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XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção


Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO
LABORAL DE LAPIDÁRIOS
UTILIZANDO O INSTRUMENTO
ERGONOMIC CHECKPOINTS (ECP)
THAYNNE SOUZA CARVALHO (UFVJM)
thaynne-carvalho@hotmail.com
Wevergton Lopes Hermsdorff (UFVJM)
wevergton@gmail.com
Lucelindo Dias Ferreira Junior (UFVJM)
lucelindo.ferreira@gmail.com

O trabalho de lapidação caracteriza-se como uma atividade repetitiva


e delicada e geralmente é realizado por pequenas empresas sem o
devido investimento em maquinários, equipamentos e treinamento da
mão-de-obra. Ainda assim, o setor de lapidação no Brasil tem
significativa importância na economia do país, principalmente no que
se diz respeito à exportação. Em Teófilo Otoni-MG, as pedras
preciosas em estado bruto e lapidadas são os principais produtos de
exportação e comércio da cidade, sendo que considerável parcela da
população está envolvida no setor de lapidação. Ao estudar o trabalho
de lapidação, considerando-se todos os seus aspectos, percebeu-se que
este apresenta características que colocam em risco a saúde dos
lapidários, causando problemas músculos-esqueléticos, problemas
visuais, desenvolvimento de silicose, dentre outros. Assim sendo, o
objetivo do trabalho foi investigar a situação do trabalho de lapidação
em empresas de lapidação da cidade de Teófilo Otoni-MG, fazendo uso
do instrumento Ergonomic Checkpoints (ECP). Foram estudadas duas
empresas de lapidação, sendo que uma apresenta processo de
lapidação manual e a outra um processo de lapidação misto (parte
manual, parte mecanizado). Os resultados do estudo mostraram que as
empresas de lapidação apresentam deficiências no fornecimento de
equipamentos e postos de trabalho mais adequados ao trabalho de
lapidação, bem como na provisão e estimulo ao uso dos Equipamentos
de Proteção Individual (EPI’s). Com base na análise e nas
recomendações do instrumento ECP, são sugeridas melhorias
ergonômicas para as empresas estudadas.

Palavras-chave: Análise Ergonômica do Trabalho, instrumentos de


avaliação ergonômica, Ergonomic Checkpoints (ECP), processo de
lapidação
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Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

1. Introdução

De acordo com Nascimento (2013, p. 68), o trabalho de lapidação caracteriza-se como uma
atividade repetitiva e delicada e, segundo estudos realizados pelo Instituto Brasileiro de
Gemas e Metais Preciosos (2005, p. 21) e por Pereira e Guimarães (2011, p. 108), o setor de
lapidação geralmente é caracterizado por pequenas empresas sem devido investimento em
maquinários, equipamentos e treinamento da mão-de-obra. Ainda assim, o setor de lapidação,
no Brasil, tem significativa importância na economia do país, principalmente no que se diz
respeito à exportação.

A cidade de Teófilo Otoni-MG destaca-se no setor, já que as pedras preciosas em estado bruto
e lapidadas são os principais produtos de exportação e comércio da cidade, sendo que, de
acordo com Pereira e Guimarães (2011, p. 108), considerável parcela da população está
envolvida no setor de lapidação.

Ao estudar-se o trabalho de lapidação, considerando-se todos os seus aspectos (atividade,


ambiente de trabalho e resultados da atividade), percebe-se que este apresenta características
que colocam em risco a saúde dos lapidários, tais riscos envolvem problemas
musculoesqueléticos, problemas visuais, desenvolvimento de silicose, dentre outros.

Tendo em vista a importância desse setor econômico para a cidade de Teófilo Otoni e as
condições do trabalho de lapidação levantadas, faz-se necessário que intervenções com foco
na melhoria das atividades de trabalho sejam realizadas. Dentre os vários ângulos que podem
embasar essas intervenções, a Ergonomia apresenta-se como uma das mais promissoras, pois,
segundo Falzon (2007, p.8), aborda aspectos referentes às organizações e seu desempenho
(produtividade, eficiência, etc.) e aspectos referentes às pessoas (saúde, segurança, etc.).

Abrahão (2011, p. 50) afirma que a Ergonomia contribui para melhorias nas ocorrências
laborais, por meio da aplicação da ―ação ergonômica‖. A ação ergonômica, de acordo com
Guérin et al (2001, p.1), tem como intuito a transformação do trabalho, sendo que esta
transformação deve levar em conta a manutenção da saúde do trabalhador (física e
psicológica) e ainda as aspirações financeiras da empresa em questão.

Para a aplicação da ação ergonômica podem ser utilizados diversos instrumentos


ergonômicos, que devem ser escolhidos de acordo com a situação de trabalho em questão e os
objetivos do estudo.

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O cenário apresentado até então levou à formulação desse estudo, que tem como objetivo a
realização de um estudo ergonômico do trabalho de lapidação de gemas naturais em empresas
de Teófilo Otoni-MG por meio do instrumento Ergonomic Checkpoints (ECP), fazendo-se
uma caracterização do trabalho destas empresas.

2. Setor de lapidação no Brasil e em Teófilo Otoni-MG

As ocorrências de gemas no mundo têm grande concentração nos países da África, da Ásia e
no Brasil (CANAAN, 2013, p.32). Segundo o IBGM (2014), o Brasil é uma das principais
províncias gemológicas mundiais, sendo responsável por cerca de 1/3 da produção de gemas
do mundo. Historicamente, o destino das gemas brasileiras tem sido preponderantemente as
exportações, embora esteja ocorrendo um razoável aumento no consumo interno
(SCHREINER, 2014, p.72).

No Brasil, o estado de Minas Gerais caracteriza-se como um dos principais produtores do


setor, sendo que segundo dados do Panorama do Comércio Exterior de Minas Gerais (2014, p.
16), Minas Gerais foi responsável por 49,5% da produção brasileira de Metais, Pedras
Preciosas e Joalheria no ano de 2013.

Teófilo Otoni é uma cidade mineira localizada na região nordeste do estado de Minas Gerais e
geograficamente situa-se na Província Gemológica Oriental do Brasil, umas das maiores
províncias gemológicas do mundo, de acordo com um estudo realizado pela GEA (Gems
Exporters Association) e o IEL (Instituto Euvaldo Lodi) (2005, p. 13).

De acordo com dados da Secretária de Comércio Exterior (2014), dentre os principais


produtos exportados por Teófilo Otoni em 2014 (janeiro-agosto) as pedras preciosas
constituíram um percentual de 97,72%. Já em relação às importações em 2014 (janeiro-
agosto), as pedras preciosas também são o principal produto de importação, constituindo um
percentual de 70,59%.

Mesmo sendo a principal atividade econômica da cidade de Teófilo Otoni, Pereira e


Guimarães (2011, p. 108), ressaltam em seu estudo que a cadeia produtiva do polo de pedras
preciosas é pouco desenvolvida. Esses baixos índices de desenvolvimento são justificados
pela falta de qualificação dos trabalhadores, pelos altos índices de informalidade que
permeiam o setor e pela a falta de políticas públicas e medidas governamentais de incentivo à
exploração e comercialização das gemas. Como consequência, o baixo nível de

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desenvolvimento da cadeia produtiva faz com que os lapidários desse polo não pratiquem
dedicação exclusiva em sua atividade.

3. Caracterização do trabalho de lapidação

Para caracterizar o trabalho de lapidação é preciso considerar o tipo de processo produtivo


envolvido, estrutura física do empreendimento (empresa, iniciativa individual, etc.),
organização e divisão do trabalho, dentre outros fatores. Sendo assim, cada empreendimento
possui características de trabalho específicas.

De modo genérico, podem ser identificadas condições laborais e riscos à saúde ao se


estabelecer cenários de execução de trabalho comuns. Para estabelecer tais cenários é preciso
considerar aspectos inerentes ao setor de lapidação, características do processo e da atividade
de lapidação.

A atividade da lapidação apresenta características inerentes ao seu processo que combinadas


entre si e com fatores externos trazem impactos à saúde e segurança dos lapidários. Como
fatores externos têm-se os baixos índices de qualificação da mão-de-obra, a falta de
equipamentos adequados ao processo, a informalidade do setor, dentre outros.

Segundo Nascimento (2013, p. 68), o trabalho de lapidação é uma atividade delicada e


repetitiva. Ao considerarem-se os equipamentos utilizados no processo de lapidação,
Nascimento (2013, p. 68) afirma que ―o lapidário trabalha diretamente com equipamentos que
podem oferecer risco para a integridade dele, caso não seja manuseado corretamente ou
apresente alguma falha‖.

Neste contexto, os principais riscos à saúde identificados no processo de lapidação são


problemas musculoesqueléticos, problemas visuais e doenças respiratórias.

Podem ser atribuídas como causas dos problemas musculoesqueléticos à má postura e aos
altos índices de repetição. Relativamente às más posturas no processo de lapidação Assunção
(2003, p. 1010), explana que devido ao tamanho das peças, pequeno em sua maioria, e aos
detalhes que estas devem apresentar no fim do processo, os lapidários adotam posturas
inadequadas para realizar o trabalho com maior precisão.

De acordo com Assunção (2003, p. 1010), além de se colocarem em posturais inadequadas,


muitas vezes também para focalizar um aspecto da peça, os trabalhadores exigem muito de
suas habilidades visuais, pois nem sempre o ambiente no qual estão trabalhando apresenta
uma iluminação adequada.

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Os problemas respiratórios aos quais os trabalhadores podem ser acometidos estão


relacionados à inalação da poeira das pedras. No processo de formação os resquícios dos
materiais abrasivos utilizados no processo e a poeira das pedras acabam por ficar depositados
no espaço de trabalho em paredes, no chão, no próprio maquinário e até mesmo podem ser
encontrados na forma de partículas suspensas no ar.

No que diz respeito à poeira das pedras, a exposição prolongada e direta (sem utilização de
Equipamentos de Proteção Individual - EPI), pode trazer problemas graves de saúde aos
lapidários, principalmente no que se refere à contaminação por sílica, fazendo com sejam
acometidos por uma doença denominada silicose. De acordo com Ferreira et al. (2008, p.
1517), a poeira de sílica é proveniente do material abrasivo utilizado no processo de lapidação
e das próprias pedras lapidadas.

4. Instrumento Ergonomic Checkpoints

De acordo com Santos (2010, s/ p.), as mudanças tecnológicas e as novas técnicas de gestão,
no que tange ao trabalho, têm causado várias alterações nos métodos e processos de produção,
bem como na organização do trabalho. Para acompanhar estas mudanças, é necessário
proporcionar aos funcionários condições adequadas para que eles possam exercer suas tarefas
e atividades com conforto e segurança.

As novas tecnologias e seus impactos no trabalho humano têm sido abordados sob vários
ângulos, variando conforme as áreas do conhecimento e a natureza da problemática analisada
(ABRAHÃO, 2011, p. 49), um desses ângulos é a Ergonomia, que tem como objetivo o
melhoramento das atividades de trabalho, minimizando os impactos negativos nos
trabalhadores.

De acordo com Souza (2011, p. 9), na análise de uma situação real de trabalho o que está em
pauta é a relação homem-ambiente de trabalho. Tendo em vista que cada situação de trabalho
é única e que um conjunto de variabilidades está envolvido nesse sistema, o estudo dessa
relação não está moldado por um único método, com instrumentos de aplicação obrigatórios.
Sendo assim pode-se escolher qual(is) instrumento(s) se mostra(m) mais adequado(s) à
proposta de estudo de determinada situação de trabalho.

O ECP é um manual de soluções ergonômicas para situações de trabalho. Foi desenvolvido


pelo ILO (International Labour Office) em parceria com a IEA (International Ergonomics
Association) e foi traduzido para o português brasileiro pela FUNDACENTRO (2001),

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consistindo o documento em ―Pontos de Verificação Ergonômica — Soluções práticas e de


fácil aplicação para melhorar a segurança, a saúde e as condições de trabalho‖.

Este manual apresenta uma lista de verificação com 128 pontos de verificação ergonômica
que devem ser observados na análise de um posto de trabalho, sendo que esses pontos estão
divididos em 10 (dez) grupos: Manipulação e armazenagem de materiais; Ferramentas
manuais; Segurança do maquinário de produção; Melhoria do design do posto de trabalho;
Iluminação; Instalações; Riscos ambientais; Comodidade e bem-estar; Equipamentos de
proteção pessoal; e, Organização do trabalho.

Para a aplicação da lista, deve ser definida uma área de análise em uma empresa ou, em casos
de empresas de pequeno porte, é possível analisá-la inteiramente. Definido o objeto de
análise, deve-se observar se o ponto de verificação é aplicável à situação de trabalho estudada,
se sim, deve ser examinada a ocorrência do ponto em questão na situação e verificada a
necessidade de alguma ação ergonômica (Ação: Sim? Não? Prioritário) e se necessário
adicionar observações que suportem a decisão tomada.

A partir dos resultados dessa lista são identificados pontos que demandam alguma intervenção
ergonômica, sendo que para cada ponto analisado o método apresenta uma proposição de
melhoria.

5. Metodologia

Este estudo é classificado como uma pesquisa qualitativa, mais especificamente como um
estudo de caso múltiplo.

O trabalho está dividido em 04 (quatro) etapas: revisão bibliográfica; preparação para estudo
de caso; pesquisa de campo; resultados/análise.

Na primeira etapa deste estudo foi realizada uma revisão bibliográfica acerca dos principais
temas relacionados a este estudo, como aspectos relacionados ao setor e trabalho de lapidação,
ergonomia, instrumentos ergonômicos e ECP.

Na segunda etapa foi realizada a preparação para o estudo de caso, que consistiu na definição
dos objetos de estudo. Para tal ação, fez-se necessário conhecerem-se as características gerais
das empresas do setor de lapidação na cidade de Teófilo Otoni-MG. Essas características
foram obtidas por meio do documento ―Diagnóstico Setorial de Lapidações‖ (GEA/IEL,
2005, p. 21-27), onde em uma amostra de 132 lapidações: 92,42% das lapidações eram
informais (Sem CNPJ); 83,33% das lapidações funcionavam em local próprio e 62,88%

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dividiam espaço com outro local (principalmente residências –79,52%); 58,31% têm
empregados permanentes; 91,67% dos lapidários não participam de nenhuma entidade de
classe; 76,51% das empresas têm como produto final a pedra lapidada.

Considerando-se a caracterização geral das empresas apresentadas, foram definidos critérios


de inclusão das empresas no estudo, a saber: (1) Estar localizada na cidade de Teófilo Otoni-
MG; (2) Estar localizada em endereço comercial independente (não compartilhar local com
outros comércios e/ou residências); (3) Ter empregados permanentes (mesmo que em situação
não formalizada – carteira assinada); (4) Trabalho limitado à lapidação de gemas naturais; (5)
Ter pedra lapidada como produto final do processo produtivo (não estar envolvida na
fabricação de joias ou objetos de arte).

Definidos os critérios de inclusão do estudo, ocorreu a pesquisa de campo propriamente,


terceira etapa. Foram contatadas 06 (seis) empresas, sendo que 03 (três) delas foram indicadas
por lojas de artesanato e joias, no centro da cidade de Teófilo Otoni, e 02 (duas) por outras
indicações. Das seis empresas, 02 (duas) corresponderam a todos os critérios apresentados e
aceitaram participar do estudo, que consistiu na aplicação do instrumento ECP para análise do
trabalho de lapidação.

Por fim, na quarta etapa foi realizada análise e discussão dos dados coletados na pesquisa de
campo, apresentando-se as características das empresas e do trabalho realizado. Os resultados
foram compilados e documentados.

6. Resultados e discussão

6.1. Caracterização das empresas de lapidação

As duas empresas de lapidação estudadas estão localizadas no bairro central da cidade de


Teófilo Otoni – MG. Para fins de apresentação, as empresas foram denominadas empresa de
lapidação A e empresa de lapidação B.

A empresa de lapidação A é uma microempresa formal, ou seja, possui CNPJ. Está há 04


(quatro) anos no mercado de lapidação de gemas naturais, com destaque para a lapidação de
esmeralda. Esta empresa funciona de segunda-feira a sexta-feira das 07h00 – 11h30 e das
13h30 – 17h00, totalizando 08 (oito) horas de trabalho diárias e possui 13 funcionários.

O processo de produção utilizado na empresa de lapidação A pode ser classificado como


parcialmente mecanizado. É importante saber que, de acordo com Postal et al. (2010, p. 70),
um processo de lapidação pode ser denominado manual quando as atividades de trabalho

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dependem completamente das habilidades do lapidário e denominado mecanizado quando são


utilizados pelo lapidário equipamentos que permitem a regulação automática em escala
milimétrica, auxiliando precisão e padronização do trabalho.

Tem-se que a empresa de lapidação A está localizada em uma residência adaptada de dois
pisos, o primeiro abarca área de descanso, cozinha e banheiros, e o segundo é onde acontece
todo o processo de lapidação.

A empresa de lapidação B é uma microempresa informal, ou seja, não é formalmente


registrada, nem possui CNPJ. Está há 16 (dezesseis) anos no mercado de lapidação de gemas
naturais, com destaque para a lapidação de turmalina, água marinha, granada, quartzo e
esmeralda.

Esta empresa funciona de segunda-feira a sexta-feira das 08:00 h – 11: 30 h e das 13:00 –
17:30, totalizando 08 (oito) horas de trabalho diárias e tem 08 (oito) funcionários. O processo
de produção utilizado na empresa de lapidação B, de acordo com Postal et al. (2010, p. 70),
pode ser classificado como manual.

Tem-se que a empresa de lapidação B está localizada em um imóvel comercial, de apenas um


piso, onde acontece todo o processo de lapidação. Destaca-se que não existe cozinha ou área
de descanso, e o lugar conta com apenas um lavabo.

Considerando-se as duas empresas objetos de estudo, observa-se que mesmo trabalhando no


mesmo ramo de atividade, a lapidação de gemas naturais, as duas empresas apresentam
diferenças importantes no que se refere à estrutura jurídica (empresa de lapidação A – formal;
empresa de lapidação B - informal), à estrutura física (empresa de lapidação A – imóvel
residencial, maior espaço físico; empresa de lapidação B - imóvel comercial, menor espaço
físico) e aos processos de lapidação (empresa de lapidação A – manual/mecanizado; empresa
de lapidação B - manual).

6.2. Aplicação do instrumento Ergonomic Checkpoints

Neste trabalho o ECP foi utilizado como roteiro de observação nas empresas objetos de
estudo, onde a partir da técnica de observação direta foram analisados todos os 128 pontos de
verificação ergonômica sugeridos pelo instrumento e a necessidade de proposta de ação
ergonômica para cada ponto.

A observação desses pontos de verificação nas empresas permitiu levantar dados que levaram
à caracterização destas empresas de um ponto de vista ergonômico e, também, permitiu a

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identificação de deficiências ergonômicas nas empresas e a formulação de propostas de


melhoria.

Os resultados da aplicação do ECP na empresa de lapidação A estão sintetizados na Figura 1,


de acordo com os grupos de verificação ergonômica do ECP. É indicada a necessidade de
ação ergonômica e são feitas observações pertinentes em cada grupo.

Figura 1 – Resultados da aplicação do Ergonomic Checkpoints na empresa de lapidação A


(continua)
Grupo de Verificação: Manipulação e armazenagem de materiais (pontos 1-21)
Demanda de
Observações
Ação?
- Nenhum dos pontos de verificação desta seção é aplicável ao estudo da empresa de
lapidação A, pois esta não trabalha com a manipulação de materiais e cargas
Não.
consideradas pesadas e que possam, por esse motivo, trazer danos à saúde dos
trabalhadores.
Grupo de Verificação: Ferramentas manuais (pontos 21-36)
Demanda de
Observações
Ação?
- Já são empregadas ferramentas específicas, com regulação automatizada para a
regulação de ângulos para algumas etapas do processo;
Não. - Níveis de ruído e vibração já são reduzidos pelo tipo de ferramenta utilizada;
- A empresa é adepta da prática do treinamento em casos de novas contratações, ou,
ainda, em casos de modificação das ferramentas por meio da adição de novas.
Grupo de Verificação: Segurança do maquinário de produção (pontos 37-56)
Demanda de
Observações
Ação?
Não. Não é aplicável ao estudo da empresa de lapidação A.
Grupo de Verificação: Melhoria do design do posto de trabalho (pontos 57-71)
Demanda de
Observações
Ação?
- O mobiliário da empresa de lapidação A é constituído por cadeiras com controle de
Não. altura reguláveis, com encosto para costas e sem braços, que permitem ao trabalhador
realizar o ajuste conforme a altura desejada.
Grupo de Verificação: Iluminação (pontos 72-81)
Demanda de
Observações
Ação?
- A empresa de lapidação A têm seus postos de trabalho localizados em área com muitas
janelas, com iluminação natural, sendo que cortinas também estão presentes para
auxiliar na regulação deste tipo de iluminação;
Não. - A empresa de lapidação A funciona em uma estrutura com dois pavimentos. No
primeiro encontra-se a garagem, os banheiros, a cozinha, no segundo os postos de
trabalho. Os dois pavimentos são ligados por escada, mas não foi notada nenhuma
deficiência na iluminação.
Grupo de Verificação: Instalações (pontos 82-87)
Demanda de
Observações
Ação?
- O local tem várias entradas de ar, além de ventiladores dispostos em vários pontos do
local;
- Devido ao equipamento moderno e o fato da empresa trabalhar com peças
Não.
milimétricas, a formação de poeira não é tão expressiva. No local onde são realizadas
as tarefas de corte e forma apresentam alguns resíduos, mas estes postos estão
localizados em áreas arejadas.

Fonte: autores

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Figura 1 – Resultados da aplicação do Ergonomic Checkpoints na empresa de lapidação A


(conclusão)

Grupo de Verificação: Riscos ambientais (pontos 88-94)


Demanda de
Observações
Ação?
- Alguns equipamentos geram ruídos, que, mesmo em nível baixo, incomodam o
trabalhador ao longo da jornada de trabalho;
- Mesmo que em pequena quantidade, o pó das pedras é gerado, então, o uso de EPI’s
Sim. deve ser obrigatório nos postos onde ações de desbaste das pedras são realizadas;
- Presença de alguns fios expostos no posto de viramento, que possui uma adaptação de
lâmpadas para aquecimento do lacre. Os fios utilizados nesta adaptação estão
expostos.
Grupo de Verificação: Comodidade e bem-estar (pontos 95-99)
Demanda de
Observações
Ação?
- O primeiro pavimento da empresa é totalmente voltado para este fim e está equipado
de acordo, com cozinha completa, mesa e cadeiras;
Não. - A empresa tem uma rotina de limpeza definida;
- Os trabalhadores estão encarregados de zelar pela limpeza e organização de seus
postos de trabalho.
Grupo de Verificação: Equipamentos de proteção pessoal (pontos 100-107)
Demanda de
Observações
Ação?
- A empresa fornece EPI’s (máscaras e luvas) e os deixa a disposição para uso;
Sim. - O tipo de máscara oferecida (máscaras hospitalares comuns descartáveis) não é
adequado ao tipo de proteção que deve oferecer.
Grupo de Verificação: Organização do trabalho (pontos 108-128)
Demanda de
Observações
Ação?
- Além do dono/gestor da empresa, que faz o contato com os clientes e adquire a
matéria- prima, nesta Lapidação existe uma funcionária que faz o planejamento, a
divisão e fiscalização do trabalho de cada um dos trabalhadores;
- Os funcionários aparentemente têm uma boa comunicação com o gestor e a
funcionária/gerente, que permite que os mesmos estejam envolvidos nas mudanças
Algumas
que ocorrem na empresa e liberdade para dar sugestões no trabalho;
melhorias.
- Apesar da política de treinamento e a introdução de ferramentas mais modernas de
lapidação, é importante que a empresa estimule seus funcionários a fazerem cursos
e/ou buscarem conhecimentos de outra forma;
- Os trabalhadores são alocados de acordo com suas habilidades e passam por
treinamento na empresa.

Fonte: autores

De acordo com os resultados obtidos da análise dos dados mostrados na Tabela 1, são
sugeridas as seguintes proposições de melhorias ergonômicas para empresa de lapidação A:

 Proporcionar EPI’s adequados à proteção do trabalho de lapidação e estimular,


fortemente, o uso de EPI’s pelos trabalhadores no exercício das atividades;

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 Assegurar que todos os equipamentos utilizados nas etapas do processo produtivo de


lapidação estejam sempre em bom funcionamento, adotando a técnica de manutenção
constante e preditiva;
 Realizar a construção de mapas de riscos para a utilização de cada equipamento da
empresa;
 Apoiar e estimular os trabalhadores a participarem de cursos de capacitação nas áreas
de geminologia e lapidação de gemas.

Os resultados da aplicação do ECP na empresa de lapidação B estão sintetizados na Figura 2,


de acordo com os grupos de verificação ergonômica do ECP.
Figura 2 – Resultados da aplicação do Ergonomic Checkpoints na empresa de lapidação B
(continua)

Grupo de Verificação: Manipulação e armazenagem de materiais (pontos 1-21)


Demanda de
Observações
Ação?
- Nenhum dos pontos de verificação desta seção é aplicável ao estudo da empresa de
lapidação B, porque a mesma não trabalha com a manipulação de materiais e cargas
Não.
consideradas pesadas e que possam, por esse motivo, trazer danos à saúde dos
trabalhadores.
Grupo de Verificação: Ferramentas manuais (pontos 21-36)
Demanda de
Observações
Ação?
- Necessidade de utilização de suporte para melhor apoio das mãos em algumas
atividades;
- Necessidade de utilização de equipamentos com maiores níveis de precisão;
- Necessidade de fornecimento e estímulo do uso de EPI’s;
- Sinalizar melhor botões de acionamento das ferramentas, tendo em vista situações de
emergência em que o trabalhador precisa fazer um desligamento rápido;
Sim.
- Fornecer apoio para mão e antebraço para algumas atividades do processo. O
mobiliário atual não fornece nenhum tipo de apoio;
- Fornecimento de EPI’s adequados (e.g. fones de ouvido e Protetores de mãos);
- A empresa não tem uma política de treinamento. Dada a liberdade do indivíduo em
seu posto de trabalho, é importante que o mesmo conheça suas ferramentas para saber
qual o melhor modo de utilizá-la.
Grupo de Verificação: Segurança do maquinário de produção (pontos 37-56)
Demanda de
Observações
Ação?
Não. Pontos não aplicáveis ao caso.
Grupo de Verificação: Melhoria do design do posto de trabalho (pontos 57-71)
Demanda de
Observações
Ação?
- O mobiliário da empresa de lapidação B é completamente inadequado nesse quesito,
já que além das mesas e cadeiras não possuírem controle de altura, não tem nenhuma
padronização e não foi comprado para o fim de produção (e.g. bancos de madeira,
Sim.
cadeiras comuns e escrivaninha).
- Dado que esse tipo de trabalho demanda do trabalhador que ele fique sentado, cadeiras
reguláveis são ideais.
Grupo de Verificação: Iluminação (pontos 72-81)
Demanda de
Observações
Ação?
- A empresa de lapidação B não possui nenhuma janela nas dependências da área de
trabalho.
Sim.
- A iluminação é completamente artificial. Alguns postos de trabalho possuem
iluminação localizada.

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Fonte: autores

Figura 2 – Resultados da aplicação do Ergonomic Checkpoints na empresa de lapidação B


(conclusão)

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Grupo de Verificação: Instalações (pontos 82-87)


Demanda de
Observações
Ação?
- O local é completamente fechado, sem ventilação natural e conta com apenas um
ventilador de parede em funcionamento;
- Em uma das etapas do processo uma lamparina é utilizada. No posto de trabalho no
qual acontece esta etapa não há nenhum tipo de proteção ao trabalhador em caso de
Sim. acidente com este foco de fogo;
- Um dos resíduos da atividade de corte, forma e polimento de pedras preciosas é a
poeira;
- Nesta empresa nenhum tipo de medida é para minimizar esse problema, é perceptível
o acúmulo deste material nas ferramentas e superfícies do local.
Grupo de Verificação: Riscos ambientais (pontos 88-94)
Demanda de
Observações
Ação?
- Presença de alguns fios expostos e simploriamente isolados;
Sim. - Nesse caso, representam riscos químicos o pó das pedras e os materiais abrasivos que
são utilizados nas ferramentas.
Grupo de Verificação: Comodidade e bem-estar (pontos 95-99)
Demanda de
Observações
Ação?
- Não existe na empresa vestiários, ou chuveiros, apenas um sanitário, mas dado o
tamanho da empresa e a atividade é não é algo que demanda uma ação prioritária;
- Não existe área de descanso, nem uma área que possa ser utilizada como refeitório na
empresa;
- Uma geladeira está presente na mesma área dos postos de trabalho e em cima dela é
mantida uma garrafa de café;
Sim.
- Quando os trabalhadores fazem uma pausa no trabalho, eles ficam em pé na parte
frontal da empresa;
- A empresa não faz treinamento com seus funcionários;
- A empresa não tem uma rotina de limpeza definida;
- A formulação de uma rotina de limpeza e de organização seria benéfica para todos;
- Sugestão da aplicação da metodologia 5 S.
Grupo de Verificação: Equipamentos de proteção pessoal (pontos 100-107)
Demanda de
Observações
Ação?
Sim. - A empresa não fornece EPI’s.
Grupo de Verificação: Organização do trabalho (pontos 108-128)
Demanda de
Observações
Ação?
- Apesar da empresa de lapidação B ter uma jornada de trabalho bem definida, os
trabalhadores costumam fazer seus próprios horários de realização de suas tarefas;
- As decisões referentes à organização do trabalho estão sob total responsabilidade do
dono que também trabalha lapidando;
- A empresa não tem funcionários de carteira assinada;
Algumas
- Necessário estimular o aprendizado de novas tarefas na própria empresa, mesmo que
melhorias.
de forma empírica, e estimular os trabalhadores a fazer cursos profissionalizantes na
área;
- Como a empresa não fornece treinamento, obrigatoriamente ela contrata indivíduos
que já sabem realizar uma tarefa específica, se atendo a esse fator para a organização
do trabalho.

Fonte: autores

De acordo com os resultados obtidos da análise dos dados mostrados na Tabela 2, são
sugeridas as seguintes proposições de melhorias ergonômicas para empresa de lapidação B:

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 Providenciar mobiliário adequando para o exercício da atividade de lapidação, tais


como cadeiras confortáveis, com regulação de altura, e apoios para antebraços nas
mesas de lapidação;
 Melhorar as condições de organização e limpeza da empresa por meio da aplicação da
ferramenta 5 S;
 Substituir graduadores manuais por graduadores de ângulo, que permitem regulação
automática;
 Proporcionar EPI’s adequados à proteção do trabalho de lapidação e estimular,
fortemente, o uso de EPI’s pelos trabalhadores no exercício das atividades;
 Assegurar que todos os equipamentos utilizados nas etapas do processo produtivo de
lapidação estejam sempre em bom funcionamento, adotando a técnica de manutenção
constante e preditiva;
 Realizar a construção de mapas de riscos para a utilização de cada equipamento da
empresa;
 Apoiar e estimular os trabalhadores a participar de cursos de capacitação nas áreas de
geminologia e lapidação de gemas.

6.3. Comparação dos resultados entre as empresas

A aplicação do ECP nas empresas de lapidação A e B mostrou pontos de deficiências nas


duas empresas, como a necessidade do uso de EPI adequado à atividade de trabalho, o
oferecimento de cursos e capacitações na área de lapidação para os funcionários, assim como,
a necessidade da melhoria nas práticas de manutenção.

Comparativamente, em termos de estrutura física e organizacional, equipamentos e condições


de trabalho, a empresa de lapidação A se apresenta em melhor situação ergonômica do que a
empresa de lapidação B, já que possui um maior espaço físico, com cozinha equipada que
funciona como área de descanso e iluminação natural. A empresa de lapidação A, também,
está equipada com mobiliário adequado à realização das tarefas do trabalho de lapidação e
equipamentos mais modernos que possibilitam ao trabalhador a realização de suas atividades
com mais conforto.

Além dos pontos citados, a empresa de lapidação A tem um processo misto de lapidação
(manual e mecanizado), por esta razão, alguns dos riscos ambientais relacionados à atividade
de lapidação (e.g. ruído, poeira das pedras, vibração) são minimizados. Já na empresa de

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lapidação B, que tem um processo de lapidação completamente manual e utiliza-se de


equipamentos não modernos que não passam por manutenção frequente, é notável que os
riscos ambientais são maximizados.

7. Considerações Finais

A realização deste estudo possibilitou a percepção dos problemas ergonômicos existentes em


duas empresas de lapidação, com o auxílio do instrumento ECP. Na atividade de lapidação,
que demanda altos níveis de precisão, repetitividade de movimentos, convívio com
equipamentos que produzem vibração, ruído, ou rejeitos, como a poeira das pedras, a empresa
tem a responsabilidade de adequar-se à realização desta atividade de trabalho, proporcionando
equipamentos, estrutura física e organizacional, para que tais riscos sejam minimizados. A
maioria das empresas, no entanto, são informais e não se preocupam em adequar-se
ergonomicamente, o que reflete no setor, reduzindo seu potencial de produtividade e
aumentando os riscos à saúde do trabalhador.

Relativamente à utilização do ECP, acredita-se que foi útil como ferramenta para análise
ergonômica de uma dada situação de trabalho ou uma empresa específica. O instrumento
sugere propostas de melhorias ergonômicas fáceis de executar, mas que podem proporcionar
uma mudança relevante nas situações de trabalhos estudadas. Contudo, é necessário o
interesse das empresas para a implementação das melhorias, considerando os recursos
financeiros e humanos disponíveis nas empresas.

Finalmente, é ponto importante referir que a aplicação do instrumento Ergomic Checkpoint


(ECP), deve variar de acordo com o expertise do aplicador ou da equipe de aplicação. Assim,
aplicações em pares podem ser recomendáveis, com a finalidade de equiparação dos
resultados e estabelecimento de medidas inequívocas para a melhoria da situação de trabalho
analisada e minimização dos riscos à saúde dos trabalhadores.

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