Desde os tempos coloniais as praças constituem-se como nossos
principais espaços de sociabilidade. A praça do Panteon conserva na sua essência o coração pulsante da cidade que vivemos. Palco de manifestações históricas como a ocorrida na década de 1970 durante a luta pela meia passagem, a praça até hoje existe como um ponto “X” para onde todos os bairros convergem, funcionando como o principal ponto de encontro da cidade. Preservar a estrutura física da praça do Panteon, é preservar as vivências de muitas gerações que por ali passaram e se relacionaram com seu espaço. Contudo não há como preservar a memória do lugar sem que os seus consumidores saibam o significado das motivações históricas que levam o seu nome. A praça foi assim denominada pela lei municipal Nº 442, de 30 de julho de 1954 pensada pela edilidade do período, como um lugar para abrigar os bustos de importantes literatos maranhenses. Neste sentido a praça funciona como lugar de memória. Memória de uma geração de intelectuais que contribuíram para o cenário das letras localmente e nacionalmente, e originalmente abrigou os bustos de escritores como: Gomes de Sousa, Arthur Azevedo, Raimundo Correia, Dunshee de Abranches, Nascimento Moraes, Coelho Neto e Humberto de Campos. Posteriormente fora acrescido os bustos de Henriques Leal remanejado da praça de São João onde teria sido inaugurado e o de Odorico Mendes. Sucessivas administrações municipais buscaram remodelá-la acrescentando iluminação e mobiliário urbano. Entretanto o sentido da praça parece que ainda não tocou as mentes de muitos de seus transeuntes e usuários. Ao longo dos anos sucessivas reformas foram realizadas de modo a conter sua degradação natural e inconsequente, por parte de quem ainda não aprendeu o verdadeiro significado da praça. Deste modo, com a nova reforma que hora se conclui, instaura-se mais um desafio à sua sobrevivência: a preservação de sua estrutura física e da memória dos homenageados que durante décadas a ornaram-na. São com esses votos que desejamos vida longa a este espaço de memória e de experiências, da cidade que viveremos e que queremos.