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Introdução

Guia do Estudante - Pág 1

Guia do Estudante

As orientações abaixo ajudarão você, estudante a distância, a utilizar melhor os


recursos didáticos do nosso curso.

Estas instruções visam a auxiliá-lo durante todo o seu percurso, levando-o a


um maior aproveitamento e sucesso em seus estudos.

O material didático, elaborado conforme os preceitos da Educação a


Distância, está dividido em Módulos, cujos conteúdos são colocados de maneira
clara e compreensível.

Familiarize-se com os recursos disponíveis em nosso ambiente virtual de


aprendizagem, o Trilhas:
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COMUNICAÇÃO

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APOIO
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AVALIAÇÃO FINAL

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Guia do Estudante - Pág 6
RECOMENDAÇÕES

MÓDULO I
Unidade 1 - A importância do cerimonial nas organizações modernas

“Ao longo da carreira, aprendi que a principal característica


das atividades de protocolo consiste, ao mesmo tempo, na importância
das sutilezas e em que tudo passe despercebido, o que é um desafio
mais complicado do que aparenta a um olhar leigo”
Embaixador Sebastião do Rego Barros

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Olá!

Você está pronto (a) para iniciarmos o nosso curso?

Então, mãos à obra.

Para começar vamos refletir um pouco sobre a importância do cerimonial.


Destacar a necessidade da sua correta utilização nas organizações não é muito
difícil. O seu significado já extrapolou o ambiente oficial e faz parte da vida das
pessoas.

Hoje em dia todo mundo fala de cerimonial e protocolo com uma certa
intimidade, não é? Até parece que todo mundo entende do assunto ou é
obrigado a entender. Por outro lado, vemos profissionais de outras áreas
envolvidos na organização de solenidades e cerimônias sem o menor
conhecimento das técnicas e instrumentos utilizados, e até da legislação que
rege as atividades oficiais.

Vamos fazer um teste? Pegue um papel e uma caneta e procure listar as


situações, em seu ambiente de trabalho ou fora dele, em que você presenciou
ou vivenciou o uso incorreto das normas de cerimonial.

A lista é grande, não é? Cerimônias de casamento, confraternizações,


composição de mesas erradas, formaturas, cerimônias escolares, seqüência da
cerimônia trocada, precedências erradas, bandeiras postas em lugares
indevidos, atraso de autoridades, etc. Os exemplos parecem não ter fim, não é
mesmo.

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Mas, apesar dessa universalização e aparente massificação, a atividade de


cerimonial vem se consolidando como uma atividade de suma importância no
dia a dia de todas as organizações, notadamente as públicas.

No legislativo federal, estadual e municipal o seu exercício é determinante para


o bom andamento dos variados eventos que caracterizam a natureza de nosso
Parlamento, Assembléias e Câmaras Municipais. São sessões solenes, especiais,
compromissos constitucionais, cerimônias de instalação, lançamentos, visitas
oficiais e de cortesia, ou seja, uma sucessão de fatos solenes ou não, em que o
responsável pelo cerimonial tem de conduzir o seu andamento de forma a
garantir o sucesso do evento e não comprometer a imagem da instituição e da
autoridade que a preside.

Por isso, é necessário que o profissional responsável ou envolvido com as


atividades de cerimonial de uma casa legislativa estude, pesquise e se atualize
sempre sobre o assunto.

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A razão da importância

O mundo vem passando por um processo de desenvolvimento em todos os


aspectos e setores, fato sem precedentes na história da civilização.

As pessoas no âmbito pessoal, profissional ou coletivo são bombardeadas


continuamente por um volume de informações que se propaga em progressão
geométrica. A reação a este movimento é uma natural procura por mais
informação devido ao interesse despertado.

O tão falado processo de globalização incrementou e tornou instantâneas as


comunicações, aproximando e estreitando os laços entre os indivíduos seja em
escala local, regional ou mesmo mundial.

Em função disso, você deve estar reparando que hoje as pessoas se relacionam
mais, e em conseqüência há um aumento natural das relações entre as
organizações, o que resulta numa maior visibilidade e significação das
atividades oficiais.

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Hoje, cada vez mais, a sociedade como um todo exige e clama por
transparência em relação aos assuntos públicos e oficiais.

Não há justificativa para a existência de organizações públicas fechadas e


distantes da população, e afastadas da opinião pública pelo isolamento de seus
atos. E no Legislativo, onde se encontram os representantes da população essa
situação é simplesmente impensável, concorda?
As organizações na busca constante pela excelência, pela transparência, por
relações duradouras com seus públicos e pela conquista de uma boa imagem
perante a opinião pública, começam a reconhecer a importância da ação do
cerimonial.

Os resultados de sua ação direta na organização de solenidades, programas de


visitas, agenda de autoridades e recepções oficiais, contribuem de maneira
concreta para o estabelecimento de relações oficiais e institucionais sólidas,
equilibradas e de respeito mútuo.

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O Cerimonial hoje

Nos dias de hoje, de acordo com o Embaixador Augusto Estellita Lins (1991:13)
podemos identificar duas correntes ou escolas. A escola formalista que segue
regras estritas para cada circunstância, seu exemplo máximo é o protocolo de
corte encontrado no Vaticano, em casas reais européias e na Corte Japonesa.

A outra corrente é da escola política ou utilitária mais adaptada às


implicações econômicas, sociais e políticas modernas, que simplifica o protocolo
e o adapta a outros interesses.

Na verdade, num mundo em que o conceito de tempo extrapolou da sua


significância original, medidor da passagem da vida, para ser uma referência de
valor econômico e medidor qualitativo de atuação profissional, a visão de
longas cerimônias, almoços e banquetes com horas de duração, solenidades
com início determinado e sem término previsto tornaram-se totalmente
anacrônicas.

Por isso observa-se cada vez mais, uma tendência que tende a moldar o dia a
dia do cidadão, bem como das instituições. E o profissional envolvido com os
assuntos de cerimonial não pode deixar de estar atento a este movimento
universal que objetiva simplificar o cotidiano das instituições e organizações.

Ou seja, a palavra de ordem nas relações hoje em dia é simplificação. O que


não implica na redução de importância das instituições ou autoridades que as
representam ou a elas estão ligados.

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Como bem coloca Lins (1991:14) esta simplificação de procedimentos não


implica no abandono dos atributos de educação, discrição e bom gosto, que
devem permear toda e qualquer ação de cerimonial. Bem como, o
entendimento claro de que os princípios que regem a ação do profissional aqui
tratado obrigatoriamente devem ser o de generosidade, humildade e real
interesse pelas pessoas.

Recapitulando, vimos nesta unidade o relevo das ações do cerimonial, e como


elas são importantes numa casa legislativa. Deu para você perceber como é
necessário estar bem preparado para atuar na área? Que bom! Então podemos
continuar.

Unidade 2 - Evolução Histórica


“Não acreditamos que haja cérebro que possa guardar
nos mínimos detalhes as disposições vigentes dos cerimoniais.
Acreditamos, entretanto, que é preciso sentir seus princípios básicos e
sua origem e história para num determinado momento estarmos aptos a
decidir,
e por que não – improvisar, dentro de uma linguagem onde a tônica
constante é o respeito recíproco e a solidariedade”
Nelson Speers

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Apresentação

É muito importante estudar as origens do cerimonial, a sua história, de forma a


entendermos melhor a aplicação das regras e normas atualmente empregadas.

Na primeira unidade você estudou sobre a importância do cerimonial para as


organizações modernas, e que a grande tendência é um processo de
simplificação em função das características do mundo moderno.

Mas, nem sempre foi assim. Os códigos e normas de cerimonial eram muito
mais complicados. Você deve lembrar que nas civilizações antigas os reis e
imperadores eram identificados com o Deus de suas crenças, ou seja eram a
própria divindade na terra. Daí você pode imaginar a complexidade dos rituais e
cerimônias.

Mas, onde estão as origens do cerimonial e do protocolo? Onde encontrá-las?


Vamos pesquisar?

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Os primeiros registros

Nos registros encontrados das primeiras grandes civilizações (egípcia, chinesa,


persa, indiana, mesopotâmica, grega, romana, etc) vamos encontrar códigos,
conjuntos de normas e preceitos, bem como sistemas estruturados e rígidos de
práticas de cerimonial voltados para o dia a dia das cortes, da burocracia oficial
e religiosa e até para o comum dos cidadãos.

Em cada civilização as normas definiam em maior ou menor grau de


complexidade e detalhamento o comportamento nas cortes, a maneira de se
dirigir aos governantes, as relações entre governos com outros povos, a troca
de presentes, cerimônias do dia a dia: do casamento ao funeral, dentre outras
situações.

Onde você imagina são encontrados esses registros? Pense um pouco e


responda.
Muito bem! Acredito que você tenha respondido algum dos seguintes registros:
na literatura, no Antigo Testamento, em documentos históricos e nos registros
em monumentos são encontradas diversas referências ao enfoque dado ao
cerimonial pelos antigos, principalmente nos assuntos de precedência, normas
ritualísticas e de comportamento.

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Alguns exemplos nas civilizações antigas

Agora vamos conhecer alguns exemplos de situações de cerimonial e protocolo


ao longo da história da civilização.

Do terceiro milênio antes de Cristo, existem registros da civilização suméria,


que tinha já naquela época indícios de uma organização de protocolo:

Ainda, no Palácio de Mari:


Muito avançado para a época, você não acha?

Fonte: Corbis Images


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A pompa das cortes dos faraós no antigo Egito é de conhecimento generalizado,


não é mesmo? Segundo SPEERS (2004:39):

Já para os assuntos de Estado o Faraó considerava o comércio como uma


questão diplomática, a ponto de que os acordos comerciais entre o Egito com
outros povos eram realizados pelos embaixadores egípcios ao trocarem
presentes com os monarcas estrangeiros.
Fonte: Corbis Images

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Os hititas que se estabeleceram na Anatólia (região entre o Mar Negro e o Mar


Mediterrâneo) por volta de 1.500 a.C. eram detentores de um código de leis
bem definido e mesmo sendo um povo extremamente guerreiro foram pioneiros
da arte da diplomacia, pode-se afirmar que eram especialistas na arte de
negociar e estabelecer tratados.
Mais ou menos um século depois, por volta de 1.400 A.C. os olmecas se
estabeleceram no Golfo do México e desenvolveram uma complexa civilização
que privilegiava extensos centros cerimoniais, e além das conquistas operavam
uma espécie de “consulado comercial”.

O historiador Heródoto relata que no século vii a.C., o rei medo, povo que deu
origem a antiga Pérsia “governava a partir de uma fortaleza no topo de uma
colina em Ecbátana ... ninguém podia rir ou cuspir na presença do rei e toda a
comunicação com este se fazia por um intermediário” (Editores Time-Life
Livros, 1989:13)

Você sabia que um dos sistemas mais completos e complexos de cerimonial


conhecido das civilizações antigas é da época de Chou Kung, fundador da
dinastia Chou, da China do século XII a.C.? É SPEERS(2004:40) quem relata:

Fonte: Corbis
Images
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Você deve ter reparado que com toda esta preocupação em ordenar tanto a
vida da corte, como também a da vida do cidadão comum os chineses no
passado foram os grandes mestres da arte do cerimonial.

Mas, vamos continuar, com mais dois exemplos de civilizações antigas.

Há registro de que entre os celtas 600 a.C. a disposição dos participantes nos
banquetes era definida por um protocolo extremamente rígido: membros da
alta nobreza, mais corajosos, mais ricos, e melhores contadores de história.

Em 500 a.C. sempre que o Imperador Dario da Pérsia se deslocava de uma


capital para outra.

Dá para imaginar o trabalho desse Mestre de Cerimônia para o Protocolo!

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Da idade média a Revolução Industrial

Vamos dar um salto no tempo. As relações são outras, mas você ainda irá
encontrar um componente de força muito explícito nas relações entre os
estados. A precedência entre nações e seus representantes ainda é pelo critério
da força, como veremos mais a frente quando estudarmos precedência.
Mesmo assim, na Idade Média tem origem o comportamento cortesão e
castelão, que vai se consolidar no Renascimento. É nesta época que se
desenvolvem o código de cavalaria e também as regras e princípios da
Heráldica. A influência do Império Romano no Oriente se faz sentir nas cortes
européias.

O esplendor de Bizâncio é fonte de inspiração para o movimento de ostentação


que se inicia nas referidas cortes, notadamente na francesa e na Santa Sé,
espalhando-se por toda a Europa.

Chegamos a era Napoleônica, e de acordo com LINS (1991:23):

Com a Revolução Industrial temos a crise das elites e o aparecimento dos


regimes republicanos, que mudaram não só os regimes de governo, mas
também alteraram as normas de convívio social para um ordenamento menos
formal, o que afetou diretamente as normas de cerimonial e protocolo.

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Século XX e XI

Para você não deve ser novidade o fato de que durante o desenvolver do século
XX e o início deste século presencia-se a uma influência cada vez maior da
mídia no dia a dia das pessoas, ao acentuado processo de globalização e ao
desenvolvimento numa escala nunca antes vista das comunicações
organizacionais e pessoais propiciada pelo advento da internet e da telefonia
celular.

Tal processo midiático da sociedade alterou significativamente a etiqueta e as


normas protocolares, propiciando uma maior interação e aproximação entre as
nações, as organizações e fundamentalmente as pessoas.

Para terminar esta unidade é interessante ressaltar que as mudanças na


etiqueta e normas de cerimonial e protocolo da sociedade ocidental, está
intimamente ligada a trajetória percorrida pelas suas elites ao longo dos
últimos séculos como podemos observar no seguinte esquema:
Ao concluir, acredito que esta pequena revisão histórica o ajudou a conhecer
um pouco das raízes do cerimonial e a entender que as normas e
procedimentos que adotamos no nosso dia a dia profissional tem uma razão de
ser e estão diretamente ligadas ao nosso processo evolutivo.

Unidade 3 - Conceitos

“Quando dizemos que algo é protocolar,


damos ao termo o sentido de algo artificialmente formal.
Já cerimonioso dá idéia de formas exteriores tais como
mesuras, gentilezas, manifestações de respeito
em linguagem de elite”
Embaixador Augusto Estellita Lins

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Apresentação

Vamos agora estudar as definições e conceitos de cerimonial, protocolo e


etiqueta.

Como você verificou na unidade anterior a sociedade evolui ao longo do tempo,


e assim também as formas de se comportar e relacionar.
Todo este conjunto de práticas está diretamente relacionado e constitui o que
normalmente a maioria das pessoas conhece como etiqueta, protocolo e
cerimonial.

Neste processo, toda sociedade ao longo de seu desenvolvimento reúne um


conjunto de normas jurídicas aliadas a regras de comportamento acordadas de
forma consensual pelo grupo ou conjunto social. Estas se associam a tradições,
normalmente transmitidas de forma oral de geração em geração, aos atos e
costumes de uso geral, e a moda, hábitos, crenças, mitos e tabus, que
caracterizam e particularizam cada nível social.

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Uma breve introdução

Cerimonial, protocolo e etiqueta são termos usualmente utilizados como


sinônimos. Esta confusão é natural, visto que a maioria dos especialistas que
trata do assunto difere nas suas abordagens.

Tal divergência não surpreende, pois tanto o cerimonial, quanto o protocolo e a


etiqueta são códigos que se estruturaram a partir das relações humanas e
tiveram por base os costumes aceitos por uma determinada sociedade, num
determinado período.

O objetivo comum destes três conceitos é sistematizar as relações sociais,


servindo de parâmetro para a atuação dos indivíduos, organizações e governos.
Quem faz uma ótima descrição sobre o tema é MELLO (1962:298):

Como você já deve ter percebido os termos cerimonial e protocolo, apesar de


distintos, são empregados de maneira indiscriminada.

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Os conceitos

Agora, vamos aos conceitos:

O Cerimonial, em termos gerais, estabelece a sucessão dos atos de uma


cerimônia ou evento. Trata-se de um roteiro geral a ser aplicado e respeitado
por todos aqueles que participarão do ato.
Por suas características intrínsecas, o cerimonial tem a
responsabilidade de promover a harmonia entre todos
os participantes, respeitando os níveis hierárquicos das
autoridades presentes, por meio do uso adequado da
precedência, seu principal instrumento de orientação.

Podemos afirmar que é uma síntese dos usos e costumes, das tradições e
principalmente das leis e normas adotadas na diplomacia, e na maior parte das
vezes consagradas em acordos e tratados internacionais.

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Protocolo é o conjunto de normas, regras e códigos utilizados nas cerimônias


e atos oficiais. É reconhecido internacionalmente como um sistema de cortesia.
Refere-se tanto às práticas adotadas por um país no seu relacionamento com
as demais nações estrangeiras, quanto às práticas dos atos oficiais do governo
no âmbito interno.

Pode-se definir etiqueta como o conjunto de normas e padrões de


comportamento social adotados por uma sociedade. Em decorrência da
dinâmica social, as regras de etiqueta estão em constante processo de
transformação e adequação.

A etiqueta é o sistema que indica a forma adequada de um indivíduo viver e


conviver em sociedade, abordando aspectos como: vestuário, alimentação,
como convidar e ser convidado, a comunicação pelo uso da linguagem escrita,
oral e gestual, etc. Dessa forma, possibilita que o convívio social se recubra de
uma atmosfera agradável e harmoniosa, evitando situações de embaraço e
conflito.

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Conclusão

A partir dessas definições podemos estabelecer a seguinte correspondência:


O CERIMONIAL é a FORMA no sentido de estruturar, organizar caracterizar uma
solenidade, cerimônia ou evento; o PROTOCOLO é a NORMA diz respeito às leis
e regulamentos a serem obedecidos e aplicados; e, a ETIQUETA corresponde a
CONDUTA que os participantes dos eventos e solenidades devem seguir.

Com as definições acima, você já tem condições e elementos para concluir que
o profissional que atua na área de cerimonial de uma Assembléia Legislativa ou
Câmara Municipal quando planeja uma cerimônia tem que ter em mente a
diferenciação apresentada.

Pois, com esse entendimento ficará mais fácil você planejar o evento e saber
que instrumentos empregar. Além, de auxiliar os participantes do evento,
autoridades e convidados, com o fornecimento das informações corretas de
forma a evitar constrangimentos ou embaraços do tipo “Eu não sabia” ou “Não
fui informado”, que com certeza estragam o brilho de qualquer cerimônia e
estressam a equipe e as autoridades envolvidas.

Outro aspecto importante a ser observado é que se você conduzir e organizar


uma solenidade de forma correta a instituição sairá valorizada e com uma boa
imagem perante a opinião pública. O que contribuirá para que a Casa
Legislativa atinja os seus objetivos e atenda os interesses da comunidade onde
ela se insere.
Atuando com essa compreensão ficará mais fácil para você dar o destaque e a
posição correta que as autoridades têm direito e tornará mais clara para os
demais convidados a razão dessa diferenciação.

Unidade 4 - Fundamentos da Etiqueta, do Protocolo e do Cerimonial

“Rituais existem e é bom que sejam respeitados.


Mas tudo tem hora e razão de ser.
Exigir um comportamento formal
sem motivo não faz nenhum sentido”
Gloria Kalil

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Na unidade anterior você aprendeu as diferenças conceituais entre etiqueta,


protocolo e cerimonial, e como os termos são utilizados, indiscriminadamente,
em muitas situações.

Esta situação se deve ao fato de que as ações de cerimonial se fundamentam


em valores que a sociedade estabelece como padrão de conduta. LINS
(1991:27) faz uma colocação precisa sobre o assunto:

Pare e pense a respeito do que você acabou de ler.

Depois dessa reflexão, você está pronto para estudar algumas funções
humanas que segundo o autor dão origem à etiqueta e fundamentam as ações
de protocolo e cerimonial: a alimentação e o vestuário
Fonte: Corbis Images

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Alimentação

Como é do seu conhecimento, a alimentação é a função básica de sobrevivência


da espécie humana. Mas, ao longo do tempo as diversas civilizações
desenvolveram rituais e recobriram o ato de se alimentar de uma significância
além da sobrevivência, como atestam as comemorações, as celebrações, as
festas e os banquetes.

As normas e procedimentos relacionados com a alimentação variam de cultura


para cultura. E cada sociedade estabelece com base no senso comum as regras
de boas maneiras à mesa, as receitas, a ordem dos pratos, os menus, a relação
e adequação das comidas e bebidas e, o serviço.

Tudo isso é muito importante. Mas, o mais importante é que você como
encarregado do cerimonial deve ter sempre em mente que nem sempre o
orçamento e as condições de infra-estrutura do local permitem organizar aquele
banquete no almoço, uma recepção sem precedentes ou um grande jantar de
gala.

O que fazer, então? Planejar com cuidado e realizar com o maior capricho
aquilo que é possível executar. Se não tem garçons e “maitres” suficientes para
servir, então não é viável empregar o serviço francês ou inglês. Por que não
optar pelo serviço americano, onde as pessoas se dirigem ao ”buffet” para se
servir. Bem mais simples, não?

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Se os convidados são menos solenes e mais informais, talvez uma boa peixada
ou um prato típico da região, que as cozinheiras locais são mestres em
preparar faça mais sucesso do que um “menu” com receitas estrangeiras e de
difícil preparo.

Hoje, colocar as travessas diretamente em cima da mesa do almoço ou jantar,


já é aceito e característico do serviço brasileiro. Mas, cuidado! Este tipo de
serviço é apropriado apenas para ocasiões informais.

Outro cuidado que se deve ter com respeito a alimentação é não servir pratos e
comidas ou bebidas exóticos demais ao paladar. Lembre-se que talvez a
autoridade ou o visitante ilustre não esteja acostumado a determinado tipo de
alimento ou tenha até restrições médicas ou alérgicas.
Uma dica: o sucesso está no simples e bem feito.

A cenografia também faz parte. Aproveite para valorizar a cultura e as


características regionais e locais, na definição da decoração e dos arranjos
florais, na escolha das toalhas e da louça, por exemplo.

Fonte: Corbis Image

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Vestuário

As normas de conduta não têm prazo de validade e tão pouco são estabelecidas
de forma uniforme e ao mesmo tempo, com data de início de vigência, como as
leis. E o vestuário é uma das funções em que isto pode ser considerado quase
como uma regra, em função da dinâmica das mudanças sociais.

A função vestiário é uma eterna preocupação, não é mesmo? De acordo com


LINS( 1991:20) nela são observados os estilos e qualidades das roupas, os
trajes de gala e de cerimônia; os trajes de ocasião e os sinais distintivos.

Para você ter uma idéia de quanto o assunto é sério os PADRES SALESIANOS
(1926) afirmavam naquele tempo que no “No vestir, mais do que em outras
coisas, deve-se guardar um razoável meio termo, evitando os exageros, isto é
o excessivo cuidado e o desleixo”.

Com base no que foi comentado até agora, vamos fazer uma reflexão.

Como você percebeu as regras e normas podem ser muitas e variadas, mas
uma coisa é certa: modismos, exageros e exotismos não são permitidos nunca.
Lembre-se sempre que o nosso ambiente de trabalho é público e oficial, o que
exige uma dose elevada de sobriedade e discrição.

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Você deve estar se perguntando: então como definir o traje para uma
cerimônia ou evento?

As relações públicas ou o encarregado do cerimonial deve ter em mente os


seguintes pontos ao definir o traje para uma determinada cerimônia ou evento:
Uma criteriosa análise dos itens acima deve ser observada no planejamento do
evento de forma a evitar-se a ocorrência de situações constrangedoras ou
deselegantes.

Ultimamente, em nome de uma modernidade duvidosa alguns autores (poucos,


ainda bem) afirmam que não se usa mais a indicação do traje no convite, que
isso é ultrapassado. Não é. A indicação do traje no convite é uma informação
extremamente importante para quem é convidado para um evento. Pelo traje
indicado a pessoa sabe como será o evento.

Só para exemplificar a importância dessa indicação vamos fazer um exercício


mental: você deve lembrar de algum evento no qual um homem passa por uma
situação constrangedora por estar totalmente informal numa cerimônia em que
estão todos engravatados, ou daquela senhora que chega numa festa numa
produção luxuosa e todas as mulheres estão informalmente de jeans, ambos
por não terem recebido a informação correta sobre o evento.

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Vamos conhecer a classificação dos trajes?


Figura à esquerda: Traje Esporte
Figura à direita: Traje Passeio (Tenue de Ville)

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Figura à esquerda: Traje Passeio Completo ou Social
Figura à direita: Traje Black-tie ou Traje a Rigor

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Trajes de Gala e de Cerimônia

Aqui vale um comentário: são trajes praticamente abolidos do dia a dia: a


casaca, o fraque e as fardas de gala. Estes só são superados pelos trajes de
corte usados em cerimônias em que se leva coroa, tiaras, manto, capa e
espada ou cetro, como no Vaticano e em outras cortes européias.

Não se esqueça que os militares têm um uniforme para cada tipo de ocasião.
Então como proceder? Você não é obrigado a saber qual é o uniforme do dia ou
qual é a sua denominação. A solução é simples: no convite ao indicar o traje
colocar a expressão “uniforme correspondente”.

Por fim, para evitar erros siga as recomendações abaixo:


Resumo

Nesta unidade você teve a oportunidade de refletir sobre a importância de duas


funções humanas que fundamentam a partir de suas características próprias, o
protocolo, o cerimonial e a etiqueta.

MÓDULO II
Unidade 1 - Precedência, a base do cerimonial público

“Guerras foram declaradas e


tronos foram perdidos
em decorrência do assunto precedência”
Lilian Eichler

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Introdução ao Cerimonial Público

No módulo I você aprendeu a diferença conceitual existente entre os termos


cerimonial, protocolo e etiqueta, bem como os seus fundamentos.

Agora vamos compreender mais um conceito: o de cerimonial público.


O cerimonial público rege o trato formal entre os estados.

O cerimonial público trata das honras, das precedências, dos privilégios e


imunidades dos agentes diplomáticos e consulares, das normas protocolares e
das cerimônias oficiais.

De acordo com LUZ (2000:5) o cerimonial público também é denominado


cerimonial de estado.

Por seu caráter oficial o cerimonial público, aqui no Brasil, é regido por lei - o
Decreto nº 70.274, de 9 de março de 1972 que estabelece as “Normas do
Cerimonial Público da República Federativa do Brasil e a Ordem Geral de
Precedência”. Você vai estudá-lo mais detalhadamente na próxima unidade.

Portanto, você já deve ter concluído que as ações de cerimonial na área


pública, por sua natureza oficial diferem das ações de cerimonial praticadas no
setor privado (empresas e instituições privadas) ou mesmo daquelas ações
realizadas em âmbito particular ou familiar (cerimônias de casamento, festas
de 15 anos, formaturas, festas de confraternização).
No momento é importante você saber que as ações de cerimonial realizadas no
âmbito dos Poderes Executivo e Legislativo (nos níveis federal, estadual e
municipal) e do Poder Judiciário (nos níveis federal e estadual) referem-se ao
Cerimonial Público.

Feito este esclarecimento a respeito do cerimonial público, você agora irá


estudar a questão da precedência.

Pronto?

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Precedência

A precedência é um elemento chave na atividade do cerimonial. O termo se


origina do latim praecedentia, que significa ordem de preferência ou primazia.
Em linguagem mais simples: quem vem em primeiro lugar, quem ocupa a
principal posição, quem preside.

Ao longo da história observa–se a ocorrência freqüente de pequenos e grandes


conflitos, normalmente decorrentes de disputas por precedência.
Os registros sobre questão de precedência encontram–se relacionados às
primeiras civilizações. Mas, pode–se dizer que até o século XIX a precedência
sempre foi estabelecida ou pelo critério da força ou pelo critério econômico,
quando não pelos dois critérios conjuntamente.

Para você ter uma idéia de como a questão era levada a sério, SPEERS
(2004:67) cita entre vários casos históricos pesquisados os seguintes:

“ - Em 1661, o enviado espanhol ataca a carruagem do embaixador francês nas


ruas de Londres, desbaratando seus cavalos e matando seus homens, para
garantir-lhe a chegada ao palácio em primeiro lugar.

- A História conta-nos que dois enviados, um de Gênova e um de Brandenburgo


lutaram no quarto do Rei em Versailles, porque nenhum queria dar ao outro a
precedência para a primeira audiência.

- Há ainda a história de dois embaixadores que se encontraram cara a cara


sobre uma ponte em Praga e lá ficaram o dia inteiro, porque ambos
acreditavam que ao dar ao outro a precedência seria levar seu país a desgraça”

É LUZ (2000:8) quem relata:

“Em 1713, durante o congresso de Utrech, realizado para decidir a sucessão do


trono de Espanha (Felipe V) com a participação da França, Espanha, Inglaterra
e Países Baixos, foi utilizada por primeira vez, uma mesa redonda, para evitar
inconvenientes de precedências o que, igualmente gerou problemas, por que o
lugar de honra é aquele que está de frente para a entrada.”

Somente em 1815, com a realização do Congresso de Viena, é estabelecida a


base da precedência entre os Estados Modernos: internamente, cada país
estabelece a precedência dos representantes diplomáticos de acordo com a
data de apresentação de suas credenciais ao Chefe da Nação.

Com o Protocolo da Conferência de Aix-la-Chapele, em 1818, reconhece-se o


princípio da igualdade jurídica dos Estados e a precedência pela ordem de
chegada das delegações, missões estrangeiras ou embaixadores nos eventos
internacionais.

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Critérios de Precedência

Como você deve ter observado o critério mais antigo foi o da força, empregado
desde os primórdios da civilização. Fazia prevalecer a precedência em função
da força individual ou do grupo. Caiu definitivamente na Conferência de Viena,
de 1815.

Outro critério, também em desuso, é o econômico, aliado historicamente ao


critério da força. Traduzido pela relevância dada ao poderio econômico entre
nações e organizações, e empregado entre indivíduos como fator divisório das
classes econômicas. É ainda utilizado, mais de forma velada.

Hoje, em sua atividade você poderá dispor de uma série de critérios, que
poderão ser empregados de forma isolada ou combinada. Vamos conhecê-los?

Já o critério hierárquico como o próprio nome diz hierarquiza os membros de


uma determinada estrutura. Você verá sua rígida aplicação nas Forças
Armadas, na Igreja Católica e no Poder Judiciário, por exemplo.

Outro critério, de uso mais restrito, é o nobiliárquico utilizado em função dos


títulos existentes nos reinos, monarquias, e, também na hierarquia religiosa.

Um critério muito usado é o da antiguidade histórica, onde a data de criação


das organizações ou unidades administrativas é utilizada para determinar a
precedência entre organizações.
O cultural é um critério mais civilizado, prestigia o saber. A precedência é
dada em função do grau de conhecimento acadêmico ou de relevância cultural
pela qual a personalidade é reconhecida, exemplo: Fernanda Montenegro no
meio artístico.

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O critério de antiguidade ou antecedência refere-se a um local específico. É


usado normalmente para determinar a precedência dos representantes
diplomáticos num país.

Você não está sentindo falta de nenhum critério? Pare e reflita. Pense em suas
atividades. Quais, na sua opinião são os dois critérios mais utilizados no dia a
dia?

Muito bem! É isso mesmo!

São os critérios de idade e de ordem alfabética.

No critério de idade a precedência é definida de acordo com a idade das


autoridades presentes, o mais idoso precede o mais jovem.

Já o critério de ordem alfabética além de ser prático, mostra um profundo


amadurecimento das relações entre países, instituições e pessoas. Por ser
simples e objetivo pode ser empregado no ordenamento de pessoas,
organizações e estados. É muito comum, por exemplo, em eventos esportivos
internacionais, que reúnem delegações de vários países – Olimpíadas, Copa do
Mundo.
Este critério pode ser empregado em conjunto com outros critérios, como o de
rodízio periódico, atualmente adotado por vários organismos internacionais: a
precedência dos embaixadores creditados na ONU, por exemplo, é
determinada, em intervalos regulares, da mesma forma, o MERCOSUL adota
esta sistemática. Recapitulando, você percebeu que a precedência é um
conceito muito importante na relação entre as organizações e as pessoas,
principalmente na esfera pública e oficial. Saber empregar corretamente os
diversos critérios para o estabelecimento da precedência é fundamental para a
realização de atos e cerimônias harmoniosos e corretos.

O critério da ordem alfabética é muito útil na elaboração de listas de


autoridades, como por exemplo, a lista dos parlamentares de uma Casa
legislativa.

Exato. Normalmente na abertura das sessões legislativas, o senador, deputado


ou vereador mais idoso é quem preside a sessão, de acordo com o Regimento
Interno da casa legislativa. Em qual situação é muito usado este critério nas
casas legislativas?

Unidade 2 - O Decreto nº 70.274


“A precedência é o ponto crucial e a base do cerimonial.
É reconhecer a primazia de uma hierarquia sobre a outra,
e tem sido, desde os tempos mais antigos,
e em todas as partes, motivo de normas escritas,
cuja falta de acatamento provoca desgraças”
Embaixador Dom Jorge G Blanco Villalta

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Como você foi informado (a) na unidade anterior, aqui no Brasil, a precedência
é regida pelo Decreto nº 70.274, de 9 de março de 1972, que aprova as
“Normas do Cerimonial Público da República Federativa do Brasil e a Ordem
Geral de Precedência”.

Você deve ter observado que o Decreto dispõe de maneira extensiva sobre as
questões que permeiam o cerimonial público, mais especificamente os assuntos
da esfera do executivo federal.

Sua aplicação dá-se nas seguintes situações:

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Alterações do Decreto nº 70.274

É importante você ter em mente que esta lei foi elaborada no tempo do regime
militar. Portanto, algumas situações nele encontradas refletem a relação de
poder existente à época.

O texto da lei, apesar de seu anacronismo em relação algumas situações de


precedência continua em vigor, tendo sofrido poucas alterações ao longo dos
anos, que você irá conhecer agora:

Decreto nº 83.186, de 19 de fevereiro de 1979 - Inclui na ordem de


constituição histórica das unidades da federação listada no artigo 8º o recém
criado Estado do Mato Grosso do Sul, logo após o Estado do Acre, e retira o
Estado da Guanabara em função de sua fusão com o Estado do Rio de Janeiro.

Decreto nº 672, de 21 de outubro de 1992 - acrescenta ao artigo 88 um


parágrafo único, em função do desaparecimento do corpo do Dr. Ulisses
Guimarães, em trágico acidente. O texto é o seguinte:

Decreto nº 3.765, de 6 de março de 2001 - acrescenta ao artigo 88 um § 2º,


renumerando o parágrafo único para 1º. O texto é o seguinte:
Decreto nº 3.780, de 2 de abril de 2001 - menos de um mês após o decreto
anterior ter sido publicado, este decreto revoga o decreto anterior. Acrescenta
ao artigo 88 um § 2º, renumerando o parágrafo único para 1º. O texto é o
seguinte:

E foram estas as alterações processadas.

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A situação hoje

“A
evoluç
ão dos
costu
mes e
das
relaçõe
s
institu
cionais
entre
Podere
s, seus
órgãos
e
dirigen
tes, foi, aos poucos, fazendo de alguns artigos do Decreto verdadeiras letras
mortas. Extinção de cargos, troca de denominações e ausência de revisões no
Decreto original, de há muito, recomendam a atualização do dispositivo legal,
que regula os atos do Cerimonial Público.”
Outro exemplo: quando da redação do texto da Lei não existia o Superior
Tribunal de Justiça. E como era uma época de restrição democrática, os
Prefeitos das capitais e de cidades com população entre 500 mil e 1 milhão de
habitantes e os Presidentes das Câmaras Municipais das cidades de mais de 1
milhão de habitantes, em termos de precedência vinham bem depois dos
membros da Academia Brasileira de Letras, dos membros da Academia
Brasileira de Ciências e dos coronéis das três forças armadas, o que hoje não
faz sentido.

Outra corrente não concorda com a idéia. Pois acredita que as atualizações da
Ordem Geral de Precedência não devam ser matéria de lei, em função do
dinamismo das relações institucionais e sociais, como também da própria
dinâmica de mudanças na estrutura do Estado. CORRÊA (1996:71) resume de
maneira clara a situação:

Para o seu conhecimento existe uma corrente de profissionais que acredita que
o Decreto 70.274 tenha que ser revisto e uma nova lei deva substituí-lo,
principalmente no que diz respeito à Ordem Geral de Precedência nele prevista.

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Princípios gerais

No seu Capítulo I o decreto estabelece princípios gerais de precedência, que


norteiam a atividade de cerimonial no País, e que você em sua atividade não
pode deixar de conhecer. São eles:
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Com o que aprendeu nesta unidade, você já está pronto para começar a
entender e aplicar os critérios de precedência em diversas situações. Mas,
antes de avançar para as próximas lições que tal fazer uma leitura com calma e
reflexão do Decreto nº 70.274? Afinal, quando se trata de precedência no Brasil
ele é “a” referência.

Unidade 3 - A Precedência no Âmbito Oficial

“Protocolo, etiqueta e cerimonial são o


cerne de qualquer evento público ou empresarial,
dando-lhes forma e conteúdo”
Gilda Fleury Meirelles

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Na unidade anterior, você aprendeu o fundamento legal do cerimonial público e


tomou conhecimento da “Ordem Geral de Precedência” no nosso país. Nesta
unidade, você verificará como são utilizados os critérios de precedência em
situações oficiais.

Nos Estados

A ordem de constituição histórica dos Estados é:

Bahia, Rio de Janeiro, Maranhão, Pará, Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais,
Goiás, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Ceará, Paraíba, Espírito Santo, Piauí,
Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Alagoas, Sergipe, Amazonas, Paraná,
Acre, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Tocantins, Amapá, Roraima, Distrito
Federal.

Esta ordem é a que determina a precedência entre os governadores.


Você deve observar que o Decreto nº 70.274 em seu Art. 94 estabelece duas
situações gerais de precedência em cerimônias no Estado, abaixo
apresentadas:

Cerimônias oficiais nos Estados da União, com a presença de autoridades


federais:

1 - Presidente da República

2 – Vice-Presidente da República

Governador do Estado da União em que se processa a cerimônia

Cardeais

Embaixadores Estrangeiros

3 – Presidente do Congresso Nacional

Presidente da Câmara dos Deputados

Presidente do Supremo Tribunal Federal

4 – Ministros de Estados

Vice-Governador do Estado da União

Presidente da Assembléia Legislativa

Presidente do Tribunal de Justiça

Cerimônias oficiais de caráter estadual:

1 – Governador

Cardeais

2 – Vice-Governador

3 – Presidente da Assembléia Legislativa

Presidente do Tribunal de Justiça

4 – Almirantes de Esquadra

Generais de Exército

Tenentes-Brigadeiros e Prefeito da Capital


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Na Esplanada dos Ministérios

Como você observou a precedência estabelecida entre os Ministros de Estado


pelo Decreto nº 70.274 em seu Art. 4º, é determinada pelo critério histórico de
criação do respectivo Ministério.

Mas, como já foi mencionado, ministérios são criados e outros são extintos, e
além do mais, existem as diversas Secretarias de Estado cujos titulares têm
prerrogativas de Ministro para efeitos protocolares.

Evidente que você não é obrigado a saber a precedência de cor. Então o que
fazer? Sempre que tiver que estabelecer a precedência entre ministros de
estado consulte o site da Presidência da República.

No Estado e no Município

Não são poucas às vezes que você tem que organizar cerimônias com a
presença de Secretários de Estado e Secretários Municipais. Como proceder
para não incorrer em erros e ferir suscetibilidades?
Alguns estados possuem legislação específica que rege o cerimonial do estado e
estabelece a sua precedência. No Estado de São Paulo, por exemplo, o
cerimonial é regido pelo Decreto 11.074 de 05/01/78

Os municípios em geral não têm legislação sobre a matéria. Você poderá


procurar saber se existe alguma norma a respeito junto ao Cerimonial da
Prefeitura ou Gabinete do Prefeito.

Caso não haja nenhuma norma ou regulamentação a respeito você poderá


então estabelecer a precedência dos Secretários Municipais empregando o
critério histórico de criação das Secretarias Municipais.
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No Legislativo

A precedência para o Poder Legislativo está estabelecida no Decreto nº 70.274


em seu Art. 9º:

A partir do que estipula o artigo 9º você pode determinar a precedência entre


parlamentares no Legislativo Brasileiro da seguinte forma:

1 – Presidente do Congresso Nacional

2 – Presidente da Câmara dos Deputados

3 – Senadores

(critério: criação da unidade da federação, diplomação, idade)

4 – Deputados Federais

(critério: criação da unidade da federação, diplomação, idade)

5 – Presidentes de Assembléias Legislativas

(critério: criação da unidade da federação)

6 – Deputados Estaduais

(critério: diplomação, idade)

7 – Presidentes de Câmaras Municipais

(critério: criação da unidade da federação, ordem alfabética)

8 – Vereadores
(critério: criação da unidade da federação, diplomação, idade)

Este ordenamento não significa nenhum tipo de linha de subordinação, visto os


Poderes Legislativos Federal, Estadual e Municipal serem independentes entre
si, como estabelece a Constituição Federal.

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Outra questão importante que você deve estar atento é: os membros das
Mesas Diretoras, excetuando-se o Presidente e o Vice-Presidente, não têm
precedência sobre os demais parlamentares da Casa Legislativa, pois a mesa
diretora é um órgão colegiado.

Ainda sobre o Poder Legislativo existe uma questão que causa uma certa
confusão. Diz respeito à precedência entre os presidentes do Senado Federal e
da Câmara dos Deputados. O Presidente do Senado Federal por ser o
Presidente do Congresso Nacional, portanto Chefe de Poder passa à frente do
Presidente da Câmara dos Deputados.

Já, na lista de sucessão à Presidência da República, o Presidente da Câmara dos


Deputados passa à frente do Presidente do Senado Federal. Ou seja, cuidado
para não confundir ordem de precedência com ordem de sucessão.

Você no âmbito do Legislativo, poderá adotar os seguintes critérios para


autoridades na mesma posição:
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No Judiciário

O Decreto 70.274/72 não dispõe de nenhum artigo específico relacionado ao


Poder Judiciário, a não ser o posicionamento de seus titulares na Ordem Geral
de Precedência. Na área federal o Poder Judiciário está assim constituído:

Podemos concluir afirmando que nesta unidade você aprendeu como aplicar os
critérios de precedência em situações oficiais. Lembre-se que a precedência no
âmbito oficial é regida por lei, e por tanto deve ser matéria da maior atenção.

Você deve se inteirar junto ao Tribunal de Justiça do seu Estado se existe


alguma norma que discipline o Cerimonial do Poder Judiciário do Estado. E nas
unidades da federação encontram-se os Tribunais Regionais Federais - TRF, os
Tribunais Regionais do Trabalho - TRT, os Tribunais Regionais Eleitorais - TER,
os Conselhos de Justiça Militar e os Juízes Federais, Eleitorais e Militares.

Unidade 4 - O Emprego da Precedência, situações cotidianas


“Só pode ceder a precedência quem a tem”
Embaixador Augusto Estellita Lins

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O mundo de hoje é muito mais informal do que era até meados dos anos 60 do
século XX. Mas, isto não quer dizer que na área pública ocorra um processo
generalizado de revestir as ações de um caráter informal.

Você deve lembrar o que estudou no módulo I: a tendência é a simplificação.


Não se pode tornar nformal oque é oficial. KALIL (2007:25) expressa bem a
questão ao afirmar que "lugares públicos pedem uma etiqueta diferente do
spaço provado. Isso é a regra base de umasociedade civilizada".

Na unidade anterior você aprendeu a definir a precedência entre as autoridades


dos três Poderes, de acordo com a legislação federal. Agora você tera a
oportunidade de etudar a aplicação da precedência em algumas situações
cotidianas.

Vamos lá?

Princípios gerais de precedência

Além dos critérios fixados pela Ordem Geral de Precedência, definida pelo
Decreto nº 70.274/72, para cerimônias oficiais do Governo, é possível o
emprego de outros critérios, que podem variar conforme a ocasião, a relevância
da situação e as autoridades e personalidades envolvidas.

A escolha do melhor critério para se estabelecer a precedência leva em


consideração aspectos subjetivos como o ambiente social, o contexto político e,
principalmente o bom senso.

Um princípio geral de precedência, que você deve conhecer desde criança,


estipulado pelas normas de cortesia e etiqueta, e adotado pela maioria das
culturas, estabelece que:
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O princípio da direita

De acordo com SPEERS (1984:132):

A questão da direita consolidou-se ao longo dos anos como a “primazia da


direita”, ou seja, o lugar de honra é à direita, seja do anfitrião ou do ponto
central de referência do lugar.

Com esta regra um convidado de honra ou homenageado será sempre colocado


à direita do anfitrião ou da máxima autoridade presente à cerimônia. É
novamente SPEERS (1984:133) quem explica bem a situação:

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Com este entendimento você não terá dificuldade em estabelecer o Lugar de


Honra, que tem as seguintes características:

O centro é destinado ao convidado de honra com hierarquia superior ao


anfitrião, cabendo ao anfitrião ficar à esquerda do homenageado.
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Presidência X precedência

Tome muito cuidado para não confundir presidência com precedência.


Normalmente a presidência é do anfitrião, que nem sempre terá a maior
precedência no evento.

Ordem dos discursos

Nas cerimônias em que se faz o uso da palavra, a ordem dos discursos seguirá
a ordem inversa de precedência dos respectivos oradores, isto é usará da
palavra em primeiro lugar a autoridade de menor hierarquia e,
subseqüentemente, os demais oradores até o de precedência mais alta.
Como é do seu conhecimento a dinâmica do ambiente político muitas vezes impede
a permanência das pessoas durante todo o desenrolar de uma cerimônia. Por isso é
sempre bom consultar a maior autoridade para checar a sua disponibilidade de
tempo. Se o tempo disponível for muito restrito, a ordem dos discursos pode ser
adaptada.

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Assinatura de contratos

Em cerimônias de assinatura de contratos, acordos e tratados, o primeiro a


assinar o documento é o representante da instituição favorecida em termos
financeiros ou técnicos e em seguida a outra autoridade.

É usual, também, os dois representantes assinarem o contrato ao mesmo


tempo. Para tanto devem ser providenciados dois originais do contrato que
serão apresentados às autoridades por duas pessoas da organização e do
cerimonial do evento. Após a primeira assinatura, elas recolhem as pastas,
trocando-as em ato contínuo, e colhem novamente as assinaturas.
A colocação de rubricas em todas as páginas não é usual. No entanto, quando
exigidas, são apostas posteriormente, para não prolongar o evento.

Você não pode deixar de prestar atenção a um detalhe muito importante: as


canetas a serem utilizadas devem ter boa apresentação e boas condições de
uso, a tinta deve ser azul, e serem apresentadas às autoridades ao mesmo
tempo em que se indica o local da assinatura.

Mas, qual a disposição no documento das assinaturas? Pegue uma folha de


papel e tente montar três situações: documento com duas assinaturas, três
assinaturas e quatro assinaturas.

A pior coisa que pode acontecer numa cerimônia com assinatura de


documentos é faltar uma caneta ou a mesma falhar, não é mesmo? Portanto
nunca deixe de testá-las um pouco antes do início da cerimônia.

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Pronto? Vamos verificar os resultados?

Disposição das assinaturas nos documentos:

• Duas assinaturas

À direita (do documento) figurará a da pessoa de maior hierarquia

Assinatura A Assinatura B

• Três ou mais assinaturas:


Em 1º lugar a de maior hierarquia, e as demais por ordem decrescente de
importância.

Assinatura A

Assinatura B

Assinatura C

Assinatura D

A seguinte disposição também é válida:

Assinatura A Assinatura B

Assinatura C Assinatura D

• assinaturas:

A de maior hierarquia assina no centro, em nível levemente superior, e as


demais por ordem decrescente de importância.

Assinatura A

Assinatura B Assinatura C

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Precedência em veículos
Em carros, a autoridade de maior importância senta-se à direita do banco
traseiro, na posição diagonal ao motorista. A autoridade seguinte na
precedência ocupa o assento à esquerda. O meio do banco traseiro deve ser
evitado para não haver desconforto e a cadeira ao lado do motorista deve ser
utilizada apenas por seguranças e assessores.

Algumas situações

Você verificará no desenvolver das suas atividades que existem várias situações
em que se aplicam critérios de precedência, como por exemplo:

• Galeria de Retratos

A mais alta precedência será em função do mandato exercido.

• Linha Indiana

A pessoa de alta posição vai à frente e a ela seguem as demais, por


precedência.

• Cortejos Formais

A pessoa de mais alta hierarquia cerra a fileira.

• Em uma calçada

Cabe ao de hierarquia inferior ficar mais próximo do meio fio, reservando


ao mais importante o lado da parede.

• Cortejos de Carros

Em deslocamento de comitivas, com vários carros, à frente estará sempre o


carro com a maior autoridade.
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Nas apresentações

Existem regras, universalmente aceitas, que devem ser seguidas ao se fazer


apresentações:

• Quem faz as apresentações são os anfitriões;

• Os mais jovens são apresentados aos mais velhos;

• O homem é apresentado à mulher;

• A mulher solteira é apresentada à mulher casada;

• A pessoa de menor nível hierárquico é apresentada à pessoa de maior


nível hierárquico;

• Cabe ao superior em hierarquia, ao mais idoso ou à senhora estender a


mão.

Existe regra também para se apresentar o cônjuge:

Um homem ao apresentar sua esposa, dirá: “Esta é minha mulher”.

A mulher ao apresentar o marido, dirá: “Este é o meu marido”.

Ao apresentar a esposa de um amigo, dirá: “Esta é a esposa de fulano”.

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Cumprimentos
O ato de apresentar alguém resulta na ação de cumprimentar. A maneira
ocidental de se cumprimentar é com o “aperto de mão”. Mas, existem as
formas orientais de cumprimento, notadamente a “reverência” utilizada pelos
japoneses, chineses e coreanos e a saudação “em forma de oração”, à maneira
dos indianos e tailandeses.

Ao receber uma comitiva, usa-se a forma ocidental de cumprimento.

Nesta unidade você conheceu várias situações em que são empregados critérios
de precedência. Nas suas atividades cotidianas você verificará uma série de
ocasiões nas quais o uso de algum critério será necessário.

Mas, você não pode esquecer use o bom senso sempre será o maior critério.
Até o próximo módulo!

MÓDULO III
Unidade 1 - Os Símbolos Nacionais

“Este Brasil fez-se com o seu povo unido na identidade


dos símbolos nacionais, que em suas cores,
em seus sons, representam o Brasil e
recontam a nossa História, louvando a nacionalidade”
Senador Antonio Carlos Magalhães

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Para iniciar o estudo dos Símbolos Nacionais é importante que você reflita
sobre o significado deles para cada um de nós, cidadãos brasileiros, e para o
povo brasileiro enquanto Nação. LUZ (1999:9) traduz este sentimento de uma
maneira bastante clara:

Com esta visão abrangente de significação pode-se afirmar serem estes


símbolos manifestações gráficas e musicais, de importante valor histórico,
criadas para transmitir o sentimento de união nacional e mostrar a soberania
do País.
Vamos fazer um teste rápido. Responda: quais são os nossos Símbolos
Nacionais?

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Muito bem!

A Bandeira Nacional, o Hino Nacional, as Armas Nacionais e o Selo Nacional são


o que há de mais importante em termos de significação para o povo brasileiro,
seu emprego não poderia deixar de estar previsto em lei, pelo fato de serem
representações de nosso país.
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A base legal

Enquanto representações da nacionalidade o seu uso deve ser pautado sempre


pelo respeito, e pelo cumprimento das normas legais que regulam a sua
utilização. Tudo que diz respeito aos nossos Símbolos Nacionais está previsto
em lei.

Os Símbolos Nacionais são regulados pela Lei n° 5.700, de 1° de setembro de


1971, que “Dispõe sobre a forma e a apresentação dos Símbolos Nacionais e dá
outras providências”.

A lei está dividida em sete capítulos assim distribuídos:

• Capítulo I – Disposição Preliminar – onde são determinados e


listados os Símbolos Nacionais.

• Capítulo II – Da Forma dos Símbolos Nacionais – apresenta como


padrões dos Símbolos Nacionais os modelos compostos de conformidade
com as especificações e regras básicas estabelecidas na Lei. Especifica
os tipos (dimensões) da Bandeira Nacional, e como deve ser a feitura da
Bandeira Nacional, das Armas da República e do Selo Nacional bem
como a forma de condução do Hino Nacional.
• Capítulo III – Da Apresentação dos Símbolos Nacionais –
Especifica as formas de apresentação da Bandeira Nacional, onde ela é
hasteada diariamente, situações obrigatórias de hasteamento, como ela
é apresentada em situações de funeral; como deve ser executado o Hino
Nacional, a obrigatoriedade das Armas Nacionais; e a utilização do Selo
Nacional.e define as cores nacionais.

• Capítulo IV – Das cores Nacionais

• Capítulo V – Do Respeito Devido à Bandeira Nacional e ao Hino


Nacional

• Capítulo VI – Das Penalidades

• Capítulo VII – Disposições Gerais

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Alterações da Lei nº 5.700:

Ao longo dos anos a Lei nº 5.700 sofreu algumas alterações em seu texto, que
você irá conhecer agora:
• Lei 5.812, de 13 de outubro de 1972

No inciso IV do art.13, que dispõe os locais onde a Bandeira Nacional deve ser
hasteada diariamente, inclui os Tribunais de Contas da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios e no inciso III do art. 18, que trata do
hasteamento da bandeira em funeral, inclui os ministros e conselheiros dos
Tribunais de Contas por ocasião do seu falecimento.

• Lei nº 6.913, de 27 de maio de 1981

Modifica a redação dos artigos 35 e 36 que trata como contravenção a violação


de qualquer disposição da lei e define as penalidades a que está sujeito o
infrator bem como o rito do processo da infração.

• Lei 8.421, de 11 de maio de 1992.

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Esta lei alterou a redação dos arts. 1º e 3º que passaram a vigorar com a
seguinte redação:

“Art. 1º São Símbolos Nacionais:

I – a Bandeira Nacional;

II – o Hino Nacional;

III – as Armas Nacionais; e

IV – o Selo Nacional.

Art. 3º A Bandeira Nacional, adotada pelo Decreto nº 4, de 19 de novembro de


de 1889, com as modificações da Lei nº 5.443, de 28 de maio de 1968, fica
alterada na forma do Anexo I desta lei, devendo ser atualizada sempre que
ocorrer a criação ou a extinção de estados.

§ 1º As constelações que figuram na Bandeira Nacional correspondem ao


aspecto do céu, na cidade do Rio de Janeiro, às 8 horas e 30 minutos do dia 15
de novembro de 1889 (doze horas siderais) e devem ser consideradas como
vistas por um observador situado fora da esfera celeste.

§ 2º Os novos estados da Federação serão representados por estrelas que


compõem o aspecto celeste referido no parágrafo anterior, de modo a permitir-
lhes a inclusão no círculo azul da Bandeira Nacional sem afetar a disposição
estética original constante do desenho proposto pelo Decreto nº 4, de 19 de
novembro de 1889.

§ 3º Serão suprimidas da Bandeira Nacional as estrelas correspondentes aos


estados extintos, permanecendo a designada para representar o novo estado,
resultante de fusão, observado, em qualquer caso, o disposto na parte final do
parágrafo anterior.”

Também foi alterada a redação do inciso I do art.8º que determina que o


número das estrelas de prata da bordadura do escudo das Armas Nacionais
deverá ser igual ao das estrelas existentes na Bandeira Nacional.

Outra alteração foi a inclusão dos Corpos de Bombeiros Militares no inciso VIII
do art. 26.

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Bandeira do Mercosul

A partir da Lei nº 12.157, de 23 de dezembro de 2009, passou a ser obrigatório


o hasteamento da bandeira do Mercosul junto à bandeira do Brasil.

Nesta unidade você aprendeu a entender a importância dos Símbolos Nacionais,


conheceu a sua significação bem como as leis que determinam o seu emprego.
Agora, é importante que você leia atentamente a lei nº 5.700 e suas
alterações, para que possa dar prosseguimento ao curso.

Unidade 2 - A Bandeira Nacional


“A Bandeira é o símbolo ótico da Pátria,
como o Hino Nacional,
o seu símbolo acústico”
Conde Afonso Celso

Vamos iniciar pela Bandeira Nacional, que de acordo com OLENKA LUZ
(2000:23) “constitui o mais relevante símbolo de um país, devendo ser
respeitada por nacionais e estrangeiros.

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Um pouco de história

A atual Bandeira Nacional é a segunda republicana e é o quarto pavilhão oficial


do Brasil desde sua independência.

A nossa primeira bandeira foi a Bandeira do Império do Brasil, criada a pedido


de D. Pedro I por Jean-Baptiste Debret. Nela, alguns elementos de
caracterização do antigo Reino de Portugal, Brasil e Algarves, como a esfera
armilar e a Cruz da Ordem de Cristo, foram mantidos.

E, foram introduzidas: as cores verde e amarela; os ramos de café e tabaco,


culturas de destaque da nossa economia à época, que hoje são empregados
como suporte do brasão nacional; a coroa imperial e o círculo com as 19
estrelas representando as províncias.
Esta configuração sofreu apenas uma alteração, no Segundo Reinado, quando o
número de estrelas passou a ser 20, em função da perda da Província
Cisplatina e da criação das Províncias do Amazonas e do Paraná, foi nossa
segunda bandeira, que teve a coroa de D. Pedro II substituindo a coroa de D.
Pedro I.

Com a proclamação da República, Rui Barbosa um dos líderes do movimento


cria uma bandeira inspirada na bandeira americana, é a nossa terceira
bandeira. Mas, só foi utilizada durante quatro dias, de 15 a 19 de novembro de
1889, quando seu emprego foi vetado pelo Marechal Deodoro da Fonseca.

O mais provável é que o campo verde representasse a Casa de Bragança,


dinastia a qual D. Pedro pertencia, e o campo amarelo seria da Casa
Habsburgo, origem de D. Leopoldina. Há controvérsia sobre a questão visto não
haver nenhum documento oficial que comprove essa versão.

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A Bandeira Nacional

De acordo com o site do Governo Brasileiro (www.brasil.gov.br):


Em seus considerandos o Decreto nº 4 afirma:

Nossa Bandeira tem por base um retângulo verde na proporção 07:10,


sobrepondo-se um losango amarelo, tendo em seu centro a esfera celeste azul,
no meio da qual está atravessada uma faixa branca, em sentido oblíquo e
descendente da direita para a esquerda, com o lema nacional – “Ordem e
Progresso” – em letras maiúsculas verdes sendo a letra E central um pouco
menor; inseridas na esfera celeste estão vinte e sete estrela brancas,
representando as unidades da federação.

A inscrição “Ordem e Progresso” é uma abreviação do lema positivista de


autoria do francês Auguste Comte: “O Amor por princípio e a Ordem por base;
o Progresso por fim”.

Além desses significados não existe nenhuma definição oficial sobre o


simbolismo das cores existentes na bandeira, mas, a tradição popular
convencionou ser o verde a representação das nossas matas, o amarelo
simbolizar nossas riquezas minerais, o azul representar o nosso céu e o branco
significar a paz.

Desde a sua data de criação, em 19 de novembro de 1889, a Bandeira Nacional


teve apenas a adição de algumas estrelas, representantes dos novos Estados, e
alguns ajustes nas posições das estrelas de forma a que correspondessem às
coordenadas astronômicas. Como você pode verificar na unidade 1 deste
módulo.

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O Uso da Bandeira Nacional

É utilizada em manifestações de sentimento patriótico dos brasileiros, de


caráter oficial, como nas cerimônias realizadas no âmbito das casas legislativas,
ou de caráter particular.

Mas, fique sempre atento a uma norma importantíssima: a Bandeira Nacional


ocupa sempre um lugar de honra. O que determina que ela seja posicionada,
de acordo com as Normas do Cerimonial Público, numa posição:

Central ou mais próxima do centro e à direita deste, quando com outras


bandeiras, pavilhões ou estandartes, em linha de mastros, escudos ou peças
semelhantes:

Exemplo 1: Centro de um dispositivo impar de bandeiras.


Exemplo 2: Centro de um dispositivo par de bandeiras.
• Destacada à frente de outras bandeiras, quando conduzida em desfiles e
formaturas

À direita de tribunas, púlpitos, mesas de reunião ou trabalho.

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O Decreto 70.274 e a Lei 5.700

O Decreto 70.274, nosso conhecido, na parte referente à Bandeira Naciona


incorporou em seu texto, integralmente, os artigos 10° a 23 da Lei 5.700,
estabelecendo a seguinte correspondência:

Correspondência entre artigos

Lei nº 5.700 Decreto nº 70.274

Art. 10º Art. 22

Art. 11 Art. 23

Art. 12 Art. 24

Art. 13 Art. 25

Art. 14 Art. 26

Art. 15 Art. 27

Art. 16 Art. 28

Art. 17 Art. 29

Art. 18 Art. 30

Art. 19 Art. 31

Art. 20 Art. 32

Art. 21 Art. 33

Art. 22 Art. 34

Art. 23 Art. 35

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Especificações técnicas

A feitura da Bandeira Nacional está sujeita a uma série de regras que exigem a
milimétrica obediência às proporções estabelecidas na lei, tanto no que se
refere às dimensões dos seus elementos gráficos quanto à sua posição.

Com relação às suas dimensões totais devem ser observadas as seguintes


especificações:

Tipos/panos dimensões

00 0,27 x 0,40 m

0 0,35 x 0,50 m

1 0,45 x 0,65 m

1,5 0,68 x 0,98 m

2 0,90 x 1,29 m

2,5 1,13 x 1,61 m Mais


utilizadas

3 1,35 x 1,93 m

4 1,80 x 2,58 m

5 2,25 x 3,21 m

6 2,70 x 3,86 m

7 3,15 x 4,50 m

8 3,60 x 5,15 m

10 4,50 x 6,43 m
Pronto, agora você já conhece um pouco da história da nossa Bandeira, o por
quê de alguns significados, as especificações técnicas que devem ser cumpridas
na sua feitura e utilização bem como normas de utilização

Vamos estudar os demais símbolos?

Unidade 3 - O Hino Nacional, as Armas Nacionais e o Selo


“Lidar com tais símbolos é uma das mais nobres funções do Cerimonial.
É preciso preservar-lhes a dignidade, mas promover a sua aproximação
com a sociedade em eventos e manifestações cívicas,
não temendo nunca fazê-lo de forma criativa e moderna.”
Jack Corrêa

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Apresentação

Na unidade anterior, você estudou sobre a Bandeira Nacional. Nesta unidade,


você irá conhecer as características dos demais Símbolos Nacionais do nosso
País.

Hino Nacional, as Armas Nacionais e o Selo Nacional constituem, também, a


manifestação da nacionalidade. Devendo ser apresentados sempre de maneira
digna e adequada, e como tal serem objeto do maior respeito.

Fleury (2002:155) ao explicar o que os Símbolos Nacionais significam afirma:

O Hino Nacional

Você com certeza deve ter perdido a conta do número de vezes que se
emocionou ao cantar ou ouvir o Hino Nacional sendo executado.
Saiba que os acordes que tanto emocionam a todos nós brasileiros, foram
compostos logo após a Independência do Brasil, mas levou mais de um século
para letra e música se encontrarem.

Quem explica o casi é MILTON LUZ (1999:131):

O que é confirmado pelo site oficial do governo brasileiro - www.brasil.gov.br:


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A execução do Hino Nacional poderá ser instrumnental (somente a primeira


parte) ou vocal (execução completa). O tipo de cerimônia é que determinará
qual das duas maneiras será adotada pelo cerimonial.

Nas cerimônias no Legislativo, a execução do Hino Nacional só terá início depois


que o Presidente da Casa Legislativa houver ocupado o lugar a ele reservado.

Conforme a Lei n° 5.700/71, à execução do Hino não cabe aplausos, mas esta
postura tem sido repensada devido ao caráter espontâneo da manifestação
popular.

Clique aqui, para ver a letra do Hino Nacional


Em cerimônias e eventos ao ar livre, sugere-se que o(s) hino(s) seja(m)
executado(s) por uma banda de música, de forma condigna. Em recintos
fechados, o(s) hino(s) deverão ser executados por instrumentos que não
deformem as suas características, ou será(ão) reproduzido(s) eletronicamente.
Sempre que possível, os hinos serão acompanhados por coro ou cantados pelas
pessoas presentes.

Nas cerimônias em que se tenha de executar hino nacional estrangeiro, este


precederá, em virtude do princípio de cortesia, o Hino Nacional Brasileiro. Os
hinos nacionais executados no local da cerimônia serão ouvidos ou cantados de
pé, em qualquer circunstância.

É importante que o responsável pelo cerimonial recomende um maior


comedimento dos fotógrafos e Pessoal de filmagem durante a execução do Hino
Nacional.

Nas cerimônias e eventos em que couber a execução de outros hinos, inclusive


o do município, estes serão executados após curto intervalo depois do Hino
Nacional, com o cerimonial adequado a cada caso específico.

Será sempre executado quando a Bandeira Nacional for hasteada.

Será iniciado logo após a autoridade máxima ocupar o seu lugar. Os presentes
ouvirão ou cantarão o Hino de pé, em atitude profunda de respeito.

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Outros hinos

Você deve lembrar de outros hinos que aprendeu na escola. Eles também são
símbolos importantes para o país, por representarem momentos fundamentais
da nossa história.

Armas Nacionais

De acordo com MILTON LUZ (1999:100) o nosso brasão pode ser descrito da
seguinte maneira, com base na atualização feita em 1964:
A única divergência desta descrição com a Lei nº 5.700 diz respeito a
quantidade de estrelas inscritas num círculo azul -celeste que passaram a ser
em número de vinte e duas.

O seu uso é obrigatório no Palácio da Presidência da República e na residência


do Presidente da República; nos Ministérios; nas Casas do Congresso Nacional;
no Supremo Tribunal Federal, nos Tribunais Superiores, e nos Tribunais
Federais de Recursos; nos edifícios-sede do Poder Executivo, Legislativo e
judiciário dos Estados, Territórios e Distrito Federal; nas Prefeituras e Câmaras
Municipais.
Também é obrigatório o seu uso na frontaria dos edifícios das repartições
públicas federais; nos quartéis das forças federais de terra, mar e ar e das
Polícias Militares e Corpo de Bombeiros Militares, nos seus armamentos, bem
como nas fortalezas e nos navios de guerra; na frontaria ou no salão principal
das escolas públicas; e nos papéis de expediente, nos convites e nas
publicações oficiais em esfera federal.

A data que aparece nas Armas é do dia da proclamação da República. O Hino


da Independência é o mais antigo deles e foi composto pelo próprio D. Pedro I.
O Hino da Bandeira, escrito pelo poeta Olavo Bilac, foi apresentado pela
primeira vez em 1996. Há ainda o Hino da Proclamação de República e a
Canção do Expedicionário, que era o hino cantado pelos pracinhas que lutaram
na 2ª Guerra Mundial na Europa.

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Movimentos de revisão e mudanças

Existe hoje uma corrente de opinião que reivindica a alteração do desenho das
Armas Nacionais, visto que consideram que os ramos de café e fumo não
condizem com a nossa realidade, já que o café deixou de representar a nossa
principal riqueza produtiva e de exportação e o fumo representa hoje um vício
prejudicial a saúde, além do que representavam a sociedade brasileira
preponderantemente rural, à época da criação deste símbolo.

O Selo Nacional

É baseado na esfera da Bandeira Nacional.

Expedidos pelos estabelecimentos de ensino oficiais ou reconhecidos.

A finalidade do Selo Nacional é a autenticação dos documentos oficiais. Seu uso


é obrigatório em qualquer ato do governo e em diplomas e certificados
escolares. Ele reproduz a esfera existente na Bandeira Nacional, com círculo em
seu entorno com os dizeres "República Federativa do Brasil".

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Os militares e os Símbolos Nacionais


No âmbito militar existe legislação específica que estabelece o “Regulamento de
Continências, Honras, Sinais de Respeito e Cerimonial Militar das Forças
Armadas”.

O Decreto nº 6.806, de 25 de março de 2009, delega competência ao Ministro


da Defesa para aprovar o referido regulamento, cujas prescrições, de acordo
com o texto da lei, “serão aplicáveis às situações diárias da vida castrense,
estando o militar de serviço ou não, em área militar ou em sociedade, nas
cerimônias e solenidades de natureza militar ou cívica”.

Em seu art. 3º o decreto determina que o referido regulamento observará


alguns preceitos, dentre eles o direito a continências na seguinte ordem:
Nesta unidade você teve a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o
Hino Nacional, as Armas Nacionais e o Selo Nacional. Conheceu a sua
importância, o seu significado e a forma legal de uso.

As especificações técnicas, como você deve ter percebido, são muito precisas e
detalhadas, por isso é importante estar sempre atento ao seu emprego e nunca
deixar de recorrer à lei para sanar qualquer dúvida.

Unidade 4 - O emprego correto dos símbolos


“Os símbolos nacionais são o retrato vivo do Brasil,
de nossa terra e de nossa gente”
Milton Luz

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O uso da Bandeira Nacional

A lei prevê várias formas de se apresentar a Bandeira Nacional. Você


certamente já orientou, viu ou presenciou algumas dessas maneiras. Que tal
fazer um esforço de recordação? Liste as maneiras permitidas de apresentação
da Bandeira Nacional.

Vamos ver se você não esqueceu de nenhuma!

A lei estabelece que a Bandeira Nacional pode ser apresentada:

“I – hasteada em mastro ou adriças, nos edifícios públicos ou particulares,


templos, campos de esporte, escritórios, salas de aula, auditórios,
embarcações, ruas e praças, em qualquer lugar em que lhe seja assegurado o
devido respeito;
II – desfraldada e sem mastro, conduzida por aeronaves ou balões, aplicada
sobre parede ou presa a um cabo horizontal ligando edifícios, árvores, postes
ou mastros;

III – reproduzida sobre paredes, tetos, vidraças, veículos e aeronaves;

IV – compondo, com outras bandeiras, panóplias, escudos ou peças


semelhantes;

V – conduzida em formaturas, desfiles, ou mesmo individualmente; e

VI – desfraldada sobre ataúdes, até a ocasião do sepultamento”.

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Se você indicou três ou mais situações corretas está de parabéns. Mas, não
desanime se acertou duas ou menos, pois você está fazendo este curso para
aprender, não é mesmo?

Como você já compreendeu existem normas e procedimentos de utilização da


Bandeira Nacional, dos quais destacam-se os seguintes:
• Admite-se que a Bandeira Nacional seja hasteada e arriada a qualquer
hora do dia ou da noite, desde que no período noturno esteja
devidamente iluminada.

• No Dia da Bandeira, 19 de novembro, o hasteamento é realizado às doze


horas com solenidades especiais.

• Quando várias bandeiras são hasteadas ou arriadas ao mesmo tempo, a


Bandeira Nacional é a primeira a atingir o topo, o que deve coincidir com
o término da execução do Hino Nacional, e é a última a descer.

• Quando em funeral, a Bandeira fica a meio-mastro. Nesse caso, no


hasteamento ou arriamento, deve ser levada primeiro até o topo, para
só então descer para o meio em sinal de luto.

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Hasteamento

Você sabe como a Bandeira Nacional pode ser apresentada. Mas, existem
alguns locais que a lei estabelece onde, obrigatoriamente, ela deve ser
hasteada diariamente:

“I – no Palácio da Presidência da República;

II – nos edifícios dos Ministérios;

III – nas Casas do Congresso Nacional;

IV – no Supremo Tribunal Federal, nos Tribunais Superiores e nos Tribunais


Federais de Recursos;

V – nos edifícios-sede dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário dos


Estados, Territórios e Distrito Federal;

VI – nas Prefeituras e Câmaras Municipais;

VII – nas repartições federais, estaduais e municipais situadas na faixa de


fronteira;

VIII – nas Missões diplomáticas, Delegações junto a Organismos Internacionais


e Repartições Consulares de carreira, respeitados os usos locais dos países em
que tiverem sede; e

IX – nas unidades da Marinha Mercante, de acordo com as Leis e Regulamentos


da navegação, polícia naval e as praxes internacionais.”
Numa cerimônia, caberá a autoridade máxima presente o hasteamento da
Bandeira Nacional. Se a cerimônia for do Legislativo o ato de hastear a
bandeira caberá ao Presidente da Casa Legislativa.

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Numa cerimônia, caberá a autoridade máxima presente o hasteamento da


Bandeira Nacional. Se a cerimônia for do Legislativo o ato de hastear a
bandeira caberá ao Presidente da Casa Legislativa.

Nos estabelecimentos de ensino, o hasteamento será solene, pelo menos uma


vez por semana, sendo, preferencialmente, às segundas-feiras, ao início do
turno matutino, e, às sextas-feiras, ao início do turno vespertino, de acordo
com o estabelecido na lei.

Uma dica valiosa: ao hastear, arriar ou apenas expor a Bandeira Nacional,


isoladamente ou em conjunto com outras bandeiras, certifique-se de que estão
limpas, em bom estado de conservação e que são todas do mesmo tamanho.

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Hasteamento nos estados e municípios

Nas sedes de Governo deverão estar hasteadas a Bandeira Nacional e a


Bandeira do Estado. A Bandeira do Estado só poderaá ser hasteada, içada em
mastro ou conduzida em desfile quando estiver hasteada ou conduzida a
Bandeira Nacional, e ficará atrás, à esquerda ou abaixo da Bandeira Nacional.

Nos municípios deverão estar hasteadas a Bandeira Nacional, a Bandeira do


Estado e a Bandeira do Município.

Precedência entre bandeiras

Você deve estar lembrado(a)da primazia direita estudada na lição sobre


precedência. O princípio é o mesmo. Conseidera-se direita de um dispositivo de
bandeiras a posição à direita de uma pessoa colocada junto ao mesmo e
voltada para a rua, para a platéia ou, de modo geral, para o público que
observa o dispositivo.

Neste tópico SPEERS (2004:314) faz as seguintes colocações:

Portanto, ao montar um dispositivo de bandeiras, verifique qual a precedência


entre elas. No Brasil, entre as Unidades da Federação, vale a ordem de criação
dos Estados e do Distrito Federal, como você já aprendeu. Quando a Bandeira
Nacional estiver disposta ao lado de bandeiras de outros países, entretanto, o
procedimento correto é o de seguir a ordem alfabética brasileira.

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Então nunca se esqueça, no Plenário ou na frente do Prédio da Casa Legislativa


a disposição correta das bandeiras é: a bandeira Nacional no centro, à direita a
bandeira do estado e à esquerda a bandeira o município.
A ordem de precedência entre bandeiras é a seguinte: nacional, de outros
países (por ordem de chegada ou alfabética), dos estados (por ordem de
criação), do município (se houver mais de um município: primeiro a do
município onde está ocorrendo o evento, depois dos municípios sede de capital
de estado, os demais por ordem de criação ou ordem alfabética), organismos
internacionais, órgãos públicos, confederações, federações e sindicatos, e
empresas privadas.

E nunca se esqueça: se as demais bandeiras são de outras entidades, elas


devem ser de tamanho igual ou menor do que a Bandeira Nacional, nunca
maior.

Sobre a colocação de bandeiras em faixas de acesso a edifícios SPEERS


(2004:315) dá a seguinte orientação:

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Utilização da bandeira por ocasião de luto

• Só se hasteia em luto a Bandeira Nacional nos casos expressamente


previstos na legislação federal, devendo nos demais casos ficar hasteada
no alto do mastro, mesmo quando a Bandeira do Estado ou Município
estiver em funeral.

• No caso de luto nacional todas as bandeiras devem ficar a meio-mastro


enquanto durar o luto.
• Hasteia-se a Bandeira do Estado em luto quando for decretado luto
estadual. E nesta situação a bandeira dos municípios também.

• As bandeiras das organizações devem seguir o luto nacional, estadual ou


municipal.

• Em caso de luto numa organização, somente a sua bandeira ficará a


meio-mastro.

Se a bandeira nacional estiver a meio-mastro ou meia-adriça, em sinal de luto,


no hasteamento ou arriamento, deve ser levada inicialmente até o topo. Em
marcha, o luto é assinalado por um laço de crepe negro atado junto á lança.

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Bandeira em má condição de uso

As bandeiras em mau estado de conservação devem ser entregues na Unidade


Militar mais próxima, para que sejam incineradas, no Dia da Bandeira, segundo
formalidades próprias.

Conclusão

Deu para você perceber a variedade de especificações e normas de uso da


Bandeira Nacional? Por isso a importância de se tomar muito cuidado com o seu
emprego, pois qualquer incorreção é considerada contravenção e passível de
pagamento de multa e processo penal.
E, nunca é demais lembrar que, como afirma CORRÊA (2000:89):

Muito bem! Você terminou o terceiro módulo do nosso curso. Agora, para
completar só está faltando apenas um módulo.

Vamos seguir em frente?

MÓDULO IV
Unidade 1 - Tipos de Eventos

“Sucesso em Cerimonial só se faz com profissionalismo absoluto.


Não há chance para deslumbramento e, muito menos,
tempo para badalação, como muitos pensam”
Jack Corrêa

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Tipos de eventos

No seu dia a dia, você que lida com cerimonial está sempre às voltas com
algum tipo de evento, que pode ser da natureza mais diversa.
Mas, você sabe como classificá-los?

Além dos eventos oficiais eles podem ser classificados em técnico-científicos, de


capacitação e treinamento, de interação e de comercialização.

• Eventos técnicos científicos

- Congresso – reunião periódica promovida por uma entidade


associativa, pode ser regional, nacional ou internacional;

- Seminário – um tema geral é abordado sobre vários aspectos por dois


ou mais expositores;

- Simpósio – especialistas de renome expõe experimentos e


conhecimentos sobre o mesmo tema;

- Conferência – apresentação formal de tema científico, geral ou técnico


por um especialista;

- Vídeo-conferência – sistema operacional que permite a realização de


encontros à distância com interação áudio-visual dos participantes;

- Fórum – debate de registro de todas as idéias e opiniões sobre um


assunto com a participação de um grande número de pessoas;

- Mesa – redonda – debate entre especialistas sobre um determinado


tema, geralmente polêmico;

- Painel – explanação sobre um tema, por até quatro participantes


coordenados por um moderador, com duração de até 1h30min; e

- Reunião.

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• Eventos de capacitação e treinamento

- Palestra – apresentação de um tema por um especialista;

- “Workshop” – oficina de trabalho com o objetivo de aliar a teoria com a


prática;e

- Cursos

• Eventos de interação

- Comemorações;
- Datas festivas; e

- Confraternizações

Muitíssimo cuidado!!! Os eventos de confraternização nas organizações podem


ser considerados uma bomba preste a explodir. Seus responsáveis podem se
considerar sentados em cima de um barril de pólvora, visto ser muito difícil
agradar a todos e boa parte das pessoas acharem serem estas
confraternizações de caráter forçado, ou seja, as pessoas se sentem obrigadas
a participar.

• De comercialização

- Feiras

- Exposições

- “Show room” – ambiente de demonstração de produtos.

O responsável pelo cerimonial poderá estar envolvido um dia com a realização


destes tipos de eventos. Mas, existe uma categoria de evento que o
envolvimento é quase diário. São os eventos oficiais.

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Eventos oficiais
Com certeza você provavelmente organizou, participou da realização ou esteve
presente em algum evento oficial no setor que você trabalha. Você poderia citar
três deles?

Ótimo!

Como você já deve ter percebido um evento oficial se caracteriza por ser uma
cerimônia pública, realizada no âmbito de uma instituição pública, de caráter
solene e oficial.

No âmbito do Poder Legislativo vários eventos são considerados oficiais, os


mais comuns são:

• Sessões Solenes
• Posse do titular do Executivo

• Posse dos membros da Casa Legislativa


• Inauguração de Sessão Legislativa
• Visitas oficiais e protocolares com ou sem Sessão Solene
• Entrega de condecoração ou medalha
• Entrega do título de Cidadão Honorário
• Sessões especiais
• Cerimônia do Dia da Bandeira
• Cerimônias fúnebres
• Inaugurações
• Exposições

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Recepções oficiais

Além das cerimônias oficiais citadas acima existe também uma outra categoria
de evento oficial: são as recepções oficiais.

É importante registrar que apesar do seu caráter festivo este tipo de recepção é
oficial, portanto é um evento público, com participação restrita. Tem uma razão
de ser, um objetivo a cumprir e horário de começar e de terminar.

LINS (1991:35) divide as recepções oficiais de acordo com o seu gênero:

> “vin d´honneur” ou recepção na hora do almoço;

> almoço com “buffet”;

> “vin d´honneur” ou “cocktail” antes do jantar ou durante a tarde; e

> recepção na hora do jantar com “buffet”


Usualmente estes gêneros de recepção são indicados para celebrações de
Festas ou Datas Nacionais, comemorar a passagem de uma personalidade pela
cidade, homenagear uma comitiva ou uma delegação vinda para uma reunião
ou congresso internacional.

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Há outros gêneros de recepções, que normalmente se caracterizam como


banquetes ou recepções de gala, e que são oferecidas em honra de Chefes de
Estado, altos membros do Governo e Chefes de Missão Diplomática:

> Almoço sentado com lugares marcados

> Jantar sentado com lugares marcados

> Baile ou recepção depois do jantar

Fonte: Corbis Images

Existe uma série de critérios que o responsável pelo cerimonial deve considerar
para decidir que tipo de recepção sugerir ao Presidente da Casa Legislativa
oferecer ao(s) homenageado(s):

> Caráter oficial do motivo e objetivo da recepção;

> Importância do acontecimento que motiva a recepção;


> Grau hierárquico e nível dos cargos e papéis sociais exercidos pelos
convidados;

> Grau ou nível funcional e social dos anfitriões e sua relação com o
acontecimento;

> Recursos financeiros de que dispõem os anfitriões;

> Espaço físico, instalações e serviços disponíveis e respeito aos usos


diplomáticos e costumes locais

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Horários recomendados

Muitas pessoas pensam ser indelicado a indicação do horário de início de uma


recepção e de seu término. Ledo engano. Tal medida facilita a vida de quem
organiza o evento, faz fluir melhor os convidados e é um indicador para os
atrasados e desavisados, além de ser prática comum no mundo diplomático.

Os intervalos mais comuns são:

Café da manhã 07 às 08 - 08 às 09 horas

Coffee Break 10 às 11 - 15 às 16 horas

"Brunch" 10 às 15 horas

Almoço 12 às 13:30 - 13 às 14:30 horas

Chá 17 às 19 horas

Coquetel 18 às 20 - 19 às 21 horas

Jantar 20:30 às 22:00 horas


Ceia 23 às 24 horas

Agora que você conhece os diversos tipos de eventos está apto a continuar se
aprofundando no tema. Vamos em frente!

Unidade 2 - A organização de eventos

A organização de eventos

“Planejar eventos com sucesso não é tarefa simples.


Tal planejamento envolve muitas providências de natureza diversa,
que devem ser tomadas em determinada ordem
e geralmente em curto espaço de tempo”
Maria Cecília Giacaglia

Objetivo específico

Ao final da unidade o aluno será capaz de:

• Conhecer as características de um evento;


• Entender a importância do planejamento para a organização de um
evento;
• Saber estruturar um projeto básico de evento;
• Implantar as diversas etapas exigidas para a organização de um evento.

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Planejamento de eventos

O Manual de Eventos da Secretaria de Relações Públicas do Senado Federal


(2007:11) ao introduzir o capítulo sobre organização de eventos destaca:

“Quanto maior for o empenho dos organizadores nesta etapa, maiores serão as
possibilidades de se atingir os objetivos e metas esperadas. Isto faz com que a
previsão detalhada das principais variáveis relacionadas ao evento, abordadas
no planejamento, seja um instrumento valioso para os organizadores e um guia
seguro para o desenvolvimento da atividade e sua posterior avaliação.”

O primeiro passo, então, para bem planejar um evento é a montagem de um


projeto.

Um projeto básico deverá definir: os objetivos, as justificativas, o público a


atingir, as estratégias, a alocação de recursos necessários, os cronogramas, as
logísticas, estimativas de custos, e a avaliação.

Com estes dados definidos as seguintes etapas de um evento passam a ser


processadas:

> Organização

> Produção de material informativo e promocional

> Divulgação

> Execução

> Avaliação final

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Organização

Nesta etapa são sistematizadas em detalhe as providências necessárias ao


sucesso do evento. Elas englobam todas as providências administrativas, como
definição de local e data, cadastramento de participantes, elaboração de
“mailing list”, serviços de som e de multimídia, fotografia, seleção de
recepcionistas, contratação de serviços de terceiros etc.

Cuidado com a marcação da data do evento. Verifique se não coincide com um


feriado, com uma data festiva ou com outro evento importante na cidade com a
presença dos mesmos convidados.

Na escolha do local do evento devem ser consideradas as necessidades do


evento, as características do público, o conforto dos participantes, a facilidade
de acesso, as facilidades de estacionamento e os espaços de apoio.
Uma fórmula básica que não deve ser esquecida é:

Espaços vazios => FRACASSO

Espaços muito cheios (superlotação) => DESCONFORTO

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Nesta etapa, existem outros quesitos a que se deve dar muita


atenção:

> Programação das atividades;

> Palestrantes, expositores e moderadores;

> Transporte de convidados e participantes;

> Recursos materiais;

> Infra-estrutura tecnológica: recursos audiovisuais, de sonorização,


de iluminação e tradução simultânea;

> Ambientação – decoração do local do evento, colocação de arranjos


de flores, bandeiras, painéis decorativos, estandartes, faixas
promocionais, fotos, “banners” e de outros elementos que comporão
o ambiente;

> Cerimonial – montagem de mesas, definição da precedência entre


as autoridades, roteiro da cerimônia para o Mestre de Cerimônias;
> Hospedagem e alimentação, quando for o caso, para as
autoridades visitantes e/ou palestrantes /expositores;

> Convites – confecção e envio; e

> Recepção de autoridades nacionais e estrangeiras e dos


convidados.

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Especial atenção deverá ser dada ao planejamento dos recursos humanos


necessários à realização do evento.

A pergunta a ser respondida é: os recursos humanos da organização são


suficientes? Em caso contrário, qual a disponibilidade de recursos financeiros
para a contratação de serviços?

Para que um evento seja realizado sem correrias e atropelos é importante que
seja montada uma estrutura mínima de pessoal com responsabilidades e com
prazos claros e bem definidos.

Uma estrutura ideal seria:

• Coordenador

• Equipe de coordenação

• Equipes de colaboração:

> Apoio administrativo


> Apoio operacional
> Apoio à recepção

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Produção de material informativo e promocional

É necessária para qualquer tipo de evento.


São todos os materiais que permitem divulgar o evento para atrair o público
que se quer atingir, como: folders, cartazes, circulares, boletins, brindes,
banners, material de apoio, e toda gama de impressos sobre o evento em si.

É bom lembrar a necessidade da criação de uma identidade visual única para o


evento, isto é, a marca que queremos fixar, que deverá estar presente em
todas as peças.

Divulgação

Qualquer evento, para que chegue até o público desejado, tem de ter uma
divulgação. Para tanto, tem de ser elaborado um plano de comunicação dirigida
e de comunicação para a mídia, dependendo da amplitude e dos objetivos do
evento.

Portanto é preciso estabelecer qual a melhor estratégia de comunicação,


definindo qual o conteúdo da mensagem e como “vendê-la” aos públicos
previstos. Definem-se também quais os meios a serem utilizados e de que
forma se fará a veiculação.

Prevê-se todo o tempo que levará o trabalho de relacionamento com a


imprensa e a distribuição do material informativo e promocional.

Para essas atividades se desenvolverem ordenadamente, é interessante


agrupá-las em cronograma apropriado, detalhando todas as providências
necessárias.

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Execução

Esta fase compreende o desenvolvimento do evento desde o seu início até o


seu término.
Se as providências necessárias foram devidamente realizadas de acordo com o
planejado nas etapas anteriores, a possibilidade de sucesso é muito provável.

Nesta etapa, o papel da coordenação do evento é fundamental no


acompanhamento das ações nos dias que antecedem ao evento, durante a sua
execução e por ocasião de seu encerramento, acompanhando e avaliando o que
está sendo implementado.

O Manual de Eventos da Secretaria de Relações Públicas do Senado Federal


(2007:27) destaca “que durante o evento podem acontecer situações que não
foram previstas no planejamento. Nesses casos, a equipe organizadora deve ter
controle sobre a situação e resolver questões inesperadas com bom senso e
rapidez.”

Avaliação final

Depois do encerramento do evento, se possível, deve ser realizada uma reunião


de avaliação com a equipe para analisar os acertos e os erros, de forma a
proceder a possíveis correções no futuro.

Esta análise deverá constar do Relatório Final, que conterá todas as


informações sobre o evento reunidas durante o seu planejamento e execução.
Deverão ser anexados os materiais promocionais e de divulgação, fotos, vídeos,
registros de imprensa, etc.

Conclusão

Concluímos, reafirmando que a importância da realização de um evento está


sobretudo no aproveitamento do instante, do ambiente ou da presença de
pessoas, pois dessa atitude resulta a impressão final.

O evento quando bem planejado e executado, criará fatalmente um conceito


positivo para a organização que o promove. Nunca se esqueça de que as
cerimônias e eventos ao final refletem a imagem da organização.
Unidade 3 - O "Check-list". Convites. Roteiro para locutor.

O “Check-list”, os Convites e o Roteiro para locutor

“Zelo com a aparência, jogo de cintura, e

fidelidade ao governo para o qual presta serviço.

Eis o receituário dos mestres de cerimônias

dos palácios e prefeituras”

Flávia Foreque

Objetivo específico

Ao final da unidade o aluno será capaz de:

• Conhecer um “check-list” e saber como estruturar um de acordo com o tipo


de evento;
• Reconhecer a importância do convite para a imagem da organização;
• Saber quais são as características principais de um convite;
• Montar uma lista de convidados para um evento;
• Conhecer as partes em que se divide o roteiro para locutor de uma
cerimônia.

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Introdução

Na unidade anterior você constatou que na realização de um evento ou


cerimônia não cabe improvisação. Como afirma GIACAGLIA (2008:1) arranjos
de última hora podem não só prejudicar o evento em si, como também
comprometer de forma irremediável a imagem da organização.

Por isso, na hora de implementar as ações constantes do planejamento feito


deve-se ter muito cuidado para não deixar escapar nenhum detalhe, do mais
simples ao mais importante.

Nesta unidade, você tomará conhecimento de alguns aspectos relacionados


com três tópicos importantes da organização de eventos: o “check-list”, os
convites e o roteiro para locutor.

O “Check-list”
Como você aprendeu a organização de um evento envolve diferentes e
numerosas atividades. O check-list é a grande ferramenta do organizador de
eventos.

CIACAGLIA (2008:251) define como:

“Relação das atividades e dos materiais relacionados à determinada ação ou


atividade de marketing que deverão ser verificadas com antecedência à sua
execução para que não sejam esquecidos”.

Grande parte do sucesso de um evento reside num check-list completo que


contemple todas as tarefas a serem executadas, discriminadas em planilhas
que detalhem:

> Cada passo

> Setor/pessoa responsável

> Prazo final para execução.

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A seguir é apresentado um exemplo de check-list para material gráfico e recursos


humanos:

Responsável Empresa Praz


Telefon Telefon
/ contratada/no o
e ramal e ramal
Setor/área me do contato Final

Material
Gráfico

Ficha de
inscrição
Folders

Programa

Pasta

Certificado

Cartaz

Credencial
Estacionamen
to

Crachá

Recursos
Humanos

Recepcionista
s

Receptivo de
autoridades

Tradutor

Assessoria de
imprensa

Fotógrafo

Cinegrafista

Operador de
som

Segurança

Apoio de copa

Apoio limpeza

Mestre de
cerimônia

Como você deve ter observado pelo exemplo, cada evento requer a realização
de um check-list próprio, que obedeça exigências específicas.
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Convites

Você já reparou a importância que os noivos dão ao convite da sua cerimônia


de casamento? E os pais com os convites para as festas de aniversário dos
filhos? Se forem os quinze anos da menina, nem se fala, não é mesmo?

O mesmo deve acontecer com os convites dos eventos, cerimônias e recepções


oficiais.

Sabe por que? Os convites revelam muito da importância que a instituição que
convida deseja dar ao evento que irá promover.

As normas de cerimonial preconizam que a boa qualidade dos impressos


utilizados em eventos são uma forma de identificar e qualificar quem os usa.
Assim, todo e qualquer convite encerra uma mensagem pela qualidade do
papel, do envelope e da impressão, além da correção do tratamento e do
endereçamento.

É interessante que a Casa Legislativa estabeleça se possível categorias


diferenciadas de convites, a serem utilizados de acordo com os diferentes tipos
de eventos realizados.

A título de exemplo, o Senado Federal possui padrão de convites e de material


impresso, destinado a diferenciar os diversos eventos e cerimônias que realiza,
em função de seu grau de importância.

Nunca se esqueça, o convite sempre encerra uma mensagem pela:

> Qualidade do papel;

> Qualidade do envelope;

> Qualidade da impressão;


> Correção do tratamento e do envelopamento.

Mas, quem convidar? Esta é uma pergunta que chega a dar dor de cabeça aos
organizadores de qualquer evento, ainda mais se for oficial. A elaboração da
lista de convidados é uma tarefa que requer cuidados especiais.

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A lista deve ser cuidadosamente elaborada para se evitar situações


desagradáveis.

Em primeiro lugar deve-se considerar a capacidade máxima do local do


evento/cerimônia que é o que determina de maneira geral o número de
convidados, para em seguida em função do objetivo do evento decidir os
convidados que farão parte da lista.

O responsável pela organização dos eventos numa Casa Legislativa tem que
cuidar para que o mailing esteja sempre atualizado de forma a evitar
transtornos. Num mailing bem montado e atualizado devem constar os
seguintes dados: nome completo, cargo, instituição, endereço completo com
CEP, telefone, fax, e-mail para confirmação, e nome da(o) secretária(o) e
telefone.

Em cerimônias de posse ou homenagem é correto solicitar ao empossado ou


homenageado a relação de pessoas que ele gostaria fossem convidadas.

Hoje, com a informatização cada vez mais presente em nossas vidas é comum
o envio de convites eletrônicos, usualmente encaminhados por e-mail. Bem
como a utilização de cartões magnéticos para acesso a determinados tipos de
eventos.

Preste atenção com relação ao prazo mínimo de envio do convite. Dependendo


do tipo do evento uma antecedência mínima de expedição é exigida:

> Reuniões informais – 3 dias

> Reuniões formais – uma semana

> Grandes eventos e recepções – quinze dias a três semanas


> Casamentos – de três semanas a um mês

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Roteiro para locutor

Em geral, os eventos requerem a elaboração de um roteiro para orientar a


apresentação do locutor. Entretanto, alguns cuidados específicos devem ser
observados na sua elaboração e leitura.

O texto deve ser claro e objetivo, e impresso em fontes como Arial ou Times
New Roman, em tamanho 14, para facilitar a leitura. E deve-se evitar, ao
máximo, textos longos. Lembre-se o destaque da cerimônia não é o locutor,
mas este deve ter postura, voz clara e domínio do microfone.

O roteiro, normalmente, divide-se em seis partes: título, acolhida, motivo ou


tema, discursos, informações finais e despedida.

TÍTULO

É o cabeçalho do roteiro. Contém o nome do evento, a instituição


organizadora/promotora, a data, o local e o horário.

ACOLHIDA

É a forma de saudação aos convidados e marca o início da cerimônia. Faz-se


referência aos presentes, iniciando-se pelas mulheres, seguido dos
cumprimentos usuais de bom dia, boa tarde ou boa noite.
MOTIVO OU TEMA

Texto breve que explica a razão do evento, compreendendo, no máximo, dois


parágrafos.

DISCURSOS, FALAS E PRONUNCIAMENTOS

São ordenados em ordem crescente, conforme a precedência das autoridades


que farão uso da palavra.

INFORMAÇÕES FINAIS

Informações complementares sobre possíveis desdobramentos do evento, tais


como apresentação de coral, lançamento de livro, convite para coquetel, etc.

DESPEDIDA

É o encerramento da cerimônia. O locutor agradece a presença dos convidados


e se despede com as formas usuais de bom dia, boa tarde ou boa noite.

Muito bem! Você chegou ao final desta unidade. Reparou que só falta
uma unidade para encerrar o curso? Então, vamos finalizar?

Unidade 4 - A Mesa

A Mesa

“O protocolo é o produto de uma reiterada prática

de bem viver, cujas regras somente podem ser repelidas

em virtude de preconceitos oriundos da inveja

e da vaidade, ou então, frutos do descaso pelos valores sociais”

Miguel Reale

Objetivo específico

Ao final da unidade o aluno será capaz de:

• Conhecer os tipos de cabeceiras de mesa: francesa e inglesa, e o que


determina a sua escolha;
• Saber como acomodar os convidados em diversos modelos de disposição de
mesas;
• Montar a composição da mesa de honra de acordo com as normas do
cerimonial.
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Apresentação

Em toda a história da civilização a mesa ocupa uma posição central, enquanto


mobiliário, e outra simbólica na medida em que eventos, comemorações e
rituais na maioria das vezes ocorrem no seu entorno.

Para o Legislativo, o termo tem um significado especial tendo em vista que o


colegiado que dirige as casas legislativas é denominado Mesa Diretora.

Fonte: Agência Brasil

ROMAGNOLI (1998:496) afirma com propriedade que “A mesa é, por


excelência, o lugar da sociabilidade assim como o espaço onde se encontram o
corpo e a alma, a matéria e o espírito, a exterioridade da etiqueta e a
interioridade da ética”.

Para comprovar o que o autor afirma você deve se lembrar que o imaginário
popular sempre associa a pompa e a circunstância do protocolo com as
refinadas recepções cujo símbolo máximo é a mesa de banquete.

Nesta unidade você aprenderá um pouco sobre as regras relacionadas com as


situações de cerimonial e eventos que tem uma mesa como ponto de partida.

As cabeceiras de mesa nas recepções


A distribuição dos convidados em uma mesa de almoço ou jantar passa
necessariamente pela definição da cabeceira. Como você aprendeu no primeiro
módulo, a partir dela é estabelecida a posição dos convidados pela ordem de
precedência.

São dois os tipos de cabeceira: a francesa e a inglesa.

LINS (1991:78) explica que a cabeceira francesa é:

“Colocada exatamente no meio dos lados mais extensos e cabe de um lado ao


anfitrião e de outro à anfitriã. Seguem-se por ordem de hierarquia, as duas
primeiras damas respectivamente à direita e à esquerda do anfitrião, e os dois
cavalheiros de mais alto nível hierárquico respectivamente à direita e à
esquerda da anfitriã”.

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Nas mesas retangulares e estreitas as extremidades ficam vazias, ou podem


ser ocupadas cada uma pelos homens de menor hierarquia. Nas mesas com as
extremidades mais largas ou em formato oval, em cada extremidade pode ficar
um casal, sempre os de menor precedência.

De acordo com LINS (1991:78) a cabeceira inglesa “É colocada nas


extremidades da mesa e a disposição dos convidados segue a mesma regra de
intercalação de cavalheiros e damas por ordem de hierarquia”.

A escolha do tipo de mesa e cabeceira é determinada em função:


> Do tipo de reunião

> Das características do local

> Da quantidade de convidados

> Do nível dos convidados

E fique atento para as seguintes regras:

> O número de participantes, incluindo os anfitriões, deve ser sempre um


múltiplo de quatro mais dois, de forma a permitir a alternância
cavalheiro\dama;

> Em mesas mistas as mulheres têm a mesma precedência de seus maridos;

> No caso de mulheres com cargo oficial, a precedência de seus maridos estará
determinada pela sua posição em relação aos demais homens;

> À mesa alternam-se homens e mulheres, ficando separados os membros de


um casal.

> Jamais se colocam mulheres nas pontas das mesas.

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Tipos de mesa em eventos

Como você aprendeu nas unidades anteriores os objetivos do evento, suas


características, o local de realização e o número de participantes esperados são
determinantes para a definição de algumas decisões a serem tomadas. Uma
delas é a forma como será montado o esquema de mesas.

Existem vários modelos de disposição dos convidados/participantes. De acordo


com CIACAGLIA (2008:146) os mais utilizados são:

Disposição em "U"

Facilita o convívio e participação dos convidados, sem prejudicar a


movimentação do palestrante e a colocação de equipamentos.
Disposição em Quadrado

Permite excelente interação e proximidade entre os participantes.

Disposição em "T"

Ótima para agregar os participantes, ao mesmo tempo em que cria uma


“cabeceira” para aqueles mais importantes e de maior precedência.

Disposição em Círculo

Todos os participantes têm uma excelente visão dos demais, é um


esquema que possibilita a quebra de barreiras hierárquicas e facilita a
integração.
Auditório

É o modelo mais empregado em eventos com grande número de


participantes, onde a interação não é um dos objetivos.

"Espinha de Peixe"

Agrupa grande número de convidados, além de possibilitar uma certa


interação entre eles.

"Grupos"

Utilizada quando se deseja trabalhar em grupos, num mesmo ambiente.


Facilita o acompanhamento do desenvolvimento dostrabalhos pelos organizadores.

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Composição de mesas
Os termos mesa diretora, mesa principal e mesa de honra têm definições
muito similares. Todas referem-se à mesa composta por um número par ou
ímpar de pessoas que irão conduzir a cerimônia.

Usa-se a denominação mesa de honra quando a mesa é formada basicamente


por autoridades.

A definição dos lugares na mesa do evento é uma tarefa delicada e que requer
muita atenção. O primeiro passo é ter bem definida a ordem de precedência a
que cada convidado tem direito.

Mas, não basta distribuir os convidados apenas considerando as normas gerais


de precedência. Outros indicativos de precedência devem obrigatoriamente ser
observados:

> Quem irá presidir a mesa?

> Quem será o anfitrião?

> Quem são os convidados de honra ou homenageados?

> Há algum representante?

Não se esqueça, também, do princípio da “Primazia da Direita” e da diferença


entre Presidência e Precedência, tópicos tratados no módulo II.

O centro da mesa será ocupado por quem irá presidir a cerimônia. Os demais
convidados serão dispostos nos assentos à direita e à esquerda do presidente,
a partir do centro, com base na ordem de precedência identificada.

Um aspecto interessante que não pode ser esquecido é que nem todas as
autoridades que compõem a mesa precisam fazer pronunciamentos. O ideal é
que no máximo 5 pessoas façam uso da palavra.

É muito importante que o roteiro final seja discutido com a autoridade que
preside a cerimônia, de forma a evitar mal entendidos e situações embaraçosas
no decorrer do evento.

A título de exemplificação segue o esquema de uma Mesa Diretora de uma casa


legislativa. O Presidente, ao conduzir as sessões, senta-se ao centro da mesa
diretora do Plenário. Os demais membros da Comissão diretora que forem
compor a mesa ficam dispostos nas cadeiras colocadas à direita e à esquerda
do Presidente da Casa.
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Ao longo do curso você percebeu que as situações de emprego das normas e


regras do cerimonial são as mais diversas possíveis. E que há toda uma base
legal que orienta o seu emprego.

Tenha sempre em mente que apesar de todas as convenções e leis existentes,


a lei máxima do cerimonial é o uso do bom senso. E o seu emprego é que
determina a solenidade e a devida dignidade às cerimônias.

Este curso apresentou de forma geral os aspectos mais importantes da sua


prática. Nunca deixe de aprofundar os seus conhecimentos a respeito da sua
atividade. Para ajudá-lo(a) foi disponibilizada uma lista contendo as referências
bibliográficas empregadas durante o curso e alguns títulos de referência da
área.

E para refletir vale a pena ter em mente a afirmativa de KALIL (2007:94);

“Vamos deixar que as novas regras se formem ditadas pelo afeto e pelo bom
senso. Essa é a etiqueta que interessa ( e que funciona), pois leva em conta o
bem –estar, as verdadeiras emoções e a multiplicidade de opções que a vida
moderna apresenta”

Sucesso em sua caminhada profissional, que você tenha um longo tapete


vermelho à sua frente.
Até uma próxima oportunidade!

Avaliação Final

Avaliação Final

Créditos

Créditos
Conteudista
Francisco Biondo

Revisão Geral

Ivone Gomes
Jenifer de Freitas

Desenho Instrucional

Interlegis

Núcleo Pedagógico

Ana Alba
Danuta Clara
Francisco Wenke
Ivone Gomes
Jenifer de Freitas
Márcia Perusso
Miguel Gil
Paula Rodrigues
Polliana Alves
Sabrine Ramos
Simone Dourado
Valéria Maia

Núcleo Administrativo

Adriano Borges
Gláucia Cristina
João Luiz
Luciano Beck
Luciano Marques
Raquel Sá

Núcleo de Divulgação

Fernanda Plentz
Leireana Silvano
Paula Meschesi
Priscilla Damasceno
Rosângela Rabello

Núcleo Estratégico

Andréa Cristina
Carlos Ecosteguy
José Vicente
Marcelo Larroyed

Núcleo de Tecnologia Educacional

Alessandra Brandão
Bruno Carvalho
Isabela Mendes
Renerson Ian Sales
Sônia Mendes
Vítor Marques

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