Você está na página 1de 11

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais

Campus Congonhas

Dimensionamento - Frigorífico

Trabalho apresentado ao Prof. Fabrício


Soares, disciplina de Sistemas Térmicos II,
pelos alunos: Diógenes França, Dyego
Fernandes, Gustavo Melchiades, Ian
César e Victor Mendes do curso de
Engenharia Mecânica, 8°Periodo, como
parte das exigências da disciplina.

Minas Gerais
Congonhas, Julho de 2017
O primeiro passo para o dimensionamento das câmaras frigoríficas de carne e
laticínios do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais –
Campus Congonhas determinar as condições de utilização das câmaras. O primeiro a ser
determinado é a quantidade de refeições que serão produzidas no restaurante da
instituição, pois assim será possível determinar a quantidade de carne e de laticínios que
as câmaras precisam armazenar.

Para o cálculo da quantidade de alimento foi levado em consideração que o


restaurante universitário deverá fornecer almoço e jantar para uma quantidade de 500
alunos. Portanto, o restaurante deverá fornecer 1000 refeições diárias.

Ainda em relação à quantidade de alimento que deve ser armazenado, foi


determinado que cada refeição deve possuir 80 gramas de carne e 250 gramas de latícios
em geral. O tempo de armazenamento dos alimentos dentro das câmaras foi definido
como sendo de 3 dias, para evitar reposição diárias. Portanto chegou-se à conclusão que
a câmara de carne deve ser projetada para armazenar 240kg de carne, enquanto a câmara
de laticínios deverá armazenar 750kg de laticínios em geral.

Após a determinação das cargas que devem ser armazenadas, deve-se fixar a
temperatura interna de cada câmara e a temperatura ambiente do local de instalação das
câmaras. Em relação à temperatura ambiente, fixou-se como sendo 35ºC, uma vez que
esta temperatura está acima da temperatura média do verão de Congonhas e não
prejudicará o bom funcionamento do frigorífico.

As temperaturas internas foram escolhidas levou-se em consideração as


temperaturas de armazenamento média dos alimentos, sem que haja congelamento dos
mesmos. O tempo em que em que ficarão armazenados será baixo e não haverá
necessidade de congelá-los. Para as carnes, fixou-se 1ºC, enquanto para os laticínios, 0ºC.
Foi definido também que ambos alimentos, carnes e laticínios seriam entregues à 2ºC de
temperatura.

Com as considerações acima foi possível calcular a quantidade de calor será


necessária retirar das câmaras frigoríficas para que a temperatura interna seja mantida
igual à temperatura de conservação. As tabelas 1 e 2 mostram os cálculos:
Tabela 1 - Cálculo do Q da carne

Cálculo QProdutosCarne
massaCarne/Aluno.Refeição 80 g/Aluno.Refeições
numeroRefeições 6 Refeições
Aluno 500 Alunos
massaCarne/Armazenamento 240 kg/dia
calorEspecíficoNaoCongelado 0,77 kcal/kg.ºC
temperaturaChegada 2 ºC
QNaoCongelado 184,8 kcal/dia
QProdutosCarne 184,8 kcal/dia

Tabela 2 - Cálculo do Q dos laticínios

Cálculo QProdutosLaticínios
massaCarne/Aluno.Refeição 250 g/Aluno.Refeições
numeroRefeições 6 Refeições
Aluno 500 Alunos
massaCarne/Armazenamento 750 kg/dia
calorEspecíficoNaoCongelado 0,85 kcal/kg.ºC
temperaturaChegada 2 ºC
QNaoCongelado 1275 kcal/dia
QProdutosCarne 1275 kcal/dia

Após o cálculo da carga térmica referente aos produtos é necessário também


calcular a carga térmica referente à ocupação das câmaras frigoríficas pelos funcionários.
Por motivo de segurança, duas premissas foram assumidas. A primeira é de nunca um
funcionário entrará na câmara sozinho, porque caso passe mal lá dentro, terá alguém para
socorrê-lo. Desta maneira, a quantidade de funcionários dentro das câmaras foi fixado em
dois funcionários por vez.

A segunda premissa é de que o acesso às câmaras deve ser restrito e limitado


apenas quando as refeições foram ser feitas e com tempo de exposição dos funcionários
sendo o menor possível. Assim garante-se maior rendimento térmico das câmaras, pois
diminui-se a quantidade de trocar de ar, além de expor os funcionários a condições
insalubres.

Levando, então, em conta essas duas premissas foi definido que, por dia, 4 pessoas
entrarão na câmara, normalmente e que o tempo de permanência dessas quatro pessoas
dentro da câmara será de 6 minutos. Como resultado, a tabelas 3 trazem os resultados dos
cálculos de calor devido à ocupação humana dentro das câmaras.

Tabela 3 - Cálculo de Q devido a ocupação humana

Cálculo Qocupação
numeroPessoas 4 Pessoas
calorOcupação 258 kcal/h
tempoPermanencia 0,2 h/dia
QOcupação 206,4 kcal/dia

Outra premissa assumida em relação à segurança é que as câmaras frigoríficas


sejam bem iluminadas, enquanto os funcionários estiverem dentro das câmaras. A tabela
4 indica os cálculos envolvendo a quantidade de calor devido à iluminação dentro da
câmara frigorífica. A lâmpada escolhida foi do modelo LED de 25w de potência, uma vez
que esta é a mais eficiente das lâmpadas disponíveis no mercado.

Tabela 4 - Cálculo de Q devido a iluminação interna

Cálculo QIluminação
potênciaLâmpada 0,025 kW/lampada
tempoUtilização 0,4 h/dia
numeroDeLampadas 2 lampada
QIluminação 17,2 kcal/dia

Após definidos os requisitos de segurança, ainda falta definir a troca de calor


devido às embalagens de armazenamento das cargas internas. Para ambas as câmaras,
foram escolhidas embalagens de plástico, por essas serem mais baratas e fácil de repor,
além de serem mais leves e seguras. A tabela 5 mostra os cálculos da quantidade de calor
envolvendo as embalagens.

Tabela 5 - Cálculo de Q devido às embalagens

Cálculo QEmbalagem
calorEspecíficoEmbalagem 0,4 kcal/kg.ºC
QEmbalagem 96 kcal/dia
Após determinar todas as cargas térmicas referentes à operação, para se calcular
a carga térmica total que deverá ser absorvida pelos evaporadores, dentro das câmaras
frigoríficas, ainda é necessário calcular a carga térmica devido à estrutura das câmaras.
Mais especificamente, a carga térmica devido à transferência de calor das paredes das
câmaras.

Um vez que apenas que apenas quatro paredes trocarão calor com o ambiente,
apenas estas serão consideradas nos cálculos, as demais paredes trocarão calor com outras
câmaras frigoríficas cujas as diferenças de temperaturas desprezíveis para os cálculos. A
área das quatro paredes e do teto estão disponíveis na tabela 6 abaixo.

Tabela 6 - Área das paredes das câmaras frigoríficas

Áreas
A1 10 m²
A2 12 m²
A3 4,2 m²
A4 4 m²
A5 7,5 m²

O material escolhido para o isolamento das paredes e da porta foi Placa de


Poliuretano e a sua espessura é de 100mm. A variação de temperatura entre o ambiente e
o interior da câmara foi baseado na temperatura de conservação dos alimentos dentro. A
diferença entre a câmara de carne e de laticínios foi de apenas 1ºC, considerado
irrelevante, para os cálculos de transferência de calor. O resultado da carga térmica está
disponível na tabela 7.

Tabela 7 - Cálculo de Q devido à transferência de calor pelas paredes

Calculo QParede
Variaçãode Temperatura 34 ºC
Tipo de Isolamento Placa de Poliuretano
Espessura do Isolamento 100 mm
Fator de Dispersão 191 kcal/dia.m²
QParede1 1910 kcal/dia
QParede2 2292 kcal/dia
QParede3 802,2 kcal/dia
QParede4 764 kcal/dia
QParede5 1432,5 kcal/dia
QParedeTotal 7200,7 kcal/dia
Com todas as cargas térmicas calculadas, a energia que o evaporador deverá retirar
das câmaras frigoríficas será o somatório de cada uma das cargas. A tabela 8 apresenta o
somatório das cargas térmicas em kcal/dia e em W.

Tabela 8 - QTotal

Calculo QTotal
QevaporaçãoCarne 17572,1 kcal/dia
QevaporaçãoCarne 20436,3523 W
QTotalLaticínios 19157,7 kcal/dia
QTotalLaticínios 22280,4051 W

Ainda com as potências dos evaporadores calculadas é possível calcular


dimensionar o sistema pressão entalpia para o processo de refrigeração. A figura 1 mostra
o diagrama.

Figura 1 - Diagrama PH sistema de refrigeração


A quantidade de calor obtida para o evaporador corresponde ao intervalo entre os
pontos 4-1. Por meio das temperaturas ambiente e interna de cada câmara é possível
determinar o valor do calor necessário ser cedido pelo fluido no processo de condensação,
a vazão e a pressão gerada pelo compressor e a variação de pressão e temperatura na
válcula termostática. O resultados desses cálculos podem ser vistos nas tabelas 9 e 10.

Tabela 9 - Valores de pressão, temperatura e entalpia do sistema ph para refrigeração de carne

Carne
Fluido Refrigerante R-12
Isoentrópica 1,5571 kJ/kgKca
Ponto Temperatura Pressão Entalpia
1 1 318700 351900
2 41,22 847300 370126
3 35 847300 233500
4 1 318700 233500

Tabela 10 - Valores de pressão, temperatura e entalpia do sistema ph para refrigeração de laticínios

Laticínio
Fluido Refrigerante R12
Isoentrópica kJ/kgKca
Ponto Temperatura Pressão Entalpia
1 0 308500 351500
2 41,22 847300 370126
3 35 847300 233500
4 0 308500 233500

Com os valores de entalpia em cada ponto é possível determinar o calor de


condensação, a vazão no sistema e a válvula termostática. O resultado desses valores
podem ser vistos nas tabelas 11 e 12.

Tabela 11 - Qc,Qe,m,P para a câmara de carne

Qc 24 kW
Qe 20 kW
M 0,173 kg/s
P 3 kW
Tabela 12 - Qc,Qe,m,P para a câmara de laticínios

Qc 26 kW
Qe 22 kW
M 0,189 kg/s
P 4 kW

Uma vez que o objetivo do projeto é dimensionar apenas um sistema que seja
capaz de sustentar tanto a câmara frigorífica de carne, quanto a câmara frigorífica de
laticínios, optou-se por utilizar apenas um compressor, um condensador, um reservatório,
uma válvula termostática e dois evaporadores. A figura 2 mostra um diagrama de como
irá funcionar o sistema de refrigeração.

Figura 2 - Esquema do sistema frigorífico

Para a utilização do sistema frigorífico composto, a quantidade de calor do


condensador será de 50kW e a potência do compressor será de 8kW. Já a válvula
termostática e o reservatório deve ter um tamanho para comportar 3L de fluido
refrigerante.

Abaixo é possível ver as tabelas através das quais foram retiradas as informações
para os cálculos da carga térmica necessária no evaporador.

Você também pode gostar