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FACULDADE DE DIREITO

ESAMC

ANA CAROLINA LOPES VIEIRA


ANA FLÁVIA DE OLIVEIRA LUZ
CAMILA HIPÓLITO RAMOS
LORRAINE RODRIGUES SILVA
MUNIQUE GONÇALVES TAVARES

TRABALHO DE NEGOCIAÇÃO, MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM

Uberlândia
2018
Introdução

Os conflitos, entendidos como o entrechoque de ideias ou de interesses em razão


dos quais se instalam divergências de fato, coisa ou pessoas, decorrem da pluralidade
encontrada no semear das relações humanas; das próprias diferenças comportamentais,
de valores, percepção e avaliação tão subjetivas de cada indivíduo. Assim, vale notar que
provém de tal subjetividade as diversas reações possíveis de serem esboçadas à ocorrência
de um conflito. Por outro lado, é igualmente plausível – em momento no qual se comenta
a sobrecarga judicial – que métodos alternativos para a resolução destes litígios se vejam
utilizados.

O presente estudo vem a elucidar exemplo de um caso no qual a utilização de um


método alternativo para a resolução de conflitos se mostrou benéfica para ambas as partes,
sem que houvesse o desgaste proveniente de uma ação judicial.
1. MEDIAÇÃO

A Mediação
2. ESTUDO DE CASO

AÇÃO DE ALIMENTOS. Filho menor. Fixação segundo o binômio


necessidade + possibilidade. Pai biscateiro, pedreiro, sem emprego fixo. Dever
primeiro de alimentar sua prole e depois a de sua nova companheira,
professora. Fixação elevada em 1,5 salários-mínimos, fora das possibilidades
do alimentante, que se reduz para o equivalente a um salário-mínimo. Recurso
provido, nesta parte.

(TJ-RJ - APL: 00058535620038190203, Relator: HENRIQUE ALBERTO


MAGALHES DE ALMEIDA NETO, Data de Julgamento: 06/10/2004,
DÉCIMA PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 20/10/2004)

Conforme a ementa, nosso caso se constitui em uma ação de alimentos ajuizada


em benefício de Lucas, filho ainda menor do casal Maria e João. Consta em relato que
Maria e João foram namorados durante três anos e depois se casaram, permanecendo em
enlace conjugal por cinco anos. Contudo, após o nascimento de Lucas, o casal começou
a passar por sérias dificuldades, resultando em desentendimentos e brigas e, por fim, em
sua separação de fato. Um ano após a separação, Maria tentou acordo acerca da pensão
alimentícia para seu filho com o ex-esposo, no entanto, este alegou não possuir emprego
fixo e que seu dever primordial era para com sua nova companheira, Ângela, com quem
constituiu união estável há seis meses. Ao final, Maria ingressou com ação para resolver
o litígio.
O casal seguiu para a audiência, onde foram questionados pelo técnico judiciário
sobre a possibilidade de um acordo, ao que Maria reiterou que já havia tentado um acordo
com João antes e nada conseguira; de fato, ela não desejava ingressar em nenhuma ação,
mas se viu forçada pela falta de interesse dele, uma vez que “aqui o juiz resolve”.
Prosseguindo, o técnico lembrou João de seu dever paterno para com o filho antes
de qualquer outro que pudesse haver com sua nova companheira; ele deveria pagar a
pensão, portanto, caso não chegassem a um acordo, o juiz arbitraria um valor que, se não
fosse pago, acarretaria na prisão imediata de João. Ciente da situação, ele abriu-se a
possibilidade de um acordo e o técnico lhe perguntou o quanto estaria disposto a pagar.
Nisso, João respondeu que poderia oferecer apenas setenta reais, tendo em vista ainda não
possuir emprego fixo, trabalhando em pequenos “biscates” como pedreiro, acrescentando
sua insatisfação por Maria não deixá-lo ver seu filho.
Maria refutou, num furor emocional, que não permitia suas visitações à filha pela
falta de ajuda financeira que recebia e recusou de pronto o valor oferecido, achando-o
“um absurdo”, tendo em vista todos os anos de convivência e lembrou-o de que enquanto
ainda eram casados, mesmo que não detivesse emprego fixo, ainda recebia bem e que,
portanto, seria capaz de oferecer, ao menos, mil quatrocentos reais por mês. João tornou
a recusar, afirmando ser exagero dela e que tal valor o impossibilitaria de arcar com suas
próprias despesas, “afinal, ele também precisava viver”. Prosseguiu sua fala oferecendo
cem reais por mês, ao que Maria tornou a reiterar seus argumentos anteriores.
O técnico agiu para acalmar os ânimos, lembrando-os de que eles não estavam ali
para cercear nenhuma de suas prévias rusgas, mas para decidir o que seria melhor para
seu filho e que toda a animosidade não lhe seria um benefício. Por fim, João ofereceu o
valor de um salário mínimo, dizendo que gostaria de manter uma boa relação com a ex-
esposa pelo filho. Maria concordou com o valor, acrescentando que permitiria suas visitas
durante os fins de semana.
A audiência foi encerrada tendo sido definidos estes termos.
CONCLUSÃO

Através do trabalho, foi possível observar como os métodos alternativos para a


resolução de conflitos são capazes de manejar o processo em vias de torná-lo menos
desgastante para as partes, bem como o próprio judiciário. A Mediação é um meio
consensual na qual, a partir da utilização de métodos como a escuta ativa, é possível às
partes que cheguem a uma solução produtivas aos seus impasses. É uma forma de
estabelecer certa independência aos envolvidos no conflito, mas sem que se confunda
com a autodefesa, para que exerçam com maior sensatez a liberdade para estipularem a
melhor saída de uma situação. Assim, é notável a confiança depositada na boa-fé dos
litigantes para que em conjunto trabalhem em virtude do melhor resultado. Nesse sentido,
prova-se alternativa que deve se tornar mais recorrente nos anos vindouros da resolução
de controvérsias.

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