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Fibras de celulose mais fortes que aço

Dois jatos de água, disparados perpendi-


cularmente ao fluxo, ajudam a controlar as
fibrilas, fazendo com que todas se alinhem
paralelamente. [Imagem: Karl M. O.
Hakansson et al. - 10.1038/ncomms5018]

Supercelulose

A celulose é o biopolímero que ajuda a dar sustentação aos vegetais. Mas você se arriscaria a
dizer que é possível construir uma estrutura de celulose que seja mais forte do que outra
estrutura de dimensões idênticas feita de aço?

Pois isso não apenas é possível, como pode ser feito com uma técnica que usa apenas água e
sal. A produção das fibras de celulose ultrafortes foi feita por uma equipe da Suíça e da
Alemanha. "Nossos filamentos são mais fortes do que alumínio e aço por peso, garante o
professor Fredrik Lundell, do Instituto Real de Tecnologia da Suécia.

Para produzir a supercelulose, a equipe usou fibrilas de celulose comum, extraída de vegetais
verdes, com dimensões na faixa dos nanômetros - nanocelulose - e as prensou juntamente com
água através de um pequeno canal.

Dois jatos de água adicionais, disparados na perpendicular do fluxo da celulose - da esquerda e


da direita - ajudaram a controlar o fluxo das fibrilas, fazendo com que todas se alinhassem mais
ou menos paralelamente ao fluxo. "Além disso, adicionamos sal nos jatos exteriores. O sal faz
com que as fibras prendam-se umas às outras, fixando assim a estrutura do futuro filamento,"
explicou Stephan Roth, membro da equipe.

Secar e usar

No final, basta deixar os filamentos secarem


para ter uma fibra de celulose mais forte que
o aço, com a vantagem de ser biocompatível
e biodegradável.

O grupo afirma que, apesar de até agora ter


produzido apenas amostras de até 10
centímetros de comprimento, o processo
poderá ser facilmente escalonado para
fabricar fibras maiores.

E eles pretendem ir adiante: "O verdadeiro


desafio é fazer materiais de base biológica
com extrema rigidez, que possam ser
utilizados em lâminas de turbinas de vento,
por exemplo. Com novas melhorias, em
especial um melhor alinhamento das fibrilas,
isso vai ser possível," disse Lundell.
Análises microscópicas confirmaram a resistência das fibras
Outro plano inclui testar o mesmo processo de celulose. [Imagem: Karl M. O. Hakansson et al. -
10.1038/ncomms5018]
para reciclagem, usando celulose extraída de
materiais descartados, como papel.

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