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Michael Crotty
INTRODUÇÃO:
O PROCESSO DE PESQUISA
QUATRO ELEMENTOS
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Scaffolding é um termo em inglês de engenharia civil, que denota a colocação de andaimes e outras estruturas para
suportar temporariamente trabalhadores de maquinário enquanto a construção definitiva não está pronta. Esse mesmo
termo é usado em programação para indicar que o código a que se refere é apenas um esqueleto usado para tornar a
aplicação funcional, e se espera que seja substituído por algoritmos mais complexos à medida que o desenvolvimento
da aplicação progride.
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Como ponto inicial, sugere-se que, ao desenvolver uma proposta de pesquisa, um
esforço considerável seja aplicado a fim de que possamos responder duas perguntas
primordiais. Primeiramente, quais métodos e metodologias serão aplicados na proposta que
pretendemos desenvolver? Em segundo lugar, como podemos justificar a escolha e uso destes
mesmos métodos e metodologias escolhidos? A resposta para a segunda pergunta se
assemelha com o propósito da nossa pesquisa, em outras palavras, com a pergunta que nossa
pesquisa busca responder. Com isso, precisamos utilizar um processo que seja capaz de
cumprir com estes propósitos e obviamente responder a questão da pesquisa.Porém a
pesquisa não se resume à somente isso. Uma justificativa para nossa escolha e, em particular
ao uso da metodologia e métodos escolhidos, é algo que atinge o pressuposto sobre a
realidade que se traz ao nosso trabalho, pois investigar esses pressupostos é também
investigar sobre nossas perspectivas teóricas na pesquisa.
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comparações. É comum encontrarmos, por exemplo, interacionismo simbólico, etnografia e
construcionismo, dispostos juntos como “metodologias”, “abordagens”, “perspectivas” ou algo
do gênero. A comparação/ agrupamento de tais termos não é recomendável uma vez que
agrupar tais termos seria como combinar molho de tomate, condimentos e mercadorias em
uma mesma sacola de mercado. Certamente há quem diga que molho de tomate é uma forma
de condimento e condimentos são considerados mercadorias, como também há quem se sinta
encorajado a classificar os elementos quanto se depara com itens como interacionismo
simbólico, etnografia e construcionismo dispostos juntos em um texto.
Figura 1
epistemologia
perspectiva teórica
metodologia
métodos
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construcionismo e vai até o interacionismo simbólico para indicar esta relação. A etnografia,
uma metodologia que nasceu inicialmente da antropologia e da teoria antropológica, tem sido
adotada pelo interacionismo simbólico e adaptada à suas necessidades. Por essa razão, nossa
próxima seta se inicia no interacionismo simbólico e vai até etnografia. A etnografia também
apresenta seis métodos de preferência, mas a observação tem sido escolhida em primeira
instância. Com isso desenhamos mais uma seta, formando um exemplo específico de uma
epistemologia, de uma perspectiva teórica, de uma metodologia e um método, cada um
especificando e complementando o próximo item como sugerido na Figura 2.
Figura 2
Construcionismo
Interacionismo simbólico
Etnografia
Observação do participante
A fim de denotar uma possível sequência na tabela, uma seta que inicia em
“objetivismo” poderia ser desenhada. Trata-se de uma visão epistemológica onde as coisas
existem como entidades significativas independente da experiência e consciência, e que
possuem significado e veracidade que residem nela como objetos (“objetivo”, verdade e
significado), e podem como pesquisa minuciosa (científica?) conquistar seu verdadeiro
objetivo e significado apresentando assim a epistemologia que sustenta a posição positiva.
Tabela 1
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Análise de documentos
Análise de conteúdo
Análise de conversação
etc
Figura 3
Objetivismo
Positivismo
Pesquisa de Opinião
Análise Estatística
Eles podem nos auxiliar a verificar a validade da nossa pesquisa fazendo com que
nossos resultados se tornem mais convincentes. E como visto anteriormente sobre a
necessidade de se justificar as metodologias e métodos aplicados em nossa pesquisa; e
apresentar nosso processo de pesquisa através desses quatro elementos nos permite fazer
isso, pois se trata de uma análise sagaz do processo e aponta para as suposições teóricas
determinando o status de nossas descobertas.
MÉTODOS DE PESQUISA
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Agora descreveremos nossas estratégias e planos de ação. Trata-se do design de
pesquisa que modela nossas escolhas e uso de métodos em particular, que se ligam aos
resultados desejados. Tais estratégias não se resumem apenas em uma descrição da
metodologia, mas também em um raciocínio de nossas escolhas de métodos e das formas em
que os métodos serão aplicados. A investigação etnográfica, por exemplo, na luz do
interacionismo simbólico, busca descobrir significados e percepções no que diz respeito às
pessoas que participam da pesquisa, analisando tais percepções, como pano de fundo da
compreensão geral das pessoas sobre o mundo ou sobre “cultura”. Nesta mesma linha de
abordagem, o pesquisador se esforça para ver as coisas através da perspectiva dos
participantes, e isto é o que por fim dá sentido na intenção de um pesquisador em conduzir
entrevistas não estruturadas e utilizar formas não diretivas para questionar seus participantes.
PERSPECTIVA TEÓRICA
É neste momento que descrevemos nossa posição filosófica que está por traz de nossa
metodologia escolhida, explicando como ela provê contexto para todo o processo e
fundamenta seu critério e sua lógica.
EPISTEMOLOGIA
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uma fundamentação teórica para decidir quais tipos de conhecimento são possíveis e como
podemos assegurar que sejam adequados e legítimos”. Percebe-se ai então a necessidade de
identificar, explicar e justificar a postura epistemológica que decidimos adotar.
Espero que o que já foi dito aqui nos ajude a perceber que a epistemologia sustenta
poderosamente nossa abordagem de pesquisa. Todavia, as três maneiras das quais nos
referimos até agora não devem ser vistas como completas e suficientes, pois muito mais pode
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ser dito sobre as posições epistemológicas. Há verdade objetiva que precisa e pode ser
identificada com precisão e certeza? Ou, há apenas maneiras organizadas pelos humanos de
ver coisas cujos processos precisamos explorar e podemos apenas compreender através de um
processo similar de produção de significado? Esta produção de significado é um ato
essencialmente subjetivo independente do seu objeto, ou ambos sujeitos e objetos
contribuem para a construção do significado? Embutidos em tais questões, está uma gama de
posições epistemológicas e cada uma delas implica uma diferença profunda em como fazemos
nossas pesquisas e como apresentamos nossos resultados de pesquisa.
E A ONTOLOGIA?
Na literatura sobre pesquisa, há freqüente menção sobre a ontologia e você deve estar
se perguntando por que a ontologia não está incluída no esquema que desenvolvemos até
agora. A Ontologia é o estudo do ser, que se preocupa com “o que é”, com a natureza da
existência, com a estrutura da realidade como é. Se introduzíssemos ontologia em nosso
esquema, estaria presente ao lado de epistemologia e informaria a perspectiva teórica, uma
vez que cada perspectiva teórica incorporaria uma maneira de compreender O que é
(Ontologia) assim como uma maneira de compreender O que significa saber (Epistemologia).
Através desse ponto de vista, aceitar que o mundo e que as coisas no mundo existem
independentes de nossa consciência, não significa que o significado existe independente da
consciência, como afirmam Guba e Lincoln. A existência de um mundo sem uma mente é
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concebível, todavia significado sem uma mente não é. O realismo na ontologia assim como o
construcionismo na epistemologia são muito compatíveis, desta forma temos um exemplo de
como assuntos ontológicos e epistemológicos surgem juntos. Partindo dessa idéia, o que me
parece é que podemos lidar com assuntos ontológicos assim que eles surgem sem ter a
necessidade de expandir nosso esquema e ter de incluir ontologia em nossa tabela.
EM TODAS AS DIREÇÕES
Bom, agora podemos retornar às nossas setas. Já desenhamos setas da esquerda para
a direita, de um item em uma coluna apontando para outro item em outra coluna à direita,
podendo assim nos sentir livres para seguir em muitas direções. No entanto, há algumas
restrições sobre onde essas setas que vão da esquerda para a direita devem ser posicionadas,
e qualquer limitação existente parece sempre se relacionar com as primeiras duas colunas.
Precisamos primeiramente rejeitar o desenho de uma seta que vai do construcionismo ou
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subjetivismo até o positivismo (ou pós-positivismo), uma vez que positivismo é objetivista por
definição. Sem uma epistemologia objetivista detalhada, positivismo não seria positivismo
como o compreendemos, e nós nem gostaríamos de desenhar uma seta partindo do
objetivismo ou subjetivismo até a fenomenologia. Construcionismo e fenomenologia estão tão
entrelaçados que um mal poderia ser fenomenológico enquanto sustenta uma epistemologia
objetivista ou subjetivista. Além disso, o pós-modernismo descarta muito bem quaisquer
vestígios de uma visão objetivista do conhecimento de significado. Ao desenharmos setas de
coluna em coluna podemos pensar que tudo é possível, pois qualquer uma das perspectivas
teóricas poderia fazer uso de qualquer metodologia, formando sequências típicas, como se
pode ver nas Figuras 2 e 3, todavia, vale lembrar que típico não é o mesmo que obrigatório.
Mais uma vez, vale ressaltar que enquanto a investigação crítica certamente se
interliga com a pesquisa-ação, nós podemos também desenhar uma seta que vai da
investigação crítica até a etnografia. Sim, a forma crítica de investigação também acabou se
incorporando à etnografia transformando-a no processo/durante o processo), e com isso passa
a não ser mais uma forma de pesquisa tipicamente acrítica que busca meramente entender
uma cultura. Resumindo, etnografia crítica é uma forma de pesquisa que se esforça para
desmascarar a hegemonia e adereçar forças opressivas, e desta mesma forma pode haver
tipos de etnografia feminista e etnografia pós-modernista também.
Mesmo assim, não devemos exagerar fazendo uso dessa nossa liberdade de desenhar
setas da esquerda para a direita ao ponto de nos esquecer de desenhar setas em outras
direções também, uma vez que nossas setas podem se mover da direita para a esquerda
também. Na tentativa de saber o que define o que; o processo se inicia da esquerda para a
direita e para descrever nossa pesquisa podemos começar em métodos e metodologia,
sugerindo por fim que, para marcar a sucessão cronológica dos eventos em nossa pesquisa, as
setas devem ser desenhadas da direita para a esquerda.
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maneira, nossa questão de pesquisa que incorpora os propósitos da nossa pesquisa nos
conduz até a parte de metodologia e métodos.
Falando nesse sentido como se criássemos uma metodologia para nós mesmos e como
se o foco de nossa pesquisa nos levasse a inventar nossas próprias maneiras de proceder que
nos permitiria alcançar nossos objetivos. Cada projeto de pesquisa é único e requer uma
metodologia única e cabe a nós pesquisadores desenvolvê-las. Mas se esse for o caso, porque
nos preocupamos com o excesso de metodologias e métodos disponibilizados
abundantemente e que parecem mais como a “grande, exuberante e vibrante confusão” de
William James? Não seria mais viável nos concentrarmos em nossos próprios métodos e
projetos? Certamente seria, mas é sempre importante lembrar que um estudo sobre a
maneira como outras pessoas reagem a uma tarefa sobre a investigação humana, será sempre
útil e muitas vezes indispensável. Além disso, pesquisar sobre designs de pesquisas
reconhecidas e suas diversas sustentações teóricas cria uma influencia formativa sobre nós,
nos desperta para maneiras de pesquisa que nunca iríamos ter concebido previamente, e nos
torna mais alertas e sabedores sobre o que é possível se fazer em pesquisa. Ainda assim, não
significa que devemos retirar uma metodologia da prateleira. Devemos nos ambientar com
vários tipos de metodologias, avaliar seus pressupostos, pesar suas virtudes e fraquezas e
depois de fazer tudo isso, ainda temos que moldar/ forjar uma metodologia que irá atender
nossos propósitos específicos de pesquisa. Talvez uma das metodologias já estabelecidas
possa servir para a tarefa que nos confronta; ou talvez nenhuma delas nos sirva e acabaremos
tendo que projetar diversas metodologias e moldando-as de uma maneira que alcance os
resultados que buscamos. Talvez precisaríamos ser mais criativos e criar uma metodologia que
seja considerada nova em diversos aspectos, e mesmo se trilharmos esse caminho de inovação
e invenção, nosso engajamento com as varias metodologias em uso irá ter tido uma função
educacional neste processo.
Até agora temos setas da direita para a esquerda e setas da esquerda para a direita, e
setas debaixo para cima? Sim, são possíveis também. O crítico renomado Jürgen Habermas
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conduziu um debate com o hermenêutico Hans-Georg Gadamer por muitos anos e com esse
debate desenvolveu uma “crítica hermenêutica”; uma teoria crítica que vem para informar
sobre a hermenêutica. Em nosso modelo de quatro colunas, uma seta iria subir na mesma
coluna (“Perspectiva Teórica”), vindo de investigação crítica até hermenêutica, e dessa mesma
maneira poderíamos falar de feminismo crítico ou investigação sobre o feminismo crítico; de
feminismo pós-modernista ou da investigação sobre o pós-modernismo crítico, pois há escopo
suficiente para que as setas subam e desçam em nosso modelo.
A GRANDE DIVISÃO
No modelo que seguimos aqui, você irá perceber que a distinção entre pesquisa
qualitativa e pesquisa quantitativa ocorre em métodos, e não ocorre nos níveis de
epistemologia ou perspectivas teóricas. O que ocorre nesses níveis elevados é uma distinção
entre a pesquisa objetivista/positivista de um lado, e entre pesquisa construcionista ou
subjetivista de outro. Mesmo assim, na maioria dos livros didáticos o que se apresenta são
pesquisa qualitativa e quantitativa em extremos, lados opostos. Assim como, o estudante de
latim aprende desde o principio através das primeiras linhas de “As Guerras Gálicas de César”
que “All Gaul é dividido em três partes”; todo pesquisador principiante aprende que a
pesquisa em si é dividida em duas partes e essas partes são “qualitativa” e “quantitativa”
respectivamente.
Nosso modelo sugere que essa divisão - pesquisa objetivista associada com métodos
quantitativos em oposição à pesquisa construcionista ou subjetivista associada com métodos
qualitativos está longe de ser justificada. Muitas metodologias conhecidas hoje como formas
de “pesquisa qualitativa” foram conduzidas, no passado, de uma maneira totalmente empírica
e positivista, fato esse que se confirma ao percebermos a história remota da etnografia. Por
outro lado, a quantificação não é de forma alguma descartada da pesquisa não-positivista.
Podemos nos considerar devotos dos métodos de pesquisa qualitativos, mas quando
pensamos em investigações conduzidas no curso regular de nossas vidas diárias, com que
freqüência “medir” e “contar” se tornam essenciais aos nossos objetivos? A habilidade de
medir e conta é uma conquista humana preciosa e cabe a nós não desprezá-la. Devemos
aceitar que, para qualquer pesquisa que nos engajamos; é possível que utilizemos tanto
métodos qualitativos ou quantitativos para servir aos nossos propósitos, em outras palavras,
nossa pesquisa pode ser qualitativa ou quantitativa, ou ainda qualitativa e quantitativa, sem
que seja problemática.
O que poderia ser problemático é uma tentativa de ser, de uma vez só, objetivista e
construcionista (ou subjetivista), uma vez que afirmar que há um sentindo objetivo e, na
mesma instância, dizer que não tem, certamente parece contraditório. E, para ter certeza, o
mundo pós-modernista que cresce e nos cerca, questiona todas as nossas estimadas
antinomias, e assim somos convidados a adotar uma lógica mais difusa do que adotar a lógica
que conhecemos no passado com seus princípios de contradições. Apesar disso, mesmo no
inicio do século 21, não são muitos de nós que nos sentimos confortáveis com toda essa
contradição ostensiva e grosseira.
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objetivistas, iremos então distinguir significados objetivos cientificamente estabelecidos de
significados subjetivos que as pessoas crêem todos os dias e que da melhor maneira “reflete”
ou “espelha” ou “se aproxima” dos significados objetivos. Aceitamos, certamente que, esses
significados subjetivos sejam importantes na vida das pessoas e que podemos adotar os
métodos qualitativos para verificar o que esses significados são, tornando tal processo
epistemologicamente consistente. Mas também há uma desvantagem nisso, pois torna a
compreensão diária das pessoas inferior, epistemologicamente e para compreensões mais
científicas. Nesta maneira de ver coisas, um não pode pressupor através dos entendimentos
diários das pessoas, as declarações verdadeiras que alguém faz do que é cientificamente
estabelecido.
O scaffoling apresentado foi útil? Se sim, vamos examinar os itens em algumas das
colunas de nossas figuras. Vamos nos confinar nas primeiras duas colunas e olhar para as
questões epistemológicas e questões relacionadas às perspectivas teóricas.
Ao discutirmos essas perspectivas e posturas, devemos nos lembrar muitas vezes que
não estamos explorando-os meramente com fins especulativos. Eu e você nos permitiremos
nos deixar levar, muitas vezes, para um plano de caráter bem teórico. No entanto, nos
recusaremos a carregar o peso de sermos intelectuais abstratos, divorciados de experiência e
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ação. Trata-se de nossa principal investigação dentro da experiência humana e com uma ação
que nos leva para longe. Esta longa jornada que embarcamos, surge de uma consciência de
nossa parte que, em cada ponto de nossa pesquisa, de nossas observações, interpretações,
relatos e tudo mais o que fazemos como pesquisadores, possui uma injeção de nossas
suposições. Suposições essas sobre o conhecimento humano e suposições sobre as realidades
encontradas em nosso mundo humano. Tais suposições modelam o significado das questões
de pesquisa, os propósitos das metodologias de pesquisa, e a interpretabilidade das
descobertas de pesquisa. Sem que desmembremos tais suposições e as clarifiquemos,
ninguém (incluindo nós mesmos) poderá adivinhar o que nossa pesquisa está dizendo.
Desenvolver a tarefa de explicar e explanar é exatamente o que devemos e estamos nos
propondo a fazer. Longe de ser uma teorização que afasta os pesquisadores de suas pesquisas,
é uma teorização embutida no ato da pesquisa em si, pois sem isso a pesquisa não é pesquisa.
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