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Aluna: Larissa Barp Nunes

Disciplina: Teoria Política


Professor: Rogério Portanova
Direito Noturno 2013.2

Bibliografia:
BOBBIO, Norberto. A teoria das formas de governo. Brasília. UnB. 1984.
CAPÍTULO IX

O mundo histórico de Giambatista Vico era Roma. O que atraiu Vico foi a investigação
a respeito dos “tempos obscuros”. A tese bastante conhecida de Vico é a de que o
estado primitivo do homem foi um “estágio bestial”.

As principais categorias com as quais Vico procura abranger o movimento histórico


são as três formas clássicas. Um dos pontos fundamentais da concepção histórica de
Vico é o de que, logo que a humanidade deixou a fase pré-estatal – correspondente ao
“estado de natureza” dos jusnaturalistas.

A primeira forma de Estado a surgir foi a república aristocrática, seguida pela


república popular, que veio a dar na monarquia. O Governo aristocrático se baseia na
conservação, sob a tutela da ordem dos patrícios que o constituiu, sendo máxima
essencial da sua política a de que só a patrícios sejam atribuídos os auspícios, os
poderes, a nobreza, os conúbios, as magistraturas, comandos e sacerdócios.

Constituem condições do governo popular a paridade dos sufrágios, a livre expressão


das sentenças e o acesso igual para todos às honrarias, sem excluir as supremas. O
caráter do reino, ou a monarquia, é o domínio por um só, a quem cabe o arbítrio
soberano e inteiramente livre sobre todas as coisas.

A característica principal do “estado bestial”, em que os homens decaídos se


conduzem como animais, é a ausência de quaisquer relações sociais, a completa
inexistência de qualquer forma de vida comum, até mesmo familiar.
O estado bestial é totalmente associal - nele, até mesmo a família, essa primeira
forma de vida em comum, não chega a se constituir. Nesse estado, o homem só vive
isolado. Vico distingue três tipos de autoridade: a monástica, a econômica e a civil.
Devido a autoridade monástica o homem se torna soberano na solidão; quando
assaltado precisa se proteger, matando o assaltante exercendo um direito de
superioridade ou de soberania.

Entre as etapas do bestial para as republicas houve a fase das famílias em que se
formam as primeiras formas de vida associativa.
Para Vico, depois da autoridade monástica vem a autoridade econômica, pela qual os
pais são os soberanos em suas famílias, e as famílias constituem o primeiro esboço
de sociedade civil.

A forma mais complexa chama-se autoridade civil. A república aristocrática é portanto,


a primeira forma histórica de autoridade civil. A passagem da aristocracia para a
republica popular explica-se pela revolta dos que estão sujeitos contra os que detêm o
poder para sua vantagem exclusiva – a luta dos oprimidos pelos seus direitos. Já o fim
do governo popular e a instauração do regime monárquico se dá pela morte natural de
todas as democracias, pela degeneração da liberdade em licenciosidade e do
antagonismo criativo na contenda destrutiva das facções, com a guerra civil. A
monarquia vem justamente para defender o povo contra si mesmo.
A divisão de Vico é progressista e também cíclica (como já se viu em Políbio) - no fim
da monarquia volta-se a fase bestial.

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