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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETROTÉCNICA


CURSO DE ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA

Disciplina de Eletrônica de Potência – ET66B

Aula 3
Prof. Amauri Assef
amauriassef@utfpr.edu.br

UTFPR – Campus Curitiba


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Prof. Amauri Assef
Eletrônica de Potência – DIODO DE POTÊNCIA

 Principais características
 É um dispositivo não-controlado (comuta espontaneamente)
 Conduz quando diretamente polarizado e bloqueia quando i<0
 VAC > 0
 Possui uma queda de tensão intrínseca quando em condução
 VF ~ 1V (forward voltage)
 Não são facilmente operados em paralelo, devido aos seus
coeficientes térmicos de condução serem negativos
 Quanto maior temperatura menor a queda direta
 Pode conduzir reversamente durante um tempo trr (tempo de
recuperação reversa - especificado pelo fabricante)

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Eletrônica de Potência – DIODO DE POTÊNCIA

 Características estáticas (tensão-corrente):


Circuito equivalente do diodo

Ideal

Pc = V( TO )iDmed + rT I Def
Real 2

Região de avalanche
(curto-circuito)
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Eletrônica de Potência – DIODO DE POTÊNCIA

 Exercício:
Calcular a corrente IF , a tensão VF , e a potência no diodo
D polarizado diretamente por uma fonte de tensão
contínua de 50V, em série com um resistor de 100Ω.
Considerar rT = 15mΩ e V(TO) = 0,7V:

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Eletrônica de Potência – DIODO DE POTÊNCIA

 Características dinâmicas (considera-se D real):


Tempo de recuperação reversa - trr
 Bastante significativo em aplicações de chaveamento em alta
velocidade  provocam substâncias perdas e sobrecorrentes
 O diodo real não passa, em um único instante, do estado de
condução para o de não-condução (comutação abrupta)
 Nesse momento uma corrente reversa flui por um breve período,
e o diodo continua conduzindo devido aos portadores
minoritários que permanecem na junção pn e no material
semicondutor propriamente dito
 Os portadores minoritários requerem um certo tempo para
recombinar com as cargas opostas e ser neutralizados
 C  Capacitância de recuperação do diodo (da junção)
 Qrr  carga armazenada em C durante condução

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Eletrônica de Potência – DIODO DE POTÊNCIA

 Inicialmente S bloqueado
 Malha L e D circuito IL em roda livre

 S é fechado  corrente IL
transferida de D para S
 Comutação  diodo bloqueia
 IL = iS + iF (constante)

 S fechado  corrente iF ↓
 Velocidade de decrescimento
depende:

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Eletrônica de Potência – DIODO DE POTÊNCIA

 Com iF=0
 Ocorre a descarga de C
 iD torna-se negativa, até que Qrr
seja toda removida
 IRM representa o pico da corrente
de recuperação do diodo
 Qrr = 0  diodo bloqueado
 A taxa de variação de corrente,
associada à indutância parasita
série provoca sobretensão
negativa em D durante bloqueio
(pode ser destrutiva)
 Utilizar snubber RC série em
paralelo com o diodo

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Eletrônica de Potência – DIODO DE POTÊNCIA

 Formas de onda:

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Eletrônica de Potência – DIODO DE POTÊNCIA

 Conclusão: o tempo de recuperação reversa (trr) e a carga


armazenada na junção (Qrr) estão relacionadas
diretamente com as perdas de comutação

 Equações:

 diF/dt  estabelecido pelo projetista (depende do circuito)


 Qrr dado do fabricante  quanto menor, mais rápido é o diodo

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Eletrônica de Potência – DIODO DE POTÊNCIA

 Exercício:
O tempo de recuperação de um diodo é trr=3 μs e a taxa
de decaimento da corrente do diodo é di/dt=30A/μs.
Determinar (a) a carga armazenada Qrr e (b) a corrente
reversa máxima de pico IRM.

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Eletrônica de Potência – DIODO DE POTÊNCIA

 Entrada em condução do diodo:


 Circuito para o estudo da entrada em condução do diodo e
formas de onda durante a comutação (entrada em
condução)

Atraso de entrada
em condução

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Eletrônica de Potência – DIODO DE POTÊNCIA

 trf: tempo de entrada em condução


 Pode variar entre 0,1 a 1,5 μs
 VFP: tensão de pico na entrada em condução
 Pode alcançar valores próximo de 40V
 Diodos rápidos reduzem trf e VFP

O atraso e a sobretensão são devidos à variação da resistência


do diodo durante entrada em condução

Em conversores comutados pela linha, as perdas de comutação


podem ser desconsideradas

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Eletrônica de Potência – DIODO DE POTÊNCIA

 Classificação quanto ao tempo de recuperação:


 Diodos lentos (standard-recovery)  trr > 1 μs
 Line –frequency diodes – operação em baixa frequência, geralmente menor
que 1 kHz
 Diodos rápido (fast-recovery) trr < 200 ns
 Soft-recovery – Variação de corrente suavizada para evitar picos de tensão
 Diodos ultra-rápidos (ultrafast-recovery)  trr < 70 ns
 Aplicação em fontes chaveadas
 Pode-se reduzir o circuito snubber de proteção

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Eletrônica de Potência – DIODO DE POTÊNCIA

 Demais valores nominais:


 Corrente direta média máxima – IF(avg)max
 É a corrente máxima que o diodo pode aguentar com segurança quando
polarizado diretamente

 Corrente máxima de surto - IFSM


 É a corrente máxima que o diodo pode suportar durante um transitório
fortuito ou diante de um defeito do circuito

 Proteções
 Sobretensão
 Sobrecorrente
 Transitórios – circuito snubber
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Eletrônica de Potência – DIODO DE POTÊNCIA

 Exemplo: 1N4007 (standard)

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Eletrônica de Potência – DIODO DE POTÊNCIA

 Exemplo: MUR460 (ultrafast)

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Eletrônica de Potência – DIODO DE POTÊNCIA

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Eletrônica de Potência – DIODO DE POTÊNCIA

 Diodos Schottky
 Possuem uma baixa queda de tensão de condução, tipicamente de 0,3V
 Baixo tempo de recuperação  baixa perdas por condução
 Circuitos Snubbers menores e menos dissipativos
 Aplicação em fontes de baixa tensão, nas quais as quedas sobre os
retificadores são significativas
 Desvantagem: baixa tensão direta e inversa suportável

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Eletrônica de Potência – RETIFICADORES A DIODO

 Retificador Monofásico Meia Onda a Diodo


 1) Carga Resistiva Pura

 Onde: v ( ω t ) = V m sen ( ω t ) = 2V o sen ( ω t )


Sendo: Vo = valor eficaz da tensão de alimentação

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Eletrônica de Potência – RETIFICADORES A DIODO

 Formas de onda para carga R(pura):

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Eletrônica de Potência – RETIFICADORES A DIODO
t0 +T
 Tensão média na carga: 1
V med =
T ∫ f ( t )dt
π t0
1
V Lmed = ∫ 2V 0 sen ( ω t )d ω t
2π 0

2V 0
V Lmed = = 0 ,45 V 0
π
 Corrente média na carga:
π
1 2V 0
I Lmed = ∫ sen ( ω t )d ω t
2π 0
R

V Lmed 0 ,45 V 0
I Lmed = =
R R

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Eletrônica de Potência – RETIFICADORES A DIODO

 Corrente de pico no diodo:


2V 0
I Dp =
R
 Tensão de pico inversa do diodo:

V Dp = 2V 0
t0 +T

 Corrente eficaz no diodo V rms =


1
∫ [ f ( t ) ]2
dt
T t0

2
π
1  2V 0  π 
2
2V 0 V0 V0
I Lef = ∫   sen 2 ( ω t )d ω t =  = = 0 ,707
2π 0  R  2π R 2 2 2R R

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Eletrônica de Potência – DIODO DE POTÊNCIA

 Exercícios:
1) Seja o retificador de meia onda alimentando carga
resistiva pura com Vo=120V (valor eficaz) e R=50Ω.
Calcular: (a) tensão média na carga , (b) corrente
média na carga, (c) corrente eficaz na carga e (d)
potência transferida ao resistor R. Desenhar os gráficos
de VL, IL e VD indicando os valores máximos e mínimos.

2) Considerando rT = 12mΩ e V(TO) = 0,85V, calcular a


potência de condução do diodo:
Pc = V( TO )iDmed + rT I Def
2

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Eletrônica de Potência - Revisão

 Referências bibliográficas:

– BARBI, Ivo. Eletrônica de Potência; 6ª Edição, UFSC, 2006


– MUHAMMAD, Rashid Eletrônica de Potência; Editora: Makron Books,
1999
– ERICKSON, Robert W.; MAKSIMOVIC, Dragan. Fundamentals of power
electronics. New York: Kluwer Academic, 2001
– AHMED, Ashfaq. Eletrônica de Potência; Editora: Prentice Hall, 1a
edição, 2000
– Materiais de aula do Prof. Leandro Michels – UDESC

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