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Pelo Direito À Greve Na PSP
Pelo Direito À Greve Na PSP
A Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP) entregou hoje ao Governo uma
moção a exigir o direito à greve para a classe, mas o secretário de Estado José Magalhães
observou que «constitucionalmente» tal não é possível.
No final da «jornada de luta», uma delegação da ASPP entregou uma moção reivindicativa no
MAI que tinha sido aprovada por unanimidade na reunião na «Voz do Operário».
«Os profissionais da PSP confiam» que o MAI «saberá dar uma resposta positiva, pelo menos
até fins de Maio, ao quadro de aspirações ora apresentadas», refere-se na moção.
Se tal não acontecer, a ASPP diz que apresentará «reclamações» junto das instâncias
comunitárias e judicativas, através do Conselho Europeu dos Sindicatos de Polícia, de que é
membro.
No final do encontro, José Magalhães disse aos jornalistas que, quanto ao reclamado direito à
greve, «constitucionalmente não é possível e não faz sentido alterar».
A lei do associativismo sindical nas forças de segurança veda o direito à greve aos profissionais
do sector.
Recortes de imprensa Direito à Greve na PSP
José Magalhães reconheceu que «há uma política de investimentos nas forças de segurança
que carece de reforços», mas frisou que «está a ser feita principalmente em áreas sensíveis»
da PSP e da GNR.
Citou, entre outros exemplos, a aquisição de novas viaturas, coletes anti-balísticos e de novas
armas para as forças de segurança, assim como novo material informático.
«Não podemos é fazer em seis meses ou num ano o que não foi feito durante anos por
Governos anteriores», salientou José Magalhães.
Outro projecto realçado pelo secretário de Estado foi «o reordenamento das competências
territoriais das forças de segurança, para racionalizar meios».
«Levámos dez anos para ter a liberdade associativa e levámos praticamente dez anos para
conseguir o sindicato da polícia, mas esperamos que o poder político considere o direito à
greve aos profissionais da polícia em menos tempo», observou Paulo Rodrigues, presidente da
associação.
Embora reconhecendo que a Lei Sindical da PSP restringe o direito à greve, Paulo Rodrigues
recordou que se têm registado algumas questões na PSP, nomeadamente a morte de agentes
em serviço e alterações ao sub-sistema de saúde, e por esses factos pretendem fazer uma
intervenção.
«O ano de 2005 foi um ano fatídico, em que morreram quatro colegas em serviço», recordou o
dirigente sindical, criticando o Governo por «cortar os mais elementares direitos,
concretamente o sub- sistema de saúde», e por «recusar negociar um horário de trabalho».
O sindicato acusa ainda o Governo de desrespeitar a lei sindical ao não negociar as «alterações
nas condições de aposentação e pré-aposentação», «direito a um horário de trabalho» ou
«pagamento de horas extraordinárias e pagamento de trabalha durante a noite».
É com estes argumentos que a ASPP vai defender na Assembleia da República a discussão e
alteração da legislação que veda o direito à greve dos profissionais da PSP.
Com cerca de 10 mil polícias associados à ASPP - no total existem cerca de 20 mil agentes da
PSP no País - Paulo Rodrigues referiu a necessidade de implementar uma «reestruturação
profunda na PSP» e dar «qualidade de trabalho aos agentes da PSP para que também
melhorem a segurança de todos os portugueses».
«Não vamos esmorecer nas formas de luta conta medidas que consideramos injustas»,
afirmou hoje Paulo Rodrigues à agência Lusa, após a sua tomada posse como presidente da
ASPP que contou com a presença de um representante da Inspecção-Geral da Administração
Interna (IGAI) e o director Nacional da PSP.
No seu discurso, Paulo Rodrigues enumerou algumas das reivindicações da ASPP, entre as
quais a alteração da lei orgânica e do estatuto da PSP, a definição urgente de um horário de
trabalho com direito a receber horas extraordinárias, a criação da carreira de investigação,
modernização de equipamentos e substituição do actual regulamento disciplinar.
Paulo Rodrigues lamentou também que os «sucessivos governos não venham respeitando a lei
sindical da PSP (lei nº 14/2002)» e garantiu que vão ser exigidos «substitutivos de
reivindicação, incluindo o direito à greve».
O novo líder do maior sindicato da PSP, que conta com cerca de 10.100 associados, lembrou a
morte a tiro do chefe Sérgio Martins, ocorrida domingo em Lagos, e disse esperar que «a sua
trágica morte sirva para testemunhar que a função dos profissionais da PSP não é tão igual à
dos restantes profissionais da administração pública, conforme o actual governo pretende
fazer crer à opinião pública».
«É urgente uma alteração à lei orgânica, uma reestruturação profunda da PSP«, disse.
Paulo Rodrigues, 31 anos, natural de Bragança, é polícia há oito anos, está a tirar o curso de
administração pública e neste momento exerce funções no Comando de Intervenção do Porto.
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Em declarações à TSF, o presidente da ASPP, Alberto Torres, defende que, embora o direito à
greve esteja legalmente vedado aos polícias, a ASPP, que conta com mais de 10 mil associados,
está disposta a apelar àquela forma de contestação, por considerar que, se o Executivo não
cumpre a lei, então, a polícia também não tem de o fazer.
«No entanto, vamos aguardar pela assembleia-geral. Os profissionais da PSP são pessoas
conscientes. Aguardamos sinais positivos por parte do Governo e estamos disponíveis para o
diálogo para ultrapassar os conflitos existentes na PSP», afirmou Alberto Torres à TSF,
salientando, no entanto, que a ASPP recusa-se a «participar em qualquer encenação que não
leve a resultados positivos».
O ministro da Administração Interna anunciou esta sexta-feira que não vai permitir
a realização de uma greve na Polícia. Figueiredo Lopes justificou que, segundo a
Constituição, os agentes não têm direito à greve.
Figueiredo Lopes lembrou que os sindicatos da Polícia estão a dar os primeiros passos e que
entre os direitos dos agentes não está o direito à greve.
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A ASPP/PSP entregou hoje na Assembleia da República uma petição, com cerca de 5.000
assinaturas, mais mil do que as 4.000 necessárias para que o plenário discuta este documento.
No entanto, de acordo com a lei, a matéria constante de uma petição não é sujeita a votação
pelo Parlamento, excepto se a comissão parlamentar que a examina ou um deputado, a título
individual, tomarem a iniciativa de fazer acompanhar o documento de um projecto de
resolução.
«Vamos fazer acções de sensibilização junto dos grupos parlamentares no sentido de os fazer
perceber esta nossa reivindicação», explicou Paulo Rodrigues.
«Se o Governo dialogasse connosco de forma profícua certamente não estaríamos aqui a
reivindicar este direito», sublinhou.
Questionado se a atribuição do direito à greve à PSP não pode pôr em causa a segurança
pública, Paulo Rodrigues lembrou que os guardas prisionais, a Polícia Judiciária e os elementos
do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras já têm direito à greve.
«E noutros países, como a Holanda ou a Roménia, os polícias têm direito à greve e não é por
isso que a segurança pública é posta em causa», disse.
A lei não consagra o direito à greve por parte dos profissionais da Polícia de Segurança Pública
(PSP) e da Guarda Nacional Republicana (GNR) e o actual Governo já disse que não pretende
tomar qualquer iniciativa para alterar o normativo legal neste domínio.
A petição da ASSP foi entregue pelos dirigentes da ASPP ao chefe de gabinete do Presidente da
Assembleia da República, Jaime Gama, e seguirá para a Comissão de Assuntos Constitucionais,
Direitos, Liberdades e Garantias.
Esta comissão parlamentar terá 60 dias para apreciar a petição, depois de verificar se esta
cumpre todos os requisitos legais.
Uma vez que se trata de uma petição com mais de duas mil assinaturas, a audição dos
peticionantes é obrigatória.
Quando estiver em condições de ser discutida em plenário, a petição é enviada a Jaime Gama,
que terá, a partir dessa data, 30 dias para a agendar.
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"Caso o direito à greve não seja aprovado - que seria uma arma de recurso como forma de
pressão - e caso continue a não haver respeito pela lei sindical e pela negociação efectiva, bem
como o Governo persista na desvalorização constante das acções de luta dos polícias, estes
serão empurrados para encetarem formas de protesto mais contundentes, no sentido de se
fazerem ouvir junto do poder político", afirma a Associação Sindical dos Profissionais de Polícia
(ASPP/PSP) em comunicado.
No entanto, de acordo com a lei, a matéria constante de uma petição não é sujeita a votação
pelo Parlamento, excepto se a comissão parlamentar que a examina ou um deputado, a título
individual, tomarem a iniciativa de fazer acompanhar o documento de um projecto de
resolução.
A lei não consagra o direito à greve por parte dos profissionais da Polícia de Segurança Pública
(PSP) e da Guarda Nacional Republicana (GNR) e o actual Governo já disse que não pretende
tomar qualquer iniciativa para alterar o normativo legal neste domínio.
Depois das petições serem discutidas, cada grupo parlamentar pode decidir apresentar
iniciativas legislativas que respondam às questões em causa.
Uma vez que se trata de uma petição com mais de duas mil assinaturas, a audição dos
peticionantes é obrigatória
"Desde 2005 que os profissionais da Polícia sofreram cortes drásticos nos seus direitos mais
fundamentais. A ASPP/PSP tentou, ao longo dos últimos anos, negociar com o Governo no
sentido de encontrar um equilíbrio entre a atitude economicista da tutela e os direitos dos
profissionais, imprescindíveis para o bom funcionamento da instituição, o que foi sempre
rejeitado pelos responsáveis políticos", refere também a estrutura sindical no comunicado hoje
divulgado.