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CÁSSIA SAMIRA SANTOS SILVA

PROFESSOR: EDSON CARLOS LOPES FERNANDES

A EVOLUÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.

SALGUEIRO-PE
OUTUBRO/2017
A Evolução da Responsabilidade Civil do Estado.

De acordo com o autor Francisco Amaral:


“A expressão responsabilidade civil pode compreender-se em sentido amplo e
em sentido estrito. Em sentido amplo, tanto significa a situação jurídica em que
alguém se encontra de ter de indenizar outrem quanto a própria obrigação
decorrente dessa situação, ou, ainda, o instituto jurídico formado pelo conjunto
de normas e princípios que disciplinam o nascimento, conteúdo e cumprimento
de tal obrigação. Em sentido estrito, designa o específico dever de indenizar
nascido do fato lesivo imputável a determinada pessoa” (AMARAL, Francisco.
Direito Civil. Rio de Janeiro: 2ª ed. Renovar, 1998.)
Sobre a evolução da responsabilidade civil em linhas gerais, numa
primeira fase no passado a questão inexistia, o Estado não respondia pelos seus
atos. O rei jamais cometia faltas, se Deus é perfeito a conduta real também o
era. A irresponsabilidade aparece como axioma, e a existência de uma
responsabilidade pecuniária da Administração é considerada como entrave
perigoso a execução dos seus serviços. Todavia essa fase começou a perder
força com a queda do absolutismo e o advento do iluminismo. Baseada nas
teorias do direito civil com base no código civil Francês, o Estado sai de uma
condição de irresponsável civilmente, para a condição de possível responsável
a depender da comprovação da culpabilidade do agente público. Surgiu então a
Teoria da Responsabilidade com Culpa, no caso de ação culposa do agente.
Dado os atos de império e os atos de gestão, o Estado somente seria
responsabilizado se houvesse culpa no ato de gestão, pois que o ato de império
decorria do poder soberano do Estado, quando foi minimizado, mas não extinto
o problema das indenizações pleiteadas em face do Estado. Na Teoria da Culpa
Administrativa, o lesado não precisaria identificar o agente estatal causador do
dano, bastando comprovar o mau funcionamento do serviço público; cabia, no
entanto, ao lesado o ônus de provar o elemento culpa.
Numa segunda fase, a questão se desabrocha e se desenvolve tendo o
ápice da evolução da responsabilidade patrimonial do Estado e tem por base
não mais a teoria da culpa. A teoria objetiva surge na França em resposta a
teoria subjetiva. Na Teoria da Responsabilidade Objetiva, dispensa-se a
verificação do fator culpa em relação ao fato danoso, e assim, ela incide em
decorrência de fatos lícitos ou ilícitos, bastando que o interessado comprove a
relação causal entre o fato e o dano. A responsabilidade objetiva incide não
apenas sobre as pessoas jurídicas de direito público, mas também sobre aquelas
que fazem parte do Estado e são regidas pelo direito privado, ficando claro que
o Estado se responsabiliza tanto pelos danos surgidos a partir das ações,
quando das omissões de seus agentes. Vez que o Estado tem que arcar com o
risco natural decorrente de suas atividades, a uma maior quantidade de poderes
corresponde um risco maior. Surge, então, a Teoria do Risco Administrativo, com
a obrigação de indenizar pelo ato lesivo que a vítima sofreu, tão somente, pelo
desempenho do serviço.
No Brasil, a Constituição Federal de 1824 já tinha vestígios da possibilidade de
se responsabilizar o Estado quando houvesse dolo ou culpa. Na Constituição de
1967 ficou consagrado a atribuição ao Estado da responsabilidade sem discutir
a culpa, possibilitando ao mesmo a ação regressiva em face do funcionário que
tivesse agido com dolo ou culpa.
Atualmente tem-se a aplicabilidade da Responsabilidade Civil ao Estado
de forma mais benéfica já existente para a vítima, como a Responsabilidade Civil
Objetiva baseada na teoria do risco administrativo, na qual a vítima não precisa
provar a culpa da Administração Pública, nem identificar o servidor público
causador do dano para ter o seu prejuízo reparado pelo Estado, uma vez que
não podendo ser na modalidade risco integral, pois este só é utilizado nos casos
de danos nucleares e ambientais.

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