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DIÁRIO DE BORDO. PSICONAU.

UM ANO DE JORNADA ENTRE


NOVEMBRO DE 2016 E DEZEMBRO DE 2017, SOB OS OLHOS DO
CAPITÃO.

Este não é um livro. Peço que considere este fato antes de iniciar
a leitura. Um livro você pode ler do começo ao fim, ele conta
uma história que se desenvolve. Este é um diário de bordo de
uma jornada para dentro de si mesmo.

Como capitão da Nau que conduziu muitos, passei muito tempo


no convés. Vi muitos mares. Estas anotações foram feitas com
base nestas percepções, de uma psiconau em jornada. Para que
você aproveite o conteúdo, sugiro que leia apenas uma anotação
por dia. Leia, reflita, tire suas próprias conclusões. As menores
citações enganam, parecem simples, mas são as mais complexas.

Como dizem: “mares calmos não fazem bons marinheiros.”

CAOS

Z
(também conhecido no submundo das pessoas normais pela
alcunha de Luís Siqueira)

1 de novembro de 2016 ·

Se você reconhecer que tem medo de si, é um começo... ...medo é


uma reação frente ao desconhecido. Conheça a ti mesmo. O medo
irá embora. A designação à entidades exteriores ou divindades
como signatárias do poder, começa com a própria estória de
deus, a lhe tirar o poder de criar por si mesmo e assumir a
responsabilidade (foi deus quem quis), proteger (deus me
proteja) e livrar (deus me livre). Conheça a ti mesmo. Não há
nenhum deus senão o homem e a mulher

9 de novembro de 2016 ·

"O que muitos leitores de Lacan não percebem é como a figura


do sujeito do suposto saber é um fenômeno secundário, uma
exceção, algo que emerge contra o plano de fundo mais
fundamental do SUJEITO SUPOSTO CRER, que é o traço
constitutivo da ordem simbólica." - Como Ler Lacan. Slavoj
Zizek. Zahar, Rio de Janeiro, 2010. Pag. 40

20 de novembro de 2016 ·

A Vida é uma Nau. Perdi a conta de quantas vezes usei esta


metáfora. Sempre desenhei na mente das pessoas uma grande
embarcação, onde obviamente o sucesso da jornada dependeria
de todos. Sim. Todos. Claro que, diante destas circunstâncias, o
mais aterrorizante dos mares se torna um desafio. Você coloca
no seu coração que vencerá. Quando Todos colocam o mesmo
sentimento, a Vitória é a única opção.

Mas a vida também é feita de metonímias. Às vezes vc acorda do


sonho e percebe que está a deriva, que os tripulantes estão tão
perdidos quanto você e a bússola acabou de afundar no mar.
Coisas da Vida, essa Nau.

8 de setembro ·

Um significante só tem significado diante de outro significante


ao qual se liga em uma cadeia.... o brasileiro fala "agora caiu a
ficha!"

15 de setembro ·

Sobre Choronzon, ou os demônios do Ego:

"Tá... usando outro prisma para olhar o mesmo sol... quando eu


me vejo e me identifico com a minha obra, me torno uma parte
desta obra e não o espírito que a criou. Ao me identificar e me
tornar meus próprios feitos deixo o 'vir-a-ser' para o 'fui'. Aquilo
que eu fiz e no qual sou torna-se meu próprio 'corpo', passando a
ser venerado, não só por mim, mas por todos que nos cercam.
Tenho resistência de chamar este corpo de ego, mas por eu usar
uma linguagem psicanalítica dentro dos meus fluxos de
raciocínio. A superação deste 'demônio' passa por uma mudança
neste prisma de associações quando eu me identifico com o
poder que cria e não com a obra criada. Meu corpo se esvazia e
se torna leve, posto que não se liga às ideias das obras que fiz.
Permite que eu veja esta obra de 'fora', o que dá mais facilidade
para reconhecer erros e corrigi-los. Quando a obra se torna o
corpo e o eu, esta identificação e capacidade de transformação
são reduzidas, pois como Gobbel bem disse... um elemento do
conjunto não será capaz de descrevê-lo (conhecê-lo) por inteiro.
Este viés segue um lema: conhece a ti mesmo. "

28 de setembro ·

A linguagem é a última fronteira da consciência.


Ir além é ir ao infinito.
Para que você possa se perguntar 'quem sou?', muito do que és
se perde no vácuo impercebido entre as palavras.
És muito mais do que sabes.
És muito além das palavras.
Solve et Coagula!
Z

5 de outubro ·

Vivemos como imagens cinestésicas em nossas memórias. Estive


por muito tempo olhando este rio e buscando compreender o
Caos que forma em seu leito. Magia, Psicanálise, Filosofia. Usei
todas as lentes que carregava para tirar uma foto. Ocorre,
contudo, que a natureza de tais imagens muda na medida em que
muda a forma de nosso registro. Quando falamos evocamos
estados, fatos e os descrevemos como fotos.

Isto é o que a linguagem nos permite formular para trazer ao


mundo exterior aquilo que existia só no interior, na percepção
do indivíduo. O que percebi vendo o rio passar é que não
guardamos fotos. Guardamos filmes. Filmes que assistimos da
poltrona dos nossos corpos. Filmes de um só instante, pois que
neles o tempo está distorcido. Coexistem passado, presente e
futuro. Filmes de um instante só.

Agora, passo a pensar em como encadear todos estes


significantes, em como fazer disto um novo paradigma.

This is Chaos Magick! Not for Dummies!


Z

6 de outubro ·

Lembro bem de quando vi o Mal pela primeira vez. Tinha uns 8


para 9 anos. Ela se apresentou em meio de uma notícia da Globo.
Desde então me esforço em fazer o que considero o bem. Não
que seja o bem de todos ou o da moral. Um socrático é indigesto
antes de fazer o bem. Mas ainda assim faço pensando que é um
bem.

Não me lembro da primeira vez que fui eu o agente do Mal. Mas


certamente me lembro das últimas. Acho que é como uma
represa. Itaipu. Vou guardando as emoções comigo em uma
reserva. Vez em quando há que se dar o sangue em sacrifício
para que tudo funcione. Vez em quando há muita chuva... Muito
de vez em quando... a água chega na borda.

O Mal é necessário como uma comporta em uma represa, ou ele


é medido e colocado em ação... ou ganha força para levar tudo
abaixo em descontrole.

Saber
Querer
Ousar
Calar
Z

6 de outubro ·

A feitiçaria é uma arte. Algumas pessoas dizem que é técnica.


Harry Potter ou algo assim. Feitiços como palavras em latim. Ou
russo. Ou barbárico. Sério gente? Feitiçaria é a arte de
simbolizar suas emoções e gravar isto no inconsciente... dito
para o pessoal de humanas. Dito para o pessoa de exatas....
feitiçaria é aplicar um vetor sobre uma matriz
quadridimensional. Quem fez a matriz não foi o feiticeiro. Este
foi apenas o vetor.

8 de outubro ·

Nunca,
nunca antes,
nunca antes de ser,
nunca antes de ser história,
nunca antes de ser história de nunca ser,
antes de ser,
história.
Nunca.
Z

21 de outubro ·

A psicanálise apareceu na minha vida como uma possibilidade de


obter respostas sobre os mistérios do Inconsciente. Apareceram
muitas perguntas antes impensadas. Elas trouxeram a
necessidade de mais pesquisa e ao invés de respostas certeiras,
apareceram ainda mais perguntas.

Hoje me pergunto: se o desejo nasce da crença, se ele é 'pré-


moldado', se desejamos o desejo do outro pelo que passamos a
acreditar, então... ....quem teve o desejo original? Se o que
sentimos, o que nos faz emocionar, nasce de crenças e desejos
que se originaram fora de nossa experiência individual, se
nascem do outro desejo, então como podemos crer que somos
'independentes'? Como alguém que acredita pode deixar de ser
dominado por suas emoções???

Deixo estas perguntas no pasto. Para serem consumidas e


ruminadas. Eu mesmo, em meu ritmo bovino, lento e constante,
tento digeri-las.

21 de outubro ·
A crença vincula o desejo.
Z

27 de outubro ·

Ao meu ver as pessoas se ligam às outras afetivamente por


união, união estável ou casamento. União estável e casamento
são definidos em lei. Vale para todos, imperativamente. Uniões
podem ser feitas por amizade, sexo, coleguismo ou contrato
particular (ainda que não-dito ou não-escrito).

Algo como a antiga ideia de Deus, que pode tudo e tudo vê, a lei
chega e molda a consciência de todos ao nos dizer o que é o
casamento. A união de duas pessoas, independente do sexo, com
o amálgama da fidelidade. Significa dizer que o casado só tem ao
outro, no que tange à intimidade sexual, a uma sociedade
imposta (sim, casados são sócios de certa forma), à legitimidade
ou não para pensão e herança.

A união estável surgiu para preencher uma lacuna passada, a


questão da união homo-afetiva, não prevista pelo Deus-Lei do
passado, surgiu por pressão social. As pessoas se unem por que
querem, independente da vontade de deus. Ao vir para
contemplar o que já estava acontecendo de fato, a lei deu a
União Estável mais flexibilidade que o casamento. O dever da
fidelidade foi revisto como lealdade. Quanto ao resto, o Deus-Lei
atendeu as reclames e protegeu também a sociedade entre os
companheiros, pensão e herança. O que o Deus-Lei não proibiu a
falar da união estável, tornou-se permitido. Há união estável de
mais de duas pessoas, independe do sexo, coisa que no
casamento é impossível.

Uma união como forma de ligação afetiva já escapa totalmente


do Deus-Lei. Não se submete aos ditames sociais. Amizades são
relações emocionais caóticas. Aparecem e somem sem dar
notícia prévia. Colegas idem. Hoje trabalho aqui, amanhã ali,
muda tudo. O mesmo com a peguete do 401. Sexo é um entra e
sai. Pode ser uma, duas, n vezes. Sexo se torna algo diferente
quando surge um sentimento de vontade de se unir de forma
duradoura com o outro. Surge a vontade de viver juntos.
Compartilhar momentos. Ir além do sexo. Crescer. Sexo se torna
amor.

Neste ponto as pessoas se perguntam, o que fazer? devemos


casar? fazer um contrato de união estável? simplesmente tocar a
vida juntos para a frente? como será o futuro?

A minha experiência pessoal diz que esta questão precisa ser


debatida, pensada, colocada para marinar por algumas semanas,
ao menos. O ímpeto inicial é casar, creiam-me. A sociedade nos
leva a isto. Estou no serviço público, estatutariamente. Escolhi
propor casamento. O Deus-Lei dizia que se eu morresse, minha
esposa teria pensão por morte. Pensão estatutária de servidor
em final de carreira superior. Mais que isto, o reconhecimento
imposto pelo Deus-Lei que a pessoa que estava comigo era
protegida.

Não previ naquele momento as consequências da escolha pelo


casamento. Ocorre que há uma que não vi. Não previ. A pressão
que a posição de 'esposa' iria exercer sobre a pessoa que eu
amava. Querendo ou não, estar casado é se manter escravo da
lei. Escravo da opinião pública. Rótulos colam sem que ninguém
precise fazer nada por isto. A consciência social passou ao
inconsciente e deste para tudo. Existem muitos estigmas para
uma pessoa casada. Está na mente de todos. Podem pensar:
adultério? Não, vai muito além do sexo. O estima do Deus-Lei
cobre o comportamento social. A 'esposa' passa a ser
responsável pela companhia do marido. Na verdade não importa
se os dois quiseram fazer coisas diferentes, "é dever da esposa
estar com o marido." Isto está no inconsciente de todos.

O tempo faz com que tudo isto pese. O Amor sofre, a união se
fragiliza. Querendo ou não, enquanto casados estamos presos
pelo olhar do outro. Cabe à sabedoria aprender com a
experiência. Fortalecer a União. Salvar o amor. Salvar a si
mesmo da dor.

A outra forma é ficar preso no passado. Acreditar que nada é


possível, que o melhor é acabar com o amor, com a união, com
tudo. Algo como um sacrifício ao olhar da sociedade. Uma
libação ao Deus-Lei. Um amor perdido.

29 de outubro ·

Algumas pessoas sabem, outras se espantam ao saber que sou


Ateu. Independente da crença, todos nós passamos por
momentos difíceis. São nestas horas que se faz a diferença. Ao
Ateu não há a opção de responsabilizar a deus ou ao diabo pelas
merdas que se vive. Inexistem 'forças ocultas' que virão ao seu
socorro. Você está só, com sua experiência, suas falhas, seus
medos, seus sonhos. Não há nada além disto.

Algumas pessoas contam com as outras para passar por


momentos difíceis. Eu vivo em solitude. Simplesmente assim, eu
sou sozinho em meus pensamentos mais profundos. Não há
alguém que os ouça. Não haveria alguém que os entendesse. Eu
cavei muito fundo, olhei para além de Lacan. Quando amigos me
vêem sofrendo, por amor oferecem sua companhia, mas eu me
recolho. Foi a vida. Foram 34 anos vivendo sem que alguém
conseguisse realmente me ouvir e com isto me ver por completo.

Sou cobrado por esta atitude de hermitão. Frequentemente sou


chamado de arrogante. Dizem que não me misturo, que parece
que me acho melhor do que os outros. Ninguém percebe, mas eu
não escolhi viver em solitude. Viver dentro de si mesmo, contar
só com a própria chama para se aquecer, isto gente, é talvez uma
das coisas mais difíceis do mundo. Foi a vida que me fez assim.
Foi ter começado incontáveis vezes a expor o que sentia e
pensava, por ser logo em seguida ignorado. Ignorado não por má
vontade de que me ouvia, mas pelo fato de que as pessoas não
conseguiam me entender.

Hoje, novamente, não conto com deus para me ajudar, nem com
o diabo para me atrapalhar. Sou só eu. Eu, minha
responsabilidade por minhas escolhas, minha chama quente
queimando no centro do peito, outra chama fria queimando no
topo da cabeça. Mais nada.

Desculpem-me os amigos pela ausência, por não ter procurado


um ombro.

29 de outubro ·
Alerta aos navegantes:
O mapa não é o território...
...e o território é puro caos, transforma a si mesmo, o tempo
todo.
Z

30 de outubro ·

Um recorte no existencialismo em prol de 1 vetor.

De onde vim? Para onde vou? Enquanto as entranhas da


linguagem são impossíveis de mensurar, matrizes
multidimensionais são jogos matemáticos. Enquanto a
linguagem limita, a compreensão além da linguagem exige um
olhar sem conceitos, exige que se comunique por imagens
cinestésicas. Como o louco no delírio, como o xamã em seu
transe, a bruxa em seu bosque.

De onde vim torna-se a mesma história do para onde vou. Não há


separação. O tempo, senhor Cronos, que tudo regula a partir da
PERCEPÇÃO, força-nos a fechar os olhos, impõe-nos esta
percepção linear. Iludidos, chamamos isto de 'realidade'.
Separamo-nos em tempos verbais. Fomos. Somos. Seremos.

Visto além da linguagem, uma matriz multidimensional explode


nossa capacidade de compreendê-la a partir da 4a ou 5a
dimensões, dependendo de como se olhe para o tempo. Duvida?
Então descreva em palavras um objeto em 5a dimensão. Estamos
aqui para ouvir e rir com você (e não de você).
Alguém neste ponto deve estar pensando que estou propondo
que a linguagem seja um problema. A linguagem é uma solução
comum, que permite que nos comuniquemos, permite que nós
vençamos Cronos, ditando o que queremos que permaneça além
de nós no tempo. Mas, para ter acesso a esta solução comum,
perdemos algo, perdemos a perspectiva de que a linguagem não
é um fim em si mesmo, ela é mero instrumento. Isto acontece
sem que percebamos.

Duvida? Tente desenvolver um raciocínio em sua mente sem


usar palavras. Estamos aqui para ouvir e rir com você.

Os que se acostumaram a me ler pelos anos neste ponto estão


esperando que eu diga algo. O que eu escondi atrás de todas as
palavras acimas? o ser socrático é antes de tudo, um filha-da-
puta. Não dá o caldo antes que entreguem a fruta.

O que está faltando para fechar este pensamento? Tente achar a


resposta sem usar a linguagem.

30 de outubro ·

Aviso aos esotéricos de plantão:


Saber não é fazer.
Conhecer não é poder.
Poder fazer é para poucos.
Para menos do que os que sabem.
Ainda menos do que os que conhecem.
Plantão de avisos:
O Esotérico nunca disse, nada diz.
Z

30 de outubro ·

O purgatório...
Dante era cego, obviamente.

9 de novembro às 08:57 ·

25 anos atrás a Receita Federal do Brasil me laçou para sua


carreira por conta de um favor que eu estava fazendo. Eu fiz o
favor de ir buscar o caderno de provas para minha ex, mãe de
minha filha. O fiscal de prova disse que eu só podia sair depois
de duas horas. Para passar o tempo eu fiz a prova. Passei em 2o.
lugar para as 3 vagas disponíveis de profissionais de Tecnologia
da Informação.

Foi o inferno. TODAS as pessoas importantes da minha vida


demandaram imediatamente que eu tomasse posse. Não tinha
como escapar. Tornei-me membro da carreira de auditoria.
Quando me apresentei, me dei conta de que o inferno era como
Kafka havia predito. Vocês não tem noção. Analista e
programador de ponta, me deram uma pilha de declarações de
imposto de renda para revisar. Eu, que até então não tinha
preenchido umazinha daquelas sequer.

Minha natureza impediu que me tornassem um revisor. Toda


instituição tem suas falhas, elas urgem, basta olhar. Foi quando
eu, analista e programador, concursado para uma vaga de TI na
carreira de auditoria, fui lotado na fiscalização, onde passei 17
anos dando murro em ponta de faca. Como não podia programar
para a instituição, eu programava para o meu trabalho apenas.
Informalmente. 17 anos.

Finalmente deixei a fiscalização e fui trabalhar no contencioso.


Mais 8 anos desenvolvendo sistemas informalmente, à revelia da
instituição. Claro que eu sempre fui o mais produtivo. Eu sempre
usei robôs... minions... meus minions.

Depois de 25 anos me deram o lugar que eu deveria ter recebido


quando entrei na instituição. Só depois que eu esqueci o desejo.
Só depois dele ter sido engolido, mastigado, vomitado e
pisoteado. Só depois de ter perdido todo o sentido. Depois de se
tornar um monte de letras vazias.

Eu deveria estar vibrando de tesão. Aquele tesão que existia a 25


anos atrás. Me pergunto onde ele foi parar.

10 de novembro às 07:39 ·

Às vezes acontece. Paixão à primeira vista. Não tem muita


explicação. Você olha mais que um segundo, com um olho de
fome, as pálpebras em lábios, os cílios em dentes. A cada piscada
uma mordida. O mastigar na mente tenta encontrar o gosto
desejado, que responda `a única pergunta: "Será? "

Quando acontece parece uma doença. Obsessão. Os outros


projetos de vida desfocam no fundo, perdem-se na ausência de
outra perspectiva. Planos que existiam se desintegram.
Transforma-se em solo. Nada mais interessa. Só interessa viver
o desejo.

A primeira vez que isto aconteceu comigo foi uma menina. A


segunda também. Muitas outras paixões se sucederam. Agora, ao
fazer uma breve pesquisa sobre o campo sobre o qual devo
avançar, aconteceu de novo. Apaixonei à primeira vista.
Seu nome é Python. Uma linguagem de programação de alto
nível. Dizem para não fazer isto, mas acho que vou tatuar seu
nome na minha pele. Como tudo que tatuei, são experiências que
carregarei para sempre.

CAOS!

11 de novembro às 09:09 ·

Acredito que a linguagem é o meio. Meio de tudo. Por isto


mesmo, de oportunista que é, a linguagem se apropriou da
humanidade. Quem somos sem linguagem? Animais super-
inteligentes, nada mais. Parece que somos máquina e a
linguagem é software. A vida é um programa rodando. Ou parece
que somos canvas e a linguagem são tons de tinta acrílica, como
se pintássemos ao viver.

Só que ninguém pinta como eu pinto. Cada um no seu pincel faz


um uso diferenciado na escolha das cores. Cada pincel é
diferente em cerdas e formas. A única coisa igual é composição
da tela em branco sobre a qual nasce qualquer obra. Algodão.
Óleo. Pigmento acrílico branco. As telas, apesar de seus formatos
diferentes, guardam entre si esta mesma essência.

Assim também é conosco. Humanos. Raça ruim. Homens e


mulheres, indistintamente. A História mostra que onde houve
linguagem, houve desequilíbrio. Faraós. Reis. Profetas.
Sacerdotes. O que permitiu que estas pessoas dissessem à todos
o que pintar durante tanto tempo? A linguagem foi usada como
instrumento de dominação.
Através da linguagem, a mensagem entra por nossos olhos e
ouvidos. Vira crença. Cristaliza dentro de nós na forma de
caminhos neuronais. Pré-define cada nova experiência, o que nos
faz questionar se existe realmente algo 'novo' quando se acredita
em algo.

Parece-me claro que foi pela distorção da linguagem, vale dizer,


pela mentira, que a linguagem deixou de ser um meio para ser
um fim. Fim de dominar o outro. Dominar sua crença. Sua
percepção. Suas escolhas. Hoje creio que está muito longe o
tempo dos Xamãs com seus cânticos, mas a linguagem ainda é o
principal campo da magia.

12 de novembro às 08:33 ·

Percebo que a maioria pessoas que conheço tomam decisões


emocionais. Poucos buscam impor o racional sobre o emocional.
O motivo? É uma das operações mágicas mais difíceis de fazer
acontecer. O resultado é visto de imediato, frequentemente o
fracasso. Suas consequências, inafastáveis, perseguirão a pessoa
independente dela ter conhecimento delas ou não.
A gente escuta algo assim: "não decidi pois não sei ao certo como
me sinto a respeito disto". Isto de gente reflexiva, que busca
pensar na vida. Alguns nem pensam, apenas seguem seus
sentimentos. Estão errados? Certos? Existe erro para começar?
Hoje em dia quando lemos algo ansiamos por prestar nosso
julgamento binário. Certo ou errado. Altar ou cruz, desde que
seja rápido.

Outro dia falei de responsabilidades por aqui (ou por ali). Sobre
como travestiram este espírito com ideias exotéricas como
karma, lei do tríple retorno ou whatever. Mostrei que as
consequências de nossas escolhas são sempre objetivas, ainda
que nossos motivos subjetivos possam ser emocionais ou
racionais.

Então, hoje venho dizer que as escolhas emocionais levam a


resultados imprevisíveis. Torna-se impossível ver o quebra-
cabeças do todo que o tempo verbal separa, separou, separará.
Sabemos de nossos motivos e só. O resultado que vai vir depois,
o Caos trará. Inafastável.

As escolhas racionais sofrem da mesma vicissitude originada do


Caos. Não estão cobertas pela certeza. A diferença entre ambas
está em como o intento da pessoa irá agir nas inúmeras e
infinitésimas variáveis deste todo. Para escolher racionalmente,
você precisará ver um futuro, precisará jogar um xadrez consigo
mesmo. Necessitará sobretudo, para ter sucesso, de conhecer seu
adversário, que é você mesmo.

Como muitos que trilham o caminho descobriram, para uma vida


mágica
o intento é tudo.
CAOS

12 de novembro às 21:16 ·

Crer ou não crer,


eis a questão!

Chupa essa Hamlet.

13 de novembro às 07:39 ·

Este é o momento do dia que costumo escrever. Acordo cedo,


faço meu café, enrolo um natural e venho aqui ver o sol. Ou a
chuva. Ambos me agradam igualmente. Ambos representam o
início de um ciclo. Luz que sucede as trevas. Possibilidade de ver
melhor o que acontece fora de mim. Fora do Eu.

O que faço se assemelha a um 'download'. Só que não sei da onde


vem. Centralizo minha mente em uma ideia (ou Espírito). Deixo
vir. É meu? É de outrem? Importa realmente? Não. Não importa.
O mensageiro não é importante. Só a mensagem. Esta importa.

Algumas pessoas pensam que eu escrevo para fulano, ou


beltrano, usando minha timeline para dar 'indiretas'. Devo
esclarecer. Minha timeline é uma caixa-preta, onde vou
registrando aquilo que sinto, penso, vivo. Os significantes que ali
guardo só tem significado diante de outros significantes, vale
dizer, só eu sei o que significa para mim. Mas, de outro lado, não
sei o que significa para você aquilo que escrevo. Este é o preço
de escrever para si mesmo.

O lucro é simples de entender. Ao verbalizar, ao reduzir


sentimentos, emoções e cenas cinestésicas em linguagem, eu
estou praticando o meu estilo de magia. Sem varinhas,
caldeirões, peles de sapo ou asas de morcego, sem pentagramas
ou outros símbolos desenhados nas paredes.

Minha magia está na escrita. Na forma em que as palavras


jorram dos meus dedos, impensadas.

Ao me ler, me encanto, te encantas, encantado o universo É.


CAOS

13 de novembro às 07:49 ·

Você já pensou o que vai fazer com o resto da sua vida?

Hoje é o primeiro dia. Se você olhar para frente, talvez veja


muito pouco do que tá lá no final. Mas e se você escolher um
ponto fixo, digamos, daqui a 5 anos. Hoje é o primeiro dia destes
5 anos. Onde você está no futuro? o que está fazendo?

Consegue vê-lo de lá, do futuro, olhando para você hoje, no


passado?

Consegue fazer uma linha de ações que liguem o futuro ao


passado?
Tente.

CAOS

14 de novembro às 09:32 · Belo Horizonte, Minas Gerais ·

Acordei hoje com lembrança de sonhar com outros mundos.


Alienígenas. Lugares que não eram a terra e tinham
características fantásticas. Comecei a pensar sobre como vejo o
que é fantástico e o que é mágico. Sobre como estas duas
palavras são vistas pelas pessoas. Tive a impressão que talvez
acreditem que sejam sinônimos. Só que não, navegantes.

Fantástico me pareceu tudo aquilo que me assombrou. Com ou


sem explicações. Natural ou sobrenatural. Emocional ou
intelectual. O Fantástico é outro daqueles espíritos que são
inconfundíveis. Você o reconhece de pronto, assim que o vê. O
cumprimenta arregalando os olhos, deixando cair o queixo da
boca. O mágico muitas vezes pode ser fantástico. A magia
cerimonial usa de teatralização para produzir um 'ambiente' que
'vibre'. Dependendo do nível de produção será possível que a
magia tradicional deixe alguém de boca aberta com sua parte
teatral. Se vocês estão pensando em feitiços de Harry Potter,
tentem imaginar um frenesi embalado por múltiplos atabaques
que culmine com sacrifício animal. Para quem vê pela primeira
vez, a magia cerimonial pode ser fantástica.

A magia do caos, ovelha negra que é entre suas irmãs, produz o


fantástico através da inovação. Sigilos quanto funcionam são
fantásticos. Sigilos são segredos contatos apenas para o
Universo. 500 pessoas farão 500 sigilos diferentes para
expressar o mesmo desejo. Como não ver o fantástico nisto?
Mas existe algo de mais fantástico na magia do caos, na verdade
é seu centro, sua essência: a crença instrumental.

Isto é ignorado por muitos em muitas situações de vida. Eu


mesmo. Você. Nós ignoramos quanto somos sujeitos à crença e
não os sujeitos da crença. Acreditamos para firmar nosso mundo
e nos perdemos nele. Perdemos a noção de nossa essência.
Passamos a 'ser' as nossas crenças.

Somos aquilo que acreditamos. Somos a linguagem que


recebemos com fé e adesão. Somos o que ouvimos. O que lemos.
O que vimos. Quando juntamos isto, nosso conjunto complexo de
crenças, temos a parte não física de nós mesmos. Tudo o que
existe além do corpo. O que somos além do corpo.

Magia do caos é algo muito além de sigilos. Muito além de


segredos contados só para o universo. Trata-se de compreender
a natureza autoritária das próprias crenças, de conhecer a si
mesmo, para mudar aquilo em que se acredita.

Isto é o campo do mágico.

14 de novembro às 20:56 ·

Passei muito tempo dentro da minha caverna. Como Zaratustra,


estava louco. Perdi a noção de quem sou. Passei a ser aquilo que
eu acreditava. O que acreditava me fez sofrer. O que faz uma
pessoa que tem um sofrimento? Continua sofrendo? Quantos de
nós faz esta infeliz escolha?

Resolvi sair da caverna. O que vi não era muito animador, mas


também vi o meu Sol e com a ajuda dele pude ver a minha
sombra. Percebi perspectivas. Acho que, muito além do mundo, a
maior visão que tive foi a de mim mesmo. Se não existe Eu sem o
outro, também é verdade que não existe o outro sem o Eu.

Somos assim. Adeptos do confortavelmente conhecido. Enquanto


na caverna, o universo era diminuto. A pressão do meu desejo
sobre este universo, imensa. Agora, de fora, percebo novamente
o vento sob as asas dos pássaros, o cheiro que reside em cada
cor, o som que cada espírito emite em silêncio. O mundo, maior,
recebe melhor o peso do desejo.

Mas nem tudo são flores. Deixar a caverna é deixar o conforto.


As pedras conhecidas do caminho. Aonde ficava o leito, aonde
baixar a cabeça para não bater em algo mais duro. Tudo isto fica
para trás. O que se sucede só pode ser definido como Caos.
Verdadeiro Caos. Inesperado. Inafastável.

Nietzsche dizia que temos que nos superar. Sabia muito bem
disto antes de conhecer o bigodudo. Como superar a si mesmo?,
pergunta o discípulo. Inexiste outro caminho. Superar a si passa
necessariamente por conhecer a si mesmo. Ninguém supera
aquilo que desconhece.

Então quando deixamos a caverna, escolhemos acolher o


inesperado. Aceitamos nossa impotência diante do Caos. Ele
manifestará independente de nossa concordância. Buscamos o
melhor de nós mesmos, pois é tudo o que podemos fazer.
Almejar imperfeitamente a perfeição em cada ato.
Cada ato.

16 de novembro às 09:37 ·

33 anos. Este é o tempo que se passou desde que envolvi com


Tecnologia da Informação. Hoje acordei pensando sobre como
uma das minhas profissões moldou minha forma de agir. Ao
lidar com TI, nunca fui membro de 'equipe', sempre fui ‘eu-
quipe’. Toda a cadeia de produção, da entrevista inicial ao
treinamento do usuário, passado por análise, desenho, modelos e
programas fonte.

Ao contrário de uma realidade especializada, onde cada um faz


uma parte do processo, minhas missões eram de conquista.
Tome aquele cume de morro. Construa e proteja uma ponte.
Invada o QG do inimigo e ponha fogo no paiol. Coisas assim.
Uma metáfora apropriada das minhas missões eram: "não quero
saber se o pato é macho, eu quero é o ovo". (Eu escutei isto de
um dirigente de instituição).

Fui tomando gosto pelo quase impossível. Desafio. Conquista.


Construir realidades novas. Inteiramente novas. A arte de tirar
ovo de pato macho é viciante. Contamina a forma de pensar.
'Tudo é possível' se torna uma cenoura na frente do burro.
Acabei acreditando que eu sempre encontraria solução para
qualquer problema.

Foi onde se abriu sob os meus pés o buraco. A crença de que tudo
podia em TI me fez acreditar que eu tudo podia na vida.
Encontraria solução para os problemas mais cabeludos.
Encontraria os trezentos pelos de cada ovo ou a imunidade
divina para passar pela angústia.

Vocês também viram meu peso subir na balança? foi meu Ego,
que ficou túrgido, ao se identificar com tudo o que eu havia feito.
Me tornei uma obra, o que foi feito ao invés do poder de fazer.
Minha casa tornou-se grande. Meu telhado de vidro. Meu nome,
Choronzon.

Sabem como a vida trata um Ego túrgido e rígido? massageia-o


com pancadas, até que ele se torne flexível o suficiente para a
vivê-la. Mas isto é o suficiente para banir os demônios? Não.

Não são as pancadas da vida que expulsam os demônios. Estas


existem para acabar com algo rígido que carregamos sem saber:
nossas crenças. Pois é lá que se escondem nossos demônios: nas
sombras impercebidas que se projetam daquilo que acreditamos.

Switch Your Self !

16 de novembro às 19:46 ·

Para dentro: O que somos conta menos do que como estamos.


Para fora: Como estamos conta menos do que o que somos.
Há que se buscar o equilíbrio.
Z
20 de novembro às 08:57 ·

Acordei pensando em um sentimento humano muito popular no


discurso hoje em dia... a gratidão. Quem me lê talvez já tenha
percebido que me refiro a algumas palavras como 'espíritos'.
Energia interdependente com a vida, situada em uma mesma
faixa de frequência apesar do tempo que passa. Energias que
fazem sentir bem, que fazem sentir mal.

Hoje em dia vejo que a descuido que temos com os espíritos fez
com que as palavras perdessem sua essência. Quando falam de
amor, paixão, empatia, tolerância, gratidão, as pessoas colocam
no discurso a sua ideia de amor, empatia ou gratidão. As
palavras deixaram de ser por si mesmas, para ser 'o que eu
queria dizer' com isto.

Ocorre que quando escrevo, falo do campo do mágico. Há que se


perguntar, qual essência de cada um destes espíritos? O que eles
sabem, o que fazem, cada um? A gratidão, por exemplo. Hoje ao
menos 1% das mensagens que leio na internet terminam com
'gratidão'. Antes que você pergunte, eu já respondo: eu também
escrevo 'gratidão'. Mas convido todos a pensar sobre qual é a
essência da gratidão.

A primeira coisa que veio à minha mente é que você quando


sente a presença deste espírito, ele parece como uma porta, pois
ele se liga a algo ou a alguém na outra ponta. Você fica grato à
alguém ou à alguma coisa. Vamos fazer um corte aqui. Esqueça o
'alguma coisa'. Foquemos no 'alguém. Você fica grato a alguém.
Então, a primeira coisa que este espírito sabe é que ele nasce de
outrem, de outra pessoa.
Outra coisa que este espírito sabe, além do 'quem?' é do 'por
quê?' Sabemos o motivo de um sentimento de gratidão.
Precisamos sabê-lo, senti-lo, talvez até verbalizá-lo.
Compreender o motivo da gratidão, quem é a pessoa a quem se
está grato. Estas são coisas que este espírito sabe.

Agora, o que este espírito faz? Uma coisa que todos fazemos é
dizer "sou lhe grato". Acredito que devamos ir além. Devamos
compreender quais outras ações este espírito faz ocorrer, além
da simples declaração de gratidão. A primeira ideia que me
ocorre é que este espírito se comunica com outros. Como não
relacionar gratidão, empatia e amor? Mas hoje em dia quais são
as relações vivas que o espírito de gratidão mantém dentro de
cada um de nós? Responda a si mesmo.

Eu cheguei a conclusão que falo pouco para todos sobre meu


sentimento de gratidão. Ele se comunica com outros dentro de
mim os quais me fazem agir, mas calado. Faço, mas não falo.
Falta para mim o básico que todos fazem. Dizer que sou grato.

Então, ser, você que me lê, eu lhe sou grato. Grato por você
separar um pouco do seu tempo para me ler. Grato por ser o
outro invisível que muitas vezes se torna a única pessoa ao
alcance destas palavras. Por todos os espíritos que busco reviver
e que recebem sua energia ao pensar neles.

CAOS

22 de novembro às 07:56 ·
Todo saber leva a uma separação. Conhecer distingue. Sem
conhecimento, sem distinção. Somos cada vez mais Eu quando
conhecemos a nós mesmos e com isto cada vez menos o outro, ou
cada vez menos a voz do outro. Zaratustra escondeu-se em uma
caverna, talvez por não suportar sua visão da diferenciação.

Aqueles que conhecem a si mesmo se tornam solitários. Morder


a maçã do saber sempre leva à perda de algum paraíso.

23 de novembro às 07:33 ·

Quando coloco meu óculos de lentes atemporais vejo as


memórias que guardei como um todo só. Busquei por muito
tempo a compreensão geométrica do que seria a 4a dimensão
expressa em um gráfico 'visualizável'. Ao meu ver, se retirarmos
o tempo desta fórmula teremos como resultado um novelo
misturado de imagens, sons, sensações cinestésicas, todas
ligadas entre si e equidistantes do centro.

Nerdice? Parece-me mais uma compreensão filosófica. Nosso


Inconsciente é atemporal. Ele não sabe a diferença temporal que
existe entre o que aconteceu a tempos atrás ou ontem. Por isto
sonhamos com pessoas que já não nos lembrávamos mais no dia
a dia como se a tivéssemos encontrado ontem. O Inconsciente
tem um 'tipo' diferente de 'memória'. Ele jamais esquece. Ele vê
antes do tempo e se 'lembra' de coisas que ainda estão por
acontecer. O Inconsciente consegue dobrar o tempo, por assim
dizer.

Qual a importância disto, você pode perguntar. Bom, ali em


outro lugar eu apontei que as nossas emoções e sentimentos têm
a sua definição fundada em nossas crenças. Acreditamos, dentre
outras coisas, que o passado ficou para trás. Acreditamos que o
futuro é inalcançável, está sempre andando para frente. Por
estas e outras percepções dizemos em nossa consciência que o
tempo é o Rei da vida. , Cronos. Tic. Tac.

Voltamos (de novo) ao mesmo ponto. Nossas crenças. Não só a


que conseguimos verbalizar dizendo... 'eu acredito'. Mas também
as crenças que não conseguimos sequer olhar, e para a qual
ofertamos uma pronta negação como defesa. Todas elas são
partes do fio deste novelo. São nossas crenças que ligam nossas
experiências em nossas memórias, são elas que constroem nossa
'história' pessoal.

Há muita coisa que pode ser deduzida destas palavras. Mas a


mais importante para mim está no fato de qualquer tentativa de
mudança em SER passa necessariamente por rever o passado e
nossas crenças. Pois não há verdadeira mudança sem que a
pessoa mude aquilo em que acredita.

Rever o passado não é lembrar. Significa dar um novo


significado ao que ele representa. Talvez até desencavar algo que
ficou enterrado, impercebido, para então limpá-lo e redefiní-lo.

Tente. Ao mudar um significado na sua memória, o novelo muda


todo.

26 de novembro às 08:21
"Sem expectativas e sem desinteresse." - Esta fórmula
aparentemente simples explica minha forma de ver e fazer
magia. Muito diferente de Harry Potter. Sem artefatos mágicos.
Nenhum encantamento ou sortilégio. Sem vilões ou magos
protetores. Apenas foco na interação com o universo. Onde o
fazer é a sua parte e o esperar um erro.

Foi eu quem cunhou o termo. Confesso que até hoje ninguém


pegou de primeira o significado desta fórmula. Isto por conta do
termo 'sem desinteresse'. A moçada lê assim: "Sem expectativas
e com interesse'. Uai gente, se era para ser esta a frase não seria
uma fórmula, seria uma simples afirmação. Torna-se uma
fórmula por apresentar um paradoxo: Como agir assim, sem
esperar os resultados?

A expectativa, seja ela qual for, é um interruptor que desliga o


funcionamento da magia do caos. O motivo é simples. Nossos
Minions mágicos estão no Inconsciente. Só trabalham quando
você não está olhando para eles. Quando você olha e os percebe,
eles param de trabalhar, ficam confusos, esperando novas
ordens. Quando você pensa no assunto, quando traz a
expectativa, o que está fazendo acontecer é a percepção
consciente do problema. Poderá racionalizá-lo. Mas enquanto
isto, os Minios em silêncio escutam tudo e acreditam que você
estava falando com eles. Dá para imaginar a confusão que o
Malvado Favorito causou com sua expectativa de resultado?

A expectativa quase sempre nunca chega desacompanhada para


nos visitar. Traz de mão dada a Tagarelice. Faz a gente falar
sobre nossos sonhos. Ao falar sobre eles, retiramos a energia que
os Minions iriam utilizar para trabalhar. Os deixamos fracos,
famintos, sem disposição. A energia dos nossos sonhos foi
passada para outrem através do nosso discurso. Tiramos a linha
do silêncio que continha a energia no Inconsciente. A magia se
chamou sigilo para mostrar não que era um símbolo, mas que
era um segredo. Contado uma única vez e só para os seus
Minions.

Via de regra, a expectativa é buscada por sua filha, a Frustração,


a qual está sempre solta por ai, buscando encontrar a sua mãe.
Não quer ser médium para o espírito da Frustração? Então deixe
a Expectativa fora da sua vida. Se você conseguir viver de forma
a agir sem expectativa, então você está pronto para enfrentar a
Esfinge desta fórmula: o agir sem desinteresse.

Então a cabeça de leão que repousa sobre o corpo do dragão e os


pés de águia lhe pergunta: Como agir sem desinteresse, se isto é
afirmado ser diferente de agir com interesse? qual a diferença?
Como desvendamos a fórmula?

26 de novembro às 18:38 ·

Aprendi no curso de psicanálise que Freud definia a paixão como


uma doença. Nunca fui de aceitar as 'verdades' assim tão fácil. A
mudança na percepção da vida é mais Bergsoniana... há que se
experimentar. Há que se ter resultados, sejam eles quais forem.
Só então temos uma conclusão. Não somos papagaios. Somos
Corujas.

O Tio estava certo. Existe um desequilíbrio na paixão. Pessoas


apaixonadas fazem qualquer coisa para ver o objeto de sua
paixão feliz. Qualquer coisa. Acreditem-me. Existem muitas
possibilidades. Poucos afortunados terão do outro o mesmo
cuidado. Mas a maioria de nós não. Ou teremos mais ou menos.
Teremos o desequilíbrio.

Agora, o que o Tio deixou nas entrelinhas está no fato de que


existe uma infinidade de objetos pelos quais uma pessoa pode se
apaixonar. Pode ser outro, e outro, e outro, e outro, ou não. Pode
ser um fazer. Um saber. Qualquer coisa na verdade pode ser
objeto da paixão de alguém.

Então hoje eu venho dizer aos apaixonados. Alertem-se. Você


está doente. Doente do seu Eu. Só pensa no outro. Acorde. Existe
um Universo dentro de você. Um Universo além de você. Pelo
qual você se pode se apaixonar. Se a paixão é a tua relação com a
vida, ela nunca irá te falhar.

Pois que a paixão construiu este mundo. Pode reconstruir o seu.

27 de novembro às 08:05 ·

Quando apresento a magia do caos como caminho de


transformação pessoal, esqueço de apontar um obstáculo neste
caminhar alquímico: o outro. Pois que além de conhecer a si
mesmo para transformar-se em um outro ser humano, também
passa a ser uma 'missão' convencer o outro desta transformação.
Você pode mudar por dentro, mas o olhar do outro só alcança a
superfície. Te dirão que é impossível, que você ainda é a mesma
pessoa.

Então você pensa.... 'caráleo, já foi difícil o suficiente mudar a


minha percepção da vida, agora como faço para mudar a
percepção do outro?' Hoje venho deixar algumas palavras aos
que se verem nesta situação.

Aquilo que te transformou foi uma energia chamada libido. A


fonte está no seu corpo. Esta energia nunca aumenta ou diminui
em quantidade, apenas muda a forma com que nos sentimos:
excitados, curiosos, deprimidos... Todos estes sentimentos são
carregados de libido. Freud ao meu ver foi influenciado pela
termodinâmica. Um sistema fechado nunca deixa energia
escapar. A energia circula, circula, circula, sempre na mesma
quantidade. Conosco acontece o mesmo, tudo o que sentimos
nasce da energia e retorna para nós mesmos. Libido. Finita.
Energia pura que se transforma em muitas coisas, inclusive o
Desejo.

Guarda tua energia para continuar o seu caminho. Gastá-la para


convencer o outro sobre para onde vais é uma perda. Uma perda
de energia que poderia estar te levando mais adiante. O olhar do
outro serve ao outro. O seu deve servir à você.

Escolha sabiamente o que fazer com sua libido.

28 de novembro às 07:57 ·

"Fica com 'D'eus..."

Depois de estar tanto tempo ateu eu já devia ter me acostumado.


Mas acredito que minha quizila com este 'senhor' está mais
fincada no meu inconsciente do que eu percebia. Ainda me
incomoda. Ainda corre na minha mente um "Não, obrigado!" Sei
que a intenção do meu interlocutor é encerrar a conversa, ou
muito raramente em encantamento de proteção (ah sim, as
coisas feitas com amor têm esta característica... elas criam
realidades, até ser protegido por uma ideia sem fundamento).
Mas isto não explica os sentimentos que esta frase ainda
desperta em mim.

Antes, sob a influência do meu bufão, eu dizia: "qual deles?" O


interlocutor ficava surpreso, com ar abobalhado, olhando o
espaço vazio que nos separava. Como assim qual 'Deus'?
Faltavam só verbalizar. Eu ficava satisfeito com a confusão
criada. Tão satisfeito quanto atender as Testemunhas de Jeová as
07:00 para anunciar a eles a palavra do nosso senhor Satanás.
Coisa de palhaço caoísta. Provocar o colapso para colher
resultados.

Hoje olho novamente para este fenômeno que ocorre comigo,


buscando encontrar uma chave perdida. Pq diabos isto me
incomoda ainda, se eu já me desliguei desta ideia (ou achava que
havia me desligado)? Me coloquei a pensar novamente no que
diabos o meu inconsciente ainda tem gravado para reagir assim
à estas 3 palavrinhas.

Lembrei de Crowley. Não há deus senão o homem e a mulher.


Uma ficha caiu. Se há um 'D'eus', eu não sou deus. A existência
da ideia de um criador a imagem e semelhança do homem (se
fosse uma mulher talvez eu não estivesse ateu) faz 'D'ele algo
inatingível. Ao mesmo tempo que esta crença se estabelece,
outra não verbalizada nasce junto: se há 'D'eus, não só não
somos deuses, somos somente bestas falantes.

Outro fato é que a ideia da existência de um ser onipresente,


onisciente e onipotente, pelo mesmo contraste, me impede por
uma crença inconsciente de ser eu mesmo onipresente,
onisciente e onipotente. Calma. Antes que você pense que eu caí
da escada, pense no seguinte: onde você colocou o seu limite de
presença, consciência e potência? agora se você respondeu onde
está seu limite, te pergunto: quem o colocou lá?

Compreendi que a ideia de 'D'eus fere mortalmente meu espírito


imortal dentro do meu sistema de crenças. Para ser eu mesmo
um deus, outro 'D'eus superior não há. Há uma chave escondida
neste crença oculta... se há um Deus eu sou uma besta, mas sem
um Deus os meus limites desaparecem.

Como ateu vejo que existem realidades além do físico, além da


percepção natural. Quando dizem que formos feitos a imagem e
semelhança, a Tradição ocultou a verdade e revelou uma
mentira. Somos todos nós um Universo autônomo, feito de
partes físicas e não físicas que estão todas interligadas a um
nível que nos é impercebido. Somos muito além do que
percebemos, muio além do que acreditamos e certamente temos
mais poder do que sabemos. Basta olhar para dentro de si
mesmo.

Conheça a ti mesmo e conhecerás o Universo, dizia o Oráculo de


Delphos. Pensem nisto.

29 de novembro às 07:22 ·

Vai começar de novo. A Jornada. Começamos com esta inciativa


sem noção nenhuma de onde íamos chegar. Tipo o que Colombo
fez, ou ao menos a versão 'histórica' do que ele fez, a gente pôs a
Nau no mar e foi.
O que tornou única esta viagem foi ter encontrado as respostas
depois de estarmos todos conhecendo a rota, depois de termos
tido realizado algumas destas jornadas. Estas respostas eram
peças de quebra-cabeças. Me perguntaram o que me levou a
estudar psicanálise. Foi a Jornada. Muitas destas peças já haviam
sido descritas por Freud, Reich, Lacan e Jung (na ordem que vejo
a importância de suas contribuições para o desvelar do
mistério). Foi com o conhecimento psicanalítico que o caminho
já conhecido pelo mar se tornou um mapa.

A Jornada é uma viagem para dentro de si mesmo. Uma pessoa


que já fez o caminho acompanha a pessoa que o faz pela
primeira vez. O que leva se chama Mestre de Jornada, pois que
conhece como ir e voltar, mesmo sem o mapa. A pessoa que é
levada à viajar para dentro de si mesma é chamada Incauta.
Aquela que procede sem cautela.

Estes termos, Jornada, Incauta, Mestre também podem ser


unidos assim... é através da Jornada que uma Incauta se torna
Mestre.

O nosso lema é simples e nem é novo. Estava inscrito na pedra,


no pórtico de entrada do Oráculos de Delphos.

"Conhece a Ti Mesmo."

29 de novembro às 22:39 ·

'Trosdias' me perguntaram como um ateu reza. Superficialmente


parece uma pergunta paradoxal e sem sentido, mas não é. Minha
interlocutora, por ser quase desconhecida, tinha a vantagem de
acreditar q poderia ser sincera.
Respondi com muito mais arte do que aqui, agora. Depois, como
sempre, me coloquei a pensar no que havia dito. Muitas vezes
reconheço que os pensamentos e as palavras não são minhas, eu
sou só o mensageiro.

Disse eu algo assim: Somos limitados e dentro das nossas


limitações escolhemos algo como nós para endereçar uma prece.
Muitas pessoas chamam o destinatário de deus, de santo, ou de
outra coisa. Seja como for, o destinatário final desta prece está
em algo que nos contém.

Eu diria que é o Universo. Não é uma deidade. Nem Buda, a


ausência dela. Disse à ela que para pedir ao Universo eu deveria
primeiro perder a linguagem. Nenhum pedido feito em
português, inglês, francês ou espanhol seria ouvido (em alemão
talvez, mas certamente interpretado como uma ofensa,
aftaszarden.)

O Universo reage ao desejo intenso e determinado. Se move no


silêncio da palavra. Somos todos uma coisa só e aquilo que for
desejado profundo encontra no Universo um lago de superfície
calma, que irá receber este impacto e emitir ondas em todos os
sentidos.

Nós humanos temos o mal hábito de nunca parar de pensar.


Nossas preces são feitas dentro de uma estrutura de linguagem.
Chamamos nosso desejo de fé. Eu vi a Fé. Um espírito que ao
chegar afasta todas as dúvidas e com elas toda a linguagem.

Para quem tem Fé, crer basta. O Universo irá trazer, mesmo que
em nome de um fantasmagórico deus. Por quê é assim? Pois
acreditar leva a ausência de outro estado. Favorece que a mente
se desligue. A Fé, além da crença, favorece um estado alterado
de ser: o desligamento do resultado.

Fé é crença pura e esquecimento.

30 de novembro às 23:15 ·

Kia. Este é o Espírito mais sorrateiro de todos. Ele não é


encontrado fora da psiquê humana. Ele nunca usa linguagem.
Está sempre presente. Escuta tudo na forma de imagens
cinestésicas. Mas o que é Kia, este termo tão obscuro?
Se você respondeu que é uma marca conceituada de carros
coreanos, peço que revise a obra de Austin Osman Spare. Você
vai dizer: Spare criou o termo sem dizer o que era. Algo assim:
Kia não é e se for algo, não é Kia, é algo diferente.

Confesso que parei por uns anos nesta. Entender o que não pode
ser definido em linguagem é um desafio sobre-humano. Em um
relance de luz sobre o assunto, disse Spare: "Kia é o centro da
percepção e da vontade". Eu entendi naquele primeiro momento
que Kia era então o centro da consciência.

Só que não. A Percepção é um Espírito que se revela através da


consciência, mas ele existe também antes e além dela.
Percebemos conscientemente o que a atenção nos permite, mas
existe um espectador em cada um de nós que assiste tudo: o
Inconsciente.

Foi neste ponto que compreendi Kia. Kia é uma representação do


Inconsciente. Primeira instância da psiquê a perceber, antes da
linguagem. Fonte pulsional do desejo. Nascente de onde jorra
nosso Tesão.

Compreendi que cada 'letra' do alfabeto do desejo é um Espírito,


o qual traduz um desejo. Austin Osman Spare reconstruiu sua
ligação com cada uma destas potencialidades. Retirando do meio
a linguagem, Spare precisou ser impreciso.
Kia não era para ser dito. O que for dito, não é Kia.

CAOS

30 de novembro às 08:19 ·

Existe uma questão Ética à respeito da magia. Trata-se de uma


ação realizada através de um meio imaterial. Com conhecimento,
alguns possíveis elementos e poder da mente um agente busca
afetar a realidade para que esta atenda à sua vontade (ou
Vontade). A não ser que o agente deseje informar o fato, o que
aconteceu em si jamais seria descoberto por outra pessoa. Parece
com uma capa de invisibilidade do Harry Potter. Você vai lá e faz
sem ser visto. Então o agente se pergunta: quais são meus
limites? até onde posso ir com isto?

Tentar impor uma só resposta seria defender uma moral. Mas


esta circunstância não afasta a importância da pergunta. Ocorre
que em 25 anos no caminho de aprendizado da magia eu nunca
ouvi esta pergunta vinda de um colega magista. Já ouvi
respostas. Mas a pergunta não.

A minha própria resposta para esta pergunta foi mudando com o


tempo. Qual limite Ético? Nenhum? o Eu? a relação pré-
existente? aquilo que não consigo fazer sem magia? Já tive estas
entre outras respostas, não exatamente nesta ordem.

Deixo além da pergunta algo que encontrei no caminho: Magia é


um caminho de duas mãos. Ao abrir a porta para o Universo, a
porta se abre para os dois lados.
Escolha sabiamente.

1 de dezembro às 09:06

Ontem participei de um Vortex Chaoscast. Foi um barato, RÁ!


Abraços sinceros ao Rodrigo Vignoli, ao Victor Vieira e ao José
Lucas da Silva. Os caras me começaram com uma das duas
perguntas que me deixam sem resposta. Como vamos te chamar?
Luís, Z ou o quê? Fico confuso pois existem várias respostas
corretas e não sei qual delas oferecer, a princípio.

Nesta hora eu preciso 'sair' de mim e me ver de fora. Sempre há


uma personagem, uma máscara de influência sobre meu rosto, a
qual não consigo ver de dentro. Esta 'persona' é só uma dentre
várias e apesar de só uma estar ali num momento, elas se
alternam dinamicamente sem a minha percepção. Ali, naquela
hora, estava a máscara do Z. Então respondi.

Quem separa o bagaço do caldo neste momento já viu. Eu não


sou. Nunca fui. Nunca serei. Esta necessidade de definir minha
máscara a princípio não é minha. Esta é uma necessidade de
quem me vê. Quem me vê precisa de um link na linguagem, uma
forma de fazer a ponte entre Eu e outro. O nome funciona como
uma porta para isto. Mas também funciona como um gesso.
Somos mais Eu e menos o Universo quando aceitamos este gesso.
Somos 'Luís', ou 'Z', ou 'Zoakista', mas precisamos ter uma
ponte, ou o outro não nos acessa.

Quem conhece de fermentação já viu o que caiu no caldo. Eu


estou. Se estou, o estado do Eu pode mudar. Quebra-se o gesso.
Estar já nos é percebido involuntariamente como algo variável.
Mas, se Eu não sou meu nome ou o gesso de identificação que
todos querem ter para me endereçar, o que é o Eu? Esta
pergunta não tem resposta, pois a pessoa do verbo na pergunta
está errada.

Ninguém de nós É. Cada um de nós 'Somos'. Pois se estou em


estados diferentes e se posso colocar um Espírito (ou
personagem) para identificar aquele estado, então eu Sou
MUITOS ESTADOS DIFERENTES, ainda que eles se alternem
dinamicamente.

Por isso digo: "Somos Muitos."

Lidem com Isso.

03-Dez-17 ·

Qual a natureza dos obstáculos que te impedem de avançar?


Temos desde sempre sido treinados para classificar as coisas, as
experiências. Dizemos: o que me atrapalha é não ter 'algo'.
Coloque qualquer coisa no lugar deste 'algo', a frase ainda
permanece a mesma. Ainda permanece verdadeira (se tal coisa
existir). O que se destaca desta abstração não é o que você coloca
como obstáculo, mas o fato de que quase sempre o verbo usado
para descrever tal situação é 'ter'.

Bom, se você tem algo deveria ser capaz de reconhecer este algo.
Alegria. Empatia. Egoísmo. Medo. Chamo este algo de um
Espírito. Se você o chamou para dentro da sua casa, vale dizer,
para dentro do seu corpo como um todo (Zos), deveria saber
disto. Mas será que sabe mesmo? Será que reconhecemos todos
os Espíritos que já um dia convidamos para morar dentro de
NÓS? Sabemos se ainda estão lá?

Digam-me, como vocês vêem a natureza de algo imaterial que


vive dentro de vocês, que influencia suas decisões sem ser
percebido? Alguns diriam que são complexos. Outros que são
crenças inconscientes. Ainda haveriam os que diriam ser
demônios. Ao me ver todas estas e ainda outras respostas se
encaixam neste quebra-cabeças. Escolher qual para dizer
'correta' é menos importante do que reconhecer a existência
destas instâncias (Espíritos) imateriais que vivem em NÓS.

Reconhecer a existência inicialmente é um ato abstrato,


genérico. Reconheço que existem Espíritos dentro de mim.
Conhecer já é outra história. Para conhecer, você precisa jogar a
luz da consciência sobre os recantos do Inconsciente. Para quem
já fez este ato mágico, sabe que nem todos os Espíritos gostam
de ser vistos. Alguns inclusive nos despistam sussurrando em
nossas mentes que eles na verdade moram é dentro do outro,
que já foram embora e você não precisa mais procurar por eles
dentro de você mesm*.

Quanto mais tempo um Espírito permaneceu dentro de você ser


receber a luz da consciência, mais dependente do escuro do
Inconsciente ele se tornou. Mais fugidio. Sorrateiro. Mais
proficiente em te fazer acreditar que ele já não mora mais em
você, escondendo-se debaixo de metáforas e metonímias.
Então você pergunta: como posso reconhecer o que está dentro
de mim? Como posso conhecer melhor a mim mesmo?

Todos os anos fazemos uma iniciativa neste sentido. Durante


quase 15 anos se chamou CAOS O JOGO. Hoje mudamos o nome.
Chama-se Caos A Jornada. Isto pq ao correr dos anos nos pareceu
mais uma jornada que um jogo. Um jogo depende de sorte, além
de astúcia e conhecer as regras. Uma jornada para dentro de si
mesmo é algo imprevisível. Você sabe de onde vai sair. Nunca
tem a ideia inicial de onde vai chegar.Como um bando de aves
voltando ao lugar de onde nasceram, somos orientados por uma
intuição, um instinto.

Isto nos basta. Avancemos então.

4 de dezembro às 08:25 ·

Existe algo de limitador para aquele que tenta exercer o controle


sobre a sua realidade. Creio que este fator nasça do fato de que a
vida é incompatível com a ideia neurótica de controle. A vida é
Caos. Controle é ordem. Meu pensamento de hoje está na forma
que tratamos o novo e se ele realmente é novo.

A vida é terrível, disse um amigo meu. Talvez na ânsia de evitar


a terribilidade desconhecida nós abracemos inquestionadamente
o terror conhecido. Tentem se lembrar a rapidez com que vocês
buscam 'entender' uma situação nova, um fenômeno inesperado
o qual aconteça na sua frente. Feche os olhos. Lembre-se. Se
você conseguir se lembrar, provavelmente se verá dizendo o que
a situação é para você. Você classificou o futuro com base em
uma experiência do passado. Isto é comum dentro de todos nós.
Mas nos limita.

Pensem: o que realmente é novo se eu o reduzo a algo que me


era previamente conhecido? Se aquilo que aparentemente era
novo me parece conhecido, eu consigo exercer algum nível de
controle sobre a experiência, ainda que seja derramar adrenalina
no sangue e bater em retirada. Quando entendemos algo como
realmente novo, nos escapa a capacidade de classificá-lo.

Agora se podemos compreender a limitação da nossa percepção


da vida, podemos também questionar se todas as classificações
que fizemos no passado também não foram limitadas. Se
compreendo melhor o universo a cada dia que busco
compreender melhor a mim mesmo, estas ideias devem ter
evoluído com o tempo. Logo a melhor visão que posso ter de um
fenômeno é a visão que tenho hoje.

Perceberam a quebra da ordem? Tudo que aparece na nossa


frente é essencialmente novo. Nossa incapacidade de buscar
significados novos está na necessidade que temos de afirmar
nosso mundo. Conceitos que consideramos serem assim ou
assado começam a comandar nossas escolhas, a comandar nossa
vida. Passamos a ser um produto das ideias e não os criadores
delas.

A única constante da vida é sua transformação.O que te prende


as ideias do que foram? elas sempre estão mudando.

Abrace o novo que existe dentro de você!


CAOS
6 de dezembro às 15:43 ·

Estou saindo de férias. Alguma pessoa em sua observação


superficial diria: 'férias de quê?'. Muitos crêem que o servidor
público não trabalha e que ter 37 dias de descanso no ano é
algo... demasiado folgado. Devo discordar. A vida é algo
desgastante por natureza. Para todos nós, faça o que façamos.
Diria mais, diria que viver dói e dói muito.

Qualquer um de nós brasileiros que desenvolva sua empatia pelo


cidadão ao nosso lado, ou do outro lado da telinha, terá
dificuldades. Viver dói para todos e quando dói no outro, dói em
mim também. O caminho divergente foi o que seguiu o Ermitão.
Aquele que foi para pra dentro da caverna encontrar a si mesmo,
ou do apartamento pelo que valha. Isto amigos também não
resolve a dor. Pois a dor pode nascer de dentro e precisamos
colocá-la para fora. Ou ela nos apodrece emocionalmente.

Esta escolha fazemos todos os dias. Escolhemos a quais dores


iremos nos expor. Notícias de absurdos, tragédias e maldades
estão pululando pelas mídias. Fica difícil não se envolver quando
você vê um post do "Dr. Ray , presidente do Brasil". Para não
criar polêmica em citar outros opções de males maiores.
Escolhemos. Ou não.

Ou não pois muitas das vezes não escolhemos. Apenas somos


escolhidos. O que aparece naquilo que comumente se chama de
mídia está no discurso de todos. Se você não conhecer a
mensagem, perde a capacidade de comunicação. Ou seja,
simplesmente não se importar com as merdas todas também não
resolve, pois irá nos isolar dentro do nosso casulo de linguagem
própria.

Cada dor vivida desgasta a alma. Mas também a enriquece.


Temos a oportunidade de escolher quais dores viver. Renunciar a
esta oportunidade significa ser escolhido pela dor. A diferença se
chama magia do caos.

10 de dezembro às 10:05 ·

Está aqui, agora, de novo, o ponto inicial. O que vamos fazer


dele? Reticências? Exclamações? Vírgulas? Pontos finais? Novos
parágrafos? Interrogações?
Mais uma vez a missão é penetrar além das palavras usando-as
como instrumento. Mais uma vez a missão está na arte de Criar.
Sem cópia, sem roteiro, sem modelo, sem funções, apenas remos
e bússola.

Eu e minhas irmãos e irmãos chamamos esta experiência de


Jornada. Ela leva tanto tempo que não sabemos quanto. Quanto
mais longe chegamos vemos o quanto é mais vasto aquilo que
resta à conquistar. O destino muda como um fractal recriando-se
em escalas dentro de si mesmo.

Todos os anos partimos à semelhança de uma Nau. Nosso


destino é o Inconsciente. Nossa missão conhecer melhor a si
mesmos.

Este ano estamos mudando algo. Um grupo de homens e


mulheres-rãs e outro de para-quedistas vai sair na frente. Sua
missão é prospectar os universos que chamamos de CAOS. O que
eles encontrarem, será o conteúdo do que todas as outras naus
irão enfrentar.

Saímos hoje.
Todos ao convés!!!
Z
Reverendo - Templo do Caos - Brasil - 2017/18
CAOS 2018 - Em um sonho perto de você.
https://www.facebook.com/groups/caosajornada/

11 de dezembro às 08:22 ·

Algumas pessoas desacreditam que possam se curar sozinhas dos


males que afligem o espírito. Necessitam de elementos externos
que possam convecê-los da cura. Remédios. Médicos. Terapeutas.
Estar doente do espírito é algo vicioso. As retrações que a alma
sofre para se comprimir em um espaço-tempo trazem uma fuga
doce: aceitar a doença. Sofrer. Tornar-se vítima do sofrimento.

Interessante é quando pensamos na situação a nível molecular.


Fatos experimentados pela pessoa alteram sua produção de
neurotransmissores, altera seu equilíbrio químico, desequlibra o
todo. O que o mundo contemporâneo sugere é que você se diriga
a um psiquiatra, para ele classificar seus males em uma tabela
com mais de 500 distúrbios e 'transtornos'. Seretonina,
endorfina, noradrenalina, dopamina, acetilcolina... o que falta é
simples, o que causa se tornou complexo.

Hoje o remédio que mais vende no mundo é o Rivotril.


Ansiolítico e hiponótico leve. Não me recordo com precisão, mas
creio que este fármaco nem foi criado para este fim, pelo que me
lembro, era para controlar crises de epilepsia. Ao tomar Rivotril,
a pensa perde a ansiedade e ganha uma dependência química. O
que será pior?

Muitos destes demônios assombram minha alma, assim como as


de vocês. Mas eu gostaria de levar você a pensar em um ponto: A
ansiedade. A ansiedade pode ser traduzida em uma necessidade
de antecipar um resultado. Nasce de uma mente que sente medo
do que virá, que sente ser necessário ter controle de tudo.
Então eu pergunto... como viver uma vida mágica, sem
expectativas e sem desinteresse, se a pessoa é ansiosa?

A ansiedade, mal do momento, é o outro lado da moeda que se


chama magia.
Z

11 de dezembro às 21:09 ·

O Magista do Caos treina seu Inconsciente a realizar seus desejos


inconscientes. Esta é uma fórmula simples de transcrever em
português e ao mesmo tempo dificílima de compreender. Como
diabos é um desejo inconsciente?

Antes de mais nada devo apontar novamente que os desejos


nascem antes da linguagem. Antes de vc pensar sobre, o desejo
já existia. Algum desavisado pode pensar que não, que o
pensamento é a consciência. Pode pensar que só o que foi
pensado foi formulado. Meio correto este pensamento. O que foi
pensado em linguagem foi formulado em linguagem. O que foi
desejado foi formulado de outra forma.

Um desejo inconsciente é sobretudo... desconhecido. Antes que


apontem o paradoxo, devo lembrar... um desejo inconsciente um
dia foi consciente, mas ele foi esquecido. Ele foi plantado nas
terras que estão mais profundas, onde os arados do português
não alcançam.

Caso estejam me acompanhando, o desenho é assim: o desejo era


inconsciente, pois havia ocorrido no corpo antes da linguagem;
ao ser transformado em linguagem, o desejo encontra seus
limites de contenção, a casca da semente; ao ser esquecido
enquanto linguagem, a semente volta ao solo da magia... a
ausência da linguagem.
Muitos que gostam de longos discursos brandam lá no fundo que
sou um pianista de uma nota só.

Os que olham o resultado buscam saber se a nota está afinada.


CAOS

12 de dezembro às 08:56 ·

O Tempo. Este é um Espírito que conhecemos todos, loucos ou


sãos, brutos ou lapidados. As células em nossos corpos se
renovam todas a cada 7 anos. Nossos espíritos vivem dentro de
corpos que decaem. Evoluímos e morremos com o passar do
tempo. O Tempo é tão presente em nossa vida que muitas vezes
esquecemos que ele também é um Espírito. Muitas vezes
confundimos o Tempo com a própria Vida.
Mas a Vida e o Tempo, apesar de andarem de mãos dadas, são
dois e não um.

O Tempo existe fora da vida, ou melhor dizendo, o tempo existe


fora da sua percepção da vida. A História te conta como foi a
vida. A Ciência te fala sobre como ela será. A Vida também existe
fora do Tempo, mas para ter esta percepção nem a História e
nem a Ciência ajudam.

Para perceber a Vida fora do Tempo, há que se retirar o tempo


da equação. O que existia com o Tempo e que você chamava de
vida era um gráfico cartesiano de uma função. Uma função que
envolvia o tempo em sua fórmula. Retirando o tempo, a função
deixa de existir, pois não há como se trazer ao gráfico as
mudanças que o tempo traria.

Geralmente este é o ponto do texto onde eu coloco alguma pulga


atrás da sua orelha. Meu propósito ao escrever é levar a pensar.
Trazer perguntas. Mas este Espírito é tão comum e tão presente
na vida de todos nós, que desta vez não vou ousar instigar. Vou
apenas dizer.

Sem o Tempo, a Vida se torna um só núcleo, onde todos os


fenômenos percebidos, todas as experiências vividas, estão
ligadas entre si. Não há passado e nem futuro, só presente. No
presente estão todas as energias que te envolveram e
envolverão. Como um grande emaranhado de fios, esperando que
você mexa em algo. Ao mexer em algo, tudo muda. O passado
muda junto com o futuro dentro do presente.

O que estas palavras não permitem é te mostrar como fazer isto.


Você terá que tentar. O primeiro passo é acreditar que existe
uma Vida fora do Tempo.
13 de dezembro às 12:17 ·

'Só o Nada É.
Todo o resto está.'
Z

15 de dezembro às 08:38 ·

Houve um tempo, na época da Internet à lenha, que eu dizia


assim 'O Caos Controla!'. Eu tinha lido em algum grupo deste
alt.magick a frase 'Chaos Controls'. Era uma afirmação e
domínio. Controle era a palavra escolhida para definir o domínio
que o magista do caos tinha sobre sua vida. Hoje vejo como
aquela ideia era ilusória. A vida é Caos. As formas de ordem, as
formas que buscam controle, estão todas sujeitas ao mesmo
Caos.

Palavras como Destino, Karma e Futuro mantém uma relação


subterrânea com nossos desejos. Quantos de nós já abriu a porta
para o espírito da Ansiedade diante que a pressão destas
palavras exercem sobre o nosso Inconsciente? Quanta energia já
gastamos ponderando sobre nosso futuro? sobre se os obstáculos
que enfrentamos hoje foram colocados ali por nós ou por outros,
em uma roda infindável? quanta energia gastamos questionando
nosso destino? Quando encontramos respostas para estas
perguntas, compreendemos como lidar com a vida.
A vida é energia expandindo e contraindo em uma ordem
implícita, hoje imponderável.Ao meu ver o controle sobre o
imponderável será sempre ilusório e extremamente desgastante.
A vida simplesmente não pode ser controlada. O que podemos
fazer é colocar nossas pranchas no mar e surfar as ondas que ele
traz.

Compreendemos uma noção de que ordem existe e é desejável


por perceber muitas coisas fixas e periódicas em nossas vidas. A
existência física dos objetos, a alternância entre o dia e noite. A
presença dos fenômenos de nascimento e morte. Aniversários.
Famílias. Eventos que experimentamos na vida trouxeram-nos a
incorreta compreensão. A de que temos que manter controle
sobre a vida.

A vida é feita de energia. A vida é Caos. Somos Caos.

Let it be Chaos!
Z

19 de dezembro às 13:25 ·

Perguntaram ali: "Qual o problema do desejo?"... acho que


queriam perguntar 'qual o problema com o desejo?', mas vou
responder a primeira.

O problema do desejo é que ele nasce em um território sem


linguagem... ...mas nós somos bestas que usamos linguagem. Ao
verbalizar o desejo, tiramos ele da sua natureza essencial e o
trazemos para o mundo, seja por pensamento ou fala.
Depois você 'trabalha' o desejo com linguagem. Constrói
sentenças. Certifica-se de que elas atendem aos princípios de
PNL. Toda uma construção em linguagem... e com qual objetivo?
retirar a linguagem. Construir um simbolo fora da linguagem,
que as pessoas chamam de sigilo. Para fazer o q depois? esquecer
todo o conteúdo de linguagem envolvido.

Esse é o problema do desejo: a besta desejante.

20 de dezembro às 21:11 · Belo Horizonte ·

Às vezes a mão coça para participar de debates nonsense nas


redes sociais. Esta sensação, um misto de indignação entrelaçada
com camadas derretidas de revolta, sob um molho de afirmação
do ego... se eu fosse ingênuo acreditaria em outra coisa que não
os próprios códigos-fonte das redes sociais. Mas independente de
quem coloca a treta no seu colo, a pergunta chave é 'o q fazer?'
Gastar horas alimentando egos, o meu inclusive, ou alimentando
'Flames'?

Sabem o que faço? Respiro profundamente 10 vezes, enquanto


lembro das palavras do Mestre sob as oliveiras: "meus filhos,
minhas filhas, trepem mais e tretem menos."

Funciona sempre. Recomendo.

21 de dezembro às 09:15
Magia é uma costura de significantes.
Z

22 de Dezembro às 10:35

Um Joule pelo Pão, um Joule pela Pinga, um Joule pela alegria da


Alma humana. Parece bobagem. Mas diz sobre como você divide
a sua energia para fazer sua vida ir para frente. Precisamos de
Pão, Pinga e de alegrar o outro.

O que esta simplicidade esconde é a dificuldade de manter este


equilíbrio. Neuróticos estocam pão. Histéricos estocam pinga.
Quase ninguém estoca alegria para dar ao outro. Muito pão e
pouca pinga vai deixar o neurótico doente. Muita pinga e pouco
pão vai deixar o histérico na miséria. A incapacidade de alegrar
o outro vai entristecer a própria alma.

Eu tenho me falado esta frase besta ao acordar de manhã, e isso


já fazem alguns dias. A primeira alteração na minha percepção
foi a da imagem que eu tinha. Sem pensar sobre esta questão, ao
meu ver minha vida estava equilibrada. Ao me afirmar a
necessidade do equilíbrio eu abri os olhos o vi realmente o que
estava rolando no meu dia a dia.

Passei por anos gastando minha energia só para estocar pão.


Claro, fiquei doente. Doente na minha percepção do mundo. Cash
talks, and talks loud. A Pinga tomada não era dionísica, não
alegrava a alma, apenas entorpecia para o sono. Cada vez menos
eu conseguia fazer rir. Conseguia facilmente fazer chorar.
Ainda sem perceber a dinâmica da divisão da energia, passei a
estocar Pinga. Felizmente já tinha muito pão guardado. Viver de
Pinga é como descer uma ladeira. Você nem precisa que te
empurrem, a Pinga é um Espírito como a Gravidade, ela atrai por
si só. Atrai a ponto de tomar conta de 7/7 dos seus dias. A Pinga
então se torna patológica, empobrece a alma e retira a
capacidade de fazer rir.

Já tem alguns meses que vinha eu atuando quase que


exclusivamente para fazer o outro rir. Nem pão, nem pinga. Os
olhos, janelas, ouvidos, caminhos, todos apontavam para a
necessidade de fazer o outro rir, ou melhor dizendo, ser feliz.
Esta é talvez a pior das doenças, pois esvazia o amor próprio.
Quando se percebe, todo o investimento foi feito para fora do Eu.
'Bad business' colocar os ovos todos em uma cesta só.

Agora as coisas ficaram simples. Simples como a frase: Um pelo


Pão, um pela Pinga, um pelo Outro. Não em uma sucessão de
anos, meses ou dias, mas sempre, todo o tempo.

Um pelo Pão, um pela Pinga, um pelo Outro.


CAOS

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