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PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 11ª REGIÃO
Tribunal Pleno

PROCESSO nº 0000141-32.2016.5.11.0000 (MS)

Impetrante: CARLOS EDUARDO MONTEIRO DE OLIVEIRA

Advogado: Dr. Wagner Ricardo Ferreira Penha

Impetrada: PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 11ª REGIAO - Drª.


Maria das Graças Alecrim Marinho

RELATOR: LAIRTO JOSE VELOSO

MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO PARA


PROVIMENTO NO CARGO DE ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA
ADMINISTRATIVA - CONCURSO PÚBLICO - C074.

Considerando que o impetrante foi aprovado no referido concurso público


e por conta da desistência de vários candidatos com classificação anterior a
sua, bem como durante o prazo de validade do concurso outras vagas
foram surgindo em razão da aposentadoria de alguns servidores do TRT da
11ª Região, entendo caracterizado direito subjetivo do impetrante à
convocação, nomeação e posse, levando em conta inclusive teor do Ofício
Circular CSJT.GP.SG.CFIN n.º 9/2016, datado de 13.07.2016, o qual
autoriza a nomeação dos concursados a partir de setembro/2016. Assim,
concedo a segurança e como tal fica revogado o despacho que indeferiu a
liminar requerida.

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de Mandado de


Segurança, em que são partes, como impetrante, CARLOS EDUARDO MONTEIRO DE OLIVEIRA
e, como impetrada, PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 11ª
REGIAO.

Trata-se de Mandado de Segurança, Id.25aca75, com pedido de liminar,


impetrado em 28.03.2016 perante a 1ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado do Amazonas, sob n.º
1000176-38.2016.4.01.3200, por CARLOS EDUARDO MONTEIRO DE OLIVEIRA contra ato da
DESEMBARGADORA PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 11ª
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REGIÃO (Dra. Maria das Graças Alecrim Marinho), que indeferiu pedido de nomeação para o cargo
de Analista Judiciário - Área Administrativa. Relata haver sido aprovado em 23º lugar no Concurso
Público para o cargo de Analista Judiciário - Área Administrativa, onde concorreu a uma das vagas do
cadastro de reserva, para o Quadro Permanente de Pessoal do TRT da 11ª Região, conforme publicação
no Diário Oficial da União, do dia 28.02.2012, cujo concurso foi homologado pela Resolução
Administrativa n.º 044/2012, publicada em 30.03.2012, com prorrogação por mais 02 anos de acordo com
a Resolução Administrativa n.º 029/2014, publicada no Diário Oficial da União com prazo de validade até
30.03.2016. Afirma que a candidata classificada em 21º lugar do concurso, Sra. HELDA ANNE
LIBÓRIO DE QUEIROZ, tomou posse no cargo através do Ato nº 14 de 23 de fevereiro de 2016,
conforme publicação no Diário Oficial da União datado de 25.02.2016 (Id. a01cd8f). Por seu turno, o
candidato classificado em 22º lugar, Sr. JOSÉ ALBERTO SILVEIRA DE QUEIROZ encaminhou ao
TRT 11ª Região termo de desistência da vaga (Id. 85f8a7a). Neste caso o impetrante ficou na vez para a
devida nomeação, pois, de acordo com o Anexo II, pág.19, nota (3) do Edital do concurso, o cadastro de
reserva serviria para o preenchimento de vagas que surgissem ou fossem criadas, no prazo do concurso,
após o preenchimento das vagas anteriores à sua classificação. Afirma haver surgido vaga possibilitando
sua nomeação, em face da aposentadoria da servidora Vitória Régia Medeiros Dantas de Góes, Analista
Judiciário - Área Administrativa, conforme Resolução Administrativa nº 22, de 03/02/2016 (Id.e90552f
), publicada no D.O.U. de 12/02/2016. Diz que ciente dos fatos e preocupado com a proximidade do fim
da validade do concurso, ingressou com requerimento junto a esse Órgão pleiteando sua nomeação (
Id.4ee91d3), o qual foi indeferido pela autoridade impetrada, como se observa no E-Sap documento
principal n.º 501/2016, datado de 22.02.2016 (em anexo). Em razão do citado indeferimento, o impetrante
ingressa com o presente mandamus alegando a ilegalidade do ato. Aduz que o fumus boni iuris se traduz
no direito líquido e certo à nomeação e que o periculum in mora existe, pois poderá perder
definitivamente o seu direito líquido à nomeação e ingresso no Órgão, mesmo estando na qualidade de
aprovado e com vagas em aberto, uma vez que, ao expirar o prazo do concurso (em 30/03/2016), perde o
direito de requerer sua convocação e nomeação ao cargo. Requer a concessão de liminar, inaudita altera
pars, para que seja nomeado e empossado para o cargo de Analista Judiciário - Área Administrativa do
Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região. Deu à causa o valor de R$1.000,00.

Tendo em vista a Juíza da 1ª Vara Federal haver declinado de sua


competência em favor desta Justiça Especializada, conforme despacho de Id. f27eb8e - pág. 1, o processo
foi remetido para este TRT, tendo sido reautuado sob n.º MS 0000141-32.2016.5.11.0000, isto em
15.04.2016.

Considerando que o ato coator não foi anexado à petição inicial do


mandamus, foi exarado despacho através do Id. c2ea042 - Pág. 1, foi concedido prazo de 5 dias para que
o impetrante promovesse tal juntada, o que foi devidamente cumprido, conforme Id. 1b0bfb3- pág. 1/2.
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Em decisão de Id. 4ac550f, a liminar foi indeferida.

Não houve Agravo Regimental, certidão de Id. 29f703c.

A autoridade coatora não prestou informações, conforme certidão de Id.


44a6afe.

O Ministério Público do Trabalho, Id. c574581, se pronunciou apenas pelo


prosseguimento do feito, sem prejuízo de manifestações futuras.

É O RELATÓRIO.

VOTO

Conheço do mandamus porque atendidos os requisitos de admissibilidade.

Trata-se de Mandado de Segurança, Id.25aca75, com pedido de liminar,


impetrado em 28.03.2016 perante a 1ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado do Amazonas, sob n.º
1000176-38.2016.4.01.3200, por CARLOS EDUARDO MONTEIRO DE OLIVEIRA contra ato da
DESEMBARGADORA PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 11ª
REGIÃO (Dra. Maria das Graças Alecrim Marinho), que indeferiu pedido de nomeação para o cargo
de Analista Judiciário - Área Administrativa. Relata haver sido aprovado em 23º lugar no Concurso
Público para o cargo de Analista Judiciário - Área Administrativa, onde concorreu a uma das vagas do
cadastro de reserva, para o Quadro Permanente de Pessoal do TRT da 11ª Região, conforme publicação
no Diário Oficial da União, do dia 28.02.2012, cujo concurso foi homologado pela Resolução
Administrativa n.º 044/2012, publicada em 30.03.2012, com prorrogação por mais 02 anos de acordo com
a Resolução Administrativa n.º 029/2014, publicada no Diário Oficial da União com prazo de validade até
30.03.2016. Afirma que a candidata classificada em 21º lugar do concurso, Sra. HELDA ANNE
LIBÓRIO DE QUEIROZ, tomou posse no cargo através do Ato nº 14 de 23 de fevereiro de 2016,
conforme publicação no Diário Oficial da União datado de 25.02.2016 (Id. a01cd8f). Por seu turno, o
candidato classificado em 22º lugar, Sr. JOSÉ ALBERTO SILVEIRA DE QUEIROZ encaminhou ao
TRT 11ª Região termo de desistência da vaga (Id. 85f8a7a). Neste caso o impetrante ficou na vez para a
devida nomeação, pois, de acordo com o Anexo II, pág.19, nota (3) do Edital do concurso, o cadastro de
reserva serviria para o preenchimento de vagas que surgissem ou fossem criadas, no prazo do concurso,
após o preenchimento das vagas anteriores à sua classificação. Afirma haver surgido vaga possibilitando
sua nomeação, em face da aposentadoria da servidora Vitória Régia Medeiros Dantas de Góes, Analista
Judiciário - Área Administrativa, conforme Resolução Administrativa nº 22, de 03/02/2016 (Id.e90552f

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), publicada no D.O.U. de 12/02/2016. Diz que ciente dos fatos e preocupado com a proximidade do fim
da validade do concurso, ingressou com requerimento junto a esse Órgão pleiteando sua nomeação (
Id.4ee91d3), o qual foi indeferido pela autoridade impetrada, como se observa no E-Sap documento
principal n.º 501/2016, datado de 22.02.2016 (em anexo). Em razão do citado indeferimento, o impetrante
ingressa com o presente mandamus alegando a ilegalidade do ato. Aduz que o fumus boni iuris se traduz
no direito líquido e certo à nomeação e que o periculum in mora existe, pois poderá perder
definitivamente o seu direito líquido à nomeação e ingresso no Órgão, mesmo estando na qualidade de
aprovado e com vagas em aberto, uma vez que, ao expirar o prazo do concurso (em 30/03/2016), perde o
direito de requerer sua convocação e nomeação ao cargo. Requer a concessão de liminar, inaudita altera
pars, para que seja nomeado e empossado para o cargo de Analista Judiciário - Área Administrativa do
Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região.

Como visto anteriormente a liminar requerida foi indeferida (Id. 4ac550f),


com os seguintes fundamentos:

" PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 11ª REGIÃO

Gabinete da Vice Presidência

MS 0000141-32.2016.5.11.0000

IMPETRANTE: CARLOS EDUARDO MONTEIRO DE OLIVEIRA

IMPETRADO: PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO


TRABALHO DA 11ª REGIÃO

DECISÃO

Trata-se de Mandado de Segurança, Id.25aca75, com pedido de liminar,


impetrado por CARLOS EDUARDO MONTEIRO DE OLIVEIRA contra ato
da DESEMBARGADORA PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO
TRABALHO DA 11ª REGIÃO (Dra. Maria das Graças Alecrim Marinho),
que indeferiu pedido de nomeação para o cargo de Analista Judiciário - Área
Administrativa. Relata haver sido aprovado em 23º lugar no Concurso Público
para o cargo de Analista Judiciário - Área Administrativa, onde concorreu a
uma das vagas do cadastro de reserva, para o Quadro Permanente de Pessoal
do TRT da 11ª Região, conforme publicação no Diário Oficial da União, do
dia 28.02.2012, cujo concurso foi homologado pela Resolução Administrativa
n.º 044/2012, publicada em 30.03.2012, com prorrogação por mais 02 anos de
acordo com a Resolução Administrativa n.º 029/2014, publicada no Diário
Oficial da União com prazo de validade até 30.03.2016.

Afirma que a candidata classificada em 21º lugar do concurso, Sra. HELDA


ANNE LIBÓRIO DE QUEIROZ, tomou posse no cargo através do Ato nº 14
de 23 de fevereiro de 2016, conforme publicação no Diário Oficial da União
datado de 25.02.2016 (Id.a01cd8f). Por seu turno, o candidato classificado em
22º lugar, Sr. JOSÉ ALBERTO SILVEIRA DE QUEIROZ encaminhou ao
TRT 11ª Região termo de desistência da vaga (Id.85f8a7a).

Neste caso o impetrante ficou na vez para a devida nomeação, pois, de acordo
com o Anexo II, pág.19, nota (3) do Edital do concurso, o cadastro de reserva

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: LAIRTO JOSE VELOSO


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serviria para o preenchimento de vagas que surgissem ou fossem criadas, no
prazo do concurso, após o preenchimento das vagas anteriores à sua
classificação.

Afirma haver surgido vaga possibilitando sua nomeação, em face da


aposentadoria da servidora Vitória Régia Medeiros Dantas de Góes, Analista
Judiciário - Área Administrativa, conforme Resolução Administrativa nº 22,
de 03/02/2016 (Id.e90552f), publicada no D.O.U. de 12/02/2016.

Diz que ciente dos fatos e preocupado com a proximidade do fim da validade
do concurso, ingressou com requerimento junto a esse Órgão pleiteando sua
nomeação (Id.4ee91d3), o qual foi indeferido pela autoridade impetrada, como
se observa no E-Sap documento principal n.º 501/2016, datado de 22.02.2016
(em anexo).

Em razão do citado indeferimento, o impetrante ingressa com o presente


mandamus alegando a ilegalidade do ato.

Aduz que o fumus boni iuris se traduz no direito líquido e certo à nomeação e
que o periculum in mora existe, pois poderá perder definitivamente o seu
direito líquido à nomeação e ingresso no Órgão, mesmo estando na qualidade
de aprovado e com vagas em aberto, uma vez que, ao expirar o prazo do
concurso (em 30/03/2016), perde o direito de requerer sua convocação e
nomeação ao cargo.

Requer a concessão de liminar, inaudita altera pars, para que seja nomeado e
empossado para o cargo de Analista Judiciário - Área Administrativa do
Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região. Deu à causa o valor de
R$1.000,00.

Considerando que o ato coator não foi anexado à petição inicial do mandamus,
foi exarado despacho através do Id. c2ea042 - Pág. 1, concedendo prazo de 5
dias para que o impetrante promovesse tal juntada, o que foi devidamente
cumprido, conforme Id. 1b0bfb3 - pág. 1/2.

Analiso.

O Mandado de Segurança é o remédio constitucional para a proteção de


direito líquido e certo, violado por ato manifestamente ilegal ou abusivo de
autoridade, desde que não esteja amparado por habeas corpus ou habeas data.

É sabido que o seu objeto será sempre a correção de ato ou omissão de


autoridade, desde que ilegal e ofensivo de direito individual ou coletivo,
líquido e certo, do Impetrante. Aliás, a norma constitucional é expressa neste
sentido (art. 5º, LXIX).

Referida ação tem por finalidade apenas obter a sustação dos efeitos lesivos ao
direito líquido e certo do impetrante, ou seja, não é substitutivo do recurso
adequado a ser manuseado no momento processual próprio. Inadmissível
transferir o conteúdo da ação originária para o mandado de segurança. Todas
as questões, inclusive as incidentais, devem ser resolvidas no processo
principal que no caso seria a própria reclamação trabalhista.

Outrossim, para a concessão de liminar em sede de Mandado de Segurança


são necessários dois requisitos quais sejam, a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, os quais passo a
analisar a seguir.

In casu, entendo pelo descabimento, em sede de cognição sumária a concessão


da liminar requerida nos termos pretendidos, tendo em vista não vislumbrar,
no momento, a imprescindível presença da relevância dos fundamentos e o
risco de ineficácia da medida, caso esta venha a ser concedida a final.

Extrai-se do art. 7º, III, da Lei nº 12.016/2009, verbis:

"Art. 7º Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:


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[...]

III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver
fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da
medida, caso seja finalmente deferida , sendo facultado exigir do impetrante
caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à
pessoa jurídica."

Neste sentido encontram-se os seguintes precedentes do STJ:

CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE


SEGURANÇA. LIMINAR. CONCESSÃO. PRESSUPOSTOS. A concessão
de liminar em mandado de segurança pressupõe relevância de fundamentos,
conjugada, necessariamente, a risco de ineficácia da medida. Inteligência do
art. 7º, inc. III, da Lei n.º 12.016/09. HIPÓTESE DE NEGATIVA DE
SEGUIMENTO. (Agravo de Instrumento Nº 70050931013, Vigésima
Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Mara Larsen
Chechi, Julgado em 24/09/2012)

MANDADO DE SEGURANÇA. LIBERAÇÃO DE VEÍCULO.


CONTRAVENÇÃO PENAL. PERTURBAÇÃO DE SOSSEGO. A concessão
da medida liminar em mandado de segurança exige relevante fundamento de
direito e prova do risco de ineficácia da medida. Art. 7º, III, da Lei n.º
12.016/09. Hipótese em que não estão presentes os requisitos para o
deferimento da medida. Negado seguimento ao recurso. (Agravo de
Instrumento Nº 70049722945, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Maria Isabel de Azevedo Souza, Julgado em
25/07/2012)

No caso em análise, reitero, que não vislumbro perigo de ineficácia da


concessão da medida, caso esta venha a ser concedida a final, pois, não há
nenhum elemento nos autos que efetivamente demonstre a urgência da
medida, ou ainda, o prejuízo, na hipótese se ser concedida ao final, o que
certamente será objeto de análise quando da apreciação da segurança.

Por estas razões, considero ausentes os requisitos autorizadores à concessão da


medida liminar, pelo que a indefiro.

Comunique-se à autoridade impetrada, dando-lhe ciência desta decisão, bem


como solicitando à mesma que preste as informações de praxe, no prazo de 10
dias, na forma do art. 7º, I, da Lei 12.016/2009, bem como ao impetrante,
através do patrono, na forma do art. 23, §4º da Resolução nº 136/2014 do
CSJT.

Em seguida, com ou sem as informações da autoridade dita coatora,


encaminhem-se os autos ao Ministério Público do Trabalho para manifestação,
nos termos do art. 12 da Lei 12.016/2009.

Manaus, 25 de abril de 2016.

LAIRTO JOSÉ VELOSO

Desembargador Relator"

Como visto anteriormente não houve interposição de Agravo Regimental


contra o despacho que indeferiu a liminar, restando assim analisar o mérito do mandamus.

Esclareço, inicialmente, que no caso, não houve efetivamente um ato


coator a justificar a impetração do presente mandamus, mas mera alegação da ocorrência de ato omissivo
por parte da Administração Pública em nomear o impetrante ao cargo para o qual foi aprovado em
concurso público.
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Constata-se que a autoridade impetrada não prestou as informações
solicitadas na presente ação mandamental, o que em princípio resultaria desconhecimento das razões a
justificar a alegada omissão. Todavia, é de conhecimento deste Relator por se tratar de matéria idêntica ao
do Mandado de Segurança n.º 0000185-51.2016.5.11.0000, cuja impetrante é AMANDA KAROLINE
GAIA OLIVEIRA, que os motivos ensejadores a não nomeação do ora impetrante são os mesmos
apresentados pela autoridade impetrada no referido mandamus, verbis:

" ...

Nesse sentido, o Presidente do Conselho Superior da Justiça do Trabalho,


Ministro Antonio José de Barros Levenhagem, encaminhou o OFÍCIO CSJT.
GP.SG.CGPES Nº 01/2016, em anexo, confirmando que "publicada a Lei
Orçamentária Anual de 2016 (Lei nº 13.255, de 14 de janeiro de 2016),
constatouse que o mencionado Anexo V encontra-se sem indicação de
recursos para os órgãos da Justiça do Trabalho, ou seja, não há substrato para
nomeações que impliquem aumento de despesas da folha de pessoal",
solicitando, ao fim, que esta Presidente "se abstenha de proceder a novas
nomeações, até a conclusão do levantamento dos saldos remanescentes do
Anexo V da LOA de 2015 e ulterior deliberação deste Conselho".

Recentemente, o CSJT, por meio de seu atual Presidente, Ministro Ives


Gandra da Silva Martins Filho, expediu a Recomendação nº 19, de 7-4-2016,
dispondo no art. 1º que "Estão vedados, para o exercício de 2016, os
provimentos de cargos efetivos, cargos em comissão e funções comissionadas
que aumentem a despesa de pessoal, tendo em vista não haver autorização
específica no Anexo V da LOA de 2016". Em complementação, o art. 2º do
referido ato excepciona os cargos efetivos em vagas decorrentes de
exoneração, vacância por posse em outro cargo inacumulável, demissão e
falecimento sem instituição de pensão, ocorridos em 2016, tendo em vista a
desnecessidade de incremento da dotação orçamentária.

Chega-se a conclusão de que esta Presidência, em respeito ao

princípio constitucional da estrita legalidade a que se subordina a


Administração, encontra-se impossibilitada de deferir nomeações de cargos
vagos em decorrência de aposentadorias ou cargos de primeiro provimento,
visto não haver, no orçamento do Judiciário nacional, verbas para novas
despesas.

..."

Em verdade, a utilização da via mandamental para efeito de impugnação


da questionada omissão da Administração Pública em nomear o candidato aprovado em concurso público,
implica em algumas particularidades.

O mandado de segurança é ação constitucional, de natureza cível, prevista


no art. 5º, LXIX, da Constituição da República e na Lei 12.016/2009, visando a proteção de direito
líquido e certo lesado ou que sofra ameaça de lesão, em decorrência de ato de autoridade, praticado com
ilegalidade ou abuso de poder.

Entende-se por direito líquido e certo aquele demonstrado de plano, por


meio de provas pré-constituídas, tendo em vista que a estreita via do mandado de segurança não comporta
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dilação probatória.

Desse modo, pretendendo-se o reconhecimento do direito à nomeação pela


aprovação em concurso público pela via do mandado de segurança, necessário que seja o mencionado
direito demonstrado por prova pré-constituída, não se admitindo qualquer produção de prova durante o
procedimento.

Deve, portanto, ser claramente demonstrado que o ato ou omissão que se


pretende impugnar é ilegal ou abusivo, por ser estreita a via desta ação mandamental.

A primeira particularidade que se analisa é se porventura o impetrante


ingressou com a presente ação dentro do prazo de validade do concurso público, o que efetivamente
ocorreu, pois, o vencimento do certame iria até 30.03.2016 e a presente ação mandamental foi impetrada
em 28.03.2016 perante a 1ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado do Amazonas e em razão
daquele Juízo declinar de sua competência em favor desta Justiça Especializada (Id. f27eb8e - pág. 1), o
processo foi remetido para este TRT e reautuado sob n.º 0000141-32.2016.5.11.0000em 15.04.2016
(Id.25aca75).

Outra peculiaridade que merece destaque refere-se ao prazo para


impetração da ação mandamental. Nos termos do art. 23, da Lei 12.016/2009, a ação deve ser impetrada
no prazo decadencial de 120 dias, contados da ciência do ato impugnado, o que também ocorreu na
hipótese, razão pela qual o writ está sendo conhecido.

Ultrapassadas estas questões, observa-se que o impetrante pretende, diante


da perspectiva da estreita via do mandado de segurança, sua nomeação ao cargo de Analista Judiciário -
Área Administrativa, para o qual foi aprovado em concurso público para Provimento de Cargos Vagos do
Quadro Permanente de Pessoal deste Tribunal e Formação de Cadastro de Reserva, regido conforme
previsão no Edital nº 001/2011 (Id.78ad845 - pág. 1/30).

É sabido que a Administração Pública rege-se pelos princípios da


legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência, conforme disposto no capute incisos I a
IV do art. 37, da Constituição Federal, verbis:

"Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que


preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na
forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia


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em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a
natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos,


prorrogável uma vez, por igual período;

IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele


aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será
convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou
emprego, na carreira;"

Os candidatos aprovados em concurso público têm direito subjetivo à


nomeação para a posse que vier a ser dada nos cargos vagos existentes ou nos que vierem a vagar no
prazo de validade do concurso. A recusa da Administração em prover cargos vagos quando existentes
candidatos aprovados em concurso público deve ser motivada.

A controvérsia da demanda versa sobre a existência de direito adquirido


pelo impetrante à nomeação ao cargo para o qual foi aprovado em concurso público ou mera expectativa
de direito.

In casu, oimpetrante foi classificado em 23º lugar para o cargo de Analista


Judiciário - Área Administrativa no Concurso Público - C074, o qual possuía 35 vagas (Id.bfa22e4,
pág.19), conforme se extrai da lista de classificação juntada pela própria impetrante (Id. 85f8a7a -pág.
1/2).

Pois bem, seguindo a orientação estabelecida pelo Plenário do Supremo


Tribunal Federal no RE 837311, em repercussão geral, o direito subjetivo à nomeação somente exsurge
em três hipóteses: a) Quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital; b) Quando
houver preterição na nomeação por não observância da ordem de classificação (Súmula 15 do STF); c)
Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e
ocorrer a preterição de candidatos aprovados fora das vagas de forma arbitrária e imotivada por parte da
administração nos termos acima.

Nesse sentido, a seguinte jurisprudência:

"EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E


ADMINISTRATIVO. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. TEMA
784 DO PLENÁRIO VIRTUAL. CONTROVÉRSIA SOBRE O DIREITO
SUBJETIVO À NOMEAÇÃO DE CANDIDATOS APROVADOS ALÉM
DO NÚMERO DE VAGAS PREVISTAS NO EDITAL DE CONCURSO
PÚBLICO NO CASO DE SURGIMENTO DE NOVAS VAGAS DURANTE
O PRAZO DE VALIDADE DO CERTAME. MERA EXPECTATIVA DE
DIREITO À NOMEAÇÃO. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. SITUAÇÕES
EXCEPCIONAIS. IN CASU, A ABERTURA DE NOVO CONCURSO
PÚBLICO FOI ACOMPANHADA DA DEMONSTRAÇÃO INEQUÍVOCA
DA NECESSIDADE PREMENTE E INADIÁVEL DE PROVIMENTO DOS
CARGOS. INTERPRETAÇÃO DO ART. 37, IV, DA CONSTITUIÇÃO DA
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REPÚBLICA DE 1988. ARBÍTRIO. PRETERIÇÃO. CONVOLAÇÃO
EXCEPCIONAL DA MERA EXPECTATIVA EM DIREITO SUBJETIVO À
NOMEAÇÃO. PRINCÍPIOS DA EFICIÊNCIA, BOA-FÉ, MORALIDADE,
IMPESSOALIDADE E DA PROTEÇÃO DA CONFIANÇA. FORÇA
NORMATIVA DO CONCURSO PÚBLICO. INTERESSE DA
SOCIEDADE. RESPEITO À ORDEM DE APROVAÇÃO. ACÓRDÃO
RECORRIDO EM SINTONIA COM A TESE ORA DELIMITADA.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O
postulado do concurso público traduz-se na necessidade essencial de o Estado
conferir efetividade a diversos princípios constitucionais, corolários do merit
system, dentre eles o de que todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza (CRFB/88, art. 5º, caput). 2. O edital do concurso com
número específico de vagas, uma vez publicado, faz exsurgir um dever de
nomeação para a própria Administração e um direito à nomeação titularizado
pelo candidato aprovado dentro desse número de vagas. Precedente do
Plenário: RE 598.099 - RG, Relator Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJe
03-10-2011. 3. O Estado Democrático de Direito republicano impõe à
Administração Pública que exerça sua discricionariedade entrincheirada não,
apenas, pela sua avaliação unilateral a respeito da conveniência e
oportunidade de um ato, mas, sobretudo, pelos direitos fundamentais e demais
normas constitucionais em um ambiente de perene diálogo com a sociedade.
4. O Poder Judiciário não deve atuar como "Administrador Positivo", de modo
a aniquilar o espaço decisório de titularidade do administrador para decidir
sobre o que é melhor para a Administração: se a convocação dos últimos
colocados de concurso público na validade ou a dos primeiros aprovados em
um novo concurso. Essa escolha é legítima e, ressalvadas as hipóteses de
abuso, não encontra obstáculo em qualquer preceito constitucional. 5.
Consectariamente, é cediço que a Administração Pública possui
discricionariedade para, observadas as normas constitucionais, prover as vagas
da maneira que melhor convier para o interesse da coletividade, como verbi
gratia, ocorre quando, em função de razões orçamentárias, os cargos vagos só
possam ser providos em um futuro distante, ou, até mesmo, que sejam
extintos, na hipótese de restar caracterizado que não mais serão necessários. 6.
A publicação de novo edital de concurso público ou o surgimento de novas
vagas durante a validade de outro anteriormente realizado não caracteriza, por
si só, a necessidade de provimento imediato dos cargos. É que, a despeito da
vacância dos cargos e da publicação do novo edital durante a validade do
concurso, podem surgir circunstâncias e legítimas razões de interesse público
que justifiquem a inocorrência da nomeação no curto prazo, de modo a
obstaculizar eventual pretensão de reconhecimento do direito subjetivo à
nomeação dos aprovados em colocação além do número de vagas. Nesse
contexto, a Administração Pública detém a prerrogativa de realizar a escolha
entre a prorrogação de um concurso público que esteja na validade ou a
realização de novo certame. 7. A tese objetiva assentada em sede desta
repercussão geral é a de que o surgimento de novas vagas ou a abertura
de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade do
certame anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação dos
candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital, ressalvadas as
hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da
administração, caracterizadas por comportamento tácito ou expresso do
Poder Público capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do
aprovado durante o período de validade do certame, a ser demonstrada
de forma cabal pelo candidato. Assim, a discricionariedade da
Administração quanto à convocação de aprovados em concurso público
fica reduzida ao patamar zero (Ermessensreduzierung auf Null), fazendo
exsurgir o direito subjetivo à nomeação, verbi gratia, nas seguintes
hipóteses excepcionais: i) Quando a aprovação ocorrer dentro do número
de vagas dentro do edital (RE 598.099); ii) Quando houver preterição na
nomeação por não observância da ordem de classificação (Súmula 15 do
STF); iii) Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso
durante a validade do certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos
aprovados fora das vagas de forma arbitrária e imotivada por parte da
administração nos termos acima.8. In casu, reconhece-se, excepcionalmente,
o direito subjetivo à nomeação aos candidatos devidamente aprovados no
concurso público, pois houve, dentro da validade do processo seletivo e,
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também, logo após expirado o referido prazo, manifestações inequívocas da
Administração piauiense acerca da existência de vagas e, sobretudo, da
necessidade de chamamento de novos Defensores Públicos para o Estado. 9.
Recurso Extraordinário a que se nega provimento. (RE 837311, Relator(a):
Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 09/12/2015, PROCESSO
ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-072 DIVULG
15-04-2016 PUBLIC 18-04-2016)

No caso em comento, como dito anteriormente, o Edital de concurso


previa 35 vagas e o impetrante foi classificado em 23º lugar.

A candidata classificada em 21º lugar, Sra. HELDA ANNE LIBÓRIO DE


QUEIROZ, tomou posse no cargo através do Ato nº 14 de 23 de fevereiro de 2016, conforme publicação
no Diário Oficial da União datado de 25.02.2016 (Id. a01cd8f). Por seu turno, o candidato classificado
em 22º lugar, Sr. JOSÉ ALBERTO SILVEIRA DE QUEIROZ encaminhou ao TRT 11ª Região termo de
desistência da vaga (Id. 85f8a7a).

Em assim sendo, o ora impetrante ficou na vez para efeito de nomeação,


quando surgisse vaga, o que ocorreu em face da aposentadoria da servidora Vitória Régia Medeiros
Dantas de Góes, Analista Judiciário - Área Administrativa, conforme Resolução Administrativa nº 22,
de 03/02/2016 (Id.e90552f), publicada no D.O.U. de 12/02/2016.

Tomando conhecimento do fato, o impetrante ingressou com requerimento


junto à Administração pleiteando sua nomeação (Id.4ee91d3), porém, o seu pedido foi indeferido pela
autoridade impetrada visto não haver, no orçamento do Judiciário Nacional, verbas para a realização
de novas despesas.

Depreende-se no precedente do Supremo Tribunal Federal antes transcrito,


há direito subjetivo à nomeação do impetrante no prazo de validade do concurso, tendo em vista ocorrer
na hipótese o preenchimento de cargo já existente, a exemplo de vaga, entendendo-se, portanto, resultar
da própria necessidade de funcionamento da Administração Pública.

Como se isto não bastasse, através do Id. dfdab39 - pág. 1/3, o impetrante
juntou aos autos o Ofício Circular CSJT.GP.SG.CFIN n.º 9/2016, datado de 13.07.2016, autorizando o
provimento de cargos efetivos vagos, no âmbito deste Regional, isto a partir de setembro do ano corrente,
o que reforça sobremaneira o reconhecimento do direito líquido e certo do impetrante.

Em verdade, a não nomeação do impetrante caracterizaria desvio de poder


por parte da Administração, pois, se no primeiro momento o mesmo encontrava-se impossibilitado de
fazê-lo por conta da determinação imposta pelo CSJT em razão da falta de verba orçamentária, a partir do
citado Ofício Circular CSJT.GP.SG.CFIN n.º 9/2016, esta proibição deixou de existir e como tal o
impetrante adquiriu direito subjetivo à nomeação com preferência sobre qualquer outro candidato,
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restando afastada inclusive a conveniência e oportunidade do provimento do cargo, já que se trata de ato
vinculado, não se aplicando à hipótese o princípio da discricionariedade da Administração.

Logo, é de rigor reconhecer o direito do impetrante à nomeação e posse no


cargo de Analista Judiciário - Área Administrativa para o qual foi aprovado no Concurso Público - C074,
como consequência do seu direito líquido e certo diante da caracterização da necessidade de prestação do
serviço público, caso venha ser considerado apto no exame médico admissional.

Portanto, revogo o despacho de Id.4ac550f que indeferiu a liminar


requerida, tornando-o sem efeito e CONCEDO A SEGURANÇA determinando à Administração que no
prazo de 30 dias promova a nomeação e posse do impetrante no referido cargo, caso o mesmo torne-se
apto a partir do exame médico admissional.

Concedo gratuidade de justiça ao impetrante.

Ante o exposto, admito a Ação Mandamental, revogo o despacho que


indeferiu a liminar requerida e no mérito, CONCEDO A SEGURANÇA para determinar à autoridade
coatora que proceda, no prazo de 30 dias, à convocação e nomeação do impetrante no cargo de Analista
Judiciário - Área Administrativa, nos termos da fundamentação.

Participaram do julgamento os Exmos. Desembargadores do Trabalho e


Juiz Convocado: Presidente: ORMY DA CONCEIÇÃO DIAS BENTES; Relator: LAIRTO JOSÉ
VELOSO; SOLANGE MARIA SANTIAGO MORAIS, FRANCISCA RITA ALENCAR
ALBUQUERQUE, DAVID ALVES DE MELLO JÚNIOR, ELEONORA SAUNIER GONÇALVES,
AUDALIPHAL HILDEBRANDO DA SILVA, JORGE ALVARO MARQUES GUEDES, RUTH
BARBOSA SAMPAIO, JOSÉ DANTAS DE GÓES, ADILSON MACIEL DANTAS, Titular da 3ª Vara
do Trabalho de Manaus, convocado (art. 118 da LOMAN).

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Procuradora Regional: Exmª. Drª. FABÍOLA BESSA SALMITO LIMA,
Procuradora-Chefe da PRT da 11ª Região.

Obs: Desembargadoras MARIA DAS GRAÇAS ALECRIM MARINHO e


MARIA DE FÁTIMA NEVES LOPES - impedidas.

ISSO POSTO,

ACORDAM os Desembargadores do Trabalho do Tribunal Pleno do


Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região, por unanimidade de votos, admito a Ação Mandamental,
revogar o despacho que indeferiu a liminar requerida e, no mérito, conceder a segurança para determinar à
autoridade coatora que proceda, no prazo de 30 dias, à convocação e nomeação do impetrante no cargo de
Analista Judiciário - Área Administrativa, nos termos da fundamentação.

Sala de Sessões, Manaus, 14 de setembro de 2016

Assinado em 15 de setembro de 2016.

LAIRTO JOSÉ VELOSO


Desembargador Relator

VOTOS

Voto do(a) Des(a). AUDALIPHAL HILDEBRANDO DA SILVA

Acompanho o Exmo Relator

Voto do(a) Des(a). SOLANGE MARIA SANTIAGO MORAIS

Acompanho o voto do Desembargador Relator.

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