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Turma 186-11
Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo
1. Fatos e Atos
Esquema da aula:
Art. 112: Para a interpretação dos negócios jurídicos, deve-se considerar mais
do que apenas as palavras.
Boa-fé objetiva: Partes devem colaborar entre si, como um padrão de conduta
ético. Pode incidir não apenas na execução, mas também antes do contrato, ou
após ele. Existe, por exemplo, o dever de sigilo contratual, que deve seguir nas
fases pré e pós-contratual.
O principal exemplo é o direito à herança, pois uma vez que o ascendente morre,
os herdeiros não precisam declarar vontade para receber a herança. Além disso,
em outros casos, como em determinadas sessões legislativas, o silêncio pode
valer como voto (ex: todos que concordam permaneçam como estão).
5. Reserva Mental
Art. 110: a manifestação de vontade subsiste mesmo que o autor tenha uma
vontade diferente da manifestada, mas reservou essa vontade para si (fez
reserva mental).
A reserva mental ocorre, portanto, quando uma das partes não quer o efeito
jurídico que declara querer. Isso é realizado, no geral, para enganar a outra
parte.
Prof. Junqueira: ato pelo qual a lei ou o juiz consideram um negócio uqe
é nulo, anulável ou ineficaz como sendo de um tipo diferente do
efetivamente realizado, a fim de que, através desse artifício, ele seja
considerado válido e possam ser produzidos pelo menos alguns dos
efeitos manifestados pelas partes como queridos.
Prof. Francisco Amaral: Processo pelo qual um negócio jurídico pode
produzir efeitos de um negócio diverso.
Prof. Pontes de Miranda: Conversão é a transformação de um ato que
não reúne os elementos necessários para o fim que se destina, em outro
para o qual seja suficiente, desde que tenha os requisitos de substância e
forma previstos para esse novo ato e seja querida pelas partes, cientes da
inviabilidade do primeiro.
Art. 140 do BGB: se um negócio jurídico nulo contiver os requisitos de
outro negócio, esse último vale, desde que se entenda que a sua validade
seja querida pelas partes, embora conhecida a nulidade.
Espécies de conversão:
8. Responsabilidade Civil
A responsabilidade civil pode ser diferenciada entre a subjetiva, existente há
mais tempo na doutrina jurídica e a responsabilidade civil objetiva, fruto de
necessidades da vida civil moderna.
No campo objetivo situa-se a teoria do risco, que defende exatamente que cada
um deve responder pelo risco que seus atos trazem, ou seja, que quem realize
empreendimento portador de utilidade ou prazer, e lucre com ele, deve suportar
o risco que expor a outros.
9. Abuso de Direito
No início, é um exercício regular de direito, mas acaba por lesar outros.
Art. 187 do Código Civil - Também comete ato ilícito quem exerce um direito
e, ao exercê-lo, excede, manifestamente, os limites impostos pelo fim econômico
social, pela boa-fé e pelos bons costumes. Desse modo, não é necessário provar a
deliberação de malfazer.
Vale ressaltar que nos casos fortuitos de força maior e em fatos provocados por
terceiros estranhos ao empreendimento, não existe abuso de direito. O chamado
“fato da vítima”, ou seja, uma atitude realizada pela vítima que adequou o dano,
não pode ser considerado causa de exaurimento de abuso de direito, pois rompe
o nexo causal.