Você está na página 1de 3

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Escola de Comunicação – Programa de Pós-Graduação em Comunicação


Linha: Mídia e Mediações Socioculturais
Disciplina: ECS781/ECS881 - Comunicação e Estruturas Sócioculturais Turma: 12475/12476
Profs.: Mayka Castellano Reis (bolsista pós-doc) e João Freire Filho
Horário: Segunda-feira, 14h às 16h Carga Horária: 60 horas-aula
Créditos: 4.0 Grupo: Campos Fundamentais Curso: Mestrado e Doutorado (eletiva)

Disputas na Arena do Gosto: consumo cultural, distinção e


sociabilidade

Ementa:

O curso tem o objetivo de problematizar as frequentes disputas por status que se dão, nas arenas
culturais e midiáticas, envolvendo o gosto. Em um primeiro momento, discutiremos algumas
perspectivas teóricas, como a Sociologia do Gosto de Pierre Bourdieu e temas analisados por diversos
autores, como os limites entre a cultura popular, a cultura de massa e a cultura erudita, além de
conceitos como o kitsch e o camp. O gosto, nesse sentido, é entendido como algo que serve tanto para
aproximar quanto para afastar as pessoas. Como elemento agregador, ele surge como substrato para a
formação e o fortalecimento de subculturas, além de fomentar identidades e estilos de vida criados a
partir de determinados hábitos de consumo. Como marcador de diferença, ele legitima a criação de
discursos que servem para definir modos inadequados de se estar no mundo, critérios construídos
socialmente com forte participação dos árbitros do gosto ligados à mídia. Além de abordar as
contribuições teóricas, iremos analisar, na segunda parte do curso, diversos estudos de caso, sobretudo
nas cenas musicais e audiovisuais, a partir de objetos como a música cafona, o tecnobrega, o funk e o
paracinema, principalmente através da cultura trash e sua comunidade de fãs.

Módulo teórico: A sociologia do gosto. Os limites entre cultura popular, a cultura de massa e cultura
erudita. A mídia e os árbitros do gosto. O kitsch. O camp. Identidade e estilos de vida.

Bibliografia:

ANDERSSON, Magnus & JANSSON, André. The blurring of distinctions. Media use
and the progressive cultural lifestyle. Nordicom Review, v.2, p. 63-76, 1998.
BINKLEY, Sam. Kitsch as a repetitive system. Journal of material culture, v. 5, n° 2,
p.131-152, 2000.

BOURDIEU, Pierre. A distinção: crítica social do julgamento. São Paulo: Edusp; Porto Alegre: Zouk, 2007.

ECO, Umberto. História da feiúra. Rio de Janeiro: Record, 2007.


__________. “A estrutura do mau gosto”. In: Apocalípiticos e integrados. São Paulo: Perspectiva, 1979.

FREIRE FILHO, João. Os Estudos Culturais e os Deslocamentos do Domínio Estético. ECO-Pós, v.12, n.3, setembro-
dezembro 2009, p.143-164.
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Escola de Comunicação – Programa de Pós-Graduação em Comunicação
Linha: Mídia e Mediações Socioculturais
Disciplina: ECS781/ECS881 - Comunicação e Estruturas Sócioculturais Turma: 12475/12476
Profs.: Mayka Castellano Reis (bolsista pós-doc) e João Freire Filho
Horário: Segunda-feira, 14h às 16h Carga Horária: 60 horas-aula
Créditos: 4.0 Grupo: Campos Fundamentais Curso: Mestrado e Doutorado (eletiva)

KLEINHANS, Chuck. Taking out the trash. Camp and the politics of parody. In: The politics and poetics of camp.
London: Taylor & Francis e-Library, 2005.

PADVA, Gilad. Priscilla fights back: the politicization of camp subculture. Journal of
Communication Inquiry, v. 24, n.2, p. 216-243, 2000.
PULICI, Carolina. Os atentados ao “bom gosto”: regras da “arte de viver legítima” na capital paulista. Revista USP, v.
81, p. 148-160, 2009.

SONTAG, Susan. Notas sobre o camp. In: Contra a interpretação, p. 318-337. Porto
Alegre: L&PM, 1987.

THORNTON, Sarah. Club cultures: music, media and subcultural capital. Oxford:
Polity, 1995.

Estudos de caso: Os gêneros musicais e os juízos de valor (o cafona, o tecnobrega, o funk etc). O “lixo
cultural”: o trash, o terror e o paracinema. As disputas de gosto nas comunidades de fãs e nas
subculturas juvenis.

Bibliografia:

ARAÚJO, Paulo C. “Introdução” In: Eu não sou cachorro não: Música popular cafona e ditadura militar.
Rio de Janeiro: Record, 2002.

BARROS, Lydia. “Tecnobrega: entre o apagamento e o culto”. Contemporânea, n. 12, p. 62-82, 2009.

BLÁZQUEZ, Gustavo. Negros de alma: Raza y procesos de subjetivación juveniles en torno a los Bailes de
Cuarteto (Córdoba, Argentina). Estudios en Antropología Social, v.1, n.1, 2008.

CARDOSO, Silvia. “O fenômeno ‘cafona’ e a crítica musical nos anos 1970”, Trabalho apresentado no 3º
Encontro Regional Sudeste de História da Mídia, 2014.

CASTELLANO, Mayka. Consumo y producción de terror trash en Brasil: reciclaje cultural, distinción y
sociabilidad. In: Rosana Díaz-Zambrana; Patricia Tomé (org.). Horrofílmico. Aproximaciones al cine de
terror en Lationoamérica y el Caribe. San Juan: Isla Negra, 2012, p. 323-341.

________. “Quem já riu de um filme de terror?”: distinção e sociabilidade no consumo de cultura trash.
Animus, v. 11, p. 203-221, 2012.

________. Distinção pelo “mau gosto” e estética trash: quando adorar o lixo confere status. Comunicação &
Sociedade, v. 32, p. 153-174, 2011.

________. Lixo é coisa de homem! As questões de gênero na subcultura cinematográfica do trash. In Texto,
v. 2, p. 251-271, 2011.
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Escola de Comunicação – Programa de Pós-Graduação em Comunicação
Linha: Mídia e Mediações Socioculturais
Disciplina: ECS781/ECS881 - Comunicação e Estruturas Sócioculturais Turma: 12475/12476
Profs.: Mayka Castellano Reis (bolsista pós-doc) e João Freire Filho
Horário: Segunda-feira, 14h às 16h Carga Horária: 60 horas-aula
Créditos: 4.0 Grupo: Campos Fundamentais Curso: Mestrado e Doutorado (eletiva)

ENNE, Ana Lucia. “E daí?”, “pronto, falei!”, “confesso”: artimanhas discursivas de qualificação e
desqualificação do gosto e da distinção. pragMATIZES - Revista Latino Americana de Estudos em Cultura,
ano 4, número 6, semestral, março 2014.

FONTANELLA, Fernando. A estética do brega: cultura de consumo e o corpo nas


periferias do Recife. Dissertação de mestrado. Universidade Federal de Pernambuco.
Abril de 2005.

FREIRE FILHO, João; HERSCHMANN, Micael. Debatable tastes! Rethinking hierarchical distinctions in
Brazilian music. Journal of Latin American Cultural Studies, v. 12, n.3, p. 347-358, 2003.

FREIRE FILHO, João. Mídia, consumo cultural e estilo de vida na pós-modernidade. ECO-PÓS, v. 6, n°1, p.
72-97, 2003.

________. Das subculturas às pós-subculturas juvenis: música, estilo e ativismo político. Contemporanea, v.
3, n.1, p. 143-172, 2005.

HAWKINS, Joan. Sleaze mania, euro-trash, and high art: the place of european art films
in american low culture. Film Quarterly, v. 53 n°2, p. 14-29, 2000.

JANCOVICH, Mark. Cult fictions: cult movies, subcultural capital and the production of cultural
distinctions. Cultural Studies, vol 16, n.2, p. 306-322, 2002.

LOPES, Adriana; FACINA, Adriana. Cidade do funk: expressões da diáspora negra nas favelas cariocas.
Revista do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, n.6, 2012.

SCHAEFER, Eric. Dirty little secrets: scholars, archivists, and dirty movies. The Moving Image, v.5, nº 2, p.
79-105, 2005.

SCONCE, Jeffrey. “Trashing” the academy: taste, excess, and an emerging politics of
cinematic style. Screen, v. 36, p. 371-393, 1995.

VALE, Simone Do. Zombie Walk: uma intervenção trash na paisagem urbana. Anais do II Coneco, Rio de
Janeiro, 2007.

Você também pode gostar