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Oscar Freire é a 9ª rua mais luxuosa do mundo

Onde o comércio de luxo é mais luxuoso: na Champs Elysées, Quinta Avenida ou Oscar Freire?
Para espanto dos brasileiros que adoram menosprezar o produto interno, se levarmos em
consideração alguns aspectos, podemos sim estar à frente de Paris, Nova Iorque ou Milão. É isso
que mostra o estudo "As mais belas avenidas do mundo", realizado pelo Instituto de Pesquisas
Market Analysis Brasil, em parceria com a francesa Excellence Mistery Shopping.

Para elaborar a lista, a Excellence Mystery Shopping analisou dezessete ruas de reputação
internacional e grande concentração de lojas de grifes. O projeto levou em consideração itens
como atratividade, arquitetura das edificações, as instalações das lojas, a disponibilidade de
serviços além dos estabelecimentos comerciais propriamente ditos, a limpeza, a segurança, o
conforto, a cordialidade dos vendedores e o comportamento das pessoas que freqüentam a rua,
limpeza e presença de mendigos

Também foram analisadas as diferenças e semelhanças de atendimento e apresentação de 630


butiques do segmento. A coleta de dados contou com uma equipe de 35 profissionais ligados a 17
consultorias internacionais, que visitaram centros de consumo de luxo em países como China,
Líbano, Japão, Alemanha, Inglaterra, Cingapura, Emirados Árabes, Turquia e Holanda.

Na maioria das cidades, tais características foram aplicadas não a uma rua, mas a uma região ou
bairro. A Rua Serrano, em Madri, na Espanha, foi considerada a mais luxuosa do planeta,
segundo os critérios utilizados em 2008 e 2009. Na via ampla e arborizada, as lojas ocupam o
térreo de edifícios residenciais do início do século XX, o que contribui para o ambiente de
sofisticação.

Para uma rua comercial ser considerada luxuosa não basta concentrar um bom número de lojas
de marcas caras. Também precisa ser um espaço público agradável, bem freqüentado e bonito.
"Quem compra roupas e acessórios de grife não pensa apenas nos atributos do produto, mas
busca ganhos subjetivos como bem-estar e satisfação pessoal". "Daí a importância do ambiente
em que é feita a compra.

O cliente precisa ter a sensação de que faz parte de um clube exclusivo marcado pelo requinte e
pela perfeição." A Quinta Avenida, em Nova York, a segunda colocada no ranking do luxo, é um
dos locais que melhor dão ao freguês a sensação de estar no centro da sofisticação mundial. A
via atravessa Manhattan, o coração da cidade mais cosmopolita dos Estados Unidos, e é repleta
de prédios imponentes, museus, galerias de arte e hotéis estrelados.

Lugares como a Quinta Avenida e a Champs-Élysées, em Paris, a terceira no ranking do luxo, são
cartões-postais de cidades importantes e ícones do consumo de alto padrão desde os anos 30.
Instalar uma loja num endereço desses serve de cartão de visita para a grife. A avenida
parisiense andou em baixa no início dos anos 90, com a proliferação de marcas populares e
cadeias de fast-food. A tendência inverteu-se nos últimos cinco anos. Há lojas novas da joalheria
Cartier, da grife alemã Hugo Boss, e a Louis Vuitton inaugurou lá sua maior loja, de 1.800 metros
quadrados.

No ranking final, a rua mais luxuosa do Brasil ficou em 9o lugar, logo após os endereços
correspondentes em Beirute (Dow Town), Londres (New Bond Street) e Dubai (Deira City Centre).
Nas três primeiras posições ficaram, por ordem, a Calle Serrano, em Madri, a Quinta Avenida,
em Nova Iorque, e a Champs Elysées, em Paris.

Apesar de contar com quase o mesmo mix de lojas de suas demais concorrentes, a Oscar Freire
pecou em relação ao bem-estar dos transeuntes. Contou pontos negativos a ausência de bancos
de descanso nas calçadas, o reduzido número de opções de entretenimento e jardinagem,
calçadas desiguais, a fiação aparente, o fraco policiamento e a presença de transeuntes pouco
amigáveis, além do descaso com a limpeza pública - lixo acumulado. Os aspectos negativos, que
a fizeram perder pontos, são tipicamente brasileiros e pode-se ver por todo o país.
Fazendo-se passar por clientes, os pesquisadores tinham como missão reparar na limpeza das
lojas - incluindo banheiros e vitrine - no modo de tratar o visitante, da recepção ao pagamento,
na aparência dos vendedores e na organização dos produtos expostos. Nesses quesitos, os
pontos-de-venda brasileiros ganharam dos espanhóis, americanos e chineses.

No que tange apenas à equipe de vendas, nosso índice de desempenho sobe ainda mais. Na
avaliação de "bem vestidos e limpos", enquanto a média mundial foi de 80%, nossos vendedores
receberam 90%, conquistando o 3o lugar no ranking, atrás apenas do Japão e Holanda. No
quesito "simpatia e educação no atendimento", ficamos com a 4a, atrás dos EUA, Japão e
Alemanha. Quanto à "atenção na hora do pagamento", ganhamos até mesmo da França. "A
maioria dos pontos-de-venda não dá atenção aos clientes quando eles vão efetuar o pagamento.
Como resultado, o cliente sai com a sensação de que o atendimento como um todo foi ruim
porque a atenção dada até então lhe parece ter sido falsa e interesseira", explica Cristiane Sand,
coordenadora do projeto.

Entretanto, o Instituto Market Analysis alerta para a desatenção nacional na hora de projetar
estabelecimentos que sejam de fácil acesso a deficientes e pessoas em cadeira de rodas. Além
disso, há certa mania dos nossos vendedores em aglutinarem-se em apenas um canto da loja, o
que dificulta a interação com o cliente que muitas vezes não consegue diferenciar a equipe de
atendentes de outros compradores. "É preciso ter claro que a loja é uma interface da marca e
que, se o cliente sai insatisfeito dela, tende a transferir esse sentimento para a marca como um
todo", afirma Cristiane.

Mas a grande vantagem brasileira veio mesmo no back stage, ou melhor, no asseio dos toaletes.
A limpeza de nossos banheiros só foi superada pelos cuidados da Inglaterra e Líbano. O Japão
ficou em 5º, os EUA em 8º e a França em 13º. "Em muitos banheiros não encontramos papel
higiênico, sabonete, toalha ou secadores de mão. Em alguns faltava até mesmo trinco na porta.
Isso é uma contradição que não cabe dentro desse mercado", diz a coordenadora.

Oscar Freire está na 9ª posição

A rua Oscar Freire passou da 8ª posição no ano passado para a 9ª este ano, por causa da inclusão
da rua Deira CityCenter, em Dubai.

Hoje, a Oscar Freire e seus arredores é o endereço mais nobre do consumo de luxo no Brasil.
Reúnem restaurantes, cafés e as principais marcas internacionais. O atendimento, segundo a
pesquisa que deu origem ao ranking das ruas de luxo, é um dos melhores do mundo.

Classificação Local Cidade País


1ª Rua Serrano Madrid Espanha
2ª Quinta Avenida Nova York Estados Unidos
3ª Avenue Champs-Élisées Paris França
4ª Via Montenapoleone Milão Itália
5ª Deira CityCenter Dubai Emirados A. U.
6ª Oxford Street e arredores Londres Inglaterra
7ª Rua Parliament e arredores Beirute Líbano
8ª Avenida Jungfemstieg Hamburgo Alemanha
9ª Rua Oscar Freire e arredores São Paulo Brasil
10ª Avenida da Liberdade Lisboa Portugal

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