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Modalidade de educação

Passamos agora a nos ocupar da temática "modalidades de educação, abordada ligeiramente


na Unidade I. Conforme o Parecer CEE/MG 1132/97, a Educação Básica pode ser oferecida no
ensino regular e nas modalidades de educação de jovens e adultos (EJA), educação especial,
educação indígena, educação rural e educação profissional, sendo que esta última pode ser
também uma modalidade da educação superior, e o ensino médio, na modalidade Normal. Por
modalidade de ensino, segundo o supracitado Parecer entende-se: “variação da educação
regular, é uma forma de organização de educação e ensino, de modo a atender a grupos
diferenciados de alunos.” Adita-se às modalidades acima descritas a Educação a Distância,
posta pelo artigo 1º do Decreto 5622/2005: Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a educação a
distância como modalidade educacional (...) na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de
ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação,
com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. É
importante ressaltar que cada uma dessas modalidades requer estrutura e organização
diferenciada de modo a atender suas especificidades, entre essas: calendários, currículos,
carga horária e metodologias.
Educação de Jovens e Adultos – EJA
A educação de jovens e adultos vem ganhando reconhecimento, como direito, desde a década
de 1930. Sua relevância se acentua com os movimentos de cultura popular dos anos 60, com o
Mobral (Movimento brasileiro de alfabetização), com o ensino supletivo apresentado no
governo militar a partir da lei 5.692/71 e com a Fundação Educar, proposta pela Nova
República, o que se deu a partir de 1985.
A partir da Constituição Federal de 1988 ampliou-se o dever do Estado com as pessoas que
não têm a escolaridade básica, independentemente da idade. O art. 208, inciso I, determina
que o ensino fundamental seja obrigatório e gratuito, assegurada inclusive sua oferta gratuita
para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria. É de se notar que em uma lei (a
LDB 9394/96), que disciplina a política educacional no país, composta por 92 (noventa e dois)
artigos, destine apenas dois para disciplinar uma modalidade de ensino. Os artigos 37 e 38
preveem que esta modalidade de educação se destina “àqueles que não tiveram acesso ou
continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria” e que os jovens e
adultos poderão concluir o ensino fundamental e médio através de “cursos e exames
supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao
prosseguimento de estudos em caráter regular.” Esta determinação do artigo 38 já era prevista
pela Lei de Reformulação do Ensino, a lei 5.692/71, porém alteram-se as idades mínimas para
a conclusão do ensino fundamental para jovens a partir de 15 (quinze) anos e para o ensino
médio acima de 18 (dezoito) anos.
Segundo Haddad, citado por Brzezinski (2000, p. 117), de maneira geral, essa LDB trata da
Educação de Jovens e Adultos, porém em detrimento das etapas da educação básica. Este
autor ainda acrescenta que “A nova LDB vem complementar este movimento de transformar a
educação de pessoas jovens e adultas em uma educação de segunda classe”. Em
contrapartida, o Parecer 1.132/97 entende que o atendimento a EJA, por parte dos dispositivos
legais, retrata a “importância do direito à educação e o dever do Estado de garantir a oferta de
educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas
às suas necessidades e disponibilidades”.

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