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CURSO ON-LINE – LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL –

TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ICMS-DF


PROFESSOR: ROGÉRIO RIBEIRO

AULA 0

HISTÓRIA E ORIGEM DA LODF, ORGANIZAÇÃO DOS PODERES E DO


DF E VALORES FUNDAMENTAIS.

Olá amigos!

É com grande entusiasmo que os convido a participar desse curso de Lei


Orgânica do Distrito Federal – LODF, voltado para o concurso de Auditor
Tributário da SEF/GDF. Com o nosso edital na praça, estamos lançando o curso
novamente, agora com o conteúdo delimitado.

Nos últimos anos, o concurso de Auditor Tributário do Distrito Federal tem sido
um dos mais aguardados. Em que pese vocação de cada um e a importância do
fisco distrital, um dos principais fatores para isto é, sem dúvidas, a boa
remuneração inicial do cargo, em especial com o próximo reajuste, de 8%,
aprovado para Janeiro/2011. O edital traz a atual remuneração, de R$ 16.863,98,
mas o quadro abaixo mostra, em vermelho, o objetivo a ser alcançado.

LEI Nº 4.355/2009 LEI Nº 4.470/2010


CARGO REESTRUTURA A CARREIRA REAJUSTES A PARTIR DE
CLASSE PADRÃO ÍNDICE VENCIMENTO 01/09/2010 01/01/2011
III 6,0289 R$ 16.592,14 R$ 17.753,59 R$ 19.173,87
AUDITOR
ÚNICA II 5,8367 R$ 16.063,18 R$ 17.187,60 R$ 18.562,61
TRIBUTÁRIO
I 5,7268 R$ 15.760,73 R$ 16.863,98 R$ 18.213,10
REFERÊNCIA (1,0000) R$ 2.752,10

Quanto à metodologia do nosso curso, a elaboração das aulas, bem como a


utilização do fórum, busca sempre a aproximação com o aluno, para que você se
sinta a vontade, confortável, para tirar suas dúvidas e me tenha como orientador,
ao seu lado.

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Sei que o seu maior problema é tempo, e por isso as aulas serão compostas pela
teoria, apresentando o conteúdo, por exercícios (sempre comentados), para
treinamento e consolidação, e ainda por um resumo ao final, permitindo uma
rápida revisão do assunto. Como as bancas examinadoras gostam de cobrar a
literalidade da LODF, a didática fica um pouco prejudicada, pois não posso
deixar de transcrever todo o texto original. Ainda assim, a aula não seguirá a
seqüência redacional da lei, mas sim uma seqüência lógica, mais adequada para
fins didáticos e de leitura mais agradável. Busco, dessa forma, facilitar sua
compreensão e fixação da matéria.

O estudo da Lei Orgânica do Distrito Federal tem grande correlação com


diversos tópicos do Direito Constitucional. Assim, sempre que oportuno,
relembrarei os pontos e teorias dessa e de outras disciplinas, de forma que você
se mantenha confortável no estudo das nossas aulas e não precise de materiais de
apoio.

O Fórum de dúvidas é uma ferramenta extremamente útil e importante, pois


permite o compartilhamento de informações, propiciando estreito contato entre
nós, e o conhecimento das dúvidas de todos os colegas.

O uso dos exercícios comentados é importante, pois a melhor forma de aprender


a fazer prova e perceber os pontos que os examinadores gostam de cobrar é com
questões de concursos.

Como a LODF não é um assunto facilmente esgotável com questões, já que é


cobrada apenas nos concursos do Distrito Federal, os exercícios apresentados não
serão exclusivamente da FUNIVERSA. Outro ponto importante é que a banca
não tem um histórico de concursos de alto nível, equivalentes ao ICMS/DF, e não
podemos nos basear apenas por questões de concursos menores.

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Os resumos ao final das aulas são importantes por permitirem uma rápida leitura
nos dias anteriores às provas, tornando a matéria fresca na memória e permitindo
um melhor resultado.

E para me apresentar, me chamo Rogério Ribeiro, sou engenheiro eletricista,


com ênfase em computação, formado pela Universidade Federal de Minas Gerais
– UFMG. Como podem perceber, após minha primeira graduação mudei
completamente o rumo da minha vida profissional, situação, aliás, bastante
comum no “mundo” dos concursos públicos.

Vi nos cargos públicos uma oportunidade de melhorar minha qualidade de vida,


inclusive financeira, num sistema meritocrático, onde passa quem estuda melhor.
Depois de muito quebrar a cabeça, e aprender com isso, hoje ocupo o cargo de
Auditor de Controle Interno do Governo do Distrito Federal, na especialidade
Planejamento e Orçamento e tenho alguma prática com concursos. Além deste
cargo também fui aprovado para Auditor no GDF na especialidade
Administração Financeira e Contábil, para Analista Administrativo da ANAC,
Analista de Controle Interno no TJDFT, Analista de Orçamento do MPU,
Analista do Banco Central, Analista de Planejamento e Orçamento do MPOG e
outros.

Atuando na Subsecretaria de Planejamento e Orçamento, e convivendo


diariamente com a elaboração dos projetos de LOA/LDO/PPA e créditos
adicionais do GDF, aproveito minha experiência para lecionar sobre a nossa Lei
Orgânica, pela lida direta com a Organização e Estrutura, Processo Legislativo e
Planejamento do DF.

O edital exige conhecimentos acerca da LODF dentro do Direito Constitucional e


do Tributário. Ainda assim, ao trazer os tópicos específicos, delimita o que
poderá ser objeto de cobrança na prova. Por isso nosso curso foi encurtado, para

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que estudemos apenas aqueles pontos que podem ser objeto de cobrança na
prova, nos termos do Edital.

• Aula 0 – HISTÓRIA E ORIGEM DA LODF, ORGANIZAÇÃO DOS


PODERES E DO DF E VALORES FUNDAMENTAIS.

• Aula 1 – OBJETIVOS PRIORITÁRIOS E DISPOSIÇÕES GERAIS DA


ORGANIZAÇÃO DO DF.

• Aula 2 – PRINCÍPIOS E OBRIGAÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO


PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL, SERVIÇOS PÚBLICOS E
SERVIDORES PÚBLICOS.

• Aula 3 – PODER EXECUTIVO: GOVERNADOR, VICE-


GOVERNADOR, SECRETÁRIOS DE ESTADO E CONSELHO DE
GOVERNO E ELEIÇÕES. FINANÇAS PÚBLICAS, PLANEJAMENTO
E ORÇAMENTO DO DISTRITO FEDERAL.

• Aula 4 – PODER LEGISLATIVO: CÂMARA LEGISLATIVA,


DEPUTADOS DISTRITAIS E PROCESSO LEGISLATIVO NO
DISTRITO FEDERAL E FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL E
FINANCEIRA: TRIBUNAL DE CONTAS DO DF.

• Aula 5 – ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA E SISTEMA


TRIBUTÁRIO DO DISTRITO FEDERAL.

Alguns poucos tópicos, como organização territorial e administrativa do DF, não


estão expressamente previstos no edital, mas são essenciais para a compreensão
dos demais assuntos. Em especial para os candidatos que não residem em
Brasília, que costumam ter alguma dificuldade em compreender a regionalização
do orçamento ou mesmo a competência tributária cumulativa, por não conhecer
como o DF se organiza. Com isso, um dos objetivos dessa aula demonstrativa é
nivelar todo mundo.

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Assim, nesta aula estudaremos um pouco da origem da Lei Orgânica do Distrito


Federal e introduziremos o assunto com a organização do Distrito Federal e seus
valores fundamentais.

NASCE UMA CIDADE


“Deste planalto central, desta solidão que em breve se
transformará em cérebro das altas decisões nacionais,
lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu
país e antevejo esta alvorada com fé inquebrantável e
uma confiança sem limites no seu grande destino.”
Juscelino Kubitschek, Brasília, 2 de outubro de 1956.

Histórico e Origem da Lei Orgânica do Distrito Federal

Mãos a obra pessoal! De início, vamos compreender a origem desta Lei Orgânica
que estudaremos. Vira e mexe as bancas colocam algumas questões cobrando
esse tipo de detalhe. Apesar da inauguração de Brasília em 21 de abril de 1960,
durante 26 anos os habitantes do DF não puderam eleger seus representantes
locais. Os primeiros deputados federais e senadores representantes do Distrito
Federal foram eleitos em 1986 para, assim, participar da formação da vontade
legislativa da União. Em 1990 o primeiro governador e os primeiros deputados
distritais foram eleitos, e a autonomia política tornou-se realidade em 1991, com
a instalação da Câmara Legislativa.

Dessa primeira legislatura nasce nosso objeto de estudo. Em 8 de junho de 1993


é promulgada a Lei Orgânica do Distrito Federal, “votada em dois turnos com
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara
Legislativa”, como requer a CF/88 em seu art. 32.

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Ocorre que o Distrito Federal tem natureza híbrida. O DF não se confunde


quer com um Estado-membro, quer com um Município, acolhendo
características de cada qual. Rege-se por uma lei orgânica, mas é colocado ao
lado dos Estados-membros quanto a várias competências tipicamente estaduais.

E aqui já nasce a primeira controvérsia!

O DF é dotado de poder constituinte derivado decorrente?

Este é o poder conferido pela Constituição Federal (e daí seu nome, pois deriva
do Constituinte Originário, aquele que elaborou nossa CF) aos Estados-membros
para que estes se auto-organizem por meio de suas respectivas Constituições
estaduais. Tal regra decorre do disposto na CF, art. 11 do ADCT: “Cada
Assembléia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a Constituição do
Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da Constituição Federal,
obedecidos os princípios desta”.

Resumindo: O poder constituinte derivado decorrente é conferido aos Estados, e


não aos Municípios. E como fica o DF, que não é nem um nem outro?

Para responder a nossa pergunta, a doutrina se divide em dois critérios adotados:


formal e material.

Formalmente, a CF diz que o DF é regido por uma Lei Orgânica, não uma
Constituição Estadual. E há uma regra “clássica” no Direito que diz que: se tem
nomes diferentes, são coisas diferentes!! Lembram quando eu disse que o poder
constituinte derivado decorrente vinha do que está no art. 11/ADCT da CF? Lá
fala em Constituição do Estado. Então, do ponto de vista formal, só exerce o
poder constituinte derivado decorrente quem elabora Constituição Estadual, e
não é o caso do DF.

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Materialmente (ou funcionalmente), tanto a doutrina quanto o STF já disseram


que a LODF tem natureza de verdadeira Constituição local. Isso porque a CF
confere ao DF autonomia política, administrativa e financeira típica dos Estados-
membros (cumulativamente às dos municípios). Em outras palavras, a LODF
trata da mesma matéria que uma Constituição Estadual, e por isso se equivalem.
A Lei Orgânica tem a mesma função de uma Constituição. Além de tratar das
competências típicas estaduais, a LODF se diferencia das demais leis orgânicas
(municipais) por sua derivação direta em relação à Constituição Federal. Já as
municipais possuem duplo grau de derivação (Constituição Federal e Estadual).
Por isso, autores como Pedro Lenza, Bernardo Gonçalves Fernandes e Dirley da
Cunha Júnior afirmam categoricamente que existe no Distrito Federal um
poder constituinte derivado decorrente, sendo a LODF uma verdadeira
Constituição no âmbito do DF.

Há inclusive um voto interessante do Ministro Ayres Britto na ADI 3.756, onde


afirma que o Distrito Federal está bem mais próximo da estruturação dos
Estados-membros que dos Municípios.

Critério O DF é dotado de poder constituinte derivado decorrente?

Formal Não

Material Sim

Adentrando um pouco mais no âmbito da Lei Orgânica do Distrito Federal


propriamente dita, atente ao que diz o preâmbulo:

“Sob a proteção de Deus, nós, Deputados Distritais, legítimos representantes do


povo do Distrito Federal, investidos de Poder Constituinte, respeitando os
preceitos da Constituição da República Federativa do Brasil, promulgamos a
presente Lei Orgânica, que constitui a Lei Fundamental do Distrito Federal, com

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o objetivo de organizar o exercício do poder, fortalecer as instituições


democráticas e os direitos da pessoa humana.”

Ainda, apesar de um texto sem valor normativo, o sitio eletrônico da Câmara


Legislativa do Distrito Federal informa que “O Distrito Federal ganhou sua
primeira constituição em 8 de junho de 1993. É a Lei Orgânica do Distrito
Federal, elaborada pelos 24 deputados distritais eleitos na primeira legislatura.”

Pessoal, parece complicado, mas não é! A questão da prova vai te dar uma dica
de qual critério a banca adota. Elas vão começar com textos do tipo “Do ponto de
vista material”, “Segundo a LODF”, “Está expresso na CF”, etc.

E se a questão não falar nada? Se não falar, como nossa matéria é LODF, vá
pelo que está no texto dela, no preâmbulo.

Atenção! Conforme o preâmbulo da LODF, o DF é dotado de poder


constituinte derivado decorrente!

Dito isso, vamos ao que mais nos interessa, que é como as bancas examinadoras
cobram o assunto, portanto, vamos resolver algumas questões:

1. (CESPE – TRF 1.a Região 2009 - Juiz Federal Substituto) Pelo critério
jurídico-formal, a manifestação do poder constituinte derivado decorrente
mantém-se adstrita à atuação dos estados-membros para a elaboração de suas
respectivas constituições, não se estendendo ao DF e aos municípios, que se
organizam mediante lei orgânica.

Percebeu a dica?? De cara a questão já fala qual critério utiliza. Pelo critério
jurídico-formal, leva-se em conta o instrumento, a forma, e não seu conteúdo.
Pedro Lenza utilizava (não usa mais) esse critério em edições passadas de seu
livro, e tudo indica que foi de lá que saiu essa questão. Vejam o que ele defendia:

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“Distrito Federal e Municípios regem-se por lei orgânica, que nada tem de
parecido (do ponto de vista formal) com a Constituição de um Estado (...) como
nos valemos do critério formal, só podemos admitir que a manifestação do poder
constituinte derivado decorrente é para a elaboração das Constituições dos
Estados-membro”.

Gabarito: CERTO

2. (CESPE – MPE-SE 2010 – Promotor de Justiça) É expressamente


previsto na CF que os Poderes Legislativos dos estados, do DF e dos municípios
devem elaborar suas constituições e leis orgânicas mediante manifestação do
poder constituinte derivado decorrente.

Outra vez! A dica da resposta está na própria questão! Antes de qualquer coisa, a
questão já estaria errada porque não podemos dizer que os municípios são
dotados de poder constituinte derivado decorrente. Mas pensando no DF, que é o
que nos interessa aqui, expressamente, a CF coloca para o DF uma Lei Orgânica,
de forma semelhante aos Municípios. Compare os artigos a seguir:

“Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que


adotarem, observados os princípios desta Constituição.

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da
Câmara Municipal...

Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por
lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e
aprovada por dois terços da Câmara Legislativa...”

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Veja como o texto da CF, nesse aspecto, aproxima o DF dos Municípios. Traz o
critério formal, enquanto é a doutrina e o STF que definem a equivalência
material da LODF com uma Constituição Estadual.

Gabarito: ERRADO

3. (CESPE – CLDF 2006) À luz da LODF, julgue os itens seguintes: O DF


rege-se por Lei Orgânica aprovada pelo Congresso Nacional.

Essa é bem tranqüila. Conforme vimos acima, a Lei Orgânica do Distrito Federal
foi promulgada no dia 8 de junho de 1993, “votada em dois turnos com
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara
Legislativa”.

Gabarito: ERRADO

4. (ESAF – TRF 2006 – TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA - adaptada) A


Lei Orgânica do Distrito Federal, embora tenha, segundo a doutrina, status de
Constituição Estadual, disporá sobre competências legislativas reservadas aos
municípios.

Pessoal, vejam como agora a banca utilizou o critério material, que, embora o
DF tenha uma Lei Orgânica, ela tem status de Constituição Estadual, pois
materialmente se equivalem. Só não podemos nos esquecer da natureza híbrida
do DF.

Na ADI 3.756, o Ministro Ayres Britto explica que o Distrito Federal é uma
unidade federativa de compostura singular, dado que desfruta de competências
que são próprias dos Estados e dos Municípios, cumulativamente. Portanto, a
LODF disporá sobre as competências legislativas reservadas aos Estados e
também aos Municípios. A questão fala das competências reservadas aos
Municípios, e em momento algum nega a existência das reservadas aos Estados.

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Cuidado com esse tipo de questão para não fazer uma leitura muito rápida. É
comum responderem o item pensando que ela afirma que a LODF disporá
apenas sobre as competências reservadas aos municípios, mas não é isso que a
questão diz.

Na verdade, o examinador cobrou “parte” do que consta na LODF: “Art. 14. Ao


Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos
Estados e Municípios, cabendo-lhe exercer, em seu território, todas as
competências que não lhe sejam vedadas pela Constituição Federal.”

Gabarito: CERTO

5. (CESPE – CEAJUR/SGA 2006 – Procurador de Assistência


Judiciária) O DF acumula competências legislativas atribuídas
constitucionalmente aos estados e municípios.

Exatamente o que acabamos de esclarecer. A questão cobra o art. 14 da LODF


que estudamos na resolução da questão anterior.

Gabarito: CERTO

6. (FUNIVERSA – SES/DF – 2006) Ao Distrito Federal são atribuídas as


competências legislativas reservadas somente aos Estados, cabendo-lhe exercer,
em seu território, todas as competências que não lhe sejam vedadas pela
Constituição Federal.

Novamente o mesmo tipo de cobrança. Ao DF são atribuídas as competências


legislativas reservadas aos Estados e Municípios.

Gabarito: ERRADO

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7. (ESAF – PGDF 2007.2 – Procurador do Distrito Federal – adaptado)


O Distrito Federal acumula as competências dos estados-membros e dos
municípios. Por outro lado, a Constituição atribui competência aos primeiros
para organizar seu próprio Poder Judiciário, na Constituição Estadual. Esta, no
caso do DF, corresponde à Lei Orgânica. Com base nessas premissas, seria
juridicamente válido que a LODF instituísse foro por prerrogativa de função, no
TJDFT, para os delegados de polícia civil.

Vamos aproveitar pra aprender!! Uma técnica importante para resolução de


questões em concursos públicos é entender aquilo que a banca examinadora te
ensina e aquilo que ela te pergunta. Repare que nos três primeiros períodos do
comando da questão o examinador não está questionando nada, e sim afirmando
sua posição. Tanto é que, ao finalmente chegar à pergunta, ele confirma: “Com
base nessas premissas ...” Assim, o que fica claro é que o examinador considera
a Lei Orgânica do DF como uma Constituição Estadual.

E para aproveitar a questão, vamos adiantar um pouco o assunto, e o que a


questão quer saber é se pode a LODF instituir foro por prerrogativa de função
para os delegados da polícia civil. Ainda que o cargo de delegado da polícia civil
do Distrito Federal fosse de sua competência, e não é (não se preocupe que daqui
a pouco detalharemos esse assunto), o Supremo Tribunal Federal já decidiu a
respeito.

A resposta é encontrada no julgamento da ADI 2587/GO, onde o Ministro Carlos


Britto explicou que a CF confere prerrogativa de foro especial às carreiras
equiparadas à judicatura: Ministério Público, Advocacia Pública e Defensoria
Pública, excluindo as demais. Mais ainda, Policia civil, Corpo de Bombeiro e
Policia Militar são instituições subordinadas hierarquicamente por definição na
própria CF. Então pessoal, conforme esse entendimento do STF, nenhuma
Constituição estadual (inclusive a LODF) pode instituir foro privilegiado para
quem ocupe o cargo de delegado da polícia civil.

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Gabarito: ERRADO

Ainda aproveitando o gancho da questão, vamos fechar o assunto! Não há


novidades na LODF quanto aos foros por prerrogativa de função. Os casos
previstos são apenas uma confirmação do que já era previsto na Constituição
Federal ou na Lei de Organização Judiciária do DF – Lei 11.697/2008, como
esquematizado no quadro comparativo abaixo. Atenção aos pontos polêmicos!!

CF/88: LODF:
Art. 105. Compete ao Superior Art. 103. Admitida acusação contra o
Tribunal de Justiça: Governador, por dois terços da
I - processar e julgar, originariamente: Câmara Legislativa, será ele submetido
a julgamento perante o Superior
a) nos crimes comuns, os Tribunal de Justiça, nas infrações
Governadores dos Estados e do penais comuns, ou perante a própria
Distrito Federal. Câmara Legislativa(*), nos crimes de
responsabilidade.
Lei 11.697/2008: LODF:
Art. 8º. Compete ao Tribunal de
Justiça:
I – processar e julgar originariamente:

a) nos crimes comuns e de Art. 107. Os Secretários de Estado(**)


responsabilidade, os Governadores serão, nos crimes comuns e nos de
dos Territórios, o Vice-Governador responsabilidade, processados e
do Distrito Federal e os Secretários julgados pelo Tribunal de Justiça do
dos Governos do Distrito Federal e Distrito Federal e Territórios,
dos Territórios, ressalvada a ressalvada a competência dos órgãos
competência da Justiça Eleitoral; judiciários federais.

b) nos crimes comuns, os Deputados Art. 61. Os Deputados Distritais são


Distritais, e nestes e nos de invioláveis, civil e penalmente, por
responsabilidade, os Juízes de Direito quaisquer de suas opiniões, palavras e

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do Distrito Federal e dos Territórios, votos.


os Juízes de Direito Substitutos do § 1º Os Deputados Distritais, desde a
Distrito Federal e dos Territórios, expedição do diploma, serão
ressalvada a competência da Justiça submetidos a julgamento perante o
Eleitoral; Tribunal de Justiça do Distrito
Federal e Territórios.
ATENÇÃO!
PONTOS POLÊMICOS

(*) Tramita no STF a ADI 3.466/DF, na qual se questiona a constitucionalidade


do julgamento do Governador pela CLDF nos crimes de responsabilidade. O
argumento se baseia na ADI 1.628/SC, quando o Supremo decidiu que “a
definição de crimes de responsabilidade e a regulamentação do processo e do
julgamento são de competência da União”, e que a regra a ser obedecida é
aquela contida na Lei 1079/50. Esta determina que o Governador seja julgado
por um “tribunal composto de cinco membros do Legislativo e de cinco
desembargadores sob a presidência do Presidente do Tribunal de Justiça
local”. Esse tribunal é conhecido como Tribunal Misto Especializado.

Até que o STF julgue a ação específica do DF, o dispositivo continua valendo
para a prova. Mas fique esperto porque a banca pode cobrar conhecimento da
questão, uma vez que há entendimento firmado na ADI 1.628/SC pela
inconstitucionalidade.

(**) Os Secretários de Estado também foram citados no Art. 101-A da LODF, e


nesse caso o dispositivo afirma que o julgamento, no crime de
responsabilidade, se dará perante a própria Câmara Legislativa.

“Art. 101-A. São crimes de responsabilidade os atos dos Secretários de


Estado, dos dirigentes e servidores da administração pública direta e indireta,
do Procurador-Geral, dos comandantes da Polícia Militar e do Corpo de
Bombeiros Militar e do Diretor-Geral da Polícia Civil que atentarem contra a
Constituição Federal, esta Lei Orgânica e, especialmente, contra:
I – a existência da União e do Distrito Federal;
II – o livre exercício dos Poderes Executivo e Legislativo e das outras

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autoridades constituídas;
III – o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV – a segurança interna do País e do Distrito Federal;
V – a probidade na administração;
VI – a lei orçamentária;
VII – o cumprimento das leis e decisões judiciais.
§ 1º A recusa em atender a convocação da Câmara Legislativa ou de qualquer
das suas Comissões constitui igualmente crime de responsabilidade.
§ 2º A Mesa Diretora, as Comissões Permanentes e os Deputados Distritais
poderão apresentar ao plenário denúncia solicitando a instauração de
processo por crime de responsabilidade contra qualquer das autoridades
elencadas no caput.
§ 3º Admitida a acusação constante da denúncia, por maioria absoluta dos
deputados distritais, será a autoridade julgada perante a própria Câmara
Legislativa.
§ 4º Após admitida a denúncia pela Câmara Legislativa a autoridade será
afastada imediatamente de seu cargo.
§ 5º Aos ex-governadores e aos ex-ocupantes dos cargos referidos no caput,
aplica-se o disposto no § 1º quando a convocação referir-se a atos praticados
no período de mandato ou gestão dos respectivos cargos.”

Nos crimes de responsabilidade,


Secretário de Estado é julgado no TJDFT ou na CLDF???

A compatibilização dos dispositivos pode ser feita com a simetria do art. 52, I,
CF/88. Ali, o Senado Federal julga os Ministros de Estado apenas nos crimes
de responsabilidade conexos com o do Presidente ou Vice.

Portanto, nos crimes de responsabilidade, os Secretários de Estado serão


julgados, em regra, pelo TJDFT. E nos casos conexos com o Governador,
pela CLDF, sem esquecer a questionável constitucionalidade que acabamos de
estudar.

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8. (CESPE – DFTRANS/DF – 2008) Compete ao Superior Tribunal de


Justiça processar e julgar o governador do DF nos crimes de responsabilidade.

Conforme a redação do Art. 103 da LODF, no caso de crime de


responsabilidade do Governador do DF, admitida a acusação por dois terços
da CLDF, será ele julgado perante a própria Câmara. Segundo o STF seria o
Tribunal Misto Especializado. Em todo caso, STJ só nos crimes comuns!!

Gabarito: ERRADO

9. (CESPE – TJDFT - 2008) Juliano, nomeado para o cargo de secretário do


governo do Distrito Federal (DF), foi acusado da prática de crime de porte ilegal
de arma. Nessa situação, a competência para processá-lo e julgá-lo é do Conselho
Especial do TJDFT.

De acordo com a redação do Art. 107 da LODF, os Secretários de Estado serão


julgados pelo TJDFT. Quanto à competência específica do Conselho Especial, é
matéria constante do Regimento Interno do TJDFT e não é nosso objeto de
estudo, mas está correto.

Gabarito: CERTO

10. (CESPE – PMDF – 2007) Marcos, deputado distrital, foi acusado da


prática de crime de sonegação fiscal pelo Ministério Público perante o Supremo
Tribunal Federal (STF). Nessa situação, é correto afirmar que Marcos tem foro
privilegiado e será submetido a julgamento perante o STF.

Conforme o Art. 61 da LODF, colocado no quadro esquemático, os Deputados


Distritais, desde a expedição do diploma, serão julgados pelo TJDFT.

Atenção! O momento é a diplomação perante a


justiça eleitoral, o que ocorre antes da posse!

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Gabarito: ERRADO

11. (CESPE – AGU 2006 – Advogado da União) O poder constituinte


derivado decorrente abrange os estados, para elaborarem suas constituições, e os
municípios, para elaborarem suas leis orgânicas.

Apenas para consolidar, a questão deixou o Distrito Federal de lado, e assim


evita controvérsias. Nunca é demais lembrar que os municípios não são dotados
de poder constituinte derivado decorrente.

Gabarito: ERRADO

Organização do Distrito Federal

Estudar LODF não é muito diferente de estudar nossa Constituição Federal.


Muitos artigos são “importados” do texto constitucional, apenas adaptados à
realidade local. Portanto uma boa técnica para um estudo mais esquematizado da
Lei Orgânica é sua comparação com a CF. Já que Direito Constitucional estará
presente, e com peso grande, nos concursos visados, se aprendermos o que há de
diferente na LODF, estaremos aptos a realizar uma boa prova.

Enquanto a soberania é uma característica da República Federativa do Brasil,


o Distrito Federal, enquanto parte da federação, é autônomo (autonomia PAF –
Política, Administrativa e Financeira). Isso significa uma tríplice capacidade:

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Auto-organização – É representada pela capacidade de reger-se por meio


de lei orgânica própria, votada em dois turnos com interstício mínimo
de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na CF.

Autogoverno – Atenção! Nesse ponto existem vários detalhes que


diferenciam o DF dos outros entes!! Capacidade de autogoverno
pressupõe o exercício de todas as funções, necessárias ao exercício de
seu poder, sem interferência externa. E aqui a autonomia é limitada. O
Distrito Federal possui Poder Executivo (elege Governador e Vice-
Governador), e Poder Legislativo, representado por sua Câmara
Legislativa (elege seus Deputados Distritais). Mas, embora seu Poder
Judiciário exista, o Distrito Federal não dispõe de “governo” sobre ele,
pois é organizado e mantido pela União, assim como o Ministério
Público e a Defensoria Pública. Também no âmbito do Poder
Executivo, a segurança pública (polícia civil, militar e corpo de
bombeiros), embora esteja subordinada ao Governador do DF, é
organizada e mantida pela União, que prestará assistência financeira
por meio de fundo próprio. Fundo este instituído pela Lei nº
10.633/2002, denominado Fundo Constitucional do Distrito Federal –
FCDF, de natureza contábil, com a finalidade de prover os recursos
necessários à organização e manutenção da polícia civil, da polícia
militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como
assistência financeira para execução de serviços públicos de saúde e
educação.

Dessa forma, servidores do TJDFT, MPDFT, Polícia Civil, Militar e


Corpo de Bombeiros do Distrito Federal são servidores federais.
Observe que não incluí aqui os Defensores Públicos por uma razão bem
peculiar. Apesar da existência da Lei Complementar nº 80/2004, que
organiza a Defensoria Pública da União, do Distrito Federal e dos

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Territórios, nunca foi implementada (não saiu do papel) a Defensoria


Pública do DF, apenas a da União. Sua função é exercida hoje pelo
Centro de Assistência Judiciária do Distrito Federal – CEAJUR/DF.
Embora se denomine de Defensoria Pública
(http://www.defensoria.df.gov.br/), bem como denomine seus servidores
de Defensores Públicos, são servidores distritais, mantidos pelo GDF. E
essa Defensoria não é, técnica e formalmente, aquela prevista na nossa
Constituição Federal, que deve ser mantida e organizada pela União.

CUIDADO! No caso da Defensoria Pública do DF,


a prática é diferente da teoria!
Vale para a prova: teoria!

Aproveito para abrir um parêntese e falar um pouco mais sobre a


Defensoria Pública do DF. A louvável atitude do GDF cumpre um de
seus objetivos prioritários, que é “garantir a prestação de assistência
jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos”.

Ainda, no ADCT da LODF, o art. 10 regulamenta a prestação de


assistência judiciária de forma temporária, enquanto a União não
implementar a Defensoria Pública do Distrito Federal e Territórios. Seus
parágrafos aproveitam para regulamentar, de forma breve, direitos,
deveres, garantias e vencimentos dos “Defensores Públicos” (em verdade
o cargo é denominado de Procurador de Assistência Judiciária), que
se equiparam aos dos Procuradores do Distrito Federal.

Recentemente foi editada no DF a Lei Complementar nº 828, de 26 de


julho de 2010, que regula a prestação de assistência jurídica pelo Distrito
Federal e dispõe sobre a organização de seu Centro de Assistência

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Judiciária – CEAJUR. Com essa lei a Defensoria Pública do Distrito


Federal recebeu autonomia funcional, administrativa e orçamentária.

“ADCT Art. 10. Compete ao Distrito Federal prestar assistência


judiciária aos necessitados, por intermédio do Centro de Assistência
Judiciária, enquanto não editada a lei complementar federal que
disponha sobre a Defensoria Pública do Distrito Federal...”

Repare que o texto do caput define a competência enquanto não fosse


editada a Lei Complementar Federal. Acontece que embora ela já tenha
sido editada (LC nº 80/2004), não saiu do papel no caso específico da
Defensoria Pública do DF e dos Territórios.

Para resumir um pouco melhor o que acontece, tramita no Congresso


Nacional a PEC nº 07/2008, que busca transferir da União para o Distrito
Federal as atribuições de organizar e manter a Defensoria Pública do
Distrito Federal e em sua justificação descreve:

“A Constituição da República de 1988 outorgou à União a competência


para organizar e manter a Defensoria Pública do Distrito Federal.
Contudo, materialmente, a União nunca exerceu essa competência.

Por outro lado, desde 1987 o Distrito Federal possui o Centro de


Assistência Judiciária – CEAJUR/DF, órgão distrital, que, desde então,
vem exercendo as funções da Defensoria Pública do Distrito Federal, e é
assim conhecido pela sociedade.

A presente proposta visa apenas adequar o Texto Constitucional à


realidade, transferindo da União para o Distrito Federal as atribuições
de organizar e manter a sua Defensoria Pública, à semelhança do que
ocorre em todos os Estados da Federação.”

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12. (CESPE – PGR/DF – 2004) Um dos órgãos da PGR-DF é a


Defensoria Pública do DF cuja competência é oferecer serviços de
advocacia aos necessitados.

Além do fato de serem os princípios institucionais da Defensoria Pública


sua unidade, indivisibilidade e a independência funcional, a
Procuradoria Geral do DF é um órgão do GDF, enquanto a Defensoria
Pública do DF é (ou, em tese, deveria ser) um órgão federal, mantido e
organizado pela União.

Gabarito: ERRADO

Retomando, isso tudo não quer dizer que o Distrito Federal não tenha
autogoverno, ou mesmo autonomia. Apenas significa que ela não é
plena, e sim limitada.

A autonomia do DF é parcialmente tutelada pela União!

Autoadministração – Reproduz o exercício das competências do ente


federado, sejam elas administrativas, legislativas ou tributárias. Nas
palavras de José Afonso da Silva, as competências são diversas
modalidades de poder de que se servem os órgãos ou entidades estatais
para realizar suas funções.

13. (CESPE – CLDF 2006) À luz da LODF, julgue os itens seguintes:

1) O Poder Judiciário e o Ministério Público do DF são organizados e


mantidos pelo GDF.

Conforme acabamos de ver, é de competência da União organizar e manter


o Poder Judiciário e o Ministério Público do DF e Territórios (TJDFT e

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MPDFT). Observe que a Lei Orgânica é silente quanto ao assunto, pois a


matéria é tratada na Constituição Federal, e mesmo assim a banca cobrou o
entendimento “À luz da LODF”.

Gabarito: ERRADO

2) O DF é uma unidade sem autonomia, pois não possui capacidade de auto-


organização, autogoverno e autoadministração.

Acabamos de estudar e detalhar exatamente essas três capacidades, que


representam a autonomia do Distrito Federal. Lembrem-se: Podemos afirmar
que a autonomia do DF é limitada, ou parcialmente tutelada pela União,
mas jamais afirmar que não possui autonomia. Até porque estaríamos
contrariando o expresso na CF/88: “Art. 18. A organização político-
administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos
desta Constituição.”

Gabarito: ERRADO

14. (TJDFT 2008 – Juiz de Direito Substituto) Assinale a alternativa


incorreta:
Segundo a Lei Orgânica do Distrito Federal, são Poderes do Distrito Federal,
independentes e harmônicos entre si:
(A) o Executivo e o Legislativo, sendo vedada a delegação de atribuições entre
os Poderes;
(B) o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, sendo vedada a delegação de
atribuições entre os Poderes;
(C) o cidadão, investido na função de um dos Poderes, não poderá exercer a de
outro, salvo as exceções previstas na Lei Orgânica;

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(D) cabe ao Poder Executivo a administração dos bens do Distrito Federal,


ressalvado à Câmara Legislativa administrar aqueles utilizados em seus serviços
e sob sua guarda.

Conforme estudamos acima, o Distrito Federal possui Poder Executivo e Poder


Legislativo. O Judiciário que atua no Distrito Federal é da União. Apenas com
essa informação seria possível resolver a questão, já que ela pede a alternativa
incorreta, e a letra “(B)” afirmaria que o Judiciário é um Poder do Distrito
Federal.

Aqui é possível perceber o que comentei na introdução desta aula: Questões que
apenas copiam o texto de artigos da LODF. Esta questão é facilmente resolvida
com a leitura do artigo 53:

“Art. 53. São Poderes do Distrito Federal, independentes e harmônicos entre si,
o Executivo e o Legislativo.

§ 1º É vedada a delegação de atribuições entre os Poderes.

§ 2º O cidadão, investido na função de um dos Poderes, não poderá exercera de


outro, salvo as exceções previstas nesta Lei Orgânica.”

Atenção! São Poderes do DF o Executivo e o Legislativo.


Poder Judiciário é da União.

A letra “(D)” é a literalidade do artigo 52, que entra no capítulo dos Bens do
Distrito Federal, que não é objeto do nosso edital, mas fica aqui transcrito para
conferência:

“Art. 52. Cabe ao Poder Executivo a administração dos bens do Distrito


Federal, ressalvado à Câmara Legislativa administrar aqueles utilizados em
seus serviços e sob sua guarda.”

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GABARITO: B

15. (FUNIVERSA – SES/DF – 2009) O art. 53 da Lei Orgânica do Distrito


Federal refere-se à harmonia entre os Poderes; sendo assim, é correto afirmar que
são Poderes do Distrito Federal, independentes e harmônicos entre si,

(A) o Executivo e o Judiciário

(B) o Legislativo e o Judiciário

(C) o Executivo e o Conselho Nacional de Justiça

(D) o Judiciário e a União

(E) o Executivo e o Legislativo

Nenhuma novidade mais que o Distrito Federal possui poderes Executivo e


Legislativo.

Gabarito: E

16. (CESPE – CLDF 2006) À luz da LODF, julgue os itens seguintes: O DF


já figurou como capital da União em constituições anteriores, porém, na
atualidade, a capital federal é Brasília.

Essa questão cobra, em verdade, um pouco de história do Distrito Federal, e não


conteúdo da atual Lei Orgânica do DF. O Distrito Federal surge com a
Constituição de 1891, que trouxe em seu corpo o seguinte texto: “Art. 2º - Cada
uma das antigas Províncias formará um Estado e o antigo Município Neutro
constituirá o Distrito Federal, continuando a ser a Capital da União, enquanto
não se der execução ao disposto no artigo seguinte.” Assim se manteve até a
Constituição de 1967, que dispunha: “Art. 2º - Distrito Federal é a Capital da
União”.

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O artigo seguinte a que se refere o artigo 2º da Constituição de 1891 é


exatamente a previsão da mudança da capital para o interior do país: “Art. 3º -
Fica pertencendo à União, no planalto central da República, uma zona de
14.400 quilômetros quadrados, que será oportunamente demarcada para nela
estabeIecer-se a futura Capital federal.”

Gabarito: CERTO

Conforme a LODF, “Art. 6º - Brasília, Capital da República Federativa do


Brasil, é a sede do governo do Distrito Federal”. Portanto, além de Capital do
país também é sede do GDF. Não só isso, Brasília é sede da Câmara Legislativa
do DF e do Tribunal de Contas do DF, conforme os artigos abaixo:

“Art. 55. A Câmara Legislativa do Distrito Federal tem sede em Brasília,


Capital da República Federativa do Brasil.

Parágrafo único. Poderá a Câmara Legislativa reunir-se temporariamente, em


qualquer local do Distrito Federal, por deliberação da maioria absoluta de seus
membros, sempre que houver motivo relevante e de conveniência pública ou em
virtude de acontecimento que impossibilite seu funcionamento na sede.

Art. 82. O Tribunal de Contas do Distrito Federal, integrado por sete


Conselheiros, tem sede na cidade de Brasília...”

Amigos, vamos analisar um pouco esses artigos! O recém citado parágrafo único
do art. 55 autoriza a CLDF a reunir-se, em caráter temporário, em qualquer local
do DF (e isso seria fora da sua sede, que é Brasília). Ora, claramente a LODF
distingue o Distrito Federal de Brasília. Enquanto o Distrito Federal é bem
definido e delimitado, há muitas dúvidas em relação ao que seria exatamente
Brasília. O que não resta dúvidas é que Brasília é “algo” menos abrangente que o
Distrito Federal. Se fosse diferente esse artigo da LODF não faria qualquer
sentido.

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Atenção! Não confunda Brasília com o Distrito Federal!

Ainda a esse respeito, a LODF traz uma definição “genérica”, que não esclarece
muito a questão: “Art. 8º O território do Distrito Federal compreende o espaço
físico-geográfico que se encontra sob seu domínio e jurisdição.”

17. (CESPE – CMBDF – 2007) O DF, sede do governo federal, tem a


natureza de autarquia territorial devido a sua autonomia parcialmente tutelada
pela União, materializada, principalmente, na competência da União de organizar
e manter seu Poder Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública.

O examinador buscou confundir a figura do Distrito Federal com a dos


Territórios, que possuem natureza autárquica. No mais, o DF tem sim sua
autonomia parcialmente tutelada pela União, materializada, principalmente, na
competência da União de organizar e manter seu Poder Judiciário, Ministério
Público e Defensoria Pública.

Gabarito: ERRADO

18. (FUNIVERSA – SES/DF – 2009) É sabido que a Câmara Legislativa tem


Sede em Brasília (DF), conforme prescrito no art. 55 da Lei Orgânica do Distrito
Federal; logo, é em Brasília que acontecem as deliberações. Entretanto, em
meados de 2007, a Câmara Legislativa reuniu-se fora de sua sede. Por força da
lei, é permitido que isso ocorra

(A) sempre em ocasiões especiais de datas comemorativas pelo voto da maioria


absoluta dos membros.

(B) sempre em ocasiões especiais de datas comemorativas pelo voto da maioria


simples dos membros.

(C) temporariamente, em qualquer local do DF, por deliberação da maioria


absoluta de seus membros, sempre que houver motivo relevante e de

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conveniência pública ou em virtude de acontecimentos que impossibilite seu


funcionamento na sede.

(D) temporariamente, em qualquer estado da Federação, por deliberação da


maioria absoluta de seus membros, sempre que houver motivo relevante e de
conveniência pública ou em virtude de acontecimentos que impossibilite seu
funcionamento na sede.

(E) temporariamente, em qualquer local do DF, por deliberação da maioria


simples de seus membros, sempre que houver motivo relevante e de
conveniência pública ou em virtude de acontecimentos que impossibilite seu
funcionamento na sede.

Como vimos, a resposta da questão se encontra no parágrafo único do próprio


Art. 55 que o enunciado da questão trata. A letra “C” traz a literalidade da norma:
“Poderá a Câmara Legislativa reunir-se temporariamente, em qualquer local
do Distrito Federal, por deliberação da maioria absoluta de seus membros,
sempre que houver motivo relevante e de conveniência pública ou em virtude de
acontecimento que impossibilite seu funcionamento na sede.”

Gabarito: C

“O Distrito Federal não tem capital, mas localiza-se em seu território a cidade
de Brasília, que é a Capital Federal da República Federativa do Brasil. Brasília
também é a sede do Governo do Distrito Federal e a sede da Região
Administrativa de Brasília - RA I.”

A descrição acima pode ser encontrada no sitio eletrônico da RA I, e se para você


ainda não faz muito sentido falar em Regiões Administrativas, fique tranqüilo.

Como o território do Distrito Federal não pode ser dividido em entes autônomos
da Federação (municípios) é dividido em Regiões Administrativas, que já foram
denominadas “cidades satélites” (Lei nº 3.751/1960). Para cada Região

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Administrativa há uma Administração Regional correspondente, que são órgãos


administrativos, responsáveis pela execução regionalizada das atividades da
Administração Direta do GDF. A cidade de Brasília não é um município, e sim
uma Região Administrativa.

No Capítulo do Orçamento, que será tratado em maiores detalhes nas próximas


aulas, a LODF deixa ainda mais clara a individualização de cada Administração
Regional como órgão e como Unidade Orçamentária: “Art. 148. Na
elaboração de seu orçamento, o Distrito Federal destinará anualmente às
Administrações Regionais recursos orçamentários em nível compatível, com
critério a ser definido em lei, prioritariamente para o atendimento de despesas
de custeio e de investimento, indispensáveis a sua gestão.
Parágrafo único. Para os fins preconizados no caput, as Regiões
Administrativas constituem-se individualmente em órgãos.”

Naturalmente, cada Administração Regional possui um Administrador, e a esse


respeito: “Art. 10. (...) § 1º A lei disporá sobre a participação popular no
processo de escolha do Administrador Regional. § 2º A remuneração dos
Administradores Regionais não poderá ser superior à fixada para os Secretários
de Estado do Distrito Federal.”

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Em recente julgamento (ADI 2558/DF), o STF entendeu constitucional o


disposto no §1º, Art. 10 da LODF, que fala sobre a participação popular no
processo de escolha do Administrador Regional. Foi questionado se uma eleição
para Administrador Regional constituiria uma equivalência à eleição de prefeitos,
um verdadeiro autogoverno, ou, em outras palavras, haveria uma
“municipalização” do Distrito Federal pela via indireta; e se não estaria sendo
usurpada a competência do Governador de escolher livremente seus servidores.
A decisão pela constitucionalidade baseou-se no fato de que o dispositivo ainda
não está regulamentado. Atualmente quem escolhe o Administrador Regional é
o Governador. A previsão da LODF é genérica, não dispõe se a participação
popular deve ter força obrigatória ou caráter consultivo. Não se sabe como será
regulamentada, ou mesmo se será regulamentada.

Atenção!

A organização dos Estados é diferente do DF!

Municípios Regiões Administrativas

Prefeitos Administradores Regionais

Eleição Escolha pelo Governador com


participação popular

Uma eventual regulamentação que institucionalize eleição direta, de forma


semelhante a pequenas prefeituras, ou municípios, provavelmente será
novamente questionada no STF. Mas qualquer questionamento em prova de
concurso deve se basear na decisão do STF. O dispositivo é constitucional.

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19. (CESPE – CLDF 2006 – Consultor Legislativo - adaptada) O DF pode


dividir-se em Municípios, do mesmo modo que acontece com os Estados e
Territórios.

Já vimos! É uma vedação constitucional: “O Distrito Federal, vedada sua


divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica”.

Gabarito: ERRADO

20. (CESPE – PGR/DF – 2004) Para que o Distrito Federal seja dividido em
municípios, é preciso uma lei complementar distrital que institua essa divisão e
que seja aprovada, mediante referendo, pela maioria da população do DF.

Mais uma vez, fiquem espertos! O DF não pode ser dividido em municípios, em
qualquer hipótese. A vedação é constitucional.

Gabarito: ERRADO

Retomando a discussão sobre a diferenciação de Brasília e do Distrito Federal, a


definição mais comum é que o Distrito Federal é o todo, enquanto Brasília
restringe-se à Região Administrativa I. No sitio eletrônico da RA I, pode-se
encontrar a definição (em termos territoriais) de Brasília:

“Brasília é formada pela Asa Norte, Asa Sul, Setor Militar Urbano, Setor de
Garagens e Oficinas, Setor de Indústrias Gráficas, Área de Camping, Eixo
Monumental, Esplanada dos Ministérios, Setor de Embaixadas Sul e Norte, Vila
Planalto, Granja do Torto, Vila Telebrasília, Setor de áreas Isoladas Norte e
sedia os três poderes da República: Executivo, Legislativo e Judiciário.”

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21. (CESPE – SGA/DF – 2005) A limitação geográfica do Distrito Federal


identifica suas regiões administrativas. As RA’s podem ser criadas por lei. No
início da construção da Capital, a cidade incorporou Brazlândia e Planaltina,
então municípios goianos. Em 1964 existiam apenas oito regiões administrativas.
Até 1969 o DF era administrado por uma prefeitura e somente em 1990 ocorreu a
primeira eleição para governador. Hoje já existem 29 cidades.

Sobre a situação apresentada e a Lei Orgânica do Distrito Federal julgue os itens


a seguir:

Atenção! “Cidade” tudo bem, “Município” NÃO!

OBS: A questão está um pouco defasada, pois atualmente são 30 Regiões


Administrativas. Atenção ao fato de que utilizar o termo “cidade” é bastante
comum, pois a própria legislação as denominava de “cidades–satélites”, termo
ainda muito utilizado localmente, apesar de seu uso estar diminuindo.

1. A Constituição Federal e a Lei Orgânica do DF mostram que existe diferença


entre o Distrito Federal e Brasília.

Essa não dá mais pra errar. Pode até não estar muito claro o que é Brasília, mas
você já tem a certeza de que Brasília está contida no DF, e é qualquer coisa
diferente!

Gabarito: CERTO

2. Para compor as regiões administrativas de pessoal, a norma aplicada ao


Distrito Federal dispõe que os cargos comissionados de Administrador Regional
e os demais cargos de cada regional devem ser preenchidos de acordo com a
conveniência política.

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Exceto os cargos comissionados, que são de livre provimento, o Governador não


pode, por conveniência polícia, preencher os demais cargos de cada RA. São
órgãos administrativos, e seu corpo técnico deve ser preenchido por servidores
de carreira, que prestaram concurso público.

Gabarito: ERRADO

3. A investidura em cargo público nas administrações regionais depende de


prévia aprovação em concurso público, no entanto, excepcionadas as nomeações
para os cargos em comissão, considerados de livre nomeação e exoneração pela
autoridade pública, estabelecendo-se que pelo menos 50% destes deverão ser
exercidos por servidores de carreira.

Este item adianta um ponto a ser tratado nas próximas aulas. De qualquer forma,
a questão está correta, pois é exatamente o que prevê o art. 19, V, da LODF.
Funções de confiança são exclusivas de servidor efetivo. E no caso dos cargos
em comissão, no mínimo 50% deles devem ser preenchidos por servidores
efetivos da carreira: “Art. 19. V – as funções de confiança, exercidas
exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e pelo menos
cinqüenta por cento dos cargos em comissão, a serem preenchidos por
servidores de carreira nos casos e condições previstos em lei, destinam-se
apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;”

Gabarito: CERTO

4. Poderá o governador do Distrito Federal avaliar a conveniência e a


oportunidade nas designações para os cargos de administrador regional, critérios
que não se submetem ao controle do Judiciário em nenhuma hipótese.

Os Administradores Regionais são cargos em comissão, conhecidos pela livre


nomeação e exoneração. Do Direito Administrativo importamos o conceito de
mérito do ato administrativo, onde reina a conveniência e oportunidade do

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administrador. Esses dois critérios não são sujeitos a análise do poder Judiciário,
enquanto estiverem dentro do limite da discricionariedade dado pela lei.

Gabarito: CERTO

22. (ESAF – CGU 2008 – Analista de Fiscalização e Controle – adaptada)


Relativo à organização político-administrativa da República Federativa do Brasil,
segundo as normas da Constituição de 1988, o Distrito Federal é chamado de
Brasília e com esse nome constitui a Capital Federal.

Pessoal, essa questão foi pra lá de polêmica! Embora pareça contrariar tudo que
aprendemos até aqui, o gabarito foi dado como correto, mesmo após a chuva de
recursos. A explicação que alguns procuram dar é que “popularmente”, o Distrito
Federal é chamado de Brasília, pois há realmente uma confusão ao diferenciar os
dois. E Brasília de fato é a Capital Federal. Essa é difícil engolir, já que em
provas de concursos público pressupomos a cobrança de conhecimento técnico, e
não popular. Deixando isso de lado, o importante mesmo é passar, e pra isso
precisamos aprender com as bancas, e apenas por essa razão resolvi registrar aqui
essa questão.

Gabarito: CERTO

Valores Fundamentais

Os primeiros artigos da Constituição Federal trazem os fundamentos, objetivos e


princípios que regem as relações internacionais da República Federativa do
Brasil. Vocês já devem imaginar, por razões lógicas, que não há princípios de
relações internacionais no Distrito Federal, mas, de forma simétrica, a LODF
apresenta os valores fundamentais e objetivos prioritários.

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Vamos começar pelos valores fundamentais. São basicamente os mesmos


enunciados na CF/88. A única diferença é que, enquanto a República detém
soberania, os entes federados detêm autonomia. O quadro comparativo a
seguir ajuda a memorizar, principalmente se você é daqueles que já tem o
“SoCiDiVaPlu” (mnemônico que ajuda a memorizar os fundamentos da
República) na cabeça.

CF/88: LODF:
Art. 1º A República Federativa do Art. 2º O Distrito Federal integra a
Brasil, formada pela união indissolúvel união indissolúvel da República
dos Estados e Municípios e do Distrito Federativa do Brasil e tem como
Federal, constitui-se em Estado valores fundamentais:
Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
I – a preservação de sua autonomia
I - a soberania; como unidade federativa;

II - a cidadania; II – a plena cidadania;

III - a dignidade da pessoa humana; III – a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e IV – os valores sociais do trabalho e


da livre iniciativa; da livre iniciativa;

V - o pluralismo político. V – o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana Parágrafo único. Ninguém será


do povo, que o exerce por meio de discriminado ou prejudicado em
representantes eleitos ou diretamente, razão de nascimento, idade, etnia, raça,
nos termos desta Constituição. cor, sexo, estado civil, trabalho rural
ou urbano, religião, convicções
políticas ou filosóficas, orientação
sexual, deficiência física, imunológica,
sensorial ou mental, por ter cumprido
pena, nem por qualquer particularidade
ou condição, observada a
Constituição Federal.

Uma vez que já detalhamos anteriormente o que seria exatamente a autonomia


do Distrito Federal enquanto unidade federativa, é importante tecer breves

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comentários a respeito dos demais valores fundamentais, de forma a não permitir


que o examinador nos pegue desprevenidos.

Quem descreve, a meu ver, de forma bastante esclarecedora esses valores


fundamentais é Bernardo Gonçalves Fernandes, e eu não poderia fazer melhor.
Por isso vou me limitar a transcrever, de forma sintética, suas colocações.

“Cidadania refere-se à participação política das pessoas na condução dos


negócios e interesses estatais. (...) Antes, ser cidadão era ter capacidade para
votar e ser votado (o que, diga-se, ainda é válido para a dogmática do direito
constitucional). Porém, hoje, compreende-se que a cidadania se expressa por
outras vias, além da política, se desenvolvendo também por meio dos direitos e
garantias fundamentais, ou da tutela dos direitos e interesses difusos.”

A dignidade da pessoa humana “... busca conciliar os princípios da igualdade


e da liberdade, afirmando duas dimensões da dignidade: 1ª) através do
reconhecimento da importância de cada projeto de vida individual; e 2ª) através
da proteção da autonomia individual na persecução desse projeto de vida.” O
autor cita ainda a afirmação de Luís Roberto Barroso: “O princípio da dignidade
da pessoa humana identifica um espaço de integridade moral a ser assegurado a
todas as pessoas por sua só existência no mundo. Relaciona-se tanto com a
liberdade e valores do espírito quanto com as condições materiais de
subsistência.”

“O valor social do trabalho impõe a abstenção do Estado no que concerne à


concessão de privilégios econômicos a uma pessoa ou grupo. Cada indivíduo
deve poder compreender que, com seu trabalho, ele está contribuindo para o
progresso da sociedade, recebendo a justa remuneração e condições razoáveis
de trabalho.”

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“A noção de livre iniciativa, por sua vez, está coligada à liberdade de empresa e
de contrato, como condição mestra do liberalismo econômico e do capitalismo.
(...) Todavia, o uso dessa liberdade não é absoluto”. Nas palavras da Min. Ellen
Gracie, “O princípio da livre iniciativa não pode ser invocado para afastar
regras de regulamentação do mercado e de defesa do consumidor.”

Quanto ao pluralismo político, considero mais objetiva a definição de Inocêncio


Mártires Coelho: “... falar em pluralismo político significa dizer que, respeitadas
as poucas restrições estabelecidas na própria Lei Fundamental (...), o indivíduo
é livre para se autodeterminar e levar a sua vida como bem lhe aprouver, imune
a intromissões de terceiros, sejam elas provenientes do Estado, por
tendencialmente invasor, ou mesmo de particulares.”

O parágrafo único do artigo 2º, transcrito no quadro anterior, representa o


princípio constitucional da não-discriminação. É um dos objetivos fundamentais
da República: “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. A diferença é que
a LODF detalha diversos tipos de discriminação, enquanto a CF é mais genérica
ao incluir “quaisquer outras formas”.

Destaquei a parte final, onde afirma que deve ser observada a Constituição
Federal, pois é ela (e só ela) quem pode discriminar. Essas discriminações são
“positivas”, e, no mais das vezes, possuem o objetivo de corrigir alguma
distorção social. Exemplo disso é a exigência, para aposentadoria, de 35 anos de
contribuição para homens e 30 para mulheres, ainda que vedada a discriminação
por sexo. Ou ainda a autorização constitucional para que lei reserve percentual
dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de necessidades
especiais.

23. (CESPE – CLDF 2006) A vedação de tratamento discriminatório em


razão de idade, etnia, cor, sexo, estado civil, religião, convicções políticas,

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orientação sexual, deficiência física, entre outros, não está expressa da LODF
porque já se encontra explícita na Constituição Federal.

Como acabamos de estudar, apesar de ter tratamento na Constituição Federal, a


LODF também positivou o princípio da não-discriminação no parágrafo único do
art. 2º, inclusive detalhando diversas formas de discriminação vedadas.

Gabarito: ERRADO

24. (CESPE – CLDF 2006) À luz da LODF, julgue os itens seguintes: Os


valores fundamentais que regem a organização do DF guardam paralelo com os
fundamentos do Estado Democrático de direito instituído pela Constituição
Federal brasileira.

Exatamente como acabamos de estudar. Guardam paralelo tão marcante que foi
inclusive minha dica como forma de estudo, pois a única diferença fica por um
deter soberania e outro autonomia. A questão ainda preserva a terminologia
utilizada por cada normativo: “valores fundamentais” na LODF e
“fundamentos” na CF/88.

Gabarito: CERTO

25. (FUNIVERSA – CAJE/DF – 2008) A respeito do tema “fundamentos da


organização dos Poderes e do Distrito Federal”, assinale a alternativa incorreta.

O Distrito Federal integra a união indissolúvel da República Federativa do Brasil


e tem como um de seus valores fundamentais:

(A) promover o bem de todos;

(B) o pluralismo político;

(C) a dignidade da pessoa humana;

(D) a plena cidadania;

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(E) a preservação de sua autonomia como unidade federativa.

O único dos itens que não consta como valor fundamental do Distrito Federal é
a letra “(A) promover o bem de todos;”. Trata-se na verdade de um dos objetivos
prioritários, que serão estudados na próxima aula. Nela, inclusive, ficará claro
como as bancas examinadoras gostam de misturar esses dois conceitos nas
provas de LODF.

Gabarito: A

26. (FUNIVERSA – SES/DF – 2006) O Distrito Federal integra a união


indissolúvel da República Federativa do Brasil e tem como valores fundamentais:
a preservação de sua autonomia como unidade federativa; a plena cidadania; a
dignidade da pessoa humana; os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
o pluralismo político. Ninguém será discriminado ou prejudicado em razão de
nascimento, idade, etnia, cor, sexo, estado civil, trabalho rural ou urbano,
religião, convicções políticas ou filosóficas, orientação sexual, deficiência física,
imunológica, sensorial ou mental, por ter cumprido pena, nem por qualquer
particularidade ou condição, observada a Constituição Federal.

É a redação literal da LODF, Art. 2º, inclusive seu parágrafo único. Espero que
você já tenha os cinco valores fundamentais do DF bem consolidados na cabeça,
pois é um assunto que aparece bastante nos concursos.

Gabarito: CERTO

That's all folks!

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Nossa aula demonstrativa fica por aqui. Seguindo o prometido, as próximas


páginas contêm o resumo esquematizado e a lista das questões comentadas nessa
aula. Espero que tenham gostado e sejam muito bem vindos ao nosso curso de
LODF!

Aguardo vocês na nossa próxima aula!

Abraço e bons estudos!

Rogério Ribeiro

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RESUMO

LODF

O Distrito Federal, rege-se por sua Lei Orgânica, promulgada em 8 de junho de


1993.
• votada em dois turnos
• interstício mínimo de dez dias
• aprovada por dois terços da Câmara Legislativa

Poder Constituinte Derivado Decorrente

Critério O DF é dotado?

Formal Não

Material Sim

Para a prova de LODF o DF é dotado de Poder Constituinte, atenção para o


fato de que em provas de Direito Constitucional o entendimento dependerá do
critério adotado no comando da questão.

Distrito Federal VS Brasília

Distrito Federal não tem capital, e Brasília é:


• Capital Federal
• Sede do Governo do DF
• Sede da CLDF
• Sede do TCDF
• Sede da Região Administrativa I

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Distrito Federal possui autonomia (auto-organização + autogoverno +


autoadministração) política, administrativa e financeira. Autonomia
parcialmente tutelada pela União.

Organização do Distrito Federal

Possui os Poderes Legislativo (Câmara Legislativa do DF, auxiliada pelo


Tribunal de Contas do DF) e Executivo.

O Poder Judiciário é organizado e mantido pela União. Assim como o


Ministério Público e a Defensoria Pública. (Lembrando que a Defensoria
Pública do DF e Territórios nunca foi implementada e o que existe hoje é o
CEAJUR, mantido e organizado pelo GDF).

Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar são organizados e


mantidos pela União, mas subordinam-se ao Governador do DF. São
custeados por recursos transferidos por meio do Fundo Constitucional do DF.

Valores Fundamentais

Guardam forte correlação com os fundamentos da República Federativa do


Brasil, onde a diferença fica apenas na soberania VS autonomia.

• autonomia
• cidadania
• dignidade da pessoa humana
• valores sociais do trabalho e da livre iniciativa
• pluralismo político

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Prerrogativa de foro

Governador
• crime comum: STJ
• crime responsabilidade: CLDF (inconstitucional????)

Vice-Governador
• crime comum: TJDFT
• crime responsabilidade: TJDFT

Secretário de Estado
• crime comum: TJDFT
• crime responsabilidade: TJDFT (CLDF, caso conexo com Governador)

Deputados Distritais
• crime comum: TJDFT (desde a expedição do diploma)
• quebra de decoro parlamentar: CLDF (parlamentar não comete crime de
responsabilidade)

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QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

1. (CESPE – TRF 1.a Região 2009 - Juiz Federal Substituto) Pelo critério
jurídico-formal, a manifestação do poder constituinte derivado decorrente
mantém-se adstrita à atuação dos estados-membros para a elaboração de suas
respectivas constituições, não se estendendo ao DF e aos municípios, que se
organizam mediante lei orgânica.

2. (CESPE – MPE-SE 2010 – Promotor de Justiça) É expressamente previsto


na CF que os Poderes Legislativos dos estados, do DF e dos municípios
devem elaborar suas constituições e leis orgânicas mediante manifestação do
poder constituinte derivado decorrente.

3. (CESPE – CLDF 2006) À luz da LODF, julgue os itens seguintes: O DF


rege-se por Lei Orgânica aprovada pelo Congresso Nacional.

4. (ESAF – TRF 2006 – TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA - adaptada) A Lei


Orgânica do Distrito Federal, embora tenha, segundo a doutrina, status de
Constituição Estadual, disporá sobre competências legislativas reservadas
aos municípios.

5. (CESPE – CEAJUR/SGA 2006 – Procurador de Assistência Judiciária)


O DF acumula competências legislativas atribuídas constitucionalmente aos
estados e municípios.

6. (FUNIVERSA – SES/DF – 2006) Ao Distrito Federal são atribuídas as


competências legislativas reservadas somente aos Estados, cabendo-lhe
exercer, em seu território, todas as competências que não lhe sejam vedadas
pela Constituição Federal.

7. (ESAF – PGDF 2007.2 – Procurador do Distrito Federal – adaptado) O


Distrito Federal acumula as competências dos estados-membros e dos
municípios. Por outro lado, a Constituição atribui competência aos primeiros

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para organizar seu próprio Poder Judiciário, na Constituição Estadual. Esta,


no caso do DF, corresponde à Lei Orgânica. Com base nessas premissas,
seria juridicamente válido que a LODF instituísse foro por prerrogativa de
função, no TJDFT, para os delegados de polícia civil.

8. (CESPE – DFTRANS/DF – 2008) Compete ao Superior Tribunal de Justiça


processar e julgar o governador do DF nos crimes de responsabilidade.

9. (CESPE – TJDFT - 2008) Juliano, nomeado para o cargo de secretário do


governo do Distrito Federal (DF), foi acusado da prática de crime de porte
ilegal de arma. Nessa situação, a competência para processá-lo e julgá-lo é
do Conselho Especial do TJDFT.

10. (CESPE – PMDF – 2007) Marcos, deputado distrital, foi acusado da prática
de crime de sonegação fiscal pelo Ministério Público perante o Supremo
Tribunal Federal (STF). Nessa situação, é correto afirmar que Marcos tem
foro privilegiado e será submetido a julgamento perante o STF.

11. (CESPE – AGU 2006 – Advogado da União) O poder constituinte derivado


decorrente abrange os estados, para elaborarem suas constituições, e os
municípios, para elaborarem suas leis orgânicas.

12. (CESPE – PGR/DF – 2004) Um dos órgãos da PRG-DF é a Defensoria


Pública do DF cuja competência é oferecer serviços de advocacia aos
necessitados.

13. (CESPE – CLDF 2006) À luz da LODF, julgue os itens seguintes:

1. O Poder Judiciário e o Ministério Público do DF são organizados e


mantidos pelo GDF.
2. O DF é uma unidade sem autonomia, pois não possui capacidade de
auto-organização, autogoverno e autoadministração.

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14. (TJDFT 2008 – Juiz de Direito Substituto) Assinale a alternativa


incorreta: Segundo a Lei Orgânica do Distrito Federal, são Poderes do
Distrito Federal, independentes e harmônicos entre si:
(A) o Executivo e o Legislativo, sendo vedada a delegação de atribuições
entre os Poderes;
(B) o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, sendo vedada a delegação de
atribuições entre os Poderes;
(C) o cidadão, investido na função de um dos Poderes, não poderá exercer a
de outro, salvo as exceções previstas na Lei Orgânica;
(D) cabe ao Poder Executivo a administração dos bens do Distrito Federal,
ressalvado à Câmara Legislativa administrar aqueles utilizados em seus
serviços e sob sua guarda.

15. (FUNIVERSA – SES/DF – 2009) O art. 53 da Lei Orgânica do Distrito


Federal refere-se à harmonia entre os Poderes; sendo assim, é correto afirmar
que são Poderes do Distrito Federal, independentes e harmônicos entre si,

(A) o Executivo e o Judiciário


(B) o Legislativo e o Judiciário
(C) o Executivo e o Conselho Nacional de Justiça
(D) o Judiciário e a União
(E) o Executivo e o Legislativo

16. (CESPE – CLDF 2006) À luz da LODF, julgue os itens seguintes: O DF já


figurou como capital da União em constituições anteriores, porém, na
atualidade, a capital federal é Brasília.

17. (CESPE – CMBDF – 2007) O DF, sede do governo federal, tem a natureza
de autarquia territorial devido a sua autonomia parcialmente tutelada pela
União, materializada, principalmente, na competência da União de organizar
e manter seu Poder Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública.

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18. (FUNIVERSA – SES/DF – 2009) É sabido que a Câmara Legislativa tem


Sede em Brasília (DF), conforme prescrito no art. 55 da Lei Orgânica do
Distrito Federal; logo, é em Brasília que acontecem as deliberações.
Entretanto, em meados de 2007, a Câmara Legislativa reuniu-se fora de sua
sede. Por força da lei, é permitido que isso ocorra
(A) sempre em ocasiões especiais de datas comemorativas pelo voto da
maioria absoluta dos membros.
(B) sempre em ocasiões especiais de datas comemorativas pelo voto da
maioria simples dos membros.
(C) temporariamente, em qualquer local do DF, por deliberação da maioria
absoluta de seus membros, sempre que houver motivo relevante e de
conveniência pública ou em virtude de acontecimentos que impossibilite seu
funcionamento na sede.
(D) temporariamente, em qualquer estado da Federação, por deliberação da
maioria absoluta de seus membros, sempre que houver motivo relevante e de
conveniência pública ou em virtude de acontecimentos que impossibilite seu
funcionamento na sede.
(E) temporariamente, em qualquer local do DF, por deliberação da maioria
simples de seus membros, sempre que houver motivo relevante e de
conveniência pública ou em virtude de acontecimentos que impossibilite seu
funcionamento na sede.

19. (CESPE – CLDF 2006 – Consultor Legislativo - adaptada) O DF pode


dividir-se em Municípios, do mesmo modo que acontece com os Estados e
Territórios.

20. (CESPE – PGR/DF – 2004) Para que o Distrito Federal seja dividido em
municípios, é preciso uma lei complementar distrital que institua essa divisão
e que seja aprovada, mediante referendo, pela maioria da população do DF.

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21. (CESPE – SGA/DF – 2005) A limitação geográfica do Distrito Federal


identifica suas regiões administrativas. As RA’s podem ser criadas por lei.
No início da construção da Capital, a cidade incorporou Brazlândia e
Planaltina, então municípios goianos. Em 1964 existiam apenas oito regiões
administrativas. Até 1969 o DF era administrado por uma prefeitura e
somente em 1990 ocorreu a primeira eleição para governador. Hoje já
existem 29 cidades.

Sobre a situação apresentada e a Lei Orgânica do Distrito Federal julgue os


itens a seguir:

1. A Constituição Federal e a Lei Orgânica do DF mostram que existe


diferença entre o Distrito Federal e Brasília.
2. Para compor as regiões administrativas de pessoal, a norma
aplicada ao Distrito Federal dispõe que os cargos comissionados de
Administrador Regional e os demais cargos de cada regional
devem ser preenchidos de acordo com a conveniência política.
3. A investidura em cargo público nas administrações regionais
depende de prévia aprovação em concurso público, no entanto,
excepcionadas as nomeações para os cargos em comissão,
considerados de livre nomeação e exoneração pela autoridade
pública, estabelecendo-se que pelo menos 50% destes deverão ser
exercidos por servidores de carreira.
4. Poderá o governador do Distrito Federal avaliar a conveniência e a
oportunidade nas designações para os cargos de administrador
regional, critérios que não se submetem ao controle do Judiciário
em nenhuma hipótese.
22. (ESAF – CGU 2008 – Analista de Fiscalização e Controle – adaptada)
Relativo à organização político-administrativa da República Federativa do
Brasil, segundo as normas da Constituição de 1988, o Distrito Federal é
chamado de Brasília e com esse nome constitui a Capital Federal.

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23. (CESPE – CLDF 2006) A vedação de tratamento discriminatório em razão


de idade, etnia, cor, sexo, estado civil, religião, convicções políticas,
orientação sexual, deficiência física, entre outros, não está expressa da LODF
porque já se encontra explícita na Constituição Federal.

24. (CESPE – CLDF 2006) À luz da LODF, julgue os itens seguintes: Os


valores fundamentais que regem a organização do DF guardam paralelo com
os fundamentos do Estado Democrático de direito instituído pela
Constituição Federal brasileira.

25. (FUNIVERSA – CAJE/DF – 2008) A respeito do tema “fundamentos da


organização dos Poderes e do Distrito Federal”, assinale a alternativa
incorreta.

O Distrito Federal integra a união indissolúvel da República Federativa do


Brasil e tem como um de seus valores fundamentais:

(A) promover o bem de todos;


(B) o pluralismo político;
(C) a dignidade da pessoa humana;
(D) a plena cidadania;
(E) a preservação de sua autonomia como unidade federativa.

26. (FUNIVERSA – SES/DF – 2006) O Distrito Federal integra a união


indissolúvel da República Federativa do Brasil e tem como valores
fundamentais: a preservação de sua autonomia como unidade federativa; a
plena cidadania; a dignidade da pessoa humana; os valores sociais do
trabalho e da livre iniciativa; o pluralismo político. Ninguém será
discriminado ou prejudicado em razão de nascimento, idade, etnia, cor, sexo,
estado civil, trabalho rural ou urbano, religião, convicções políticas ou
filosóficas, orientação sexual, deficiência física, imunológica, sensorial ou
mental, por ter cumprido pena, nem por qualquer particularidade ou
condição, observada a Constituição Federal.

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GABARITO

1. CERTO
2. ERRADO
3. ERRADO
4. CERTO
5. CERTO
6. ERRADO
7. ERRADO
8. ERRADO
9. CERTO
10. ERRADO
11. ERRADO
12. ERRADO
13. (CESPE – CLDF 2006)
1. ERRADO
2. ERRADO
14. B
15. E
16. CERTO
17. ERRADO
18. C
19. ERRADO
20. ERRADO
21. (CESPE – SGA/DF – 2005)
1. CERTO
2. ERRADO
3. CERTO
4. CERTO
22. CERTO
23. ERRADO
24. CERTO
25. A
26. CERTO

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BIBLIOGRAFIA

ADI 3.756, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 21-6-2007, Plenário, DJ de


19-10-2007.

CUNHA JR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional. 3. ed. Salvador,


JusPODIVM , 2009

FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 1. ed. Rio


de Janeiro, Lumens Juris, 2010.

GDF – Secretaria de Coordenação das Administrações Regionais – Projeto


Memória Volume I – 11ª Edição – Junho/2003.

HC nº 73.454, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 22-4-96, 2ª Turma, DJ


de 7-6-96.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 12. ed. São Paulo,


Saraiva, 2008.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 14. ed. São Paulo,


Saraiva, 2010.

MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo


Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 4. ed.,São Paulo, Saraiva, 2009.

RE 577.025, voto do Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 11-12-


2008, Plenário, DJE de 6-3-2009.

RE nº 349.686, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 14-6-05, 2ª Turma, DJ de


5-8-05

SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 22. ed. São
Paulo, Malheiros, 2002.

http://www.brasilia.df.gov.br/005/00502001.asp?ttCD_CHAVE=4060

http://www.brasilia.df.gov.br/005/00502001.asp?ttCD_CHAVE=4350

http://www.cl.df.gov.br/cldf/historia/lei-organica

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