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Camponeses, projetos sociais, economia solidária e Igreja

viabilizam doação de alimentos para indígenas


Ao encerrar a 25a edição da Feicoop, Feira Internacional Jubilar do Cooperativismo e Economia
Solidária, as lideranças ligadas ao evento e ao movimento camponês foram surpreendidas por um
pedido de socorro: uma comunidade indígena de Iraí, localizada nas proximidades da BR 386,
estava precisando de ajuda, seus integrantes já estariam passando fome no local.

Frei Sérgio Görgen, diretor do Instituto Cultural Pare Josimo e dirigente do Movimento dos
Pequenos Agricultores (MPA) recebeu a mensagem do cacique Isaias da Rosa Kaigo relatando a
situação e pedindo por ajuda. De imediato compartilhou a informação com Irmã lourdes Dill, que
coordena a Feicoop e exerce a vice-presidência da Cáritas/Brasil. A partir daí uma corrente do bem
foi se estabelecendo para amenizar o sofrimento dos irmãos e irmãs indígenas de Iraí.

- Fomos desafiados a um gesto concreto, profético e solidário em favor de uma comunidade indígena que
simplesmente passa fome, o que clama ao céu, pois o alimento é um Direito Humano -,comentou Irmã
Lourdes. Ela explicou como se procedeu a arrecadação de mais de meia tonelada de alimentos entre o
excedente não utilizado nas refeições da Feira, doações espontâneas dos participantes do evento,
solicitações de outros parceiros da cidade que aceitaram fazer parte da ação e, para completar, a generosa
participação do Banco de Alimentos de Santa Maria e do Projeto Esperança/Cooesperança.

O Franciscano Görgen ressalta que a necessidade de alimento expressa pelos Kaigang de Iraí não é
um caso isolado, com contrário, o cotidiano da fome está cada vez mais presente no país que há
pouco tempo orgulhava-se de ter erradicado esse mal. “A fome não está de volta só nas aldeias
indígenas, é hora do povo se levantar”, desafiou.

Os integrantes da comunidade Goj Veso (Encontro das Águas, remetendo ao ponto próximo onde os
rios Uruguai e Várzea se unem), formada por famílias da etnia Kaingang, completaram dois anos de
residência fixa na antiga área e estrutura da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que lhes
foi repassada em julho de 2016. A comunidade é composta por 34 famílias, contando com
aproximadamente 150 indivíduos. Segundo informações locais, ali estão presentes 57 crianças em
período escolar e pelo menos 20 crianças de colo, com menos de 5 anos. A população jovem é
formada por cerca de 45 índios e índias.

As doações foram conduzidas de Santa Maria até a aldeia em Iraí pelo dirigente do MPA e
presidente da cooperativa Camponesa Cooperbio Marcos Joni Oliveira e pela estudante de
jornalismo da UFSM e militante do movimento Graciely Plack Thalheimer. Os custos do transporte
foram divididos com o Instituto Cultural Padre Josimo, garantindo que a referida corrente do bem
alcançasse o objetivo de aproximar os 350 km que separam Santa Maria de Iraí.

Irmã Lourdes renovou o chamado para que em agosto se possa viabilizar mais uma doação de
alimentos para a aldeia, bem como apelou às comunidades mais próximas e autoridades locais para
que sensibilizem-se com a situação dos irmãos e irmãs indígenas que ali estão instalados. Para
reafirmar o convite a todos que puderem participar de ações como essa, a religiosa relembrou um
provérbio africano que diz que “muita gente pequena, em muitos lugares pequenos, fazendo coisas
pequenas, mudarão a face da Terra”.

Para contato:
Projeto Esperança/Cooesperança
Rua Silva Jardim, 1704, Centro, CEP 97010-490, Santa Maria, RS
Telefone/Fax: (55) 32194599 / 999797087 (Ir. Lourdes)
E-mail: projeto@esperancacooesperanca.org.br / lourdesdill@hotmail.com
Site: www.esperancacooesperanca.org.br

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