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PCC de Física Moderna

Prof.: Dr. Carlos Santana


Nome: Maria de Lourdes Melo Linhares
Síntese do trabalho de Plínio Giorgio Arruda da Silva

FÍSICA MODERNA PARA O ENSINO MÉDIO:


RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA (parte 2)
3 Metodologia da pesquisa
3.1 Introdução
O trabalho foi realizado no colégio 3º milênio em Limoneiro-PE com 30 alunos,
onde 20 eram da turma o 3º ano do ensino médio da própria escola e outros 10
eram de uma turma de pré-vestibular que concluíram seu ensino médio em
outras escolas. Dentre os alunos do pré-vestibular, 4 deles concluíram o ensino
médio em escola pública e outros 6 em escolas particulares. Os 4 provenientes
da escola pública relataram que nunca tiveram contato com o tema da pesquisa
e os 6 alunos da escola particular reataram que tiveram apenas uma breve
abordagem sobre relatividade restrita, sem nenhuma profundidade nas teorias e
nas equações que as descreve. A pesquisa ocorreu num total de dez encontros,
todas as quartas-feiras no horário da tarde, cada um com três horas-aula de
duração (120 minutos). Realizamos no total três pré-testes (apêndice), onde dois
são referentes a Relatividade Restrita e um para a Mecânica Quântica com o
intuito de avaliar os conhecimentos prévios dos alunos. Os encontros foram
divididos da seguinte forma:
1. Quatro encontros para a Relatividade Restrita ou Especial com duração
máxima de 120 minutos;
2. Quatro encontros para a Mecânica Quântica com duração máxima de 120
minutos;
3. Aplicação do 1º pós-teste: construção de mapas conceituais em duplas com o
objetivo de promover a socialização do conhecimento que cada um possui, e
cada dupla deverá dissertar de forma explicativa e simples o seu mapa
conceitual bem como as ligações entre os conceitos por eles atribuído. Vale
lembrar que as dissertações dos mapas foram feitas apenas com o a Mecânica
Quântica. Realizado num total de 80 minutos;
4. Aplicação do 2º pós-teste: resolução de questões de vestibulares juntamente
com as perguntas do pré-teste, realizado num intervalo de tempo de 120
minutos.
Foi realizado com os alunos um pré e pós teste, com a finalidade de perceber a
diferença de aprendizagem dos alunos. Foi utilizado, para melhor compreensão
dos alunos, vídeos curtos do youtube com a finalidade de facilitar a abordagem
dos temas. Foi utilizado também exposição em power point de imagens tanto
dos experimentos quanto dos cientistas envolvidos, este com o objetivo de que
os alunos tenham uma clara imagem sobre os experimentos que ajudaram a
consolidar a física moderna.
No primeiro encontro foi entregue aos alunos uma lista de exercícios, as listas
de exercícios eram compostas de problemas de vestibulares objetivas. O
objetivo de nossa pesquisa é auxiliar outros professores para que eles possam
ministrar suas aulas de Física Moderna na visão epistemológica de Thomas
Kuhn e na metodologia da aprendizagem significativa de David Ausubel.

3.2 Desenvolvimento da pesquisa

3.2.1 Primeiro encontro

No primeiro encontro foi realizado um pré-teste para sondar os conhecimentos


prévios dos alunos, conhecimento da mecânica clássica necessários para vir a
entender os assuntos que seriam abordados. Após o pré-teste iniciou-se a aula
com uma abordagem histórica e epistemológica fundamentada na ideia de
Thomas Kuhn, acerca da evolução da ciência, onde foi apresentado para os
alunos que a ciência está em constante evolução, e que neste momento apoia-
se no paradigma vigente.
Posteriormente foi feito um breve comentário sobre simultaneidade, espaço e
tempo pois na visão de Newton e Galileu todos são tidos como absolutos sem
depender de algum referencial e tudo isso foi quebrado pela teoria de Einstein.
Dessa forma, deixou-se claro para o aluno a quebra do paradigma do
absolutismo de Newton e Galileu, e o nascimento de um novo paradigma, que
foi a concepção de Einstein., onde surge uma grande revolução cientifica
caracterizada pela ruptura entre a mecânica clássica e a mecânica relativística.
No terceiro momento foi apresentado aos alunos um vídeo sobre o tema “da
relatividade ao big bang”, nesse vídeo tem-se uma visão geral sobre a biografia
de Einstein e sua teoria.
No quarto momento foi iniciada uma aula explanatória onde foi mostrada
diferença entre a teoria clássica e a física moderna de Eisntein. Após isso
descrevemos os postulados de Einstein sobre a relatividade restrita e relatamos
sobre o experimento de Michelson-Morley, cuja relevância foi a comprovação da
não existência do éter. Foi realizado um exercício de exemplo com os alunos,
comparando uma pessoa que está num vagão a uma certa velocidade,
comparada a uma pessoa que está em repouso, e depois colocou-se a situação
do vagão se movendo próximo a velocidade da luz. Desta forma, as equações
de Galileu não poderiam ser mais utilizadas dentro dos domínios da mecânica
relativística, passando assim por correções com a introdução do fator de Lorentz
e assim tornando-as válidas para a relatividade restrita.
No quinto momento foi feita uma discussão com os alunos, e eles fizeram
algumas perguntas, que são:
1. O que acontece se um dia alguém descobrir que existe alguma coisa que viaje
mais
rápido que a luz?
2. É possível que um dia nós possamos viajar na velocidade da luz?
3. Einstein comprovou sua teoria com qual experimento?
4. A relatividade restrita explica o fato da curvatura no universo? Como se forma
um buraco negro?
5. Como foi a aceitação de sua teoria pelos outros cientistas?
6. Professor, o senhor acredita nesta teoria?

As perguntas foram respondidas em sala de aula e geraram uma discussão


construtiva sobre o assunto.
A primeira pergunta foi respondida através da ideia de Thomas Kuhn, onde uma
o surgimento de alguma partícula que se move com velocidade superior a d luz
eraria uma revolução científica e seria necessária uma nova teoria que
governasse esse universo desses corpos.
E ao longo da aula as perguntas foram respondidas pelo professor. Cabe
destacar que a última pergunta mostrou que os alunos não estavam aceitando e
nem acreditando muito na teoria, e isso fez com que o professor buscasse mais
exemplos e formas de mostrar para os alunos para os convencer.

3.2.2 Segundo encontro


Em primeiro momento foi feita uma revisão geral das aula anterior e depois foram
aplicadas as equações relativísticas para que os alunos pudessem compreender
o significado físico das mesmas em casos como o da dilatação do tempo e a
contração do espaço.
Para reforçar uma das questões levantadas no primeiro encontro, expomos
alguns exemplos sobre a dependência do tempo do referencial. Einstein propõe
um modelo mental que ficou conhecido como Paradoxo dos Gêmeos, onde o
mesmo relata que numa possível viajem espacial um dos gêmeos será posto no
interior desta espaçonave e o seu irmão ficará na Terra. Como o tempo passa
de forma dependente do referencial, logo o irmão que estava na espaçonave ao
retornar para a Terra parecerá mais jovem, pois o tempo para ele passou mais
devagar em relação ao seu irmão que ficou na Terra.
Na aula também foi falado sobre os méson 𝜇. Foi passado para os alunos alguns
exercícios envolvendo o assunto abordado, e sempre enfatizando a importância
do referencial.
Ou seja, primeiro foi falado da dilatação do tempo e foi passado alguns
exemplos, e logo depois foi falado da dilatação do espaço, utilizando uma barra
de ferro que está no mesmo vagão onde foi feito o primeiro exemplo. Foi
mostrado para os alunos as equações de dilatação do tempo e do espaço.

3.2.3 Terceiro encontro

O terceiro encontro foi iniciado tirando duvidas dos alunos sobre alguns
exercícios que eles tiveram dúvida na matematização. Após a resolução destes
exercícios, a aula foi iniciada no quadro com uma explanação oral. Na ocasião
foi percebido que a maioria dos alunos já raciocinava de forma associativa com
a teoria da relatividade restrita, ou seja, eles já perceberam que quando era
relatado algum fato que remonte a teoria clássica, eles atrelavam as possíveis
correções das equações para se adequarem com a relatividade restrita.
Após isso, foi dado um exemplo clássico de medida de velocidade através de
um referencial, e mostrada a equação, s alunos perceberam que, se o corpo se
mover a uma velocidade muita pequena comparada a da luz, então a equação
da relatividade pode ser transformada na equação clássica. Então foi
demonstrado matematicamente para os alunos que isso acontece. Foi
comprovado matematicamente também que a velocidade da luz é a mesma para
qualquer referencial inercial e a aula foi finalizada com a resolução de exercícios
que serviram de embasamento teórico e matemático para que os alunos possam
responder as questões do pós-teste.

3.2.4 Quarto encontro


A aula foi iniciada com outro pré-teste que serviria para avaliar o conhecimento
prévio dos alunos acerca do que eles precisam saber para o professor entrar no
assunto de dinâmica relativística.
Foi mostrado para os alunos os conceitos de massa, energia e momento linear
relativísticos. Foi exposto para os alunos um exemplo para que eles pudessem
entender o conceito de massa relativística e logo depois da explicação teórica
foi apresentado para os alunos a equação da massa relativística. Nesse
momento foi apresentado para os alunos um experimento de Alfred Bucherer
que comprovou a dilatação da massa.
Após isso, da teoria clássica sabia-se que p=mv, e dessa forma, os alunos logo
perceberam que para um corpo que se move próximo a velocidade da luz, a
equação mudaria para p=𝛾mv . também foi inserido o conceito de energia
cinética onde cegou-se a famosa equação E=mc². Foi explicitado para os alunos
que mesmo um corpo estando em repouso ele possui energia. Foi tomado como
exemplo para este princípio os processos de desintegração nuclear, como o que
acontece numa bomba atômica. Para finalizar esse encontro, foi apresentado
para os alunos a relação entre energia e momento linear 𝐸² = 𝑝2 · 𝑐² + 𝑚0 · 𝑐². E
foi mostrado que, para os fótons, que não possuem massa, a expressão fica
E=pc. Encontro foi finalizado com resolução de questões do vestibular.
3.2.5 Quinto encontro
No quinto encontro foi realizado o pós teste e ele foi dividido da seguinte forma:
1.Construção de Mapas Conceituais acerca da relatividade restrita. (30 min)
2.Resolução de quinze perguntas, entre as quais haviam perguntas do pré teste,
com a finalidade de averiguar avanços na aprendizagem. (90 min).
A análise do resultado do pós-teste em comparação com o resultado do pré-teste
foi quantitativa.

3.2.6 Sexto encontro

O sexto encontro foi iniciado com uma apresentação oral acerca dos temas
reativos a mecânica quântica e em seguida foi entregado outro pré-teste para
averiguar os conhecimentos prévios dos alunos, necessários para compreensão
do assunto da aula. Após o pré-teste a aula foi iniciada com um vídeo do youtube
para ajudar os alunos a terem uma compreensão melhor do assunto. (A teoria
quântica - A saga do prêmio nobel)
A aula foi iniciada tratando do conceito de corpo negro (emissão de luz de um
corpo quando este é aquecido). Foi falado também sobre a lei de Stefan-
Boltzman. Na sequência foi exposto uma importante lei que reúne o
comprimento de onda máximo de emissão da luz de um corpo com sua
temperatura absoluta. Esta lei ficou conhecida como Lei do deslocamento de
Wien. Antes de chegar na teoria quântica, foi exposta mais uma teoria que ainda
se apoiava no eletromagnetismo clássico e na termodinâmica que culminou em
uma outra expressão da energia conhecida como a Lei de Rayleigh-Jeans. Na
equação de Rayleigh-Jeans, o termo 𝜌𝑇 representa a quantidade de energia
irradiada em uma dada frequência 𝑓 quando um corpo está numa temperatura
T. Após isso, foi dado o primeiro passo para a mecânica quântica. Nesta
proposta, Max Planck concebe a ideia de que a emissão não é de forma
contínua, como defendia a teoria clássica, mas sim de forma discreta, onde ele
chamou de quantum = pacotes de energia. Após a concepção imposta acima, foi
apresentado a turma as primeiras hipóteses acerca da teoria quântica, proposta
por Planck. Um oscilador não pode emitir qualquer energia, mas sim aquela que
satisfaça a equação 𝐸 = 𝑛ℎ𝑓.
Foi dado alguns exemplos do cotidiano para que os alunos pudessem
compreender melhor algumas definições.
Finalizando essa parte os alunos fizeram algumas perguntas relativamente
simples.
1. Como Planck sabia que esta forma de emissão era a correta?
2. Como foi que Planck calculou o valor da constante h?
Essas perguntas foram respondidas em sala.
3.2.7 Sétimo encontro

O sétimo encontro foi iniciado com a resolução dos exercícios que foram assados
para casa. Após isso, foi tratado com os alunos a explicação do efeito fotoelétrico
realizado por Einstein. Nessa aula foi detalhado o contexto histórico e os
experimentos que ajudaram a dedução do efeito fotoelétrico. Comentou-se que
o efeito fotoelétrico comprova o caráter corpuscular da luz, que já havia sido
comprovado por Thomas Young onde a luz era uma onda através do
experimento da dupla fenda.
Foi utilizado nessa aula um vídeo do youtube mostrando um experimento virtual
do efeito fotoelétrico. Nessa aula os alunos perceberam algumas condições para
ocorrência do efeito fotoelétrico:
1.Haver uma frequência mínima para que o efeito fotoelétrico pudesse ocorrer.
2.A dependência do tipo de metal utilizado.
Foi utilizado com os alunos uma simulação virtual, retirada do site phet, onde os
alunos poderiam interagir com o experimento, mudando o tipo de material, a
frequência da luz incidida, etc.
Os alunos perceberam também que na simulação, os elétrons arrancados teriam
velocidades diferentes, e foi explicado para eles a questão de os elétrons mais
próximos terem energia cinética maior. Durante a simulação, foi comentado e
exposto no
quadro a equação da energia proposta por Planck 𝐸 = 𝑛ℎ𝑓 e frisou-se que é
muito comum a utilização da unidade elétron-volt em alguns problemas, no qual
corresponda a energia que um elétron possui quando acelerado através de uma
diferença de potencial (ddp) e vale 1, 6 · 10−19𝐽.
No final da aula foi realizado um debate em sala de aula frisando a importância
do efeito fotoelétrico nas tecnologias que nos circundam.

3.2.8 Oitavo encontro

A aula foi iniciada fazendo uma retrospectiva dos modelos atômicos e sua
evolução e chegando no modelo de Bohr. O trabalho de Bohr foi capaz de
explicar porque átomos quando excitados emitem luz somente com certas
frequências e para alguns casos foi capaz de prever os valores destas
frequências. Foi falado também sobre o importante papel de Balmer para as
descobertas de Bohr. Foi mostrado para os alunos a equação matemática de
Balmer. Após isso foi explanado para os alunos os postulados de Bohr.
Com o término da demonstração das fórmulas matemáticas, os alunos fizeram
alguns questionamentos que dentre eles destacamos:
1. Professor, a expressão matemática dos níveis de energia vale para qualquer
átomo?
2. Professor, podemos calcular a energia das órbitas de todos os elementos da
tabela periódica?
O professor respondeu essas perguntas na aula.

3.2.9 Nono encontro

A aula iniciou-se com uma breve revisão sobre átomo de Bohr, da aula passada.
Através dos exemplos passados para casa percebeu-se eu os alunos estavam
om dificuldade nas unidades de medida, que o professor havia notado essa
dificuldade desde o sétimo encontro. O nono encontro foi programado para o
fechamento da programação acerca da Mecânica Quântica, onde foram
abordados as Ondas de Matéria de De Broglie e o Princípio da incerteza de
Heisenberg. A aula foi iniciada então com um vídeo, que falava sobre o
comportamento onda partícula da matéria. Foi falado também sobre o
experimento de Young de fenda dupla que demonstrou o caráter ondulatório da
luz. No efeito fotoelétrico a luz assume o caráter de partícula e no experimento
de Young o caráter de onda. Desta forma ficou claro para os alunos que as
partículas quânticas possuem comportamento dual. Para a explicação
matemática de De Broglie foi utilizada as equações mostradas anteriormente,
onde chegou-se na expressão:
𝜆=ℎ
𝑝
Foi utilizado um outro vídeo do youtube para mostrar o experimento de De
Broglie.
A segunda parte da aula foi tratado sobre o princípio de incerteza, e foi utilizado
outro vídeo do youtube para introduzir o assunto aos alunos.
Foi mostrada para os alunos as equações da incerteza do momento e da energia.
O fechamento do encontro se deu com a resolução de exercícios onde foi
possível responder a algumas perguntas dos alunos e relembrar alguns
conceitos anteriores.

3.2.10 Décimo encontro

Foi o ultimo encontro e foi aplicado o ultimo pós-teste. Assim foram propostas as
regras do pós-teste:
1.Formção de duplas e construção de mapas conceituais acerca da Mecânica
Quântica. Os alunos foram alertados que deveria fazer uma dissertação simples,
onde a dupla iria argumentar como eles construíram seus mapas e explicar as
conexões entre os conceitos por eles definidos. (40 min).
2. Resolução de quinze perguntas, entre elas haviam perguntas do pré-teste com
a finalidade de averiguar possíveis avanços nas respostas dadas em seus pré-
testes e também questões de vestibulares no nível de exigência das questões
trabalhadas em sala durante os encontros. (80 min).
Os alunos fizeram a tarefa solicitada no tempo previsto e neste último encontro
apareceram alguns alunos que haviam faltado dois encontros. Só foram
computados os resultados dos alunos que estiveram presentes em todos os
encontros.

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