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8/2/2018 Desativado

Victor Wagner
14 de novembro de 2017

“Em Teu corpo, ó Deus, contemplo todos os deuses e as inúmeras variedades de seres ao lado de Brahma, sentado
em seu trono de lótus, e todos os rishis e serpentes divinas.
Vejo braços, ventres, olhos e bocas inúmeros, mas não vejo em Ti, origem, meio ou fim, ó Senhor do Universo,
forma universal.
Vejo-Te com a fronte cingida pela tiara e armado com a maça e o disco, mas mal posso distinguir-Te pois és por
toda parte a meu redor uma massa luminosa de energia, imensurável, resplandescente como o fogo e como o Sol.
Tu és o imortal e o mais sublime de todos os seres que se possa conceber, sustentáculo e morada do Universo;
perene guardião da lei eterna e causa perpétua de tudo quanto existe.
Em Ti não há princípio, meio ou fim; Teu poder é imenso; infinitos são Teus braços; Tens por olhos o Sol e a Lua;
Teu rosto é flamejante como o fogo do sacrifício e com Tuas irradiações abrasas este Universo.
Apenas Tu preenches o espaço entre o céu e a Terra. Os três mundos estremecem, ó ser magnânimo, ao
contemplar Tua forma tremenda e prodigiosa.
A Ti acorrem as legiões de deuses; alguns deles cheios de temor Te invocam, juntando as mãos. "Salve!",
exclamam em coro as multidões de grandes rishis e siddhas, louvando-Te em cânticos sublimes.
Os rudras, adityas, vasus, sâdhyas, vishvas, ashvins, maruts e uchmapas, assim como os músicos celestes,
yashkas, asuras e sidhas Te contemplam todos maravilhados.
Os mundos se amedrontam como eu, ó Tu de braços poderosos, ao ver Tua forma monstruosa, com tamanha
profusão de bocas e olhos, tantos braços pernas e pés, tantos ventres e dentes ameaçadores.
Pois ao ver-Te tocando o céu, resplandecendo em diversos matizes, ao contemplar Tuas bocas desmesuradamente
abertas e Teus olhos enorme e fulgurantes, minha alma estremece, ó Visnhu, perco a paz e sinto-me desfalecer.
Quando vejo tuas bocas armadas de dentes ameaçadores e ardentes como o fogo devorador do fim do mundo,
meu ânimo se conturba e a alegria me abandona. Tem piedade de mim, Senhor dos deuses, coluna do Universo.”
- Arjuna ao contemplar a forma absoluta e divina de Krishna.
(Bhagavad-Gita Canto XI)

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