍTICA E TEORIA DOS SISTEMAS
• Referência Finalista ou Funcionalista
• Aristóteles é um filósofo Finalista: Estuda a finalidade das coisas. Para que serve, qual
é o papel de algo no todo. As coisas existem para alguma coisa. O fundamento da vida
está no “para” e não no “de”. “A causa final é mais importante do que a causa
eficiente.”
• Ideia Central: para Aristóteles a cidade deve ter como referência uma ordem
cósmica.
• Eudaimonia é fazer o que você nasceu para fazer/ser. Encontrar sua Eudaimonia é
estar em alinhamento com a “vontade” do cosmos, ou seja, encontrar a sua finalidade
no cosmos, o seu papel. (exemplo do quebra cabeças)
• O estudo das partes do todo tem por verdadeiro objeto a participação delas no todo.
E a participação das partes no todo implica a identificação da sua finalidade para que o
todo funcione. Para que o todo funcione, as partes devem cumprir o seu papel.
• É preciso parar em algum lugar: Ananke Stenai – Se eu quiser justificar a vida, alguma
coisa tem que valer por si mesma. Se não, estaremos sempre correndo atrás de
objetivos que só se justificam no futuro.
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• Estar na cidade não é uma possibilidade entre outras, eu só encontrarei o meu lugar
natural enquanto humano se eu viver em uma cidade, esta é uma condição da
descoberta eudaimonica. Somos animais políticos: Zoon Politikon. A única
possibilidade de encontrar a eudaimonia é a partir da interação, da sociabilidade.
• E na análise sistêmica a finalidade das coisas está fora delas. Toda a finalidade é
externa a si. (ex do colírio e do olho)
gatekeeper
input output
Caixa-preta
feedback
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• Exemplo de um sistema político:
Demandas (explícitos)
Decisões
Estado Ações
Apoios (implícitos)
• O que é interessante notar na análise sistêmica é que todos nós somos culpados pela
ineficiência, ou pelo mau funcionamento do sistema, pois somos partes integrantes do
mesmo.
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OPINIÃO PÚBLICA
• Opinião pública para o IBOP, Data Folha, etc... : é a somatória das opiniões
individuais sobre temas por eles mesmos aferidos. (para Bourdieu esse tipo de opinião
pública não existe)
Esclarecimentos:
- Opinião + Pública = substantivo + atributo, ou seja, há opiniões que não são públicas.
- Requisito para que um objeto seja público hoje: esteja presente nas pautas dos meios
de comunicação. A agenda dos meios determina a agenda pública. A opinião pública,
para ser pública, terá que ter um tema presente nos meios de comunicação de massa.
(Agenda Setting)
Para que a opinião pública possa ser entendida como a somatória das opiniões
individuais, o que é preciso?
1ª Premissa - Seria preciso que todos tivessem opiniões individuais sobre os temas da
agenda pública, o que não é o caso, pois nem sempre há opinião individual sobre os
temas próprios da opinião pública.
2ª Premissa - Além disso, seria preciso que houvesse uma referência para que seja
feita a comparação – Um critério a partir do qual julgar.
3ª Premissa - Seria preciso que elas fossem “somáveis”, e só são somáveis unidades da
mesma espécie. Ou seja, as opiniões individuais teriam que ser equivalentes para
poderem ser somadas. O que não pode ser feito, já que cada indivíduo tem suas
características específicas, diferentes legitimidades sobre o assunto, experiências
diferentes, formações diferentes, especialidades diferentes, etc. (Exemplo da opinião
do crítico de cinema e a do professor Clóvis).
4ª Premissa – Os temas objeto de pesquisa teriam que ser os temas mais relevantes,
mais importantes para os indivíduos da sociedade. Perguntar sobre determinados
temas é pressupor um acordo social sobre a importância desses temas, o que está
longe de corresponder à verdade.
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Conclusão: a definição de opinião pública como simples somatória das opiniões
individuais, é uma definição que não convém.
3) Fazer acreditar que a opinião pública seja a somatória das opiniões individuais
interessa a “alguém”, pois esconde instancias de poder e protege aqueles que
conseguem interferir nos caminhos da opinião pública. É uma maneira de
esconder, camuflar, aqueles que estão por trás da construção efetiva das
opiniões dominantes sobre os temas políticos.
- O que acontece é que o indivíduo, que é regido pelo princípio de prazer, é inserido no
contexto civilizado, que é regido pelo princípio de realidade. Essa tensão durará até o
final da vida do indivíduo.
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diplomática, de acordo entre o ID e a civilização. Esta instancia é o que Freud vai
chamar de EGO. E EGO é a consciência em todos os seus atributos (tudo o que passa
pela cabeça do indivíduo), o EGO é a inteligência, a articulação dos discursos... O EGO é
uma competência que o indivíduo apresenta e que permite a sobrevivência de um ID
no espaço civilizatório condicionador.
3) Fazer acreditar que a opinião pública seja a somatória das opiniões individuais
interessa a aqueles que estão por trás da construção efetiva das opiniões
dominantes sobre os temas políticos.
- Ex: As palavras estão para a consciência assim como os ovos estão para uma omelete.
E com meia dúzia de ovos pode-se fazer infinitos tipos de omeletes diferentes.
- Isso significa que um indivíduo não é uma cópia exata daquilo que ouve. Ele está
imerso na polifonia discursiva, e faz a apropriação das palavras por suas vias sensoriais,
mas na hora de enunciar o seu discurso, ele propõe a sua própria articulação
discursiva.
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diferentes do que elas querem dizer para seus adversários. Existe uma luta social pela
definição do que devemos entender sobre as palavras. O significado das palavras é um
troféu em disputa.
- Todos nós temos uma certa intuição da opinião da maioria, chamamos isso de clima
de opinião.
- Platão usava a palavra Doxa como sendo a opinião dominante na ágora. Essa tinha
duas características principais: Politicamente forte e filosoficamente frágil.
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PARTIDOS POLÍTICOS – PARTE 1
• Advertências na hora de definir partidos políticos:
- Não se deve definir partido político a partir do elemento ideologia. Pois a verdade é
que os partidos políticos não as tem.
- Na Inglaterra surgem dois grupos políticos no início do século XIX: Tories and Whigs.
- O partido surge por uma questão funcional, pragmática, para que o sistema pudesse
funcionar. E com o passar do tempo, o pertencimento a um grupo tornou-se uma
espécie de garantia eleitoral.
- A institucionalização dos grupos fez com que a existência dos mesmos transcendesse
as próprias pessoas. O grupo existe independentemente de quem estiver lá.
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- Os membros dos grupos parlamentares recebem verba dos partidos que financiam
suas campanhas, fazer parte de um partido também viabiliza financeiramente a
campanha.
- Um partido que tem origem em um sindicato (origem indireta), por exemplo, tem
muito mais proximidade com a classe trabalhadora.
- Martin Lipset e Stein Rokkan propõem que os partidos políticos vão se constituir a
partir de clivagens sociais, fissuras sociais (Os partidos se estruturam em função de
forças sociais, em função de interesses sociais):
De um lado estão aqueles que aceitam que a religião seja critério para tomadas de
decisão, que a religião forneça um conjunto de valores que permitam uma base para
tomada de decisão. Do outro lado estão aqueles que a acreditam que Deus e religião
não são assuntos públicos, ou políticos, mas são questões privadas, de foro íntimo.
Nessa clivagem podemos perceber que há manifestações que colocam o culto religioso
como parte de uma oferta política. (Exemplo Suplici)
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clivagem das forças sociais que fazem coro com a venda constrangida do trabalho
explorado.
É preciso observar que de um lado os partidos que se apresentam como defensores da
propriedade privada, nunca vencerão uma eleição se não conseguirem a adesão de
alguns trabalhadores explorados. Por outro lado, um partido que se diz representante
dos trabalhadores explorados, precisará do apoio das grandes empresas.
Essa clivagem é importante, porém se for entendida de maneira isolada ela pode levar
a uma simplificação abusiva do fenômeno partidário e eleitoral.
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PARTIDOS POLÍTICOS – PARTE 2
• Esclarecimentos sobre a definição de Partidos políticos
- Desde que os partidos políticos passaram a ser objeto de estudo das ciências sociais,
a ideologia deixou de ser um critério definidor. Mas é preciso lembrar que os partidos
políticos são anteriores ao surgimento das ciências sociais, e muitos pensadores
tentaram definir partidos políticos antes disso.
- David Hume está bem no meio de uma forma de pensar para outra (antes das
ciências sociais e depois das ciências sociais) o fato é que hoje ninguém mais define
partido político pela ideologia.
4º critério - o partido político para tomar e exercer o poder do Estado busca o apoio
popular.
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1º critério – um partido político é uma organização durável, cuja expectativa de vida
é superior a de seus dirigentes.
- Não são partidos aquilo que chamamos de facções pessoais. Se uma organização tem
como único objetivo que alguém tome o poder, essa organização é personalista, que
tende a acabar com o desaparecimento do seu líder, e um partido político deve ter
uma expectativa mais ampla do que isso.
- Esse primeiro critério visa excluir dois tipos de organização: uma organização que se
estrutura atrás da carreira de uma pessoa, e uma organização que se estrutura atrás
de uma causa específica.
1º Exemplo, PTB: O PTB era o partido de Getúlio Vargas, o principal partido do país.
Getúlio morreu e o PTB continuou, porém, com a morte de Getúlio, o PTB tornou-se
uma sigla sem identidade, sem consistência ideológica e sem pretensão de vitórias
significativas. Posto isso, será mesmo que o PTB sobreviveu ao seu líder? Do ponto de
vista formal Sim. Do ponto de vista da potência partidária, da identidade partidária,
Não.
2º Exemplo, PT: O que acontecerá com o PT depois do Lula? Pois Lula é maior do que o
PT, e as posições de governo mais importantes do PT, só foram possíveis de alcançar
por causa da credibilidade do Lula junto ao povo.
3º Exemplo, PSDB: Quando o FHC saiu do poder, houve uma relativa distribuição do
capital do partido entre varias pessoas.
4º Exemplo, Nazi: Partido altamente baseado na personalidade de seu líder, que não
sobreviveu à morte de Hitler. É difícil não considera-lo um partido, mesmo que não
tenha sobrevivido à morte de seu líder.
- Embora essa seja a definição mais conhecida, ela é altamente controversa, pois não
da conta da realidade como um todo.
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1º Exemplo, República Velha: Na república velha existiam partidos locais como o PRP
(partido republicano paulista) e o PRM (partido republicano mineiro), que não tinham
implantação nacional, mas que não podem deixar de ser reconhecidos como partidos.
2º Exemplo, UPN (União do Povo Navarro): Um partido local da Espanha que desdenha
da implantação nacional, concorre apenas localmente.
- Esse critério também é questionável, pois ignora o caso da Espanha, por exemplo,
que consegue funcionar muito bem com diversos partidos de implantação
exclusivamente local.
Com esse critério os autores pretendem excluir toda organização que não quer exercer
o poder do estado, como os sindicatos, igreja, associações, etc...
Essa definição também é controversa, pois existe política partidária sem pretensão de
tomada de poder imediata. Além do mais, uma candidatura pode trazer ganhos
econômicos interessantes em uma candidatura que o candidato sabe que não vai
ganhar.
4º critério - o partido político para tomar e exercer o poder do Estado busca o apoio
popular.
- Para Max Weber, os partidos políticos são como empresas de representação. Fazem
parte de um mercado, buscam um certo tipo de consumo, o consumo eleitoral,
participam de uma concorrência, oferecem produtos, adotam estratégias de mercado
para conferir valor aos seus produtos.
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- Um partido político possui vários produtos: Ideias, Carisma do Enunciador,
convivência interna, identidade, etc...
- Que tipo de produto uma empresa política deve oferecer? Aqueles compráveis pelo
voto.
- Sendo a sociedade o que ela é, os partidos oferecem o que acham que deve oferecer.
- Conclusão: segundo essa abordagem baseada na visão de Max Weber, é que não
existe uma oferta política boa em si, não existe um programa bom em si, não existe
uma campanha boa em si, não existe um candidato bom em si, mas existe uma oferta
adequada a uma demanda!
- O partido também é uma empresa por que? Porque o que caracteriza uma empresa é
a complementaridade funcional, o fato de que cada um faz uma coisa diferente para
obter um certo resultado. Porque tem recursos, mobiliza recursos com vistas a um fim,
o que é um certo tipo de lucro, e o lucro é a ocupação de postos eletivos dos estado.
Porque tem processo seletivo para entrar, porque põe para fora quem não da lucro,
porque tem dirigentes que não se confundem com seu produto principal, etc...
- Eleitoral/Parlamentar:
A bancada parlamentar do partido é detentora do poder dentro do partido. O líder do
partido será necessariamente alguém que exerce um cargo político.
- Origem Indireta:
Existe uma burocracia para eleger a liderança do partido, não necessariamente o eleito
para liderar o partido precisa exercer um cargo político.
- Partido de Quadros
- Poder descentralizado.
- Fracamente hierarquizado
- Flexível: Cada deputado vota como achar melhor, sem orientação partidária.
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- O funcionamento de um partido de quadros é intermitente, com foco de atuação
próximo às eleições.
- A principal oferta é o carisma do candidato, as características do candidato, e por isso
o partido precisa construir condições de simpatia entre o eleitorado e seu candidato
- Dependente muito dos meios de comunicação de massa
- Não tem militância
- Financiado por poucos financiadores, porém com doações vultosas.
- Partido de Massa
- Altamente centralizado, as decisões são tomadas pelo poder central.
- Fortemente hierarquizado
- Rígido: Partido que tem disciplina e orientação de voto. Os deputados devem votar
segundo a orientação do partido, e quem não o fizer será disciplinado, podendo ser
expulso do partido.
- Funciona 365 dias por ano da mesma forma. Pois o trabalho do partido exige esse
funcionamento permanente.
- Sua principal oferta é o programa, e por isso o partido de massa precisa de
convencimento doutrinário
- Depende menos dos meios de comunicação de massa, pois é mais capilarizado
- Militância engajada
- Financiado por um número expressivo de doadores, porém com doações de pequeno
vulto.
- Não existe nada mais improvável do que uma revolução dentro de um partido.
- A conservação de poder interna aos partidos é condição para uma série de outras
conservações. Ex.: quem vai ser candidato? Quem terá mais tempo de tv, etc...
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A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA
-Há uma série de premissas para esse olhar, e essas premissas são todas discutíveis:
Para entender esse segundo olhar: respeitando a relativa autonomia do campo político
na sua produção legislativa, e respeitando uma certa profissionalização da política que
faz de deputados e senadores constituintes, profissionais apetrechadas de um certo
saber, de um certo “know how”, que é completamente distante das competências do
senso comum e dos não iniciados.
- Sob esse ponto de vista, a constituição não resulta da manifestação ampla dos
interesses sociais, mas sim de interesses muito mais específicos, patrocinados e
abrigados pelos profissionais da política especificamente responsáveis pela redação do
texto constitucional.
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- A constituição seria entendida então como o resultado do embate de interesses entre
profissionais eleitos pelo povo para redigir o texto constitucional.
O jurista se interessa pela dimensão normativa do texto, pela maneira como a lei
regulamenta as relações sociais depois que ela é promulgada. Ele vai se dedicar a
discutir como o texto é aplicável na sociedade. O jurista também vai estudar as
relações desse texto com o resto das leis, partindo da premissa que a constituição é a
mais importante das leis.
- O direito parte da premissa que a norma jurídica é “pura”, pois desconsidera todo o
processo de elaboração das leis.
- Porém, a partir do momento que o direito aceita que tudo começa com o texto,
ignorando as condições de promulgação do mesmo, e aceita o texto como legítimo, e
entende que a letra da lei é necessariamente o que a sociedade quer e acha justo para
ela, e fecha os olhos para o fato de que a letra da lei não foi escrita pela sociedade, e
muitas vezes não tem nada a ver com o que a sociedade acha justo ou injusto, então é
claro, o direito é obrigado a tomar o que é pelo que não é, e toda vez que o direito é
obrigado a tomar o que é pelo que não é, é obrigado a chegar em conclusões bizarras
quando levadas a extremos.
- Muitas vezes, o que os legisladores nos propõem como norma jurídica, sob o
pretexto de que são legítimas porque resultam da vontade popular, acabam
consagrando soluções completamente tortas, e às vezes agressivas ao que aquela
sociedade gostaria que vigorasse. Ex: Feliciano e a comissão dos direitos humanos
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- Classificação pela forma: o primeiro critério de classificação dos textos
constitucionais tem a ver com a forma de apresentação do texto.
- Quando você tem uma constituição não escrita, fica claro que ela é obra de muita
gente. Porém, no caso da escrita, fica evidente que ela é obra de um tipo único de
gente, o profissional da política.
- Uma constituição que abriga normas costumeiras, práticas recorrentes, abre a porta
para uma aproximação da sociedade como ela é, uma constituição que se serve de
decisões dos juízes, abre portas para o profissional do direito, uma constituição que se
serve de “N” fontes é uma constituição mais plural.
- A nossa constituição foi 100% escrita por um único tipo de gente, o profissional da
política, gente que vive da política e para a política, filiado a partido, que deve favor
para quem lhes deu dinheiro, ou seja, um único tipo de profissional. Tudo parece mais
lógico, mais organizado, mas resta saber o quanto não pagamos caro por entregar a
redação da nossa constituição a um tipo só de profissional.
- Outorgada: Constituição escrita por quem não foi eleito pelo povo para fazer
isso. Ex: constituição de 1937
- Sintética: Curta
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- Analítica: Comprida
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- Rígidas: Difícil de mudar – Aquela que deve ser mudada por um procedimento
mais complicado do que o procedimento das leis ordinárias.
- Duas Casas: Tem que aprovar a emenda nas duas casas, Câmara dos Deputados e
Senado.
- A constituição brasileira tem algumas partes que não podem ser mudadas de
nenhuma maneira. São as chamadas Clausulas Pétreas.
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O PODER CONSTITUINTE
- O poder constituinte é o poder que os indivíduos têm para se reunir com outros,
definir regras, abrir mão de algumas “liberdades” e ter garantia de outras que são
consideradas fundamentais.
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