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LEGISLAÇÃO

AMBIENTAL
Como destinar Efluentes e
Resíduos Sólidos Orgânicos
corretamente
Índice
03 Introdução

04 Desafios para as empresas

06 Importância da legislação ambiental

08 Normas e Legislação para Tratamento de Efluentes

18 Normas e Legislação para Resíduos Sólidos Orgânicos

23 Considerações finais

23 Fale com a Tera


03

Introdução
A água é usada pela indústria de diferentes maneiras: na incorporação ao Para regulamentar todo o processo de armazenamento, coleta,
produto, nos sistemas de resfriamento e geradores de vapor, nas lavagens tratamento e descarte, aqui no Brasil, assim como em outros países, há
de máquinas, tubulações e pisos e no próprio processo industrial; assim leis específicas, e a legislação ambiental no Brasil é considerada uma das
são gerados os chamados efluentes líquidos industriais, que precisam ser mais completas e avançadas do mundo.
tratados, uma vez que são contaminados com resíduos dos processos
produtivos. Se lançados, de forma in natura, aos corpos de d'água, são Esse conjunto de leis, normas e infrações precisa ser conhecido,
altamente poluentes e degradadores do meio ambiente. entendido e praticado por todos, seja pelas pessoas quanto empresas.

Similarmente, os mesmos processos industriais - bem como a coleta Pensando nisso, preparamos esse material que auxiliará sua empresa a
domiciliar de esgoto - pode gerar resíduos sólidos orgânicos, que atender as leis ambientais vigentes e também a entender sobre a
requerem igual atenção em seu processo de tratamento para que não legislação brasileira relacionada ao tratamento de efluentes e resíduos
venham, assim como os efluentes, causar prejuízos ao ambiente de sólidos orgânicos.
despejo.
Boa leitura!

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DESAFIOS
para as empresas
05

Desafios para as empresas


Na implantação e operação de indústrias, é preciso considerar que o uso de
recursos hídricos é um insumo indispensável e único, mas deve ser
acompanhado do uso racional. A redução do uso da água e o controle do
lançamento de efluentes industriais são fundamentais para se estabelecer
uma empresa alinhada com os preceitos do desenvolvimento sustentável.

Paralelamente, é imprescindível o estabelecimento de processos


produtivos que incluam sistemas de coleta e manuseio adequado dos
resíduos sólidos, os quais frequentemente podem estar associados à água
em um primeiro momento, como resultado de limpeza de maquinário ou
mesmo como subproduto de um processo.

O grande desafio colocado às empresas, então, é conciliar a


responsabilidade de evitar que o processo produtivo impacte
negativamente o meio ambiente e, ao mesmo tempo, que as soluções
empregadas sejam não representem um aumento proibitivo de custos
para a instituição.

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IMPORTÂNCIA
da legislação
ambiental
07

Importância da legislação ambiental


A legislação ambiental no Brasil é vasta e complexa, ter conhecimento de suas
normas e cumpri-las é fundamental para uma conduta adequada e coesa aos
principais exigências corporativas e ambientais. Ela é a ferramenta que permite
aos gestores identificar os impactos ambientais do seu negócio e de que forma
eles podem ser mitigados.

Os instrumentos legais visam garantir medidas preventivas e de controle aos


empreendimentos, para que eles atuem de forma compatível com o Normas e legislação para Tratamento
desenvolvimento sustentável (veja as principais leis em Normas e Legislação
para Tratamentos de Efluentes e Normas e Legislação para Resíduos de Efluentes
Sólidos Orgânicos).
Em termos específicos, o Brasil tem leis que regulam os limites e os
Na Constituição Federal, o artigo 225 estabelece que “todos têm direito ao meio parâmetros para a emissão de efluentes no meio ambiente, assim como
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à para o manuseio e descarte de resíduos sólidos, estabelecidas pelas três
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de esferas governamentais – federal, estadual e municipal (confira ao fim
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. do item a relação das mais importantes leis específicas).

Também há nosso Código Civil – Lei 10.406 de 2002, que regula a questão da Na esfera federal, o Código das Águas, criado em 1932, foi o primeiro
poluição das águas, o artigo 1.291 determina que “o possuidor do imóvel superior decreto a abordar a preservação dos recursos hídricos do País. Ele
não poderá poluir as águas indispensáveis às primeiras necessidades da vida dos determina que “são expressamente proibidas construções capazes de
possuidores dos imóveis inferiores; as demais, que poluir, deverá recuperar, poluir ou inutilizar para o uso ordinário a água do poço ou nascente alheia
ressarcindo os danos que estes sofrerem, se não for possível a recuperação ou o a elas preexistentes”. Criada em 1997, foi criada a Lei 9.433/1997 ou
desvio do curso artificial das águas”. Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) que destaca a água como
um bem de domínio público, de interesse comum, cuja conservação é
Vale destacar o que muitos especialistas em Direito consideram: as legislações essencial.
sobre o meio ambiente devem, quando possível, ser unificadas para evitar a
multiplicidade de órgãos com capacidade de interferir, o que pode gerar menos
eficiência à fiscalização.

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NORMAS
e legislação para
Tratamento de
Efluentes
09

Normas e legislação para


Tratamento de Efluentes
Em termos específicos, o Brasil tem leis que regulam os limites e os
parâmetros para a emissão de efluentes no meio ambiente, assim como
para o manuseio e descarte de resíduos sólidos, estabelecidas pelas três
esferas governamentais – federal, estadual e municipal (confira ao fim do
item a relação das mais importantes leis específicas).

Na esfera federal, o Código das Águas, criado em 1932, foi o primeiro


decreto a abordar a preservação dos recursos hídricos do País. Ele
determina que “são expressamente proibidas construções capazes de
poluir ou inutilizar para o uso ordinário a água do poço ou nascente alheia a
elas preexistentes”. Criada em 1997, foi criada a Lei 9.433/1997 ou
Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) que destaca a água como um
bem de domínio público, de interesse comum, cuja conservação é
essencial.

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Conama
O Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) é o órgão ambiental Isso ocorre porque, se um Estado ou município adotar um parâmetro
brasileiro máximo e suas resoluções são soberanas sobre Estados e ambiental específico de forma mais restritiva, esse passa a valer para a
Municípios. região, independentemente do que esteja especificado no Conama.

Em 2011, foi empregada a resolução nº 430, que regulamenta e analisa “as Também no âmbito municipal, cada Secretaria do Meio Ambiente pode
condições e parâmetros, bem como as condições, padrões e diretrizes para estabelecer normas específicas para a cidade, mas esses são casos menos
gestão do lançamento de efluentes em corpos de águas receptores”. frequentes.

Essa resolução complementa a anterior, nº 357, de 17 de março de 2005, Estado de São Paulo
que “dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o
enquadramento dos corpos de águas superficiais, bem como estabelece as No Estado de São Paulo, desde 1976, está em vigor o decreto 8468/76, o
condições e padrões de lançamento de efluentes”. qual dispõe os parâmetros para a liberação de efluentes tratados nos rios
ou nas redes de esgoto com os artigos 18 e 19A.
Nos dispositivos legais, estão estabelecidos os limites máximos de
poluentes que podem estar presentes no efluente para que o descarte seja Dentro desse dispositivo legal, estão estabelecidos alguns limites, como o
considerado regular. máximo de poluentes permitidos no efluente.

Outros órgãos, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos É importante que a indústria conheça as leis e decretos para saber
Naturais Renováveis (IBAMA), também são fiscalizadores e têm normas e exatamente qual o seu tipo de efluente, qual o tipo de tratamento
resoluções que precisam ser obedecidas com relação a parâmetros necessário e como se enquadrar na legislação, tanto para saber quais são
permitidos de lançamentos de efluentes. seus direitos e deveres, quanto para obter o licenciamento ambiental e
evitar multas e penalizações.
Legislação nos Estados e Municípios

Apesar de o Conama ser o órgão máximo, a aplicabilidade de suas


resoluções depende de cada caso e de cada companhia de saneamento
estadual ou Secretaria de Meio Ambiente.

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Principais leis ambientais em vigor no País:

 Lei 6.938/1981 – Institui a Política e o  Lei 9.985/2000 – Institui o Sistema  Lei nº 11284/2006 – Lei de Gestão de
Sistema Nacional do Meio Ambiente. Nacional de Unidades de Conservação da Florestas Públicas. Normatiza o sistema de
Estipula, por exemplo, que o poluidor é Natureza. Tem como objetivo conservar gestão florestal em áreas públicas com a
obrigado a indenizar danos ambientais que variedades de espécies biológicas e recursos criação do órgão regulador (Serviço
causar, independentemente da culpa; genéticos, preservar e restaurar a Florestal Brasileiro) e do Fundo de
diversidade de ecossistemas naturais e Desenvolvimento Florestal;
 Lei 9.605/1998 – Lei dos Crimes promover o desenvolvimento sustentável a
Ambientais. Concede à sociedade, aos partir dos recursos naturais;  Lei 12.651/2012 – Novo Código Florestal
órgãos ambientais e ao Ministério Público Brasileiro. Revoga o Código Florestal
mecanismo para punir os infratores do meio  Lei 6.766/1979 – Lei do Parcelamento do Brasileiro de 1965 e define que a proteção do
ambiente, reordenando a legislação Solo Urbano. Define regras para meio ambiente natural é obrigação do
ambiental quanto às infrações e punições, loteamentos urbanos, proibidos em áreas de proprietário mediante a manutenção de
como, por exemplo, a possibilidade de preservação ecológicas, naquelas onde a espaços protegidos de propriedade privada,
penalização das pessoas jurídicas no caso de poluição representa perigo à saúde e em divididos entre Área de Preservação
ocorrência de crimes ambientais; terrenos alagadiços; Permanente (APP) e Reserva Legal (RL).

 Lei 7.347/1985 – Lei da Ação Civil Pública.  Lei 9.433/1997 – Lei de Recursos Hídricos.
Tr a t a d a a ç ã o c i v i l p ú b l i c a d e Institui a Política e o Sistema Nacional de
responsabilidades por danos causados ao Recursos Hídricos. Estabelece a água como
meio ambiente, ao consumidor e ao recurso natural limitado, dotado de valor
patrimônio artístico, turístico ou paisagístico, econômico, e prevê também a criação do
de responsabilidade do Ministério Público Sistema Nacional para a coleta, tratamento,
Brasileiro; armazenamento e recuperação de
informações sobre recursos hídricos e
fatores intervenientes em sua gestão;

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Armazenamento
A operação da coleta de resíduos depende do armazenamento apropriado, O local de armazenamento deve considerar a minimização dos riscos de
que deve ser compatível com a classificação, quantidade e volume dos contaminação, além de passar pela aprovação do órgão estadual de
resíduos, conforme determinados pela legislação. controle ambiental e, para cada tipo de resíduo, a legislação dispõe de
diversas regras considerando as características, a toxicidade e os riscos que
O armazenamento adequado reside em otimizar a operação, prevenir representam à saúde humana e ao meio ambiente.
acidentes, minimizar o impacto visual e olfativo, além de reduzir a
heterogeneidade dos resíduos e facilitar a realização da coleta.

Por isso, todos os equipamentos para acondicionar resíduos devem contar


com dispositivos que facilitem o seu deslocamento, sejam herméticos e
evitem o derramamento de líquidos ou exposição dos resíduos
propriamente.

Neste sentido, vale observar as diretrizes dadas pela norma técnica


ABNT NBR 11174:1990, que dispõe sobre o armazenamento de resíduos
classes II não inertes e classe III inertes. Também fixa as condições exigíveis
para obtenção das condições mínimas necessárias ao armazenamento de
resíduos classes II não inertes e III inertes, de forma a proteger a saúde
pública e o meio ambiente.

Segundo a norma, tais resíduos devem estar armazenados em local


apropriado, com a devida identificação, constando em local visível a sua
classificação.

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Principais leis e normas técnicas que tratam da questão do armazenamento:

 ABNT NBR 7500:2013 – Identificação para  ABNT NBR 12235:1992 – Armazenamento  ABNT NBR 17505-1:2013
o t ra n s p o r t e t e r re s t re , m a n u s e i o , de Resíduos Sólidos Perigosos –  Armazenamento de líquidos inflamáveis e
movimentação e armazenamento de Procedimento. Fixa as condições exigíveis combustíveis. Tem como objetivo geral
produtos. Estabelece a simbologia para o armazenamento de resíduos sólidos estabelecer os requisitos exigíveis para os
convencional e o seu dimensionamento perigosos de forma a proteger a saúde projetos de instalações de armazenamento,
para identificar produtos perigosos, a ser pública e o meio ambiente; manuseio e uso de líquidos inflamáveis e
aplicada nas unidades de transporte e nas combustíveis, incluindo os resíduos líquidos,
embalagens/volumes, a fim de indicar os contidos em tanques estacionários e/ou em
riscos e os cuidados a serem tomados no recipientes.
transporte terrestre, manuseio,
movimentação e armazenamento;

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Coleta e Transporte
O uso de transporte de efluentes se faz necessário para garantir que os Existe ainda a norma 13.221 da ABNT, que regulamenta o transporte
resíduos cheguem ao seu destino com segurança e essa operação requer terrestre de resíduos, definindo o procedimento adequado para
cuidado. encaminhar os efluentes coletados das empresas. Pela norma, que
abrange os resíduos que podem ser reciclados, reaproveitados e/ou
Os materiais transportados podem conter altas concentrações de reprocessados e determina sua periculosidade, o material deve seguir para
poluentes e o trabalho precisa ser realizado por empresas especializadas e locais e sistemas previamente autorizados pelo órgão de controle
que possuam licenças junto ao IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio ambiental competente.
Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) e INMETRO (Instituto Nacional
de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), entre outros órgãos de No Estado de São Paulo, a CETESB exige o acondicionamento e
controle. No caso do Estado de São Paulo, essa atividade também é passível armazenamento adequados dos materiais de acordo com as normas da
de licenciamento pela agência ambiental, a CETESB (Companhia ABNT 13.221 e expede licença, por documento de autorização: o
Ambiental do Estado de São Paulo). Certificado de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental – CADRI.

Para determinados tipos de efluentes, o órgão ambiental responsável exige É importante ressaltar que normas técnicas não são equivalentes a leis,
autorização prévia para o encaminhamento a locais de reprocessamento, nem têm, elas mesmas, valor legal. Como o CREA de Santa Catarina explica
armazenamento, tratamento ou disposição final. Em São Paulo, o órgão neste artigo, as normas técnicas são consolidadas por organizações como
responsável é a CETESB e o documento de autorização é chamado de a ABNT, uma instituição privada e reconhecida pelo governo do país como
CADRI (Certificado de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental). competente para estabelecer parâmetros de produção industrial (entre
diversos outros). A relação entre estes dois componentes regulatórios se
A legislação federal regulamenta o transporte de resíduos, por meio da estabelece uma vez que a força da lei obriga o cumprimento das normas
resolução nº 357, de 17 de março de 2005, do Conama, que estabelece para que haja controle do processo e, consequentemente, de seu resultado
condições para o lançamento de efluentes, e pela resolução nº 430, de 13 final, visando à preservação dos setores pertinentes da sociedade.
de maio de 2011, que complementa a anterior e classifica corpos de água.
Há também a resolução 420 da ANTT – Agência Nacional de Transportes
Terrestres – para transporte de produtos e resíduos perigosos.

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Outras leis e normas que tratam da questão do transporte são:

 Decreto 96.044, de 18/05/1988 –  Portaria 457, de 22/12/2008 – Aprovar o  ABNT NBR 7503:2015 – Transporte
Aprova o Regulamento para o Transporte Regulamento Técnico da Qualidade 5 – terrestre de produtos perigosos – Especifica
Rodoviário de Produtos Perigosos e dá I n s p e ç ã o d e Ve í c u l o s R o d o v i á r i o s as características e as dimensões para a
outras providências; Destinados ao Transporte de Produtos confecção da ficha de emergência e do
Perigosos; envelope para o transporte terrestre de
 Inmetro Portaria 71, de 29/02/2008 – p ro d u to s p e r i g o s o s , b e m co m o a s
Necessidade de esclarecer assuntos  ABNT NBR 7500:2013 – Identificação para instruções para o preenchimento da ficha e
relativos à implementação dos programas o t ra n s p o r t e t e r re s t re , m a n u s e i o , do envelope;
d e a v a l i a ç ã o d a c o n fo r m i d a d e d e movimentação e armazenamento de
embalagens e contentores intermediários produtos. Estabelece a simbologia  ABNT NBR 13221:2010 – Transporte
para granéis (IBC), utilizados no transporte convencional e o seu dimensionamento terrestre de resíduos. Especifica os
terrestre de produtos perigosos, e às para identificar produtos perigosos, a ser requisitos para o transporte terrestre de
definições de montador e usuário de aplicada nas unidades de transporte e nas resíduos, de modo a minimizar danos ao
embalagem; embalagens/volumes, a fim de indicar os meio ambiente e a proteger a saúde pública;
riscos e os cuidados a serem tomados no
 Inmetro Portaria 250, de 16/10/2006 – transporte terrestre, manuseio,  ABNT NBR 14619:2015 - Transporte
Institui, no âmbito do Sistema Brasileiro de movimentação e armazenamento; Terrestre de Produtos Perigosos –
Avaliação de Conformidade (SBAC), a Incompatibilidade Química. Estabelece os
certificação compulsória dos contentores  ABNT NBR 7501:2011 – Transporte critérios de incompatibilidade química a
intermediários para granéis (IBC), utilizados Terrestre de Produtos Perigosos – serem considerados no transporte terrestre
no transporte terrestre de produtos Terminologia. Define os termos empregados de produtos perigosos e incompatibilidade
perigosos; no transporte terrestre de produtos radiológica e nuclear no caso específico para
perigosos; os materiais radioativos (classe 7).

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Tratamento
A principal dificuldade técnica que as empresas enfrentam é a tratabilidade de 3. Define novos requisitos para declaração de carga poluidora de modo a
determinados efluentes, pois cada tipo de atividade-fim gera um tipo diferente não comprometer as metas estabelecidas no enquadramento do curso
de efluente líquido industrial. receptor;

Há legislação específica para regular o tratamento, como é o caso da resolução


4. Ajusta uma maior flexibilidade no uso da norma para atuação dos órgãos
CONAMA nº 430, de 13 de maio de 2011, que dispõe sobre os parâmetros,
de controle ambiental, permitindo inclusive em condições excepcionais e
condições, padrões e diretrizes para gestão do lançamento de efluentes em
de utilidade pública e com fundamentação técnica a autorização de
corpos de águas receptores.
lançamentos em condições e padrões em desacordo com a Resolução por
Os principais pontos de destaque da resolução complementar Nº 430 tempo determinado;
são:
5. Define e detalha os critérios de ecotoxicidade para efluentes a partir de
1. Detalha claramente a definição da aplicação da nova resolução para lançamento resultados de ensaios ecotoxicológicos, utilizando organismos aquáticos de
direto de efluentes; pelo menos dois níveis tróficos diferentes;

2. Inclui as seguintes definições: 6. Define as condições para lançamento de efluentes em emissários


I - Águas costeiras; VI - Efluente; submarinos;
II - Capacidade de suporte do corpo VII - Emissário Submarino;
receptor; VIII - Esgotos Sanitários; 7. Estabelece exigências mais rigorosas para a realização das coletas de
III - Concentração de Efeito Não IX - Fator de Toxicidade; amostras e ensaios laboratoriais de efluentes, esta última baseada na
Observado (CENO); X - Lançamento Direto; Resolução SMA n° 100, de 17/10/2013, que “Regulamenta as exigências para
IV - Concentração do Efluente no XI - Lançamento Indireto; os resultados analíticos, incluindo-se a amostragem, objeto de apreciação
Corpo Receptor (CECR), expressa XII - Nível Trófico; pelos órgãos integrantes do Sistema Estadual de Administração da
em porcentagem; XIII - Parâmetro de Qualidade do Qualidade Ambiental, Proteção, Controle e Desenvolvimento do Meio
V - Concentração Letal Mediana Efluente; Ambiente e Uso Adequado dos Recursos Naturais – SEAQUA”, conforme
(CL50) ou Concentração Efetiva XIV - Testes de Ecotoxicidade; seu próprio texto legal.
Mediana (Ce50); XV - Zona de Mistura.

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Normas da ABNT sobre o tratamento de efluentes Também as normas da CETESB, L1.022/1994, que dispõe sobre a utilização
de produtos biotecnológicos para tratamento de efluentes líquidos,
A NBR 13.969/97 dispõe sobre os tipos de sistemas complementares resíduos sólidos e recuperação de locais contaminados e L5.511/1984, que
para o tratamento de efluentes e aborda o reuso dos resíduos sólidos, define o tratamento biológico de efluentes industriais – coleta e
admitindo que muitas vezes ele é somente uma extensão do tratamento, preservação de amostras para determinação de oxigênio dissolvido (OD)
não sendo necessário investimento adicionais. em água.

A norma trata, ainda, da disposição final dos rejeitos, oferecendo


alternativas técnicas viáveis para que o tratamento seja mais eficiente e a
disposição final adequada, apontando quais os níveis prováveis de remoção
dos poluentes que os sistemas de tratamento de efluentes devem atender.

Já a NBR 7.229/93 faz referência detalhada ao projeto do tanque séptico,


incluindo cálculos e desenhos – a composição dos efluentes é variada; por
isso, é necessário garantir que os tanques sejam resistentes a elementos
corrosivos.

Estado de São Paulo

Em São Paulo, existem outras normas e leis referentes ao tratamento de


efluentes. Está em vigor o decreto 8.468/96, que trata do padrão de
emissão e de liberação dos rejeitos para a rede de esgoto e os rios.

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NORMAS
e legislação para
Resíduos Sólidos
Orgânicos
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Normas e legislação para Resíduos


Sólidos Orgânicos
Uma das consequências dos atuais padrões de vida tem sido a geração No âmbito da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos
crescente de resíduos sólidos. Estudos mostram que a quantidade de produtos, cabe ao titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de
resíduos aumenta com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). manejo de resíduos sólidos, observado, se houver, o plano municipal de
Nesse caso, o grande desafio para a sustentabilidade ambiental é gestão integrada de resíduos sólidos:
desvincular a geração de resíduos do crescimento econômico.
Segundo as definições de reciclagem e rejeitos da PNRS (Art. 3º, incisos XIV
A legislação do País tem se adequado a isso. A principal lei, neste sentido, é a e XV), conclui-se igualmente que processos que promovem a
Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), que prevê, no transformação de resíduos orgânicos e adubos e fertilizantes (como a
artigo 3, inciso XVII, a “responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida compostagem) também podem ser entendidos como processos de
dos produtos: conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos reciclagem. Sendo assim, resíduos orgânicos não devem ser considerados
fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos indiscriminadamente como rejeitos, e é necessário fazer esforços para a
consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de reciclagem, como parte das estratégias de gestão de resíduos em qualquer
manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e escala (domiciliar, comunitária, institucional, industrial, municipal...).
rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde
humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos
produtos”.

Já no artigo 36, inciso V, a lei discorre sobre a necessidade de implantação,


pelos titulares dos serviços, “de sistemas de compostagem para resíduos
sólidos orgânicos e articulação com os agentes econômicos e sociais
formas de utilização do composto produzido”.

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As principais leis aplicáveis aos resíduos sólidos Armazenamento para


orgânicos são:
Resíduos Sólidos
 Lei 12.305/2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos; O armazenamento correto dos resíduos traz benefícios diversos: agiliza o
processo de coleta, propicia segurança durante a manipulação, diminui
 Instrução Normativa GM nº 46/2011, do Ministério da Agricultura – custo com o transporte - possibilita coletas de quantidades maiores, evita
Estabelece o Regulamento Técnico para os Sistemas Orgânicos de acidentes e reduz desperdício – uma vez que muitos resíduos são
Produção Animal e Vegetal; reaproveitados e atendem à legislação ambiental.

 Resolução CONAMA n° 420/2009, que trata da qualidade do solo em Há diferentes tipos de armazenamento, que podem variar de tanques de
relação à presença de substâncias químicas, além das diretrizes para armazenamento, caixas de gordura, fossa séptica e sumidouro, entre
gestão ambiental pertinente a este tema; outros.

 Resolução CONAMA n°401/2008, traz referências específicas para As normas da ABNT 7229:1993 e ABNT NBR 11174:1990 definem
os limites de chumbo e cádmio para baterias e pilhas comercializadas parâmetros para o processo de armazenamento dos resíduos orgânicos.
em território nacional, bem como as regras de manuseio ambiental em
relação a este tipo de produto. Recebeu um adendo em 2010;

 NBR 12235 trata dos critérios e processos de armazenamento de


resíduos sólidos perigosos;

 NBR 11175 atua especificamente sobre os procedimentos para


incineração de resíduos perigosos.

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Coleta e Transporte
Assim como a armazenagem, a coleta e o transporte corretos são
fundamentais para que os resíduos orgânico possam passar por
tratamento e resultar em um fertilizante de boa qualidade e com valor
agregado.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) regula o transporte de


produtos e resíduos perigosos por meio da resolução 420/2004, que
também especifica a marcação e rotulagem dos veículos de acordo com a
natureza e características dos produtos ou resíduos transportados
(Capítulo 5.2. PG. 632). Já a NBR 13.221, da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), regulamenta o transporte terrestre de resíduos,
definindo o procedimento adequado para encaminhar os efluentes
coletados das empresas.

O Código de Trânsito Brasileiro estabelece normas de conduta,


infrações e penalidades para os diversos usuários do sistema viário
brasileiro para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de
carga ou descarga. Medidas e restrições de tráfego municipal como a
estabelecida na cidade de São Paulo, por exemplo, também devem ser
consideradas para que não haja passividade de penalidades, multas e
apreensão dos veículos.

A principal lei que rege todas as atividades que envolvem os resíduos


sólidos orgânicos é a Lei 12.305/2010 – Política Nacional de Resíduos
Sólidos.

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Tratamento
A Política Nacional de Resíduos Sólidos, em seu artigo 9°, determina que O biossólido produzido na compostagem tem ampla aplicação,
somente podem ser destinados à disposição final (aterros sanitários) os principalmente na agricultura, pois, além de ser rico em nitrogênio e
rejeitos, ou seja, só os resíduos que não podem ser reaproveitados. fósforo, principais nutrientes dos vegetais, aumenta as condições de
enraizamento das plantas e a capacidade de retenção de umidade.
No caso dos resíduos orgânicos, existem basicamente três tratamentos
mais comuns: a incineração, a biodigestão e a compostagem. A compostagem permite ainda que a transformação dos resíduos
orgânicos em fertilizante agrícola reverta-se em créditos para metas de
A incineração é, essencialmente, a queima controlada dos resíduos, ambientais e reciclagem, por exemplo.
processo que deve seguir a norma específica anteriormente citada para
evitar riscos físicos durante o processo em si, bem como a liberação de Entre várias normas e resoluções sobre tratamento
gases danosos ao ambiente.
de resíduos orgânicos, destacam-se:
A biodigestão é um processo anaeróbico de decomposição orgânica que
 Resolução CONAMA nº 358/2005, de 29 de abril de 2005 – Dispõe
tipicamente libera gás carbônico e metano, o qual pode ser reaproveitado
sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de
para a geração de energia. Este processo ocorre basicamente de duas
saúde e dá providências;
formas: biodigestores sem ou com automação e controle
(respectivamente, chamados de biodigestores indianos ou alemães).
 Resolução CONAMA nº 375/2006, de 2 de agosto de 2006 – Define
critérios e procedimentos para o uso agrícola de lodos de esgotos
Finalmente, a compostagem é entendida como a forma mais eficaz de se
gerados em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos
conseguir a biodegradação controlada dos resíduos e é o processo que faz
derivados, e dá outras providências.
uso de um princípio natural de decomposição da matéria orgânica na
presença de oxigênio. Trata-se de um processo biológico, no qual os
microrganismos, por meio da biodegradação, transformam resíduos
sólidos em um composto e todo o material de origem animal ou vegetal
pode entrar na produção desse composto – biossólido.

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Considerações finais Fale com a Tera


Como visto, o panorama legal e normativo deste tema é complexo e A Tera Ambiental é referência no tratamento de resíduos industriais,
vasto, e assim é por um bom motivo. O grau de risco para a natureza devidamente licenciada junto aos órgãos ambientais, que atua há mais
oferecido por efluentes e resíduos sólidos é alto e, se não forem de 15 anos no mercado, com custos acessíveis.
devidamente tratados, os prejuízos podem ser sentidos por décadas.
Cabe ao empresário, portanto, manter-se atualizado quanto às suas A operação de tratamento de efluentes e compostagem estão
responsabilidades, de modo que possa atuar não apenas de forma localizadas no município de Jundiaí (SP), servida por ampla malha
eficaz e lucrativa, mas ecologicamente responsável, deixando, assim, viária, o que propicia fácil acesso ao transporte dos resíduos.
um legado positivo em todas suas frentes de atuação.
Fale com a Tera para melhor entender sobre gestão de resíduos
e tratamento.

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