Você está na página 1de 49

Sumário e Objectivos

Sumário: Formulação por Elementos Finitos de


Problemas de Placas. Elementos Finitos para Placas de
Kirchhoff e Mindlin.
Objectivos da Aula: Apreensão dos Aspectos mais
relevantes para efeitos de desenvolvimento de elementos
finitos para a análise de placas.

Outubro Método dos Elementos Finitos 1


7ªAula
Aplicações

Outubro Método dos Elementos Finitos 2


7ªAula
Placas de Kirchhoff

⎧ N xx ⎫ ⎧σ xx ⎫ ⎡1 ν 0 ⎤⎧ ∂ u 0 ∂x ⎫
⎪ ⎪ e/2 ⎪ ⎪ ⎢ ⎥⎪ ⎪
⎨ N yy ⎬ = ∫− e / 2 ⎨σ yy ⎬dz = B ⎢ν 1 0 ⎥⎨ ∂ v 0 ∂y ⎬ = Bε 0 = BLu 0
⎪ ⎪ ⎪ ⎪ 2 ⎦⎥ ⎩⎪∂ u 0 ∂y + ∂ v 0 ∂x ⎭⎪
⎩ N xy ⎭ ⎩σ xy ⎭ ⎣⎢ 0 0 (1 − ν)

,
0 ⎤ ⎧ −∂ w ∂ x ⎫
2 2
⎧M xx ⎫ ⎧σ xx ⎫ ⎡1 ν ⎧T x ⎫ E ⎡1 0 ⎤ ⎧ε xz ⎫
⎪ ⎪ e/2 ⎪ ⎪
= zdz = D ⎢ν 1 0 ⎥ ⎪ − 2w ∂ y 2 ⎪ = − DL∇w ⎨ ⎬= ⎢ ⎥⎨ ⎬
M σ
⎨ yy ⎬ ∫− e / 2 ⎨ yy ⎬ ⎢ ⎥⎨ ∂ ⎬ ⎩T y ⎭ 1 + ν ⎣0 1 ⎦ ⎩ε yz ⎭
⎪ ⎪ ⎪σ ⎪ ⎢⎣ 0 0 (1 − ν) 2 ⎥⎦ −2∂ w ∂x∂y ⎪
⎪ 2
, ⎩ M xy ⎭ ⎩ xy ⎭ ⎩ ⎭
⎡∂ ⎤
⎢ 0⎥ ⎧∂⎫
⎢ ∂x ⎥ ⎪⎪ ∂x ⎪⎪
Ee Et 3
⎢ ∂ ⎥
B= D= L=⎢ 0 ⎥ ∇ =⎨ ⎬
⎪∂⎪
1− ν 2
12(1 − ν )2
∂ y
⎢ ⎥
⎢∂ ∂ ⎥
, ⎢ ⎥ ⎩⎪ ∂y ⎭⎪
⎣⎢ ∂y ∂x ⎦⎥

Outubro Método dos Elementos Finitos 3


7ªAula
e
Placas de Kirchhoff

∂ N xy ∂ N yy
+ =0
∂ N xx ∂ N xy 2
∂ M xx
2 2
∂ M xy ∂ M yy
+ =0 +2 + + P ( w 0) + p = 0
∂x ∂y ∂x ∂y ∂x 2
∂x∂y ∂y 2

w = w0
∂ ⎛ ∂w ∂w ⎞ ∂ ⎛ ∂w ∂w ⎞
P ( w 0) = ⎜ N xx + N xy ⎟ + ⎜ N xy + N yy ⎟
∂x ⎝ ∂x ∂y ⎠ ∂x ⎝ ∂x ∂y ⎠

Na ausência de forças de membrana a equação de equilíbrio remanescente é

⎛ ∂ 4w 4
∂w ∂ w⎞
4
(L∇ ) D ( L∇ ) w + p = 0
T
D⎜ 4 + 2 2 2 + 4 ⎟ + p = 0 ou
⎝ ∂x ∂x ∂y ∂y ⎠

Outubro Método dos Elementos Finitos 4


7ªAula
Teorema dos Trabalhos Virtuais

Teorema dos Trabalhos Virtuais δΠ int = δΠ ext


sendo os trabalhos virtuais assim definidos

δΠ int = ∫ ( δε ) DεdS = ∫ δw ( LΔ ) DLΔwdS


T T

S S

δΠ ext = ∫ δwpdS + ∫ δϕn M ndΓ + ∫ δϕs M nsdΓ + ∫ δw T ndΓ


S Γn Γs Γt

onde S representa a área da superfície média, D representa a matriz das


constantes elásticas, p representa a intensidade da carga distribuída e
.
M n ,M ns e T n representam valores prescritos nas fronteiras
Γ n, Γ s e Γ t

Outubro Método dos Elementos Finitos 5


7ªAula
Placas de Kirchhoff

Considerando a discretização por elementos finitos


n
w = ∑ Ni di ou w = Nd
i =1
d um vector de parâmetros nodais apropriado.
Substituindo no TTV
⎛ TDBdS ⎞ d =
∫ pdS + f b
T
⎜∫ B ⎟ N
B = ( L∇ ) N ⎝S ⎠ S
∂N ∂N
Nn = e Ns =
f b ∫ ( N n M n N s M ns N T n )
= + + Γ
T T T
d ∂n ∂s
S

ou Kd = f

Outubro Método dos Elementos Finitos 6


7ªAula
Elementos de Kirchhoff

Condições de Conformidade
O facto de surgirem nas equações segundas derivadas, curvaturas, impõe que exista pelo
menos continuidade C1 das funções interpoladoras ou de forma o que implica continuidade do
deslocamento w e da inclinação ∂w/ ∂n . No caso de se tratar de um elemento rectangular a
continuidade da inclinação implica continuidade das derivadas ∂w / ∂x, ∂w / ∂y , nos nós do elemento.
No entanto em pontos de intercepção de dois lados é impossível assegurar que seja
2 2
∂w ∂w

∂x∂y ∂y∂x
impondo só continuidade C1 . De acordo com Irons, é impossível especificar expressões polinomiais
simples para as funções de forma assegurando compatibilidade quando só se especificam nos nós, w e
as suas primeiras derivadas. No caso das direcções confluentes num ponto não serem ortogonais
para se assegurar compatibilidade é necessário considerar como variáveis nodais as segundas
derivadas. Esta situação recebe muitas críticas por exigir polinómios de grau elevado, tendo
aparecido um grupo grande de investigadores que advogaram o uso de elementos não conformes que
passassem o "Patch Test" e fossem eficientes para simular placas finas.

Outubro Método dos Elementos Finitos 7


7ªAula
Elementos de Kirchhoff

Considere-se um elemento rectangular com nós nos cantos,


ijkl, de dimensões 2a×2b como se representa na figura. Este
elemento tem 3 graus de liberdade nos nós dos cantos que
são, um deslocamento e duas rotações
2a

y ⎧ di ⎫
l k
⎪ ⎪ ⎧wi ⎫
η (3.8)
⎪d j⎪ ⎪ ⎪
ξ
2b
d =⎨ ⎬ d i = ⎨ϕ xi ⎬
⎪d k ⎪ ⎪ϕ ⎪
i j
⎩ yi ⎭
O
x
⎪⎩ d l ⎪⎭
z

Outubro Método dos Elementos Finitos 8


7ªAula
Elemento não Conforme com 12
Graus de Liberdade

No caso de serem válidas as hipóteses de Kirchhoff para


placas finas, estas rotações nodais são iguais às derivadas da
deformada, w, em ordem a x e y , ou seja
∂w ∂w
ϕx = e ϕy =
∂x ∂y
A deformada é aproximada por um polinómio
2 2 3 3
w = α1 + α 2x + α 3y + α 4 x 2 + α 5xy + α 6 y + α 7 x 3 + α 8 x 2y + α 9x y + α10 y + α11x 3y + α12x y

w = Pa

Outubro Método dos Elementos Finitos 9


7ªAula
Elemento não Conforme com
12 Graus de Liberdade

Os deslocamentos e rotações nodais podem ser determinados


a partir das coordenadas nodais do seguinte modo
w i = α1 + α 2 x i + α 3 y i + α 4 x i + ...
2

⎛ ∂w ⎞
⎜ ⎟ = α 2 + 2α 4 x i + α 5 y i + ... com i = i,j,k,l
⎝ ∂x ⎠i
ou seja
⎛ ∂w ⎞
⎜ ∂y ⎟ = α 3 + α 5 x i + 2α 6 y i + ...
⎝ ⎠i d = Cα

Outubro Método dos Elementos Finitos 10


7ªAula
Elemento não Conforme com
12 Graus de Liberdade

sendo C uma matriz de 12#12 componentes a que


corresponde a sub - matriz de 3#12 , Ci, associada ao nó i
que é
⎡1 x i yi xi
2
x i yi
2
yi 3
xi
2
x i yi x iy i
2 3
yi 3
x i yi x iy i ⎤
3

⎢ 2 3

Ci = ⎢0 1 0 2x i yi 0 3x i2 2 x i y i yi 0 3x i2 y i yi ⎥
⎢ ⎥
⎢⎣0 0 1 0 xi 2yi 0 xi
2
2 x i y i 3y i2 xi
3
3x iy i2 ⎥⎦

os coeficientes α são tais que


α=C d -1

Outubro Método dos Elementos Finitos 11


7ªAula
Elemento não Conforme com
12 Graus de Liberdade

O campo de deslocamentos pode ser escrito duma forma em


que apareçam explicitas as variáveis nodais, ou seja com a
forma seguinte
w = Nd = PC-1d
sendo P = 1, x,{y, x
2
, xy, y
2
, x
3
, x
2
y, x y
2
, y
3
, x
3
y, x y }
3

As deformações generalizadas, curvaturas, ε=κ, obtém-se


considerando a relação deformações - deslocamentos
nodais ⎡ 2α 4 6α 7x 2α 8y + 6α11xy ⎤
⎢ ⎥
ε = LΔw = ⎢ 2α 6 2α 9x 6α10y + 6α12xy ⎥
⎢ 2α 4α x 4α + 6α 2 + 6α y 2 ⎥
⎣ 5 8 9 11x 12 ⎦

Outubro Método dos Elementos Finitos 12


7ªAula
Elemento não Conforme com
12 Graus de Liberdade

ε = L∇ w = Qα
⎡0 0 0 2 0 0 6x 2y 0 0 6xy 0 ⎤
sendo ⎢ ⎥
Q = ⎢0 0 0 0 0 2 0 0 2x 6y 0 6xy ⎥
⎢0 0 0 0 2 0 0 4x 4y 0 6 2 6y 2 ⎥
⎣ x ⎦

ε = Qα = QC−1d = Bd

A Matriz das Deformações B é B = QC-1

Outubro Método dos Elementos Finitos 13


7ªAula
Elemento Semiloof –Elemento
com Restrições de Kirchhoff

Os deslocamentos transversais, w, são interpolados


considerando usando funções interpoladoras de Lagrange e
nove pontos nodais, 8 no contorno e 1 no centro, sendo a
base polinomial, considerada para efeitos de definição das
referidas funções para o elemento isoparamétrico 2D, a
{
seguinte P = 1, ξ, η, ξ 2, ξη, η2, ξ 2η, ξη2, ξ 2η2
}
(
1 2
) ( )(
2
)2 1 2
( ) ( )( )
N j ( ξ, η) = ⎡⎣ 2 ξ jξ ξ j + ξ + 1 − ξ j 1 − ξ ⎤⎦ ⎡⎣ 2 η jη η j + η + 1 − η j 1 − η ⎤⎦
2 2

j = 1,…9 sendo as coordenadas ξj,ηj do nó j no sistema


de eixos local
Outubro Método dos Elementos Finitos 14
7ªAula
Elemento Semiloof –Elemento
com Restrições de Kirchhoff
As rotações são interpoladas nos pontos de "Loof", introduzidos por Loof, localizados nos
pontos de Gauss 1D ao longo dos lados do elemento e a uma distância de1 3 do centro do lado
do elemento, como se representa na figura
2
y
η

7
6´ 5´ 5 A base polinomial a
considerar é
2
ξ
1´ 2´

{ )}
3

(
1
P = 1, ξ, η, ξ 2, ξη, η2, ξ 2η, ξη2, ξη ξ 2 − η2

x
O
z

Outubro Método dos Elementos Finitos 15


7ªAula
Elemento Semiloof –Elemento
com Restrições de Kirchhoff
. Os nós de Loof na fronteira estão divididos em 2 grupos. O primeiro grupo contém os nós
1,2,5 e 6 que têm coordenadas ( ξ, η ) = ± 1 ( )
3, ±1 e o segundo grupo contém os nós 3,4,7

e 8 de coordenadas ( ξ, η ) = ±1, ± 1 ( 3).

As funções de interpolação para esses nós de fronteira,


nós de Loof, podem ser escritas com a seguinte forma
1 1
L j(ξ, η) = ×
(
16 ξ jη j ξ 2j − η2j )
{ }
× 3ξ jη j ⎣⎡ξ 2j ξ 2 − η2j η2 ⎦⎤ + 4ξ jη ⎣⎡ ξ 2 − η2j ⎦⎤ + 4ξ η j ⎣⎡ ξ 2j − η2 ⎦⎤ + 2ξη ⎣⎡ ξ 2 − η2 + ξ 2j − η2j ⎦⎤

Para o nó central L 9 ( ξ, η) = 1 − 4 ξ + η
3 2 2
( )
Outubro Método dos Elementos Finitos 16
7ªAula
Elemento Semiloof –Elemento
com Restrições de Kirchhoff
η η

ξ ξ

3
32 ( 3η2 − ξ 2 )
3
8 (
η 1 − ξ2 )
η η

ξ ξ

8
3
(
ξ 3η2 − 1 ) 3 3
16
ξη ( 3
8
− ξ 2 + η2 )

Outubro Método dos Elementos Finitos 17


7ªAula
Elemento Semiloof –Elemento
com Restrições de Kirchhoff
Na forma inicial o elemento de placa tem 27 graus de liberdade os quais são
reduzidos a 16 por um processo de condensação local. A condensação consegue-
se por imposição de restrições que vão permitir que se considere como válidas as
hipóteses de Kirchhoff, essas restrições são impostas às componentes das
deformações de corte que podem ser obtidas a partir das rotações nos nós de Loof
e da deformada w da seguinte forma, como resulta da Teoria de Mindlin

γ α (x) = β α (x) + w(x) com α=1,2
∂x

9
j
9 ∂
γ α (ξ, η) = ∑ L j(ξ, η)β + ∑ α Ni ( ξ, η) w
i
j=1 i =1 ∂xα

Outubro Método dos Elementos Finitos 18


7ªAula
Restrições de Kirchhoff

As restrições a considerar são:

a) As componentes da rotação normal βjn do vector das


rotações são eliminadas nos oito nós de "Loof" ao
longo da fronteira do elemento, impondo que a
deformação de corte ao longo da fronteira seja nula, ou
seja

j
9 ∂
γ n (ξ j, η j) = β + ∑ N i (ξ j, η j) w i
n j = 1,…,8
i =1 ∂n

Outubro Método dos Elementos Finitos 19


7ªAula
Restrições de Kirchhoff

b) As componentes da rotação no nó central, βj1 e βj2 , são


eliminadas impondo um valor médio de zero das
componentes da deformação de corte na área do
elemento, isto é
9
⎛ ⎞ 9 ⎛ ∂ ⎞ i
∫ γ αdA = ∑ ⎜ ∫ L j ( ξ, η)dA ⎟βα + ∑ ⎜ ∫ N i ( ξ, η )dA ⎟ w = 0
j

A j=1 ⎝ A ⎠ i =1 ⎝ A ∂ x α ⎠

com α = 1,2

Outubro Método dos Elementos Finitos 20


7ªAula
Restrições de Kirchhoff

c) A componente do deslocamento transversal no nó médio


é eliminada impondo
que o valor médio da componente normal da deformação de
corte ao longo do contorno do elemento seja nula, ou
seja
9
⎛ ⎞ 9 ⎛ ∂ ⎞ i
∑ ⎜ ∫ Lj( ) ⎟ α ∑ ⎜ ∫ N i ( ) ⎟w = 0
j
γ
∫ n ds = ξ, η ds β + ξ, η ds
C j=1 ⎝ C ⎠ i =1 ⎝ C ∂n ⎠

Outubro Método dos Elementos Finitos 21


7ªAula
Elemento Final

Estas restrições implicam uma redução de 11 no número de


graus de liberdade do elemento que passa a ter 16 graus de
liberdade, como se representa na figura
Os graus de liberdade iniciais são

( w , β , β ; w , β , β ;...; w , β , β )
1 1
1
1
2
2 2
1
2
2
9 9
1
9
2

e os 16 graus de liberdade finais são


( w , β ; w , β ;...; w , β )
1 1
s
2 2
s
8 8
s

Outubro Método dos Elementos Finitos 22


7ªAula
Condensação Estática

Decomponha-se o vector deslocamentos nodais generalizados em duas


parcelas, uma parcela respeitante aos deslocamentos a serem retidos, dr e
uma parcela respeitante aos deslocamentos a eliminar, dc . Proceda-se de
modo análogo em relação às forças nodais. d = [d d ]T
r c

⎡ κ rr κ rc ⎤ ⎧ d r ⎫ ⎧ f r ⎫
⎢κ ⎥ ⎨ ⎬=⎨ ⎬
⎣ cr κ cc ⎦ ⎩d c ⎭ ⎩f c ⎭
{d c } = − [ κcc ] ([ κcr ]{d r } − {f c })
−1

([ κ rr ] − [ κ rc ][ κ cc ] [ κ cr ]) {d r } = {f r } − [ κ rc ][ κ cc ] {f c }
−1 −1




Matriz de Rigidez Condensada Carg a condensada

Outubro Método dos Elementos Finitos 23


7ªAula
Elementos Rectangulares
de Lyons

Outubro Método dos Elementos Finitos 24


7ªAula
Elemento de Placa de Mindlin

Na ausência de Forças de Membrana, as equações de


equilíbrio tomam a forma
L M -T = 0 ∇ T+p = 0
T T

L D Lϕ + α ( ∇w + ϕ ) = 0
Τ
⎡∂ ⎤
⎢ 0⎥
∇ ⎡⎣ α ( ∇ w + ϕ ) ⎤⎦ + p = 0 ⎧∂⎫
T
, ⎢ ∂x ⎥ ⎪ ⎪
⎢ ∂ ⎥ ∇ = ⎪ ∂x ⎪
⎡1 ν 0 ⎤ L=⎢ 0 ⎥ ⎨∂⎬
Ee ⎡1 0 ⎤ D = D ⎢⎢ν 1 0 ⎥⎥ ⎢ ∂y ⎥ ⎪ ⎪
α=κ
1 + ν ⎢⎣0 1 ⎥⎦ ⎢⎣ 0 0 (1 − ν) 2 ⎥⎦ ⎢∂ ∂ ⎥ ⎪⎩ ∂y ⎭⎪
⎢ ⎥
⎢⎣ ∂y ∂x ⎥⎦
A energia Potencial toma a forma
1 1
∏ = ∫ (Lϕ) TDLϕdS + ∫ (∇w + ϕ) Tα ( ∇w + ϕ ) dS + ∫ wpdS + ∏ τ
2S 2S S

Outubro Método dos Elementos Finitos 25


7ªAula
Elemento de Placa de Mindlin
T
O campo de deslocamentos do elemento de placa de Mindlin, u = ⎣⎡ w, ϕx , ϕ y ⎦⎤ para
o elemento, pode ser definido a partir dos valores dos deslocamentos generalizados
w, ϕx eϕ y num conjunto discreto de pontos, os nós, de dimensão n (número de nós por
elemento), fazendo uso das funções de forma Ni, ou seja:
n
u = ∑ Nidi ou u = Nd
i =1

T T
representa a matriz.
u = ⎣⎡ w, ϕ x , ϕ y ⎦⎤ , d i = ⎣⎡ Wi , ϕxi , ϕ yi ⎦⎤ e Ni
das funções interpoladoras também designadas por funções
de forma. A matriz das funções de forma Ni é Ni I3 onde I3 é
a matriz identidade de ordem 3 e Ni são as funções de forma
para o elemento.

Outubro Método dos Elementos Finitos 26


7ªAula
Elemento de Placa de Mindlin

As funções de forma utilizadas para efeitos de interpolação


dos deslocamentos e rotações podem ser ou não as mesmas,
para o modelo considerado, são as mesmas. A continuidade
exigível para estas funções é C0 o que é uma vantagem
assinalável em relação às exigências de continuidade
apresentadas pelos elementos de Kirchhoff, já referidas
anteriormente.

Outubro Método dos Elementos Finitos 27


7ªAula
Elementos de Placa de Mindlin

Considerando o conceito de elemento isoparamétrico, então as funções de forma Ni são


definidas em coordenadas locais ξ e η , os elementos de quatro e oito nós da família
"Serendipity" estão representados na figura
n n
x = ∑ Ni xi e y = ∑ Ni yi
i =1 i =1

Outubro Método dos Elementos Finitos 28


7ªAula
Elementos de Placa de Mindlin

Os Elementos
representados são os
elementos lineares e
parabólicos das famílias
de Lagrange e
Serindipity e é feita
referência ao elemento
de Heterósis

Outubro Método dos Elementos Finitos 29


7ªAula
Elementos de Placa de Mindlin

As deformações generalizadas são:


εij = ⎡⎣ χ xx , χ yy , χ xy , φ x , φ y ⎤⎦
⎡ ∂N i ⎤
⎢ 0 − 0 ⎥
∞ ∂x Graus de Liberdade por nó
⎢ ⎥
ε ij = ∑ B i d i ⎢0 0
∂ N
− i⎥
⎢ ∂y ⎥
{w ,ϕ }
i =1 T
⎢ ⎥ i ,ϕ yi
⎢ 0 − ∂N i − ∂N i ⎥
xi
⎡B ⎤ ⎢ ∂y ∂x ⎥
Bi = ⎢ fi ⎥ = ⎢ ⎥
⎣ Bsi ⎦ ⎢ ⎥
⎢ ∂N i − N i 0 ⎥
⎢ ∂x ⎥
⎢ ⎥
⎢ ∂ N i
0 − Ni ⎥
⎢ ∂y ⎥
⎢ ⎥
⎢⎣ ⎥⎦

Outubro Método dos Elementos Finitos 30


7ªAula
Elementos de Placa de Mindlin

Os esforços generalizados relacionam-se com as


deformações generalizados através da matriz de elasticidade
D
⎧ Mx ⎫ ⎡1 ν 0 ⎤
⎪M ⎪
⎪⎪ y ⎪⎪
Df = D ⎢⎢ν 1 0 ⎥⎥
⎡ Df 0 ⎤ ⎧ χ ⎫
σ = Dε = ⎢ ⎥ ⎨ ⎬ = ⎨M xy ⎬ ⎢⎣ 0 0 (1 − ν) 2 ⎥⎦
⎣ 0 Ds ⎦ ⎩ φ ⎭ ⎪T ⎪
⎪ x ⎪
⎪⎩ Ty ⎭⎪
Ee ⎡1 0 ⎤
Ds = κ
2 (1 + ν ) ⎢⎣0 1 ⎥⎦

Outubro Método dos Elementos Finitos 31


7ªAula
Sistema de Equações

1 1
Π= ∫s χ D f χ dS + ∫s φ D s φ dS − W
T T

2 2
N
1
Π e = δTe ⎡ ∫ BTfe D fe Bfe ds e +
⎣ s ∫ B Dse Bse ds e ⎤ δTe − We
T
se

Π = ∑ Πe
2 s
e
Minimizando a Energia Potencial
K ij Δ j = Fi
N

e
e
ij
N

e
T
e
N

e
[
K ij = ∑ K = ∑ ∫Se B D e B e dS e = ∑ ∫Se B Tfe D fe B fe dS e + ∫Se B seT D se B se dS e ]
N
Δ = ∑ δe N N
F = ∑ f e = ∑ ∫Se [p N i , 0, 0]T dS e
ε e e

Outubro Método dos Elementos Finitos 32


7ªAula
Retenção de Corte

Estes elementos apresentam em geral problemas numéricos


associados ao fenómeno da retenção de corte quando se pretendem
estudar placas finas, fenómeno esse que aparece também nas vigas
finas e nas cascas finas quando se utilizam campos de
deslocamentos que permitam a ocorrência de deformações de corte.
As vantagens aparentes que oferecem os elementos isoparamétricos
baseados na Teoria de Reissner-Mindlin para efeitos de representação de
placas finas e moderadamente espessas como se infere dos resultados
analíticos obtidos com este tipo de Teorias, nomeadamente no que respeita
às exigências de continuidade, são totalmente eliminados com a ocorrência
dos referidos fenómenos de retenção de corte nas placas, os quais se
manifestam mesmo para geometrias simples e utilizando malhas pouco
distorcidas.

Outubro Método dos Elementos Finitos 33


7ªAula
Retenção de Corte

As causas deste fenómeno estão associadas a dificuldades numéricas no


cálculo dos termos associados ao corte na matriz de rigidez e que resultam da
parcela das deformações de corte interveniente na energia potencial e que é
∫ φ D φ dS
1 T do qual resulta a sub-matriz associada ao corte
2 s s na matriz de Rigidez do elemento que é
T
Se ∫ B D B
se se se dS e
Estes termos da matriz de rigidez para elementos em que são utilizadas
funções de interpolação de ordem baixa, lineares e quadráticas, para
representar o campo dos deslocamentos e as rotações e para placas em que o
cociente Comprimento/Espessura é elevado, são sobre - estimados
conduzindo a uma matriz de rigidez com termos elevados de corte que
implicam valores significativamente abaixo dos valores exactos para os
deslocamentos quando estes estão disponíveis

Outubro Método dos Elementos Finitos 34


7ªAula
Integração Reduzida

Os valores de φ não convergem para zero, como seria de esperar,


quando o cociente Comprimento/Espessura é elevado, situação em
que deveriam verificar-se as chamadas hipóteses de Kirchhoff e
deveria ser ∂w
∇w + ϕ ⇒ 0 ou
+ ϕx → 0
∂x
∂w
+ ϕy → 0
∂y
A fim de superar o fenómeno de retenção de corte, os primeiros
trabalhos apresentados recorreram à chamada integração reduzida
uniforme para efeitos de cálculo da matriz de Rigidez dos
elementos intervenientes na malha considerada.

Outubro Método dos Elementos Finitos 35


7ªAula
Integração Reduzida

Esta de integração numérica da matriz de rigidez consiste na


utilização de uma ordem de integração mais baixa do que a ordem
de integração que é usualmente recomendada para os elementos, ou
seja utilizando (m-1)×(m-1) pontos de Gauss para elementos
com m nós por lado, em qualquer circunstância a consideração
da integração reduzida representa uma melhoria significativa
em relação aos resultados obtidos com integração
completa. .Os elementos da Família Serendipity com 8 nós de
acordo com Pugh têm um comportamento considerado pouco
satisfatório mesmo com integração reduzida.

Outubro Método dos Elementos Finitos 36


7ªAula
Integração Selectiva

Uma vez estabelecido que fenómeno de retenção de corte se devia ao


modo como eram calculadas as deformações de corte e reconhecida
a eficiência da integração reduzida para superar os inconvenientes
daí resultantes passou a experimentar-se a chamada integração
selectiva , isto é, separam-se os termos da rigidez associados ao corte
dos termos associados à flexão e considera-se a integração completa
para efeitos de cálculo dos termos de flexão e considera-se a
integração reduzida para efeitos de cálculo dos termos de corte, esta
separação foi considerada para efeitos de definição da matriz de
rigidez permitindo facilmente a adopção da integração selectiva.

Outubro Método dos Elementos Finitos 37


7ªAula
Exemplos de Elementos e
tipo de Integração

Funções de Forma
Lineares Quadráticas Quadráticas Quadráticas

Formulação Serendipity e Serendipity Lagrange Heterosis


Lagrange

2×2 3×3 3×3 3×3


Integração Completa
QUAD4 QUAD8 QUAD9 QUADH
1×1 2×2 2×2 2×2
Integração Reduzida
QUAD4R QUAD8R QUAD9R QUADHR

Flexão- 2×2 Flexão- 3×3 Flexão- 3×3 Flexão- 3×3


Integração Selectiva Corte - 1×1 Corte - 2×2 Corte - 2×2 Corte - 2×2
QUAD4S QUAD8S QUAD9S QUADHS

Outubro Método dos Elementos Finitos 38


7ªAula
Placa encastrada - Resultados

wc Desl. Transversal Obtido


w* = =
 de Kirchhoff Tabelada
w k Soluçao

Elemento w* w*
L/t = 50 L/t = 500
QUAD8 0.9119(+) 0.2579(+)
QUAD8R 1.0016 0.5333(+)
QUAD8S 1.0008 0.5325(+)
QUAD9 0.9341(+) 0.9056(+)
QUAD9R 1.0143 1.0063
QUAD9S 1.0143 1.0056
QUADH 0.9183(+) 0.3429(+)
QUADHR 1.0095 0.9984
QUADHS 1.0079 0.9929
(+) situações em que é manifesto o efeito de retenção de corte

Outubro Método dos Elementos Finitos 39


7ªAula
Elemento de Huang

Como foi referido no parágrafo anterior o fenómeno da retenção de


corte resulta do facto dos termos de corte da matriz de rigidez serem
sobre valorizados não sendo possível fazer com que a deformação de
corte tenda para zero 0 para placas finas. No sistema de eixos local
para placas finas as deformações de corte também devem tender
para zero, ou seja
∂w
γ ξζ = + ϕξ → 0
∂ξ
∂w
γ ηζ = + ϕη → 0
∂η
Outubro Método dos Elementos Finitos 40
7ªAula
Elemento de Huang

Para o elemento de nove nós de Lagrange os polinómios


interpoladores são tais que
2 2 2 2 2 2
ϕξ = ϕξ(1, ξ, η, ξη, ξ , η , ξ η, ξη , ξ η )
2 2
w ,ξ = w ,ξ(1, ξ, η, ξη, η , ξη )
2 2 2 2 2 2
ϕη = ϕη(1, ξ, η, ξη, ξ , η , ξ η, ξη , ξ η )
2 2
w ,η = w ,η(1, ξ, η, ξη, ξ , ξ η)
Consequentemente não existe consonância entre os termos dos polinómios de w ,ξ e w ,η e
de ϕξ e ϕη respectivamente. Este facto não é conveniente uma vez que torna impossível a
verificação da condição para placas finas

Outubro Método dos Elementos Finitos 41


7ªAula
Elemento de Huang

A fim de superar esta dificuldade Huang et Hinton


propuseram a consideração de um campo substituto de
deformações de corte, o campo seguinte
2 2
γ ξς = b1 + b 2ξ + b 3η + b 4ξη + b 5η + b 6ξη

γ ης = c1 + c 2ξ + c 3η + c 4ξη + c 5ξ + c 6ξ η
2 2

Sendo a energia potencial total substituída por uma funcional


com restrições que é Π = Π + ∫ λ13 ( γ ξζ − γ ξζ ) dA + ∫ λ 23 ( γ ηζ − γ ηζ ) dA
A A

onde λ13 e λ 23 são multiplicadores de Lagrange e são funções independentes

Outubro Método dos Elementos Finitos 42


7ªAula
Elemento de Huang

As parcelas γ ξζ e γ ηζ representam as deformações de corte


considerando as funções de interpolação para o elemento de
Lagrange de 9 nós e utilizadas para efeitos de interpolação
dos deslocamentos e rotações.
⎡ ( ) ( ) γ ξζ ⎤⎦ × ⎡⎣ 2 η (1 + η ) ⎤⎦ +
A1 A2
=
γ ξζ ⎣ 2
1
1 + ξ a +
γ ξζ 2
1
1 − ξ a 1

⎣2 ξζ 2 ( ⎦)
⎡ 1 (1 + ξ a ) γ E1 + 1 (1 − ξ a ) γ E 2 ⎤ × ⎡ 1 1 − η2 ⎤ +
ξζ ⎦ ⎣ 2

⎡ 1 (1 + ξ a ) γ C1 + 1 (1 − ξ a ) γ C2 ⎤ × ⎡ 1 η ( η − 1) ⎤ +
⎣2 ξζ 2 ξζ ⎦ ⎣ 2 ⎦

Outubro Método dos Elementos Finitos 43


7ªAula
Elemento de Huang

e = ⎡
γ ηζ ⎣ 2
1
(1 + η a )
D1
+
γ ηζ 2
1
(1 − ηξ a ) γ ηζ ⎦⎤ × ⎡⎣ 2 ξ (1 + ξ ) ⎤⎦ +
D2 1

⎣2 ηζ 2 ( )
⎡ 1 (1 + η a ) γ F1 + 1 (1 − ηξ a ) γ F2 ⎤ × ⎡ 1 1 − ξ 2 ⎤ +
ηζ ⎦ ⎣ 2 ⎦
⎡ 1 (1 + η a ) γ B1 + 1 (1 − ηξ a ) γ B2 ⎤ × ⎡ 1 ξ ( ξ − 1) ⎤ +
⎣2 ηζ 2 ηζ ⎦ ⎣ 2 ⎦

onde a = 3 e as posições
A1,A2,B1,B2,C1,C2,D1,D2,E1,E2,F1 e F2 são as
representadas na figura seguinte

Outubro Método dos Elementos Finitos 44


7ªAula
Elemento de Huang

As deformações γ ξζ estão em função de seis parâmetros que são os valores das


referidas deformações nos pontos referidos na expressão que define essa deformação.
Esses pontos são pontos de Gauss sobre os lados η = 1, η = -1 e sobre a linha média η
= 0, sendo as funções de forma que lhe estão associadas lineares em ξ e quadráticas
em η.
η

7 A2 6 A1 5

F1
B1
D1

8 E2 9 E1 4 ξ

F2
B2 D2

1 2 3
C2 C1

Outubro Método dos Elementos Finitos 45


7ªAula
Elemento de Huang

Os multiplicadores de Lagrange, λ13 e λ 23 são escolhidos como funções Delta de Dirac


com a seguinte forma

λ13 = λ δ ( a − ξ ) δ (1 − η ) + λ δ ( a + ξ ) δ (1 − η ) +
A1 A2

λ δ ( a − ξ ) δ ( η) + λ δ ( a + ξ ) δ ( η) +
E1 E2

λ δ ( a − ξ ) δ (1 + η ) + λ δ ( a + ξ ) δ (1 + η )
C1 C2

λ 23 = λ δ (1 − ξ ) δ ( a − η ) + λ δ (1 − ξ ) δ ( a + η ) +
D1 D2

λ δ ( ξ ) δ ( a − η) + λ δ ( ξ ) δ ( a + η) +
F1 F2

λ δ (1 + ξ ) δ ( a − η ) + λ δ (1 + ξ ) δ ( a + η )
B1 B2

Outubro Método dos Elementos Finitos 46


7ªAula
Elemento de Huang

Impondo que Π seja estacionária, as relações seguintes são


obtidas γ = γ ξζ , γ = γ ξζ ,
ξζ at A1 ξζ at A2

γ ξζ = γ ξζ at E1 , γ ξζ = γ ξζ at E2 ,

γ ξζ = γ ξζ at C1 , γ ξζ = γ ξζ at C2 ,
γ ηζ = γ ηζ at D1 , γ ηζ = γ ηζ at D2 ,

γ ηζ = γ ηζ at F1 , γ ηζ = γ ηζ at F2 ,

γ ηζ = γ ηζ at B1 , γ ηζ = γ ηζ at B2

Outubro Método dos Elementos Finitos 47


7ªAula
Elemento de Huang

Nestas condições os valores de γ ηζ coincidem com os valores de γ ηζ

nos pontos de amostragem A1,…,B2, verificando-se automaticamente a funcional Π

desde que se verifique a funcional

Π = 12 ∫s ε TbDf ε b dS + 12 ∫s ε sTDs ε s dS − W
⎧⎪ γ xz ⎫⎪
εs = ⎨ ⎬
⎪⎩ γ yz ⎪⎭
sendo γ xz e γ yz calculados a partir de γ ξζ e γ ηζ usando a matriz de transformação de
um sistema de eixos noutro. A mudança de coordenadas do tensor das deformações do
sistema de eixos (ξ,η) no sistema de eixos (x,y), admitindo que ζ = z , é

∂xi ∂x j
e αβ = α β ε ij
∂ξ ∂ξ

Outubro Método dos Elementos Finitos 48


7ªAula
Elemento de Huang

A relação entre as deformações de corte nos dois sistemas de eixos pode ser
escrita com a seguinte forma
⎧⎪ γ ξζ ⎫⎪ ⎧γ ⎫
* ⎪ xz ⎪
⎨ ⎬=J ⎨ ⎬
⎩⎪ γ ξζ ⎭⎪ ⎪⎩ γ yz ⎪⎭
sendo

⎡ ∂x ∂y ⎤
∂z ⎢ ∂ξ ∂ξ ⎥ t onde J é a matriz
J =
* ⎢ ⎥= J
∂ζ ⎢ ∂x ∂y ⎥ 2 Jacobiana
⎢ ∂η ∂η ⎥⎦

Outubro Método dos Elementos Finitos 49


7ªAula

Você também pode gostar