Você está na página 1de 5

Imigração italiana em São Paulo – Wikipédia, a enciclopédia livre https://pt.wikipedia.

org/wiki/Imigração_italiana_em_São_Paulo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Até 1920, o estado de São Paulo havia recebido
aproximadamente 70% dos imigrantes italianos que
vieram para o Brasil, representando 9% da sua
população total,[1] pelo fato de as fazendas de café terem
se concentrado nessa região e de esse estado ter
investido grande quantia de dinheiro subsidiando a
passagem dos imigrantes. Até o ano de 1920, deram
entrada nesse estado 1.078.437 italianos.[2]

São Paulo recebeu imigrantes de diversas regiões da Imigrantes posando para fotografia no pátio central da
Itália. Nos registros paroquiais de São Carlos, cidade Hospedaria dos Imigrantes, ca. 1890.
produtora de café no interior de São Paulo, para o
período compreendido entre 1880 e 1914, foi-se
registrado que, dentre os italianos que ali se casaram,
29% dos homens e 31% das mulheres eram oriundos do
Norte da Itália, sendo o Vêneto a região mais bem
representada, com 20% dos homens e 22% das
mulheres, seguido da Lombardia com 5% dos homens e
6% das mulheres. Os italianos do Sul também eram
bastante numerosos, correspondendo a 20% dos homens
e 15% das mulheres de nacionalidade italiana. Calábria,
com 7% dos homens e 5% das mulheres e Campânia,
com 6% dos homens e 5% das mulheres eram as regiões
sulistas que mais mandaram imigrantes para São
Carlos.[3] O Museu da Imigração do Estado de São Paulo.

Em São Paulo, assim como no resto do Brasil, havia a


tendência dos imigrantes do Norte da Itália rumarem para a zona rural, enquanto os do Sul preferiam se dedicar às
ocupações urbanas. Isso explica o fato de, na cidade de São Paulo, os meridionais terem dominado bairros inteiros,
como foi o caso do Bixiga, do Brás e da Mooca, habitados especialmente por imigrantes oriundos da Calábria e de
Campânia.[2]

Em 2013, viviam em São Paulo aproximadamente quinze milhões de italianos e descendentes, representando cerca de
34% da população do estado.[4]

1 of 5 7/16/2018, 4:33 PM
Imigração italiana em São Paulo – Wikipédia, a enciclopédia livre https://pt.wikipedia.org/wiki/Imigração_italiana_em_São_Paulo

Núcleos coloniais
Na capital
Ver também
Referências
Ligações externas

Embora pouco estudada, houve também em São Paulo, em menores


proporções, uma política de fixação dos imigrantes na terra, parecida com a
ocorrida no Sul, a partir da venda de lotes nos chamados Núcleos Coloniais.
Alguns destes núcleos que se destacaram na compra de lotes pelos italianos
são os de São Caetano (São Caetano do Sul), Quiririm (?Taubaté), Santa
Olímpia e Santana (Piracicaba),[5] Barão de Jundiaí (Jundiaí), Sabaúna
(Mogi das Cruzes), Piaguí (Guaratinguetá), Cascalho (Cordeirópolis), Canas

Escola de italianos no município de (Canas), Pariquera-Açú (Pariquera-Açú), Antônio Prado (Ribeirão Preto),
Campinas no início do século XX. entre outros.

O núcleo de São Caetano, na cidade de São Caetano do Sul, foi instalado em


1877 numa antiga fazenda de beneditinos, próximo às linhas da estrada de ferro Santos-Jundiaí. Foi formado,
inicialmente, por 28 famílias da região de Vitório-Vêneto.[6]

O de Quiririm foi formado em 1890 por famílias do Vêneto em uma região formada por várzeas, no município de
Taubaté.[7] Em 1892, de acordo com o relatório do engenheiro Fernando Dupré ao secretário Jorge Tibiriçá, era
composto por 424 pessoas, sendo 69 famílias italianas, num total de 193 colonos.[8] Os italianos se dedicavam
principalmente ao plantio do arroz nas várzeas, atividade que muitos já exerciam na terra natal, também encorajados
pelo governo como alternativa à cultura do café, já em decadência no município.[9] Na colônia funcionavam algumas
associações mantidas pela comunidade italiana da cidade, mas o núcleo também contou com uma associação própria, a
Societá Beneficente Unione de Quiririm, organizada pelo colono Manoel Rho. Os colonos também formaram seu
próprio clube de futebol, o Quiririm Sport Club.[10]

O núcleo de Canas foi o primeiro de caráter oficial no Vale do Paraíba, à época localizado entre Lorena e Cachoeira.
Formado em 1885 por 309 pessoas, sendo 112 italianos, dedicava-se à produção de cana-de-açúcar para o Engenho
Central de Lorena. Fica localizado, atualmente, no município de Canas.[11]

Em Guaratinguetá, no ano de 1892, foi implantado o núcleo do Piaguí, por iniciativa do então deputado Rodrigues
Alves. Os primeiros colonos formavam 91 famílias, sendo 33 italianas.[12] Os colonos produziam, entre outras coisas,
feijão, milho, batata doce e cana-de-açúcar.[13]

No sul do estado, em 1858, formou-se o núcleo de Pariquera-Açu, na cidade homônima. Embora de origem antiga, esta
colónia só passou a receber imigrantes de forma considerável a partir da última década do século XIX. Segundo o
Relatório da Secretaria de Agricultura de São Paulo para o ano de 1900, o núcleo contava com 1.771 colonos, sendo
390 italianos. Eles se dedicavam ao plantio agrícola, sobretudo de produtos como aguardente, milho, batata doce,
batata inglesa e arroz.[14]

2 of 5 7/16/2018, 4:33 PM
Imigração italiana em São Paulo – Wikipédia, a enciclopédia livre https://pt.wikipedia.org/wiki/Imigração_italiana_em_São_Paulo

Em Mogi das Cruzes, no ano de 1889, uma família de tiroleses formou o


núcleo de Sabaúna. Em 1900, o núcleo já contava com 1.337 pessoas, sendo
os italianos, depois dos espanhóis, o segundo maior contingente de
estrangeiros, contabilizando 112 colonos. Assim como a maioria dos núcleos
coloniais, os colonos dedicavam-se a uma variedade de cultivos, como
milho, arroz e batata doce.[14]

Embora os italianos fossem, em sua maioria, trabalhar nas fazendas de café


da cidade de Ribeirão Preto, houve a implantação, em 1887, do núcleo
Antônio Prado, o único na região. Mesmo tendo durado pouco (em 1893, o
núcleo foi emancipado, sendo incorporado ao município), foi nele que se
formaram alguns importantes bairros do município, como o Ipiranga e os
Campos Elísios. Os italianos eram metade dos colonos requerendo seus
lotes, sendo 96 de 183 pessoas. Dedicavam-se ao plantio de milho, arroz,
feijão e também criavam animais.[15]
Paróquia Nossa Senhora Achiropita,
no Bixiga, em São Paulo, onde a
Festa de Nossa Senhora Achiropita
acontece de 1926.

Na capital

Cidade de São Paulo[16]

Ano Italianos Porcentagem da população da cidade

1886 5.717 13%

1893 45.457 35%

1900 75.000 31%

1910 130.000 33%

1916 187.540 37%

Ouve-se falar o italiano mais em São Paulo do que em Turim, em Milão e


em Nápoles, porque entre nós se falam os dialetos e em São Paulo todos os
dialetos se fundem sob o influxo dos vênetos e toscanos, que são em
maioria (Gina Lombroso, viajante italiana em São Paulo no início do século
XX).[17] O Edifício Itália, no centro de São
Paulo, um dos símbolos da
(...) a impressão de espanto de um mineiro ao conhecer São Paulo em imigração italiana na cidade.
1902:' Os meus ouvidos e os meus olhos guardaram cenas inesquecivéis.
Não sei se a Itália o seria menos em São Paulo. No bonde, no teatro, na rua, na igreja, fala-se mais o idioma de
Dante que o de Camões. Os maiores e mais numerosos comerciantes e industriais eram italianos'. Sousa Pinto, um
jornalista português que esteve na Cidade na mesma época, não conseguiu se fazer entender por vários chocheiros
de tílburi, todos falando dialetos peninsulares e gesticulando à napolitana. Escritas em italiano eram também as
tabuletas de vários edifícios. 'Encontramo-nos a cogitar se por um estranho fenômeno de letargia em vez de descer

3 of 5 7/16/2018, 4:33 PM
Imigração italiana em São Paulo – Wikipédia, a enciclopédia livre https://pt.wikipedia.org/wiki/Imigração_italiana_em_São_Paulo

em São Paulo teríamos ido parar à Cidade de Vesúvio' (...) (Ernani da Silva Bruno. História e tradições da cidade de
São Paulo).[17]

Torcedores do Palmeiras no Estádio Palestra Itália. O clube foi fundado por imigrantes em 1914 como Società
Sportiva Palestra Italia.

Colonização alemã em São Paulo


Brasileiros brancos
Imigração no Brasil
Museu da Imigração do Estado de São Paulo

Colonial do Quiririm, 1890/1920". 2002. 65 folhas.


1. Herbert S. Klein. «A integração dos imigrantes Dissertação (Mestrado em História Econômica) -
italianos no Brasil, na Argentina e Estados Unidos» Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas,
(http://novosestudos.uol.com.br/v1/files/uploads Universidade de São Paulo. 2002 - p. 73. Versão
/contents/59/20080623_a_integracao.pdf) (PDF). digitalizada (https://www.yumpu.com/pt/document
p. 101. Consultado em 11 de abril de 2014. /view/12680951/italianos-em-taubate-o-nucleo-
2. Angelo Trento. 'Do outro lado do Atlântico: um século colonial-do-quiririm-raquel-glezer)
de imigração italiana no Brasil'. [S.l.: s.n.], 1989. -–- p 8. DI LORENZO, A.L. - "Italianos em Taubaté: O Núcleo
3. http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2010 Colonial do Quiririm, 1890/1920". 2002. 65 folhas.
/docs_pdf/tema_10/abep2010_2290.pdf Dissertação (Mestrado em História Econômica) -
4. «Personalidades da comunidade italiana recebem o Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas,
troféu "Loba Romana" » (http://www.oriundi.net Universidade de São Paulo. 2002 - pp. 50 e
/site/oriundi.php?menu=noticiasdet&id=21669). 79.Versão digitalizada (https://www.yumpu.com
Revista digital "Oriundi". 7 de junho de 2013. /pt/document/view/12680951/italianos-em-taubate-
Consultado em 25 de janeiro de 2014. o-nucleo-colonial-do-quiririm-raquel-glezer)
5. «Tiroleses comemoram 120 anos do bairro Santa 9. DI LORENZO, A.L. - "Italianos em Taubaté: O Núcleo
Olímpia em Piracicaba» (http://g1.globo.com Colonial do Quiririm, 1890/1920". 2002. 65 folhas.
/sp/piracicaba-regiao/noticia/2012/11/tiroleses- Dissertação (Mestrado em História Econômica) -
comemoram-120-anos-do-bairro-santa-olimpia-em- Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas,
piracicaba.html). Portal G1. 24 de novembro de 2012 Universidade de São Paulo. 2002 - pp. 63 e
75.Versão digitalizada (https://www.yumpu.com
6. [1] (http://www.hcomparada.historia.ufrj.br/revistahc
/pt/document/view/12680951/italianos-em-taubate-
/artigos/volume002_Num001_artigo003.pdf)
o-nucleo-colonial-do-quiririm-raquel-glezer)
7. DI LORENZO, A.L. - "Italianos em Taubaté: O Núcleo

4 of 5 7/16/2018, 4:33 PM
Imigração italiana em São Paulo – Wikipédia, a enciclopédia livre https://pt.wikipedia.org/wiki/Imigração_italiana_em_São_Paulo

10. DI LORENZO, A.L. - "Italianos em Taubaté: O Núcleo Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas,
Colonial do Quiririm, 1890/1920". 2002. 65 folhas. Universidade de São Paulo. 2002 - p. 75.Versão
Dissertação (Mestrado em História Econômica) - digitalizada (https://www.yumpu.com/pt/document
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, /view/12680951/italianos-em-taubate-o-nucleo-
Universidade de São Paulo. 2002 - pp. 91 a 92, colonial-do-quiririm-raquel-glezer)
95.Versão digitalizada (https://www.yumpu.com 14. «Relatório da Agricultura - Estado de São Paulo -
/pt/document/view/12680951/italianos-em-taubate- 1900» (http://www.arquivoestado.sp.gov.br/pageflip
o-nucleo-colonial-do-quiririm-raquel-glezer) /prophp/main.php?MagID=773&MagNo=773).
11. DI LORENZO, A.L. - "Italianos em Taubaté: O Núcleo Páginas 138-139. Arquivo Público do Estado de São
Colonial do Quiririm, 1890/1920". 2002. 65 folhas. Paulo
Dissertação (Mestrado em História Econômica) - 15. [2] (http://www.arquitetura.eesc.usp.br/sspa/arquivos
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, /pdfs/papers/01542.pdf)
Universidade de São Paulo. 2002 - p. 28.Versão 16. Angelo Trento, Do outro lado do Atlântico: um século
digitalizada (https://www.yumpu.com/pt/document de imigração italiana no Brasil. Studio Nobel, 1989.
/view/12680951/italianos-em-taubate-o-nucleo- ISBN 852130563X, 9788521305637.
colonial-do-quiririm-raquel-glezer)
17. Franco Cenni (2003). [Digitalização parcial no Google
12. DI LORENZO, A.L. - "Italianos em Taubaté: O Núcleo Livros (http://books.google.com.br
Colonial do Quiririm, 1890/1920". 2002. 65 folhas. /books?id=4hECxprAkAoC&pg=PA327&
Dissertação (Mestrado em História Econômica) - dq=%22Ouve-se+falar+o+italiano+mais+em+S
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, %C3%A3o+Paulo+do+que+em+Turim%22&hl=pt-
Universidade de São Paulo. 2002 - pp; 28 e BR&sa=X&ei=nAm-UoXtK7OgsATSpoHQDQ&
29.Versão digitalizada (https://www.yumpu.com ved=0CEoQ6AEwAA#v=onepage&q=%22Ouve-
/pt/document/view/12680951/italianos-em-taubate- se%20falar%20o%20italiano%20mais%20em%20S
o-nucleo-colonial-do-quiririm-raquel-glezer) %C3%A3o%20Paulo%20do%20que%20em%20Turi
13. DI LORENZO, A.L. - "Italianos em Taubaté: O Núcleo m%22&f=false) Italianos no Brasil: "andiamo in
Colonial do Quiririm, 1890/1920". 2002. 65 folhas. 'Merica-"] Verifique valor |url= (ajuda). [S.l.]: EdUSP.
Dissertação (Mestrado em História Econômica) - p. 327. ISBN 8531406714

Museu da Imigração do Estado de São Paulo (http://museudaimigracao.org.br/acervodigital/sobre.php)

Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Imigração_italiana_em_São_Paulo&oldid=52609886"

Esta página foi editada pela última vez às 06h08min de 9 de julho de 2018.

Este texto é disponibilizado nos termos da licença Atribuição-CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada (CC BY-SA 3.0) da
Creative Commons; pode estar sujeito a condições adicionais. Para mais detalhes, consulte as condições de
utilização.

5 of 5 7/16/2018, 4:33 PM

Você também pode gostar