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PAPER 1/7

Proposta de Avaliação da Topologia, da Confiabilidade e da


Title
Sustentabilidade de Subestações Utilizando Teoria da Utilidade
Registration Nº: (Abstract)

Empresa o Entidad

Instituto Federal de Santa Catarina – IF-SC

Autores del Trabajo


Nombre País e-mail
André Armando de Oliveira Brasil oliveirandream@gmail.com

Everthon Taghori Sica Brasil sica@ifsc.edu.br

Marcus Vinicius Santana Brasil marcus.santana@cscenergia.com.br

C. Celso de Brasil Camargo Brasil brasilcamargo@gmail.com

Jorge Coelho Brasil jorge.coelho.labplan@gmail.com

Palabras Clave
Energia Renovável; Gerenciamento pelo Lado da Demanda; Microgeração

Resumen:

Nos últimos anos, a confiabilidade de equipamentos e de sistemas, os programas de gestão de


qualidade e a adoção de políticas de manutenção e substituição de equipamentos têm sido objetos de
grande importância para o setor de energia elétrica. Um tema vinculado a essas áreas é a
caracterização e a valoração dos diversos tipos de topologias de subestações. A confiabilidade dos
equipamentos de sistemas de energia elétrica e a escolha de políticas adequadas de manutenção são
dois assuntos com relevante importância para o setor de energia elétrica, com amplo reflexo na
operação do Sistema Interligado Nacional brasileiro. Para promover o melhoramento destes aspectos
é necessário, dentre outros, a caracterização da confiabilidade, dos custos de operação e da
sustentabilidade de subestações. Este artigo tem como objetivo apresentar um modelo e os métodos
que possibilitam avaliar a confiabilidade, os custos e a sustentabilidade das topologias de subestações.
Para tanto, são estudados as técnicas de modelagem multicriteriais e de confiabilidade de sistemas,
pautadas na Teoria da Utilidade. A implementação das funções utilidade multiatributo tem a vantagem
de possibilitar a avaliação explícita das alternativas por meio de funções e de serem robustas
matematicamente. Um problema multicritério obedece a uma forma canônica e hierárquica, em que
uma meta (ou um objetivo) pode ser otimizado por objetivos específicos que por sua vez são
quantificados por atributos ou critérios. Assim, um critério deve ser mensurável e, portanto,
caracterizado por uma escala cardinal e outra ordinal. Como resultado o artigo apresenta o modelo
multicriterial e uma proposta de índices de comparação entre os vários arranjos existentes e como
conclusão, a técnica multicriterial mais adequada a ser utilizada neste cenário.

1/7
Proposta de Avaliação da Topologia, da Confiabilidade
e da Sustentabilidade de Subestações Utilizando Teoria
da Utilidade
André Armando de Oliveira, C. Celso de Brasil Camargo, Everthon Taghori Sica, Jorge Coelho e
Marcus Vinicius Santana

que a recuperação rápida dos equipamentos tende a


Resumen—A confiabilidade de equipamentos e torná-la mais confiável. A avaliação da
de sistemas, os programas de gestão de qualidade e a confiabilidade é feita por meio da técnica dos cortes
adoção de políticas de manutenção e substituição de mínimos. Dessa forma, pode-se selecionar arranjos
equipamentos têm sido objetos de grande importância de barramentos em subestações e identificar os
para o setor de energia elétrica, com amplo reflexo na pontos mais críticos em relação à falha
operação do Sistema Interligado Nacional (SIN)
O Método dos Cortes Mínimos objetiva
brasileiro. Para promover o melhoramento destes
aspectos é necessário, dentre outros, a caracterização
avaliar a confiabilidade (Probabilidade de falha e
da confiabilidade, dos custos de operação e da probabilidade de sucesso) de sistemas complexos,
sustentabilidade de subestações. Este artigo tem como permitindo comparar diferentes arranjos de
objetivo apresentar um modelo e os métodos que subestações. Pretende-se, também, avaliar a ordem
possibilitam avaliar a confiabilidade, os custos e a de importância dos componentes dentro de cada
sustentabilidade das topologias de subestações. Para subestação [1].
tanto, são estudados as técnicas de modelagem O planejamento de uma subestação requer
multicriteriais e de confiabilidade de sistemas, avaliação prévia da confiabilidade dos diversos
pautadas na Teoria da Utilidade.
arranjos, ou seja como um parâmetro influencia na
escolha do melhor esquema, pois a confiabilidade de
Palabras clave— Confiabilidade; Teoria da Utilidade;
Manutenção. um componente é afetada pela sua posição dentro do
design estrutural [2].
Este artigo apresenta no item 2 um dos
1. INTRODUÇÃO métodos utilizados para avaliação da confiabilidade
de sistemas complexos: Cortes Mínimos através da
A confiabilidade de uma subestação está técnica da probabilidade condicionada. No item 3 é
diretamente relacionada com seus equipamentos, a utilizado o método da Importância Estrutural e
sua topologia e a gestão da manutenção. Quanto Incremento da Confiabilidade para selecionar os
maior forem as manobras realizadas pela subestação componentes principais do sistema que devem
sem a perda da continuidade do circuito e mais receber redundância paralela a fim de aumentar a
eficientes forem o planejamento e gestão da confiabilidade. Os itens seguintes 4 e 5, apresentam
manutenção maior será a sua confiabilidade. os Procedimentos para Análise de Arranjos de
O aumento da confiabilidade individual dos Subestações e Avaliação de Arranjos de Subestações
componentes tem uma contribuição efetiva na utilizando Função de Utilidade, respectivamente. Por
melhoria do desempenho da subestação, uma vez fim o item 6 contém as conclusões de acordo com o
trabalho realizado.
Este artigo é parte de um projeto de P&D intitulado
“Redução da indisponibilidade operativa de grandes
equipamentos de usinas geradoras visando à manutenção 2. MÉTODO DOS CORTES MINÍMOS
ótima e considerando as topologias das subestações” Para promover a avaliação da confiabilidade
financiado pelas empresas Energética Barra Grande (BAESA)
e Campos Novos Energia (ENERCAN). O projeto faz parte
por meio da técnica dos cortes mínimos [3-5],
do Programa de P&D da Agência Nacional de Energia aplica-se a técnica da probabilidade condicionada.
Elétrica brasileira (ANEEL). Esta técnica pode ser utilizada em sistemas simples
Os autores C. Celso de Brasil Camargo e Jorge ou complexos. A análise da confiabilidade dos
Coelho estão vinculados à SEEnergia, Serviços componentes é fundamental em estudos desse tipo,
Especializados de Engenharia. O autor Marcus Vinicius
pois a contribuição de cada tipo de equipamento
Santana está vinculado CSC Energia, Central de Serviços
Compartilhados – BAESA e ENERCAN. para o desempenho do sistema pode variar de acordo
Os autores André Armando de Oliveira e Everthon com o arranjo estrutural.
Taghori Sica (sica@ifsc.edu.br) são vinculados ao Instituto A confiabilidade global do sistema, R, pode
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina ser relacionada com a confiabilidade de cada
(IFSC) no Departamento Acadêmico de Eletrotécnica, Av. componente Ri através da seguinte expressão (1):
Mauro Ramos, 950. Florianópolis, SC-Brasil, 88020-300,
Fone +55 48 32210570, Fax +55 48 32241500.

1
R = h[ R1 , R2 ,..., Rn ] (1) Isto significa que na expressão de
indisponibilidade (Q), muitas intersecções podem
Pode-se analisar qualquer sistema que seja aparecer, se um componente é comum a mais de um
representado em forma de grafo, associando-se cada corte. Neste trabalho são considerados somente
componente a um ramo. A partir do grafo se obtém cortes até 3a. ordem e a as intersecções são
uma matriz de caminhos possíveis, analisando-se consideradas até a combinação de três elementos
todos os conjuntos de componentes que estabeleçam P(A∩B∩C) . Para dados com falibilidade menor do
ligação direta entre carga e fonte. Dessa forma, são que 5%, pode-se usar também o método
estabelecidos os cortes que interrompem os aproximado, desconsiderando todas intersecções:
caminhos encontrados. Os cortes podem ser:
• Corte de 1a. ordem - composto por um ( )
Q = P (C 1 ) + P (C 2 ) + P C 3 + ...P (C m )
único elemento que, se falhado, interrompe
ou (4)
o caminho entre a carga e a fonte;
• Cortes de 2a., 3a., ... ordem - se ao menos
um dos componentes do corte está em
Q= ∑ P (C ) i

operação, a estrutura estará em estado de No atual contexto, entende-se a contribuição


não-falha. de um componente para as falhas ou para a
Desse modo, pode-se concluir que os disponibilidade da subestação como sua importância
componentes de um corte mínimo estão em paralelo, [4]. Desse modo, a modelagem de cada um dos
visto que todos os elementos devem falhar para componentes é função do arranjo da estrutura de
causar a falha do sistema. Por outro lado, o sistema cada subestação (SE). Após a avaliação, cada tipo de
falha se qualquer um dos cortes ocorrer, assim cada SE pode ser ordenada de acordo com a importância
corte está em série com os outros cortes. A dos componentes em relação a sua estrutura.
confiabilidade de um sistema complexo se torna uma Inicialmente, a avaliação da importância de cada
sucessão de sistema em série e em paralelo. componente é feita calculando-se a confiabilidade
A seguir apresentamos a aplicação dos cortes do sistema com e sem a presença deste componente,
mínimos para o sistema representado pelo grafo da o que pode ser entendido como uma medida de
Figura 1. sensibilidade. Desse modo, apresentam-se duas
análises de confiabilidade:
• Análise da Importância Estrutural
(sensibilidade)
• Cálculo do Incremento na Confiabilidade.
Após obtidos os índices do Incremento na
Figura 1. Grafo do sistema em ponte [3]
Confiabilidade, podem ser agregados os custos
típicos de cada componente. Shen and Xie [5] no seu
Na Figura 2, pode-se observar um exemplo artigo fazem o cálculo da confiabilidade pela
de diagrama de cortes onde a conexão entre os fórmula (3), todavia neste relatório usa-se a
blocos representam a falha ou o sucesso do sistema aproximação (4), aqui denominado de Método dos
como função dos estados dos componentes. Cada Cortes Mínimos Simplificado.
bloco é um componente que será removido se o
componente falhar. 3. IMPORTÂNCIA ESTRUTURAL E
INCREMENTO DA CONFIABILIDADE
A confiabilidade de um componente é
intrínseca as suas próprias características, melhorar
esta confiabilidade é tarefa difícil. Por esse motivo,
uma maneira bastante conhecida de se melhorar a
Figura 2. Cortes mínimos para o sistema em ponte confiabilidade dos sistemas é adicionar redundância
paralela. Os métodos normalmente usados para a
Assumindo independência entre os elementos seleção dos componentes são a “Importância
do sistema, a indisponibilidade para m cortes Estrutural” - derivada parcial da expressão de falhas
mínimos será: do sistema em relação à falha do componente-i, e o
“Incremento da Confiabilidade”. Para fazer uso do
Q = P (C 1 ∪ C 2 ∪ C 3 ∪ ...C m ) (2) método da Importância Estrutural, pelos métodos
usuais [4, 6, 7], é necessário que se tenha a
expressão de falhas do sistema.
Pelas regras de combinação de probabilidade:
Os métodos de seleção servem, também, para
P( A ∪ B) = P( A) + ( B) − ( A ∩ B) (3) ordenar os componentes em relação à sua
importância dentro do sistema. Usa-se como

2
conceito de importância, a contribuição do 3. Adicionar a redundância ao componente
componente para as falhas do sistema [4]. De posse que tiver o máximo FSP, verificando se as
da ordenação dos componentes, pode-se atentar aos restrições de custo não são violadas:
componentes mais importantes no que diz respeito à
• Se são violadas, procura-se outro
inspeção, detecção de danos e manutenção.
Tomando-se como base os dois tipos de medida de componente que possa melhorar a
importância anteriormente citados, desenvolveu-se confiabilidade sem violar restrições.
uma nova maneira para calculá-las. Sabendo que: • Se não houver violação, adiciona-se o
componente e repete-se o
δ Qsistema
ISTi = (5) procedimento.
δ Qi A grande vantagem do método desenvolvido
é simular a mudança da confiabilidade diretamente
é equivalente a
aos cortes, o que não havia sido efetuado em

( )
nenhum método anterior. Desse modo, ao
⎛ sist. operando ⎞ − P
ISTi = P ⎜
sist. operando
⎟ : simularmos um componente, não é necessário
⎝ i operando ⎠ i falhado (6) recalcular os novos valores de confiabilidade através
ISTi = h (1i , R ) − h (0i , R ) do método usual, e sim utilizar a matriz de cortes já
obtida.
O fluxograma do método do Fator de Seleção
Para o cálculo de h(0i, R), faz-se a simulação Ponderado encontra-se na Figura 3. Após determinar
da falha do componente atribuindo-se confiabilidade a confiabilidade do sistema original, os cortes
igual a zero ao componente investigado. Em suma, mínimos estarão determinados, através do
h(0i, R) é a confiabilidade do sistema devido à falha procedimento usual. Assim, para calcular os índices
do componente i. Similarmente, a simulação da ISTi e Δi/R, será necessário calcular novamente a
hipótese do componente ser totalmente confiável confiabilidade do sistema para cada elemento.
h(1i, R) é feita atribuindo-se confiabilidade igual a
um, obtendo-se o índice de Importância Estrutural ENTRADA DE DADOS

em relação ao componente i (𝐼𝑆𝑇! ). Além da BUSCA DOS CAMINHOS


POSSÍVEIS
Importância Estrutural, pode ser feito ainda o
cálculo do Incremento de Confiabilidade, que
SELEÇÃO DOS
CAMINHOS MÍNIMOS
E

fornece diretamente o incremento que o sistema terá, MONTAGEM DA


MATRIZ DE INCIDÊNCIA

caso seja adicionada uma redundância paralela. A CÁLCULO DOS

formulação foi obtida em Aggarwall [6] e usa h(0i, CORTES MÍNIMOS

R). O Incremento de Confiabilidade é obtido da CÁLCULO DA PROBABILIDADE


DE FALHA DO SISTEMA

seguinte maneira: SIMULAÇÃO DA RETIRADA


DO ELEMENTO i, ATRAVÉS
DOS CORTES MÍNIMOS

Δi ⎡ h(0i , R ) ⎤
= Qi 1 − (7)
⎢⎣ R ⎥⎦
CÁLCULO DO "h(0 i ,R)"

R i=1,N
SIMULAÇÃO COM O ANÁLISE DA SENSIBILIDADE
ELEMENTO i 100% DO SISTEMA EM RELAÇÃO
CONFIÁVEL AO COMPONENTE i

Para análise do custo da adição de CÁLCULO DO "h(1 i ,R)"

redundâncias, parte-se do valor previamente obtido CÁLCULO DOS ÍNDICES


DE DESEMPENHO:
Δ i / R E IST
do Incremento de Confiabilidade [6, 7]. A fórmula
desenvolvida para ser usada na seleção dos
CÁLCULO DO FSP e
ESCOLHA DO
FSPmáx

componentes (denominado de Fator de Seleção


Ponderado) é: SE
CUSTO
ACUMULADO
SIM
<=
CUSTO

⎧⎪ ⎫⎪
PERMITIDO

Δi R
máx ⎨ FSP = ⎬
NÃO

( )
(8)
∑ i =1 K i ⎪⎭
CÁLCULO DA PROBABILIDADE
n
⎪⎩ Ki
DE FALHA DO SISTEMA

IMPRESSÃO DOS
RESULTADOS

FIM

Desse modo, o incremento é dividido pelo Figura 3. Fluxograma para cálculo da confiabilidade de
custo do componente Ki ponderado pela soma do cada arranjo de subestação e dos índices de importância
custo de todos componentes. O método de busca do
estrutural de cada componente.
componente que fornece o maior incremento, sem
violar restrições de custo, segue os seguintes passos:
A simulação da falha do componente e o
1. Calcular o incremento de confiabilidade
cálculo de h(0i, R) será feita retirando o componente
2. Calcular o FSP, através de (8)

3
diretamente do conjunto de cortes original,
utilizando-se o conceito do Método de Probabilidade
Condicional. Esta é a diferença entre o método
proposto e o método apresentado em [6], que é
aplicado ao sistema original e não diretamente ao
conjunto de cortes.
O cálculo da confiabilidade do sistema, dado Figura 7. Simulação com o elemento 1 – 100% confiável.
que o elemento i é totalmente confiável, é mais Nesse caso “C1 e C3”, na Figura 6, não são
simples, pois todos os cortes onde este componente mais cortes, pois sempre terá um caminho para
aparece serão 100% confiáveis e, portanto, não funcionamento da estrutura.
constituirão mais um corte. O sistema usado para
ilustrar o procedimento é o seguinte: 4. PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE DE
1 2 ARRANJOS DE SUBESTAÇÕES
A diferença entre cada arranjo de subestações
5 é a quantidade de disjuntores instalados e a forma de
conexão das linhas e transformadores. Nessa análise
3 4 não são consideradas diferenças entre componentes
estáticos e dinâmicos. As análises foram efetuadas
até os transformadores (considerados pontos de
Figura 4. Sistema em Ponte [3]
carga), sem levar em consideração as barras de
transferência.
Existem na literatura, dados de empresas com
os mais variados valores de taxas de falha e de
tempo de reparo. Seguem alguns exemplos. Na
Tabela 1, os valores de taxas de falha e tempo para
reparo, utilizados para todos os arranjos foram
Figura 5. Diagrama de Cortes Original para o Sistema em obtidos de [8, 9].
Ponte
Tabela 1. Dados típicos_1 de taxas de falha e tempo de
A simulação da falha de cada componente é reparo, aplicados na Canadian Electrical Association
feita diretamente no conjunto de cortes original, taxa de tempo de
Componente Pfalha
evitando que se refaçam todos os cálculos, cada vez falhas/ano reparo (h)
que um componente é investigado. Barramentos 0,007 4 3,196E-06
A simulação da Retirada do Elemento 1 Disjuntores (EAT) 0,074 72 6,078E-04
Através dos Cortes Mínimos - Cálculo de H(01, R) –
Linhas de Transmissão 1,11 24 3,032E-03
é apresentada na Figura 6, que representa a retirada
do elemento 1 através dos cortes mínimos. Transformadores* 0,08 6 5,479E-05

Seccionadoras** 0,002 10 2,283E-06


*Para os transformadores o tempo de troca é considerado como o tempo
para reparo.
** Muitas empresas consideram as seccionadoras 100% confiáveis.

Por um lado, a experiência da CIGRE WG


[10] aponta que a taxa de falha de Bay GIS é a
metade da taxa de falha do Bay AIS. Por outro lado,
Figura 6. Simulação da Falha do Elemento 1. o tempo médio de reparo é o dobro e, a taxa de falha
é menor, mas o tempo de reparo é maior. É, também,
A simulação da falha do componente 1
usual que o disjuntor em configuração Barra Simples
implica no rebaixamento da ordem dos cortes C1’ e
seja utilizado o tempo de 1 hora para o chaveamento
C3’ da Figura 5. Notar que o corte 2-3-5 foi retirado,
do bypass. Esse tempo, de bypass, contudo, depende
devido ao surgimento do novo corte de 1ª ordem,
da filosofia de operação do pessoal de manutenção e
formado pelo elemento 3.
manobras de cada empresa (Tabela 2).
A simulação com elemento 1 totalmente
confiável – cálculo de H(11, R) – é apresentada na
Figura 7, que representa a retirada do elemento 1 Tabela 2. Dados típicos_2 de taxas de falha e tempo de
através dos cortes mínimos. reparo obtidos em várias empresas [11].
taxa de tempo de Aumen
Nesse caso “C1 e C3”, na Figura 6, não são Componente
falhas/ano reparo (h)
Pfalha
to
mais cortes, pois sempre terá um caminho para Barramentos 0,09 4 6,164E-05 19,28
funcionamento da estrutura.
Disjuntores
0,18 60 1,231E-03 2,03
(EAT)

4
Linhas de
1 10 1,140E-03 0,38 Barra Barra Simples com Barra Simples com
Transmissão
Simples Barra Seccionada Seccionadora
Transformadores 0,25 200 5,675-03 103,58
Dados Típicos

Como custo dos componentes, foram Pfalha 7,3167E-03 3,6552E-03 6,1085E-03


tomados valores médios, em dólares americanos
1 TR 9,9274E-01 4,2652E-03 9,9395E-01
(U$). A partir destes valores, foram calculados os
valores de indisponibilidade para cada componente, 2 LT 9,9570E-01 4,2780E-03 9,9691E-01
a partir de (9): 3 DJ 9,9329E-01 4,2676E-03 2,2661E-06

λ 4 BUS 9,9269E-01 9,9635E-01 9,9389E-01


PFOP = (9)
λ+µ 5 DJ 9,9329E-01 9,9695E-01 2,2661E-06

6 LT 9,9570E-01 9,9937E-01 9,9691E-01


Em que
λ à taxa de falhas 7 TR 0 3,6616E-03 0
µ à 1/ tempo de reparo (reparos/ano) 8 LT 0 3,6726E-03 0
PFOP à probabilidade do componente estar fora de
9 DJ 0 3,6637E-03 0
operação
10 DJ 0 3,6637E-03 0

A chave seccionadora utilizada como by-pass


do disjuntor possibilita a manutenção preventiva 5. FUNÇÃO DE UTILIDADE
deste disjuntor sem desligamento, o que facilita o A função de utilidade é utilizada em situações
trabalho do da manutenção, porém deixa a barra sem complexas em que um decisor precisa escolher entre
proteção durante as horas de manutenção preventiva. alternativas de risco e serve como uma ferramenta
Por outro lado, o seccionamento da barra principal de apoio à decisão. Cada critério é transformado em
também aumenta a confiabilidade da SE. Assim, uma escala cardinal por meio da função de utilidade,
neste artigo apresentamos uma comparação entre de maneira que cada alternativa será avaliada em
arranjos típicos em barra simples (Figura 8), barra cada critério em termos de utilidade.
simples com barra seccionada e barra simples com Tendo a utilidade de uma determinada
by-pass (Figura 9), com o índice de Importância alternativa em cada critério, a utilidade da
Estrutural de cada componente conforme (Tabela 3). alternativa é calculada por meio de agregação
aditiva.

U (an ) = ∑ wi ui (ain ) (10)


i =1

em que
U( an ) é a utilidade da alternativa n ;
wi é a importância relativa (trade-off) do critério i; e
u i (ain ) é a utilidade da alternativa n sob o critério i.
Figura 8. Barra Simples (componentes de 1 a 6) e Barra
A Figura 10 apresenta uma arvore de decisão
Simples com Barra Seccionadora (componentes (1 a 12) de apoio à decisão.

Figura 10 – Modelo Multcriterial de apoio a decisão


A Tabela 4 apresenta um estudo comparativo
dos custos relativos entre arranjos de acordo com
Figura 9. Barra Simples com Bypass (Componentes 1 a 6 Sidiropoulos [11]
e 13 e 14)
Tabela 4 – Custos Típicos relativos de arranjos de
subestações.
Tabela 3. Importância estrutural para arranjo, análise da Tempo
Arranjo do Custo Taxa de
influência da barra seccionada e do by pass em um Médio Pfalha
Barramento Relativo Falha/Ano
Reparo (hs)
arranjo barra simples. Barra Simples 100% 3,1 61 2,11%

5
Barra Simples A implementação das funções utilidade
107% 3,1 7 0,25%
com Bypass
Barra Simples multiatributo tem as vantagens de possibilitar a
122% 2,4 34 0,92%
Seccionalizada avaliação explícita das alternativas por meio de
funções e de serem robustas matematicamente.
Os valores mostrados na Tabela 4 são Entretanto, dentre as desvantagens pode-se citar a
utilizados para o cálculo da matriz de indiferença no rigidez das suposições psicológicas envolvidas na
modelo multicriterial. A Figura 10 apresenta a atribuição dos trade-offs e a falta de procedimento
matriz final do modelo Multicriterial, com os valores eficiente para analisar a sensibilidade das soluções
finais calculados para a Utilidade Global. alcançadas.
Tabela 5 – Matriz final do Modelo Multicriterial Assim, é possível utilizar a teoria da utilidade
CUSTO Impacto multiatributo (qualitativamente e quantitativamente)
Modelo Pfalha (IST
Relativo Ambienta Utilidade
Multicritérial de
(%))
(%) l na gestão da manutenção para medir a utilidade da
Global
Apoio a Decisão
U(.) U(.) U(.) subestação de energia eléctrica e ao impacto da
confiabilidade da unidade geradora, que é obtido
Weight 7 8 6
através de métodos de Bayesianos.
Trade-off 33,3% 38,1% 28,6% 100,0% A metodologia proposta vai promover
(A1) Barra Simples 0,95 1,00 0,79 0,92 melhorias na gestão da manutenção, em processos
(A2) Barra Simples internos e na qualidade do serviço. Além disso, pode
0,99 0,85 0,08 0,68
com Bypass minimizar a incerteza no processo de tomada de
(A3) Barra Simples
Seccionada
0,98 0,59 0,19 0,61 decisão, permitindo ajustes ao programa de
manutenção e aumentando a confiabilidade.
Os valores para Weight (peso) são
parametrizados de acordo com as preferências do 7. REFERÊNICAS
decisor. A fórmula de cálculo apresenta a aversão ou [1] J. Coelho and A. Gehrke, "Determinação de Reforços
propensão ao risco de acordo com o decisor. em Estruturas para Melhoria da Confiabilidade,"
presented at the VI ERLAC, Foz do Iguaçu, 1995.
[2] J. Coelho, A. Gehrke, and S. T. Michels, "Alocação de
6. CONCLUSÕES
Reforços em Subestações," presented at the XIII
Na busca de um método para cálculo da SNPTEE - Seminário Nacional de Produção e
confiabilidade de arranjos de subestações, obteve-se transmissão de Energia Elétrica, Camburiu, 1995.
bons resultados com a aplicação do método dos [3] R. Billinton and R. N. Allan, Reliability evaluation of
engineering systems : concepts and techniques, 2nd ed.
cortes mínimos, com o qual pode-se modelar New York: Plenum Press, 1992.
também a importância estrutural de cada [4] G. J. Anders, Probability Concepts: John Wiley &
componente. Obter o componente de maior Sons, 1990.
importância para reforços no sistema é fundamental, [5] K. Shen and M. Xie. (December 1990) On the Increase
uma vez que o componente de pior confiabilidade of System Reliability by Parallel Redundancy. IEEE
Transactions on Reliability. 607- 611
não é necessariamente o componente mais crítico
[6] K. K. Aggarwall. (December 1976) Redundancy
para o sistema. Optimization in General Systems. IEEE Transactions
De posse da ordem de importância dos on Reliability. 607- 611
componentes do sistema pode-se programar a [7] J. H. Kim and B. J. Yum. (December 1993) A Heuristic
prioridade dada a um destes componentes no que diz Method for Solving Redundancy Optimization
respeito a inspeção, manutenção e detecção de Problems in Complex Systems. IEEE Transactions on
Reliability. 572- 578
falhas. Através do melhoramento dos procedimentos [8] M. Morozowski, E. L. Silva, P. P. Bramont, D. D.
de manutenção, aumentam-se, por conseguinte, a Figueiredo, and D. Pinheiro, "A experiência da
continuidade e a qualidade do sistema elétrico. ELETROSUL na aplicação de técnicas de
O modelo Multicriterial de Apoio a Decisão confiabilidade no planejamento e dimensionamento de
se apresenta totalmente maleável como ferramenta sistemas de transmissão e distribuição," presented at the
de apoio a um decisor em tomadas de decisões para IV Seminário de Confiabilidade, 1985.
[9] C. L. Corssen, "Análise de arranjos em subestações,"
sistemas complexos. A função de utilidade é uma Mestre em Engenharia, Engenharia Elétrica,
alternativa valiosa para representar em números Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis,
preferências de decisores em situações envolvendo 1979.
critérios diferentes conflitantes. A forma de [10] Cigré, "Report on the Second International Survey on
avaliação destes critérios transformando-os em uma HV Gas Insuleted Substations – Service Experience,"
vol. Cigré WG 23.02.2000, ed: Cigré, 2000.
mesma unidade de comparação é bastante útil para
[11] M. Sidiropoulos. (March 2007) Relaibility Analysis of
um controle de decisões. Subestation Switching Configurations. Electricity
O Modelo Multicriterial aceita trabalhar com Today Magazine.
inúmeros critérios podendo ser utilizado em muitos
problemas complexos do setor elétrico.

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