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Introdução
Risco
Seleção de Riscos
Um risco pode ser considerado ideal para o seguro quando satisfizer quatro
condições:
Moral Hazard
Seleção Adversa
Essa equação permite que se visualize com facilidade que os riscos muito
prováveis bem como aqueles que impliquem perdas extremamente extensas não são
aqueles considerados ideais pelas seguradoras. As seguradoras podem negar
cobertura para um determinado objeto, para um indivíduo e para determinados grupos
populacionais, como o seguro para doenças ocupacionais de trabalhadores de minas de
carvão. Além da seleção de riscos, as seguradoras procuram minimizar os efeitos do
moral hazard e da seleção adversa.
Percepção do Risco
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Franquia é o mecanismo através do qual as seguradoras reduzem o pagamento pelas perdas
através de uma quantia fixada previamente. Um seguro com franquias requer que o consumidor
pague com seus próprios recursos as despesas até os valores previamente estabelecidos como sendo de
responsabilidade do segurado. Quando as despesas ultrapassam os valores das franquias a
responsabilidade passa a ser da seguradora.
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Co-pagamento é a redução do pagamento de perdas pelas seguradoras através de
porcentagem pré-determinada.
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abstração criada pelo homem para auxiliar o entendimento e o manejo dos perigos e
incertezas da vida.
Entre as aplicações das teorias sobre a percepção de risco baseadas no
comportamento subjetivo dos indivíduos encontram-se os estudos sobre as limitações
cognitivas dos indivíduos para processar informações sobre riscos. Tais estudos
sugerem que os indivíduos superestimam a possibilidade de ocorrência de certos
eventos catastróficos raros e sobrestimam a ocorrência de eventos freqüentes.
Segundo estudos sobre a percepção de riscos, as pessoas tendem a
subestimar os de baixa probabilidade e os freqüentes que ocorrem em situações
familiares. São conhecidos os diferenciais do impacto causado por eventos
extremamente comoventes (um desastre aéreo com artistas a bordo, um acidente de
carro com uma princesa) com perdas que não conotam tanta dramaticidade tais como
mortes por asma.
As escolhas das pessoas mais temerárias pela proteção aos riscos mais
freqüentes ou dos mais graves por parte das mais intrépidas gera um diferencial que
tem como corolário: muitas oportunidades de negócios em torno da proteção aos
riscos não existiriam se todas as pessoas atribuíssem a eles os mesmos valores.
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As idéias sobre o mundo provem da experiência social. As idéias sobre aleatoriedade e conexão entre os
fatos não são independentes, tal como requer a análise formal de probabilidades (Douglas, 1996).
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análise custo benefício fosse aplicada a sistemas éticos distintos. Como se coaduna,
por exemplo, a concepção de seres racionais capazes de optar pela minimização de
riscos e maximização de benefícios no sentido da adoção de comportamentos e hábitos
seguros e saudáveis com a velha imagem do estilo de vida americano, segundo a qual
os pioneiros se tornaram ricos enfrentando toda sorte de riscos?
Sob esse enfoque o problema não reside nem na busca da utilidade e nem na
irracionalidade dos indivíduos e sim no atual modelo de racionalidade. Como os riscos
e as incertezas são selecionados e administrados pelas instituições. As sociedades
fixam limites em relação aos riscos aceitáveis e não dos escolhidos. Na realidade,
as escolhas que se apresentam muitas vezes aos indivíduos consistem, quase sempre,
na incorporação ou não a instituições de diferentes tipos e não a preferências por
riscos.
Sociedade de Risco
Portanto, para alguns dos estudiosos, o que está em disputa não são as
concepções científicas sobre risco e sim a própria ciência e as instituições por ela
legitimadas.
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Risco e Epidemiologia
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Assurance ramo de seguros no qual o contrato é realizado através do pagamento de uma soma de
capital em uma data específica ou após a morte da pessoa segurada. A matriz do contrato ou apólice é
denominada termo ou seguro de doação sendo o último denominado seguro de vida. Ambos os tipos de
apólices podem ser realizadas com ou sem lucros durante o tempo de vida do contratante. Através do
pagamento de um prêmio elevado, o contratante pode receber parte dos lucros correspondentes a
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O primeiro tratado atuarial publicado por Richard Price, em 1796 baseado nas
tábuas de mortalidade, elaboradas inicialmente por Halley, desvelou a “ciência do
seguro” de pessoas - a aplicação da teoria das probabilidades aos registros de
nascimento e óbito – uma ferramenta para estimar o valor dos prêmios para os seguros
de vida, que adequava a lógica utilizada pelos seguros marítimos às novas
possibilidades de cálculo de duração da vida.
arrecadação do fundo de seguro de vida. As apólices podem também estarem vinculadas em alguns casos
a lucratividade (equities) e portanto o pagamento final é determinado pelos preços correntes no mercado.
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O Guidon de La Mer de 1584, Ordenança da Espanha de 1570, a Ordenança de Amsterdam de 1598 e a
da Marinha Francesa de 1681 impediam o seguro de vida de qualquer pessoa sob alegação da coibição de
crimes cometidos em segurados (Ferreira 1985:212-216).
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Aos escravos se imputava o valor de bens materiais, o código negro, um dos instrumentos legais do
tráfico de escravos, publicado no reinado de Luis XIV declarava os negros como móveis. Assim a “a
madeira de ébano”, mercadoria vulnerável pela alta mortalidade nas prolongadas travessias nos navios
negreiros era objeto de contratos que indenizavam a perda de escravos por doenças, motins ou
condenação por indisciplina (Lopes, 1987)
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hospitalar. Contudo, os problemas dos seguros saúde escapam das amarras da teoria
do seguro, não somente em função dos limites à pretensão de gerir riscos à saúde
considerando a possibilidade de delimitar um único momento do processo saúde
doença, mas também porque o contrato entre seguradoras e segurados, no que tange
ao seguro saúde, não é baseado no cálculo de um valor único a ser indenizado face à
perda do objeto ou da vida, como nos demais seguros, e sim referenciado a uma média
de probabilidade de consumo de serviços de saúde.
pacientes com taxas de mortalidade mais elevadas eram aqueles menos estáveis,
portadores de um risco prévio diferenciado.
Alguns dos mecanismos, que permitem que a seleção de riscos e critérios para
o cálculo de prêmios das seguradoras e operadoras de planos de saúde, são
examinados a seguir com o intuito de cotejá-los com práticas de tarifação dos prêmios
no Brasil.
Uma outra alternativa para obtenção sobre o status de saúde é através dos
questionários de auto-avaliação que podem inclusive conter quesitos sobre
comportamentos de risco, como fumar, beber, hábitos esportivos, práticas sexuais bem
como sintomas psicológicos como depressão e ansiedade. Entre os obstáculos para a
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Por outro lado, o predomínio dos planos coletivos empresariais e entre estes, a
quase totalidade daqueles baseados em uma espécie de “rateio comunitário”, valor do
prêmio per capita, independente de sexo, idade, status de saúde – herdado dos
convênios empresa com a Previdência Social - dispensam o uso de classificações de
risco mais detalhadas.
Bibliografia
BECK, U. (1997a) Risk society. Londres: Thousand Oaks: Nova Deli: Sage
Publications.
COSTA, A J. L. e KALE, P.L. (2001) Medidas de freqüência In MEDRONHO, R.
Epidemiologia. Rio de Janeiro: Ateneu