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Liga Portuguesa de Futebol Profissional

Primeira Liga – Época de 2018 / 2019

Caracterização da Vivacidade
2ª Jornada – 2018AGT18 / 21’00’’
Árbitro Principal: Manuel Oliveira

Árbitros Assistentes: Pedro Ribeiro + Tiago Leandro

Quarto Árbitro:

Var: Luís ferreira

Sporting Clube de Portugal 2 vs Vitória Futebol Clube 1

AQUECIMENTO…
Antes de mais, permitam-me que Vos ofereça as minhas mais cordiais Saudações
Leoninas, na expectativa, de que esta minha acanhada escrita, usufrua, do
acolhimento que se julgue oportuno conceder-lhe.

Ao longo deste Macrociclo, foi-me dado, o raro privilégio, de me ir identificando


com todos aqueles, a quem tive a oportunidade, de poder semear todos os meus
sóbrios saberes e experiência, na observação técnica da prática do futebol ao
nível da Equipa Profissional de Futebol do Sporting Clube de Portugal.

É impensável nos dias de hoje proceder à organização da preparação de tão exigentes


Atletas sem que a sua planificação esteja contemplada no seu plano competitivo e
formativo a curto, médio e longo prazo. As capacidades motoras que garantem a
realização quantitativa e qualitativa do gesto técnico independentemente da idade
do executante.

É pelo nível da sua planificação que se torna possível vencer resistências sem
acumulação de erros. É pelo correcto treino que se criam as condições de protecção
e se compensam possíveis desvios com origem em más opções.

Mais, o treino exerce um efeito positivo sobre o organismo dos atletas,


contribuindo para um crescimento técnico e um desenvolvimento harmoniosos.

É por acreditar na importância do treino – e partindo da minha própria experiência


e dos contactos permanentes com todos aqueles que a ele se dedicam, onde surgem
imensas dúvidas quanto à sua organização e aplicação dos meios e métodos para o
treinamento de atletas profissionais, quer para a sua aplicação na competição ou
no Clube (UT’s – unidades de treino) – que decidi abarcar esta responsabilidade
que tem como objectivo fornecer os instrumentos que permitam, a todos Vós, uma
observação técnico-táctica de forma adequada e desapaixonada.

No Clube, o treino têm assentado na formação geral e, posteriormente, na formação


específica dos atletas, o que significa que nenhum planeamento poderá desprezar
esta habilitação motora.

Importante é ter igualmente presente o tipo de vivacidade a desenvolver com os


Atletas. Sei, sabemos todos, que a ausência de estímulos em tempo oportuno das
diferentes capacidades motoras é hipotecar o seu desenvolvimento.

Local: Estádio José Alvalade - Lisboa


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Para que os programas de treino tenham uma importância inquestionável no organismo


dos atletas profissionais, é indispensável que se tenha sempre presente as razões
fisio-biológicas daqueles a que se dirigem os correspondentes planos de preparação
macrociclos / mesociclos / microciclos.

Tratando-se da aplicação de métodos e meios de treino ao longo de uma época


desportiva, terão que ser desenvolvidas aplicações e modelos em função do escalão
etário a que se destinam.

Procurando responder às necessidades didácticas e pedagógicas de uma Equipa


altamente profissionalizada para o seu desenvolvimento harmonioso, deverão ser
elaborados um conjunto de exercícios que permitam aos Atletas Profissionais sob a
responsabilidade técnica do actual Treinador da Equipa Principal Sénior do
Sporting Clube de Portugal, uma progressão técnica, táctica e estratégica lenta
mas segura, de todos eles.

A nobreza da laboração, como Técnico Principal de uma Equipa de Futebol com a


dimensão do Sporting Clube de Portugal, salvo uma melhor opinião, deverá
fundamentar-se no saber dos seus conteúdos técnicos, assim como no idealismo do
preceito que perfilha e no carácter posto nas suas acções como formador.

Ora, com a modéstia dos simples, não poderia deixar passar o ensejo, de
exteriorizar a minha gratidão a todos Vós, que de uma forma ou de outra, me têm
apoiado e, deram-me a confiança tão necessária para que pudesse privar com todos
Vós e realizar algo apaixonante e, que me é, muito querido.

Tem sido, para mim, extraordinariamente gratificante e um orgulho enorme, poder


mesmo que de forma impessoal, estar junto de tantos Sportinguistas. Na expectativa,
de que nesta época desportiva e de acordo com a Vossa vontade e principalmente,
daqueles a quem se destina esta vivacidade, possa continuar a desenvolver, a minha
acção…, como “analista”, dando sequência, a todo um labor, de grande cumplicidade
e afectos mútuos.

CARACTERIZAÇÃO DO MODELO / SISTEMA DE JOGO

JEFFERSON NANI

MATHIEU
MISIC
SAS BRUNO
FERNANDES DOST
COATES
BATTAGLIA

RISTOVSKI ACUÑA

Modelos / Sistemas de Jogo - 4.2.3.1 – 4.2.1.2.1 – 4.3.3

Local: Estádio José Alvalade - Lisboa


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SEM SAL, SEM SABOR…mas, com algum


“TALENTO”!
Esta minha “análise” e respeitante ao jogo em menção será hoje, apreçada de uma
forma global e abstracta, tal as carências estratégicas e a falta de harmonia
técnico-táctica, determinada e gerida pelo seu irreflectido máximo, o Sr. José
Peseiro!

Estas minhas sensações vão, de encontro, ao que redigi no início desta “crónica”,
revelando-se, suficientemente apropriados, os quesitos que nessa redacção
implanto.

Aliás, já na minha anterior “observação”, tinha aflorado, mesmo que pela rama, as
razões que me guiaram a optar por este tipo de raciocínio.

Assim, principiando pelo sector defensivo, parece-me e comparativamente ao


antecedente jogo, “Moreirense vs Sporting”, que o uso do jogo exterior pelo Vitória
Futebol Clube foi nula, ou quase inexistente. E, isso possibilitou, aos nossos
laterais, uma imobilidade activa. Não foram, anotemos assim, tão examináveis os
equívocos de marcação zonal e de recuperação espacial, levando-os por esse facto,
a perpetrar menos erros individuais (técnicos), nessa faixa do terreno de jogo.
No entanto, os apoios directos (coberturas, frontais e laterias), no centro da
defesa, reconheceriam ter sido mais aprimorados e afirmativos. Poderiam e deveriam
ter sido mais audazes, utilizando os seus corredores, para numa primeira fase de
construção estabelecer-se um apoio concreto e, mais convincente, em áreas mais
adiantadas do campo (apoio nas acções ofensivas). Quanto aos dois centrais, muito
bem! Atentos, concentrados ao desenrolar das incidências exclusivas do jogo, em
constantes movimentações na ocupação dos espaços terrenos e aéreos, empregando
uma arma muito afirmativa, ou seja, a antecipação e percepção de tudo o que se ia
passando à sua volta, num apoio, diria, quase, em permanência às acções ofensivas
da equipa…temporizando, realizando as contenções e muito assertivos na definição
do passe curto, médio e de longa distância. Quanto ao golo sofrido, o desacerto
maior, foi do Guarda-redes…naquelas, circunstâncias, deve socar a bola e não,
tentar agarrá-la. Acabando, no lance imediato, por efectuar uma excelente defesa,
negando o golo, que colocaria, o Vitória Futebol Clube, em vantagem no marcador.

O sector intermediário é, na minha elementar opinião, o mais carenciado…pelo menos


ao nível de médios, com atributos defensivos – mas, que percebam e suportem,
iniciar uma primeira fase de construção, em apoios fontais e laterais! A procura,
continuada, com níveis de intensidade e agressividade elevados, pela reconquista
da posse da bola e dos espaços (jogo espacial), protegendo em constância as acções
defensivas (coberturas, frontais e laterais, deslocamentos com e sem a bola…etc.),
onde a competência do passe (gesto técnico), terá que ser um instigador real e
estimulador das acções ofensivas (transições), num futebol feito de apoios e
combinações várias (progressão, no espaço). Relativamente aos médios com
distintivas propensões ofensivas (médios alas e médios centros), existe valor e
grande capacidade técnica individual e colectiva. Só, que o modelo / sistema de
jogo que necessitaria de já estar convenientemente interiorizado individual e
coletivamente, numa perspectiva de entendimento e compreensão em todas as suas
subtilezas…é confuso, pouco entendível e, com uma simbiose, entre o erro e o
acerto, sempre em confronto entre si mesmo. Só, se pode, executar gestos técnicos
correctos (posicionamentos, com e sem a bola), quando a posição deste ou daquele,
não colida com as acções de uns e de outros.

Local: Estádio José Alvalade - Lisboa


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Os dois médios defensivos, num temor terrífico de não praticarem erros, acabam
por cometê-los, em particular Misic – quantos passes falhou? Quantas reconquistas
da posse da bola logrou ter êxito? Lento, pouco agressivo, sem intensidade de jogo
e nada de sacrifícios ou disputas de duelos individuais! Dando a sensação, de a
espaços, excessivamente latos, desmotivar-se pela competição (jogo), suportando o
seu colega de sector Battaglia, o desgaste nas emendas a que é forçado, não só
pela incidência do momento, mas particularmente, pelo seu carácter de guerreiro e
espírito de um verdadeiro labutador de Equipa! Perpetrou, uns quantos erros, em
particular, nas incontáveis faltas que prossegue em cometer em zonas proibitórias
e dispensáveis. Muito bem, nas bolas paradas (posicionamento ao primeiro poste),
sabendo, atacar a bola, no momento certo e com um excelente poder de impulsão. O
terceiro médio (este, com propensão atacante e grande espírito de entreajuda nas
mais variadas zonas do campo – veja-se a caracterização do modelo /sistema de
jogo), Bruno Fernandes, face ao tal modelo /sistema (deveria ser um 8), está
agrilhoado a um preconceito de jogo, que o consome física e emocionalmente.
Tornando-o, em muitas circunstâncias ou momentos do jogo, a ser pouco esclarecido,
cometendo erros de análise e definição dos lances. É, para mim, o jogador mais
preponderante da Equipa…e, esse peso, ou essa responsabilidade, tem nocivas
consequências no seu jogo final (gesto técnico-táctico, estar na esquerda,
direita, centro, atrás e à frente), requer uma condição física e psicológica,
dinâmica coesa e fortificada, no seu carácter, de atleta de eleição!

O ataque, até pelos resultados (golos obtidos), parece-me o sector com melhor
equilíbrio em produção individual e colectiva…neste jogo, realizou 11 remates, 4
deles enquadrados com a baliza adversária, 7 livres directos da marca de pontapé
de canto (sem consequências, não se vislumbra, trabalho de campo, nestas bolas
paradas) e, um total de 54 ataques, 45 dos quais, poderei considerar perigosos.

As deambulações, entre Nani e Acuña, são bem-feitas, se concretizadas em progressão


e passando velozmente do jogo exterior para o jogo interior (o primeiro golo do
Nani é disso exemplo), sem rodriguinhos, dribles e fintas dispensáveis,
desperdiçando-se muitas das vezes a oportunidade do passe e da finalização. O
Nani, terá que conceber um esforço, táctico em termos defensivos…pois, em termos
atacantes, está cada vez melhor, servindo-se da sua experiência, para um bom
controlo da posse da bola e do espaço, lucrando (a Equipa) com as tabelinhas
(combinações) com o Bruno Fernandes. Gostei das suas acções individuais. Mas,
terá, que ser mais célere no passe e no deslocamento sem a bola e, partir, sem
medo, para o 1x1.

Acuña esteve mais disponível para o jogo, recuperando muitas bolas, através da
sua imagem de marca (agressividade). Para o seu jogo individual ter sucesso a
nível colectivo, terá que ser mais prático e objectivo…não precisa, de esperar,
pelo seu opositor, para o driblar ou fintar, ou estilizar em demasia as suas
acções individuais – o momento, perde-se e voltamos às correrias loucas atrás do
adversário e da bola, levando-o a um desgaste energético e psico-emocional, que
lhe irá fazer muita falta (e à Equipa), durante o restante tempo de jogo. Acho,
que fez um jogo, bem mais com a Equipa e para a Equipa.

Local: Estádio José Alvalade - Lisboa


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Bas Dost refreio, a nítida sensação, que já entrou em condições físicas pouco
recomendáveis! Mas, tudo fez, enquanto pôde, para auxiliar a Equipa…demonstrando
um digno grau de profissionalismo. Continuo a afirmar, que é dos melhores, se não
o melhor a jogar em Portugal, naquela posição…saber, jogar sem a bola, não está,
ao alcance de todos. A sua cultura desportiva é bem expressada nos pequenos gestos
técnicos que executa, sempre com um objectivo, a Equipa.

Os suplentes, que usufruíram da circunstância de participar no jogo, no cômputo


geral estiveram bem! Com, o devido relevo, para o miúdo Jovane Cabral… alcançou,
mais uma vez, dar uma sapatada no jogo, através da sua velocidade, criatividade e
a alegria, exclusiva de um jovem com sangue quente. A sua, simplicidade e a forma
viva e desafectada como vive os jogos, foram uma lufada de ar fresco, na apatia,
ou tristeza, que a Equipa vem exibindo. Um jogo de futebol, tem que ter alma,
chama, emoção, calor humano e, uma alegria, que contamine, os seus Associados e
Adeptos.

As minhas Saudações Leoninas

Pedro Manuel Ramos


2018AGT19

Local: Estádio José Alvalade - Lisboa

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