Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Sorocaba/SP
2018
Fernanda Fróis dos Santos
Sorocaba/SP
2018
SUMÁRIO
1 Introdução ....................................................................................................................... 4
Referências ................................................................................................................................ 8
4
1 INTRODUÇÃO
O crescimento urbano desordenado gera cidades espraiadas, com bairros distantes do centro;
com isso, a centralidade excessiva torna-se ainda mais evidente, e a dependência pelo transporte
individual aumenta cada vez mais. Os indivíduos que habitam em bairros mais segregados acabam
tendo menos oportunidades que outros indivíduos, por falta de equipamentos básicos para o
cotidiano em seu entorno. Enquanto isso, espaços ociosos preenchem o entorno dos bairros
periféricos, dando margem a conflitos como a criminalidade e práticas ilícitas. A cidade de
Sorocaba apresenta diversos pontos onde o problema apresentado acima é recorrente; grande parte
das atividades essenciais para a população ainda está concentrada na área central. A intenção deste
projeto é apontar estas áreas onde a centralidade é excessiva, e áreas que necessitam de serviços
essenciais para a população ao redor, facilitando seu uso e evitando o deslocamento em longas
distâncias.
A partir desta questão, serão identificados os espaços que precisam ser repensados dentro da
cidade, pois, devido ao mau planejamento ou a falta do mesmo, estes espaços não suprem as
necessidades cotidianas dos indivíduos que o habitam. Atualmente, o constante fluxo de veículos,
trânsito intenso e o impacto que isso causa nos indivíduos é um problema que as cidades vêm
enfrentando. (GEHL, 2013). A explicação de se levar horas para chegar a um local que
normalmente levaria alguns minutos é a centralidade excessiva, ou seja, o centro da cidade é onde
se estuda, trabalha, faz compras e recreação, fazendo com que a maior parte das pessoas da cidade
se desloque dos bairros mais distantes todos os dias, para o mesmo lugar.
O rápido crescimento das cidades fez com que estas preservassem sua configuração original,
tendo o centro como setor predominante de todo o tipo de serviços. Esta configuração, somada ao
constante espraiamento das cidades, acaba gerando grandes distâncias de deslocamento. Muitas
vezes, estes deslocamentos realizados dos bairros mais distantes até o centro são atendidos por um
transporte público precário, gerando a segregação de bairros mais distantes, como nas palavras de
Campos Filho (1992, p. 102-103):
Esta centralidade excessiva faz com que a maior parte das pessoas dependa da região
central, geralmente por motivo de trabalho ou estudos. Isso gera grande dependência dos meios de
transporte, sejam eles individuais ou não, o que acaba afetando a dinâmica de toda a cidade, uma
vez que a configuração viária da cidade não é suficiente para a demanda existente.
2.2 Objetivos
O objetivo é buscar uma solução no planejamento urbano para equilibrar a dinâmica entre o
centro da cidade e as áreas mais distantes do mesmo, evitando uma série de conflitos existentes nos
dias atuais, onde os equipamentos existentes são deficientes, dado a quantidade de indivíduos que
os utilizam; esta solução minimizaria o caos diário do centro da cidade, principalmente em horários
de pico e evitaria o deslocamento de um grande número de pessoas, todos os dias para o centro ou
locais extremos da cidade. A partir da criação de programas de centralidades diversificados, o
6
Moreno (2002, p. 94), comenta a citação de Rogers (2001) sobre edifícios enriquecedores do
espaço público das cidades, que inspirem e componham as cidades, incentivando o contato entre
indivíduos, assim como o andar a pé, o uso de transportes não motorizados, caso das bicicletas,
estimulando a interação, a troca de experiências, vivificando a cidade:
Mas sabemos perfeitamente projetar edifícios que podem enriquecer o espaço público das
cidades, respondendo a suas necessidades de mudança e de uso e explorando tecnologias
sustentáveis, ao invés de poluentes. Edifícios devem inspirar e compor cidades que
celebrem a vida em sociedade e o respeito à natureza. (ROGERS, 1998 apud MORENO,
2002, p. 94)
Ou seja, se a escala humana não for o foco do planejamento, principalmente nas grandes
cidades, a vida dentro destas será cada vez mais difícil, com aumento de poluição, trânsito,
distúrbios na saúde de seus moradores, além do incentivo ao uso frequente do carro, aumentando a
segregação espacial e a individualização nas cidades.
A terceira etapa será constituída pela elaboração dos ‘planos de centralidades’, onde, a partir
dos dados obtidos nas etapas anteriores, serão elaborados planos para a criação de novas
centralidades, justificando as ações a partir de gráficos e estudos.
A respeito de orçamento, como o teor das etapas é bastante voltado para pesquisa na própria
cidade e dados retirados de estudos já utilizados, o custo com deslocamentos será baixo; acredita-se
que o orçamento da pesquisa também seja bastante reduzido.
8
REFERÊNCIAS
CAMPOS FILHO, C. M. Cidades brasileiras: seu controle ou o caos: o que os cidadãos devem
fazer para a humanização das cidades no Brasil. 2. ed. São Paulo: Nobel, 1992.
GEHL, J. Cidades para pessoas. Tradução de Anita Di Marco. 1. ed. São Paulo: Perspectiva, 2013.