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MINORIAS
Assim, os acordos e tratados sobre direitos humanos devem ser vistos como
documentos que representam o ponto de partida para construções mais
coletivas e mais solidárias. Além disto, expressam lutas sociais que se
modificam, se atualizam, de acordo com condições históricas específicas
(Bobbio: 1992).
REFLEXÃO
De vez em quando, neste processo de interação, podemos esbarrar em
resistências significativas. Imaginem se um pequeno grupo de ativistas
contemporâneo dos direitos humanos pudesse entrar numa "máquina do
tempo", e ser transportado de volta à Alemanha nazista, durante a
Segunda Guerra. Como eles seriam recebidos, se saíssem espalhando essa
conversa sobre "dignidade" e "igualdade"? Decerto, seu poder de
influência seria muito restrito, por estarem isolados de outras redes que
apoiassem suas ideias e reivindicações. Hoje, contudo, os defensores dos
direitos humanos não estão mais sozinhos – e quem deseja promover esta
agenda pode construir alianças e obter apoio junto a inúmeras outras
redes. O grande desafio, neste processo de interação, é negociar – no
cruzamento entre as visões de mundo de diferentes grupos – definições
compartilhadas acerca de quais seriam, afinal, esses atributos que nós
consideramos inalienáveis do ser humano, seus "direitos fundamentais".
Devemos buscar estabelecer consensos sobre o que seriam a igualdade, a
liberdade, a escolha, a violência, a discriminação, e sobre as implicações e
formas de aplicação dessas ideias abstratas na prática. É somente por
meio das alianças conquistadas através desses consensos parciais –
arregimentadas por interesses comuns ou através de mecanismos como a
sensibilização, a persuasão e a negociação – que seremos capazes de
refutar regimes políticos e ideológicos que ameaçam a efetivação dos
Direitos Humanos.
LEITURA COMPLEMENTAR
Como vimos até aqui, os defensores dos "direitos humanos" sustentam a
crença na "universalidade" destes direitos – uma posição que contrasta
com o fato de que, na prática, nem todas as pessoas do mundo
compartilham dessa crença ou são diretamente beneficiadas por esta. A
efetivação dos "direitos humanos" guarda, portanto, significativos desafios
para nós, que estamos comprometidos com esta agenda. Visando fomentar
a reflexão sobre este tema, apresentamos adiante uma seleção de trechos
de um artigo do filósofo estadunidense Richard Rorty (1931-2007):
Pra quem tiver interesse, o documento original (em língua inglesa) pode
ser acessado na íntegra no site: Human Rights, Rationality, and
Sentimentality
(http://web1.uct.usm.maine.edu/~bcj/issues/three/rorty.html)
O CASO DO VÉU NA FRANÇA: ENTRE A LAICIDADE DO ESTADO,
A DENUNCIA DO SEXISMO E A XENOFOBIA
A lei francesa contra o véu foi justificada, por alguns, em nome do combate
ao terrorismo (A defesa da 'segurança nacional'.) , e por outros, em nome do
combate ao sexismo. (Pois o uso do véu é percebido como sinal da
Fonte dominação das mulheres pelos homens.) Por outro lado, a norma cerceava a
(HTTP://F.I.UOL.COM.BR/FOLHA/MU liberdade das mulheres que fazem uso da burca ou véu – aparentemente
NDO/IMAGES/11265288.JPEG) contrariando princípios consagrados de direitos humanos, posto que muitas
destas mulheres não percebem o uso do véu como opressivo e reivindicam
esta forma de expressão como um "direito".
OLHANDO DE PERTO
PARA RELEMBRAR...
PARADA OBRIGATÓRIA
Em 2003, um ministro francês declarou que as mulheres muçulmanas não
poderiam usar a "burca" nas fotos de seus documentos de identidade. Um
pouco depois foi proibido o uso de símbolos religiosos nas escolas
francesas – interditando, deste modo, o uso do véu pelas jovens
estudantes muçulmanas (ver em: França proíbe símbolos religiosos em
escolas (http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI267926-
EI312,00-Franca+proibe+simbolos+religiosos+em+escolas.html) ).
LEITURA COMPLEMENTAR
A socióloga francesa Christelle Hamel (2006) investigou este conflito
étnico a partir de entrevistas com jovens de ambos os sexos na faixa dos 18
a 25 anos, em pesquisa realizada entre os anos de 1997 e 2003. Leia abaixo
o artigo com resultados deste estudo: Da racialização do sexismo ao
sexismo identitário entre imigrantes na França contemporânea (Visite a
aula online para realizar download deste arquivo.).
PORTFÓLIO
Como você acha que a nossa sociedade lida com a diferença? O que você
acha que nós educadores podemos colaborar com a construção dos
Direitos Humanos? (Aproximadamente 1 (uma) lauda)
FÓRUM
TODOS DIFERENTES, TODOS IGUAIS.
FÓRUM PERMANENTE
Neste espaço faça os seus comentários sobre o que entendeu sobre os
conceitos e ideias trabalhadas neste módulo.