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O terceiro grupo era os judaizantes. Várias alusões são feitas a eles por Paulo, porém
sem nada de mais definido. A primeira referência é 1.7 onde se diz que o grupo quer
perverter o Evangelho. Outra referência é 1.9, contudo esta é mais vaga, sem muitos
detalhes. Em 3.10 Paulo faz uma declaração acerca de "todos quantos são das obras da
Lei", referindo-se ao grupo. Outra passagem importante está em 5.2 em diante quando
o apóstolo trabalha os gálatas no seu desvio de fé. Fica claro que um dos assuntos que
Paulo enfrenta é a circuncisão (6.12).
O apóstolo luta contra estes que tentam atrapalhar seus ensinos. Paulo vê o
movimento como sendo escravizante. Na epístola não fica claro quantos participam do
movimento e nem quem são os líderes judaizantes, contudo presume-se que são da
Galácia. Fica evidente que fazem parte da igreja local, embora entraram de forma
clandestina.
A questão dos judaizantes pode ser considerada comum para aquela época,
principalmente o quesito da circuncisão. A circuncisão era sinal de uma aliança que
trazia status, posição de privilégio, além de ser algo obrigatório no Antigo Testamento.
Muitos cristãos primitivos, antes de sua conversão, foram condicionados a estes
pensamentos, o que deixa margem para se pensar que tentaram condicionar a igreja
também. Contudo o movimento era comum, mas seus resultados poderiam ser
catastróficos para o cristianismo nascente. Os gálatas eram muito sinceros;
perigosamente sinceros, a ponto de pregarem as doutrinas judaizantes com afinco. Se
Paulo não intervisse com certeza o cristianismo seria considerado mais uma simples
seita do judaísmo. Portanto, o propósito da epístola é trabalhar os gálatas sobre o
perigo iminente. Sendo assim, Paulo adota diversos pontos em defesa do evangelho
genuíno, sendo destacado no capítulo quatro uma convincente alegoria que ligaria a
história ancestral do povo judeu alinhada a fé. Veja, como a doutrina legalista dos
judaizantes nasce da Lei mosaica do Antigo Testamento, Paulo apela também para o
Antigo Testamento (3.6-18) citando Abraão como exemplo de que a promessa de Deus
feita a ele era superior à lei. O apóstolo então fala da maldição da lei e da salvação de
Cristo, que se fez maldição após cumprir a lei, que é interpretado por Paulo como sendo
o retorno à fé de Abraão, que, como foi dito, é superior à lei. O apóstolo também não
isenta argumentos que são baseados em considerações exegéticas junto ao texto da
promessa feitas a Abraão (3.16).
Em seguida é trabalhada a questão da temporária função da lei e a função
permanente da fé (3.19-29) juntamente com a consideração de que os que são da lei
são apenas servos, mas os que são da fé são filhos de Deus.
Assim, o apóstolo os adverte contra o retorno às coisas antigas, que seria voltar à
condição de escravos (4.8-20).
Por fim, Paulo se utiliza do método alegórico para ilustrar o que seria realmente a
escolha pela vontade de Deus para seu povo. A representatividade da história patriarcal
onde personagens como Agar e Sara selariam o argumento de Paulo para que eles
pudessem escolher entre a herança proveniente da aliança original de Deus com Abraão
e Sara representando a liberdade da graça por Isaque na Jerusalém que é de cima e
livre apresentando a origem da salvação, que é o céu, e revelando seu resultado, que é a
liberdade em Jesus Cristo ou da aliança carnal da escrava Agar, simbolizando a lei que é
dada no Monte Sinai onde Moisés a obteve, gerando filhos para servidão. Assim finaliza
o texto 4.30, utilizando o impulso racional onde restaria apenas uma escolha, o
nascimento da nova natureza exigindo a expulsão da velha; sendo impossível melhorar a
velha natureza; devendo a mesma ser expulsa, ou seja, colocada numa posição inativa;
isso só pode ser feito pelo Crente que evidencia constante Fé na Cruz, o que então da
liberdade de ação ao Espirito Santo para produzir essa obra imprescindível.
Bibliografia
MANUAL BÍBLICO SSB – LAILAH DE NORONHA 2008
GALATAS – INTRODUÇÃO E COMENTÁRIO – Donald Guthrie
T. DO NOVO TESTAMENTO - MARSHALL