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Introdução

O melhor sinal de reconhecimento do homem para com Deus é constantemente agradecê-lo


pelas bênçãos recebidas. Como Paulo escreveu aos Tessalonicenses – “Em tudo daí graças, porque
esta é a vontade de Deus” (I Tessalonicenses 5.18). Deus manifestou a sua graça ao longo da história
da humanidade, e continua a manifestá-la até hoje. Isto se verifica nas bênçãos materiais e
espirituais, no cuidado e proteção, no conforto diante de uma enfermidade ou aflição, na direção da
vida, mas principalmente no resgate e salvação do pecado através de Jesus Cristo. Os salmos podem
auxiliar a expressar esta gratidão através de orações e hinos compostos por salmistas diante de
situações similares a que todo homem enfrenta.

Do grupo de salmos de Ações de Graça, alguns poucos podem ser entendidos como hinos de
gratidão coletivos. A maioria dos salmos deste grupo são hinos de gratidão de caráter individual.
Frequentemente um salmo de ação de graça é uma resposta de uma pessoa que foi abençoada por
Deus, ou ainda que percebeu a mão poderosa de Deus atuando na sua vida ou na comunidade. É o
oposto dos salmos que expressam orações em tempos de dificuldades ou lamentações do indivíduo.
O termo hebraico para oferta de gratidão é o mesmo para ação de graça. Frequentemente o
agraciado oferecia uma oferta de gratidão no templo ou mesmo apenas uma oração e hino de
gratidão. O hino de gratidão de caráter individual, tradicionalmente era cantado diante de um grupo
pequeno de amigos ou parentes reunidos pela pessoa que queria manifestar a sua gratidão a Deus.
Este tipo de hino não era utilizado em cerimônias públicas. Os salmos de ações de graça têm uma
estrutura típica, que com frequência é dividido em: a) introdução do propósito do salmo; b)
descrição do problema passado e a resposta; c) expressão de gratidão e em algumas ocasiões
acrescida de uma oferta de gratidão.

Salmos de Ações de Graça

Os salmos de Ação de Graça classificados como coletivos ou da comunidade são: salmo 67 –


Louvor pela soberania de Deus; salmo 75 – Gratidão pela justiça divina; salmo 107 – Graça pela
misericórdia de Deus; salmo 118 – gratidão pela misericórdia que dura para sempre; salmo 124 –
gratidão pela proteção divina. Aqueles salmos classificados como ações de graça individuais são:
salmo 18 – Quando Deus libertou Davi das mãos de Saul; salmo 30 – pela salvação da morte; salmo
32 – graças pelo perdão; salmo 34 – gratidão pela bondade de Deus; salmo 41 – pela intervenção de
Deus diante da calúnia dos inimigos; salmo 66 – pelas obras de Deus e que não rejeita a oração;
salmo 92 – graças pelas obras divinas; salmo 116 – por que Deus ouve a voz e as súplicas; salmo 138
– graças pela fidelidade de Deus.

Salmo de Gratidão pela resposta à oração

Este salmo tem provavelmente relação com evento de livramento de Judá dos assírios, conforme
relatado em II Reis 19. Neste trecho o rei Senaqueribe, que possuía um exército devastador, desafia
o Deus de Judá. O rei Ezequias ora a Deus– “Agora Senhor, nosso Deus, salva-nos das mãos dele,
para que todos os reinos da terra saibam que só tu, Senhor, és Deus” (II Reis 19. 14-19). Deus livrou
o povo, destruindo o exército de Senaqueribe.
O salmo 66 é composto de 3 partes principais com várias estrofes. A primeira parte dos versículos 1
a 7 é um hino de louvor. A segunda parte composta dos versículos 8 a 12 é um hino convidando ao
louvor coletivo. A terceira parte dos versículos 13 a 20 é um cântico de gratidão pessoal. A estrofe
de abertura (1-4) é seguida de 2 estrofes que se iniciam pelos versículos 5 e 8 – “Vinde e vede...” .

Independente da data e motivo de sua composição descrita anteriormente, a segunda estrofe


dos versículos 5 a 7, do trecho de louvor e adoração coletivo faz um convite a todas as nações a
adorar a Deus. O salmista sugere o que e como os povos deviam exclamar a Deus (Salmo 66.3).
Todos deveriam reconhecer as obras maravilhosas manifestadas junto ao povo de Israel, como por
exemplo, a manifestação do poder de Deus que fez o povo passar em terra seca (Salmo 66.6) através
do Mar Vermelho (Êxodo 14) o do Rio Jordão (Josué 3). Embora o salmo tenha sido escrito muito
tempo depois destes fatos, a lembrança é viva para mostrar o cuidado e operação de Deus sobre as
nações que o temem. Na terceira estrofe, os versículos 8 a 12, convidam os povos a agradecer a
Deus pela preservação de Israel. Está subentendido nesta afirmação de que com a preservação de
Israel e através dele todas as nações serão abençoadas (Gênesis 12.1-3, Isaías 61.9, 66.18-21).
Muitas lembranças da história do povo estavam na mente do salmista quando escreveu este texto
(Isaías 43.2, 51.23).

O hino na sequência do texto traz a gratidão e louvor pessoal por uma graça recebida, que como
consequência o salmista cumpre os votos feitos (Salmo 66.13-15). Este salmista deveria ser uma
pessoa de posses em decorrência da quantidade de ofertas oferecidas. A segunda estrofe desta
parte do salmo (Salmo 66. 16-19) é um testemunho pessoal que o salmista quer contar para todos
“Vinde, e ouvi ...” (Salmo 66.16). Ao mesmo tempo há um reconhecimento que Deus não atende
aquele que assim age de modo hipócrita (Salmo 66.18). Este trecho faz lembrar a parábola contada
por Jesus referente ao fariseu e o publicano (Lucas 18.9-14).

A conclusão do salmista é um hino de louvor e gratidão de reconhecimento que Deus opera na


vida dos que o temem e reconhecem como seu Senhor (Salmo 66.20). O amor de Deus é leal como
prometido aos antepassados (Salmo 6.4, Deuteronômio 7. 9,12) e até hoje. A falta de fidelidade é da
parte do homem, porém Deus nunca abandona ou rejeita a oração sincera e com amor.

Salmos (do grego Ψαλμός, Música, pois a palavra que intitula muitos salmos no texto hebraico é
Mizmor ‫מזמור‬, Músical) ou Tehilim (do hebraico ‫תהילים‬, Louvores) é um livro do Tanakh (fazendo parte
dos escritos ou Ketuvim) e da Bíblia Cristã, vem depois do Livro de Jó, pois este encerra a sequência (AO
1943: seqüência) de livros históricos, e antes do Livro dos Provérbios, iniciando os livros proféticos e
poéticos em ordem cronológica,[1][2] sendo o primeiro livro a falar claramente do Messias (ou Cristo) e seu reinado, e do
Juízo Final. É o maior livro de toda Bíblia [3] e constitui-se de 150 (ou 151 segundo a Igreja Ortodoxa) cânticos e
poemas proféticos, que são o coração do Antigo Testamento, é a grande síntese que reúne todos os
temas e estilos dessa parte da Bíblia,[4] utilizados pelo antigo Israel como hinário no Templo de Jerusalém, e hoje são
utilizados como orações ou louvores, no Judaísmo, no Cristianismo e também no Islamismo (o Corão no
cap. 17, verso 82, refere os salmos como "um bálsamo"). Tal fato, comum aos três monoteísmos semitas,
não tem paralelo, dado que judeus, cristãos e muçulmanos acreditam nos Salmos que foram escritos em
hebraico, depois traduzidos para o grego e latim.

Autor: As breves descrições que introduzem os salmos listam Davi como autor em
73 casos. A personalidade e identidade de Davi estão claramente estampadas em
muitos desses salmos. Embora seja claro que Davi escreveu muitos dos salmos
individuais, ele definitivamente não é o autor de toda a coleção. Dois dos salmos
(72 e 127) são atribuídos a Salomão, o filho e sucessor de Davi. Salmo 90 é uma
oração atribuída a Moisés. Outro grupo de 12 salmos (50 e 73-83) é atribuído à
família de Asafe. Os filhos de Coré escreveram 11 salmos (42, 44-49, 84-85,87-88).
Salmo 88 é atribuído a Hemã, enquanto que Salmo 89 é atribuído a Etã, o ezraíta.
Com a exceção de Salomão e Moisés, todos esses autores adicionais foram
sacerdotes ou levitas responsáveis pelo fornecimento de música para a adoração
no santuário durante o reinado de Davi. Cinquenta dos salmos não mencionam
qualquer pessoa específica como seu autor.

Quando foi escrito: Um exame cuidadoso da questão da autoria, bem como dos
assuntos abrangidos pelos salmos em si, revela que cobrem um período de muitos
séculos. O salmo mais antigo da coleção é provavelmente a oração de Moisés (90),
uma reflexão sobre a fragilidade do homem em comparação com a eternidade de
Deus. O mais recente é provavelmente o salmo 137, uma canção de lamento
claramente escrita durante os dias em que os hebreus estavam sendo mantidos em
cativeiro pelos babilônios, cerca de 586-538 AC.

É claro que os 150 salmos individuais foram escritos por diferentes pessoas durante
um período de mil anos na história de Israel. Eles provavelmente foram compilados
e agrupados em sua forma atual por algum editor desconhecido logo após o
término do cativeiro em cerca de 537 AC.

Propósito: O Livro dos Salmos é o mais longo livro da Bíblia, com 150 salmos
individuais. É também um dos mais diversos, já que os salmos lidam com temas
como Deus e Sua criação, guerra, adoração, sabedoria, o pecado e o mal,
julgamento, justiça e a vinda do Messias.

Versículos-chave: Salmo 19:1: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o


firmamento anuncia as obras das suas mãos.”

Salmo 22:16-19: “Cães me cercam; uma súcia de malfeitores me rodeia;


traspassaram-me as mãos e os pés. Posso contar todos os meus ossos; eles me
estão olhando e encarando em mim. Repartem entre si as minhas vestes e sobre a
minha túnica deitam sortes. Tu, porém, SENHOR, não te afastes de mim; força
minha, apressa-te em socorrer-me.”

Salmo 23:1: “O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará.”

Salmo 29:1-2: “Tributai ao SENHOR, filhos de Deus, tributai ao SENHOR glória e


força. Tributai ao SENHOR a glória devida ao seu nome, adorai o SENHOR na beleza
da santidade.”

Salmo 51:10: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um
espírito inabalável.”
Salmo 119:1-2: “Bem-aventurados os irrepreensíveis no seu caminho, que andam
na lei do SENHOR. Bem-aventurados os que guardam as suas prescrições e o
buscam de todo o coração.”

Resumo: O Livro dos Salmos é uma coleção de orações, poemas e hinos que
transformam os pensamentos sobre Deus, por parte do adorador, em louvor e
adoração. Partes deste livro foram usadas como um hinário nos cultos de adoração
do antigo Israel. A herança musical dos salmos é demonstrada pelo seu título. Ele
vem de uma palavra grega que significa “uma música cantada com
acompanhamento de um instrumento musical”.

Prenúncios: A provisão de Deus de um Salvador para o Seu povo é um tema


recorrente nos Salmos. Fotos proféticas do Messias são vistas em numerosos
salmos. Salmo 2:1-12 retrata o triunfo do Messias e do reino. Salmo 16:8-11
prenuncia Sua morte e ressurreição. Salmo 22 nos mostra o sofrimento do Salvador
na cruz e apresenta profecias detalhadas da crucificação, todas as quais foram
cumpridas com perfeição. As glórias do Messias e Sua noiva estão em exposição no
Salmo 45:6-7, enquanto que Salmos 72:6-17, 89:3-37, 110:1-7 e 132:12-18
apresentam a glória e a universalidade do Seu reinado.

Aplicação Prática: Cantar é um dos resultados de ser cheio do Espírito Santo ou da


palavra de Cristo. Os salmos são o “livro de música” da igreja primitiva que
refletia a nova verdade em Cristo.

Deus é o mesmo Senhor em todos os salmos. No entanto, respondemos a Ele de


formas diferentes, de acordo com as circunstâncias específicas de nossas vidas.
Que Deus maravilhoso nós adoramos, o salmista declara, um Deus que vai muito
além das nossas experiências humanas, mas também Alguém quem está perto o
suficiente para ser tocado e que caminha ao nosso lado ao longo do caminho da
vida.

Nós podemos trazer todos os nossos sentimentos a Deus - não importa se é uma
queixa ou apenas pensamentos negativos. Podemos ter certeza de que Ele vai ouvir
e entender. O salmista nos ensina que a oração mais profunda de todas é um
clamor de socorro quando nos encontramos oprimidos pelos problemas da vida.

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