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01
Ismael Nery:
feminino e masculino
sumário
01 grande sala
Ismael Nery: feminino e masculino
09 projeto parede
Crepe Garden
10 agenda moderna
12 parceiros
Ismael Nery (Belém, PA, 1900 – Rio de Janeiro, RJ, 1934), Autorretrato com Adalgisa,
s.d. Óleo sobre cartão, 16 x 13 cm. Coleção Luiz Carlos Ritter. Foto: Jaime Acioli.
02 grande sala 03
va como profundo religioso. 33 anos. Nessa vasta obra não só de Adalgisa, mas
Ismael Nery era único. produzida em um período de várias pessoas do meio
O caminho artístico de tão curto, as pequenas literário, como Manuel Ban-
Nery começou na Escola dimensões chamam atenção, deira e Murilo Mendes. Com
Nacional de Belas Artes no convidando à aproximação e Mendes, Nery manteve uma
Rio de Janeiro aos dezes- à intimidade. Também chama amizade de doze anos, os
seis anos de idade, mas a atenção a androginia das últimos de sua vida. Graças a
foi sempre errático. A esta figuras, muitas delas uma ela, várias obras são conhe-
formação inicial, se seguiram fusão do autorretrato e do re- cidas hoje, pois Nery destruía
outras, igualmente breves, trato de sua mulher Adalgisa. compulsivamente a própria
realizadas em Paris ao longo Ismael Nery conciliou em produção. Murilo Mendes
dos anos 1920, onde esteve suas figuras oposições cris- resgatou do lixo desenhos,
várias vezes com a mãe e a talizadas na cultura, como pinturas e textos que o artista
mulher, a poeta e escritora homem e mulher, masculino havia descartado.
Adalgiza Nery. Numa dessas e feminino. O corpo, seus A mente efervescente de
viagens, em 1927, conheceu órgãos e funções, sobretudo Ismael Nery o levou a explo-
o surrealismo e o líder do a sexual, são temas recor- rar também os campos da
movimento, André Breton, rentes em sua arte, uma arquitetura e do teatro. Seus
Um artista na contramão. familiarizando-se, assim, com investigação mística da vida. projetos de cenário evocam
Enquanto a maior parte dos a noção de inconsciente. Em um poema de 1932, Is- uma atmosfera sombria,
artistas de seu tempo dis- Movido por inquietações mael Nery escreveu: “Deus que não se enquadra em
cutia a identidade nacional, psicológicas e existenciais, criou duas almas./ Deu uma nenhum estilo específico,
ele mergulhava em autorre- Ismael Nery desenvolveu a Adão, outra a Eva. / Deu como, aliás, a totalidade da
tratos. Enquanto os outros um pensamento filosófico também a Adão e Eva / O sua produção, que permane-
flertavam com o cubismo e próprio, o essencialismo, que poder de criar corpos / Para ce única.
o futurismo, ele se rendia ao expressou em poemas e, herdarem as almas que
surrealismo. Enquanto os principalmente, em incontá- Deus lhe deu”. onde e quando
intelectuais de seu tempo veis desenhos e pinturas pro- A expressão pela poesia Grande Sala
defendiam o racionalismo duzidos com a intensidade e a especulação filosófica 08/05 a 12/08
científico, ele se apresenta- de alguém que viveu apenas aproximaram Ismael Nery
Ismael Nery (Belém, PA, 1900 – Rio de Janeiro, RJ, 1934), sem título, s.d. Aquarela e
nanquim sobre papel, 36,5 x 25,8 cm. Coleção MAM, espólio Maria da Glória Lameirão de
Camargo Pacheco e Arthur Octávio de Camargo Pacheco. Foto: João Musa
04 grande sala 05
Ismael Nery (Belém, PA, 1900 – Rio de Janeiro, RJ, 1934), Composição
surrealista, c. 1928. Guache sobre papel, 20 x 27 cm. Coleção particular.
Foto: Jaime Acioli
06 sala paulo figueiredo 07
A marquise, o MAM
e nós no meio
Antes de haver museu, adaptar às demandas de
havia uma marquise. Nessa pessoas com interesses
marquise, havia uma sala. diversos, mas com algo em
Nessa sala, havia um públi- comum: o gosto pela arte.
co. Primeiro foram pessoas Não à toa o público chama
que queriam ver estátuas o MAM de “o museu da
de cera, depois foram Aranha”, em referência à
visitantes de uma exposi- escultura de Louise Bour-
ção sobre cultura baiana, geois exposta na Sala de
e finalmente foi o público Vidro, à vista de todos na
do MAM. Ao redor desse marquise.
espaço, uma coisa nunca Estão incluídas na expo-
mudou: gente circulando em sição obras da coleção do
seus momentos de lazer. MAM que fazem referência
A exposição A marquise, às atividades realizadas
o MAM e nós no meio mos- dentro do Museu e fora
tra como o Museu construiu dele, na marquise ou no
sua identidade a partir das Jardim de Esculturas. A
relações que estabeleceu ação do MAM Educativo
com o público exatamente tem um papel central na
por estar localizado onde exposição, indicando várias
está: sob a marquise do possibilidades de explorar
parque mais querido da a relação dentro-fora que
cidade. Instalado aí desde o público vivencia em seu
1969, o MAM foi reformado contato com o Museu. Um
algumas vezes para se bom exemplo disso é o
Georgete Melhem (Salvador, BA, 1944), Gêneros e números I, 1969. Acrílica sobre tela,
130,5 x 92,3 cm. Coleção MAM, doação da artista. Foto: Romulo Fialdini
08 sala paulo figueiredo projeto parede 09
Crepe Garden
mobiliário da exposição, favor da diversidade por O artista multimídia Gustavo definida pelas figuras, cujas
desenhado pelo coletivo O meio de propostas artísticas Rezende realiza no corredor ações são ambíguas. Elas
Grupo Inteiro, que é utiliza- como performances, encon- do MAM o trabalho Crepe podem estar contemplando
do tanto no interior da Sala tros, residências e batalhas Garden. Dispostas como ou brigando em um parque
Paulo Figueiredo como na de Vogue. Estas acontecem em um friso, as figuras ou até mesmo se manifestan-
marquise, onde é utilizado em um ringue onde dançari-
são feitas de fita crepe a do na rua. Todas as figuras
em várias atividades. nos disputam a atenção do
Há ações especiais júri com figurinos, movimen- partir do modelo do próprio se parecem, mas seus papéis
programadas para seis tos e coreografias. artista e de outras pessoas. são muito diferentes, podendo
domingos durante o período Rezende tem trabalhado o ser vigilantes, agressores ou
da exposição (ver agenda autorretrato em sua produ- vítimas, em conflito latente.
na página 10). Entre elas, onde e quando ção, colocando-se sempre
o festival do Explode! Zion, Sala Paulo Figueiredo em contextos diferentes. onde e quando
movimento da periferia de Crepe Garden traz uma Corredor de ligação
08/05 a 19/08
São Paulo que atua em paisagem cuja topografia é 8/05 a 19/08
Nair Benedicto (São Paulo, SP, 1940), Tesão no forró, 1978/02. Fotografia sobre papel, 29,7 Gustavo Rezende (Passa Vinte, MG, 1960), Crepe Garden, 2018. Fita crepe sobre parede, 18
x 45,7 cm. Coleção MAM, doação da artista por intermédio do Clube de Colecionadores de x 3,7 m. Coleção do artista. Foto do artista
Fotografia MAM São Paulo. Foto: Romulo Fialdini
10 agenda moderna
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A marquise, o MAM A marquise, o MAM
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nº 6910, de 19 de fevereiro de 1998).
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ISSN 1984-3313