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ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
PRINCÍPIOS E IMPROBIDADE
1. Regime Jurídico Administrativo
1.1. Conceito
1.2. Fundamento
1.3. Reflexo
1.4. Conclusão
2. Princípios
2.1. Espécies
2.2. Princípios Expressos
PRINCÍPIOS E IMPROBIDADE
Indicação Bibliográfica: Direito Administrativo Esquematizado – Celso Spitscovsky
1.1. Conceito
É o conjunto de regras que incidem sobre a administração atribuindo a ela direitos e deveres que não se
estendem aos particulares. Essas regras incidem sobre a Administração com objetivo de preservação dos
interesses da coletividade, ou interesse público primário (expressões sinônimas, que trazem o mesmo conteúdo).
As regras que incidem sobre a administração se apresentam totalmente diferentes daquelas que incidem sobre os
particulares, os quais atuam de acordo com seu interesse próprio.
1.2. Fundamento
Artigo 1º da Constituição Federal: se o Brasil é uma República, e se apresenta como um Estado Democrático de
Direito, o titular do poder é o povo, que atua através de representantes eleitos (democracia indireta) ou
diretamente. Daí porque o único objetivo a ser perseguido é o interesse público primário.
1.3. Reflexo
O controle de legalidade é o único controle que o Judiciário pode fazer em relação aos atos da Administração,
tendo em vista o princípio da separação dos poderes.
1.4. Conclusão
Ao conjunto dos direitos e deveres que o ordenamento jurídico confere à Administração, se dá o nome de Regime
Jurídico Administrativo.
2. Princípios
2.1. Espécies
Expressos: Têm expressa previsão na Constituição (artigo 37, caput, CF).
Implícitos: Não têm expressa previsão na Constituição.
1) Legalidade: A Administração só pode fazer o que a lei expressamente determina. Portanto, existe uma relação
de hierarquia e subordinação em relação à lei. Logo, pressuposto para que a Administração edite um ato é a
existência de lei anterior disciplinando a matéria.
A CF fez referências a esse princípio nos seguintes dispositivos:
Artigo 5º, II
Artigo 5º, XXXIX
Artigo 150, inciso I
Artigo 37, inciso II
Cuidado: O edital de um concurso é um simples ato administrativo. Ao ser publicado, não pode conter nenhuma
exigência além daquelas previstas em lei. A súmula vinculante nº 44 diz: Só por lei se pode sujeitar a exame
psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público.
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Se não houver anterior previsão em lei, a exigência prevista em edital será inconstitucional.
2) Impessoalidade: Por esse princípio, a Administração está obrigada a tratar os administrados de forma neutra,
só promovendo discriminações que se justifiquem para a preservação dos interesses da coletividade.
Há reflexos práticos na aplicação desse princípio:
a. Na contratação de pessoas (artigo 37, II, CF)
b. Na contratação de serviços (artigo 37, XXI, CF)
c. Na propaganda dos atos de governo (artigo 37, parágrafo 1º)
d. No pagamento de credores (precatórios, artigo 100)
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Em fevereiro de 2016, o Supremo manifestou o entendimento de que a nomeação de parentes para cargos
políticos deve ser amparada por um “currículo”, ou seja, não basta ser parente, é preciso ter conhecimentos que
justifiquem a nomeação.
4) Publicidade: A Administração é obrigada a dar transparência em relação a todos os seus atos e a todas as
informações armazenadas em seus bancos de dados. Se ela só pode atuar para nos representar, temos direito de
saber o que anda fazendo em nosso nome. É fortalecida pela previsão do artigo 5º, inciso XXXIII, que diz:
Para regulamentar esse dispositivo, foi editada a Lei de Acesso a Informações Públicas (Lei nº 12.527/11), na qual
se destacam os seguintes pontos:
Legitimidade: artigo 10 – Qualquer interessado.
Prazo para que a informação solicitada seja oferecida, sob pena de responsabilidade: artigo 11 –
De imediato; ou 20 dias prorrogáveis.
Responsabilidade: artigos 32 e seguintes – Sanções que vão de advertência até demissão.
Informações Sigilosas: artigo 24.
a) Informações Ultrassecretas: 25 anos.
b) Informações Secretas: 15 anos.
c) Informações Reservadas: 5 anos.
Mas a lei não definiu o que é ultrassecreta, secreta e reservada.
Se as informações, ao solicitadas, forem indevidamente negadas, que remédio constitucional
usar? Habeas data se a informação que se pediu for A SEU RESPEITO e for negada. Mandado de
segurança se a informação que se pediu for SOBRE TERCEIROS e for negada. O mandado de
segurança é usado em caráter residual (artigo 5º, LXIX da CF), quando o direito não for amparado
por HC nem HD.
1) Eficiência: A administração está obrigada a manter ou ampliar a qualidade dos serviços que presta e das
obras que executa, sob pena de responsabilidade.
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Disciplina: Direito Administrativo
Professor: Celso Spitzcovsky
Aula: 02 | Data: 06/02/2018
ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
3) Princípio da motivação: Por esse princípio, a cada ato que edita, a Administração é obrigada a dar as
razões que deram origem a ele. Detalhe: Não há exceção, a fim de que os atingidos pelo ato possam
perceber se o interesse público foi ou não preservado. “A motivação é a pedra de toque para o controle
de legalidade dos atos da Administração”.
4) Princípio da finalidade: O objetivo único que a Administração pode perseguir é o interesse público. Tanto
é que finalidade é requisito de validade do ato administrativo.
5) Princípio da Razoabilidade: Por esse princípio, a Administração está proibida de fazer qualquer exigência
ou aplicar qualquer sanção em medida superior àquela necessária para a preservação do interesse
público. Em vista desse princípio, o STF decidiu, em sede de recurso extraordinário, que se revela
desarrazoada a eliminação de candidatos tatuados de concursos, a menos que a tatuagem seja ofensiva a
princípios e valores que a Constituição trouxe. Além disso, as exigências feitas aos candidatos só se
legitimam se forem compatíveis com as atribuições do cargo (artigo 37, II, CF).
6) A propósito da razoabilidade, entra um problema da discriminação por idade, que ensejou a edição da
Súmula 683 do STF, que diz que a discriminação por idade só se legitima quando for compatível com as
atribuições do cargo colocado em disputa:
3. Improbidade Administrativa
3.1. Definição
Improbidade é sinônimo de desonestidade administrativa.
3.2. Característica
A característica comum das hipóteses de improbidade é o dolo, a intenção do agente em praticar o ato
desonesto. Não por outra razão, a improbidade é conhecida como uma imoralidade qualificada.
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3.3. Legislação
Lei nº 8.429/92.
2) Ações que podem ser utilizadas para combater atos dessa natureza:
a. Ação Popular:
i. Sujeito Ativo: qualquer cidadão (artigo 5º, inciso LXXIII, CF). Tecnicamente, o cidadão é o nacional de um Estado
que se encontra no pleno exercício dos direitos políticos, ou seja, possui capacidade para votar e ser votado.
Pessoa jurídica não pode propor Ação Popular (súmula 365, STF1). Estrangeiro também não. E o MP também está
fora: não tem legitimidade para propor Ação Popular para combater atos de improbidade. Mas CUIDADO: o MP
pode substituir o autor popular no curso da ação, em razão da previsão estabelecida na Lei nº 4.817/65:
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ii. Sujeito Passivo: o artigo 6º da Lei 4.817/65 diz que “a ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas
e as entidades referidas no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem
autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade
à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo.”
Além do MP, as outras pessoas colegitimadas a propor a ACP estão na Lei nº 7.347 de 85 (Lei da Ação Civil
Pública) no artigo 5º. São:
Defensoria Pública
União, Estados, Municípios e Distrito Federal
Autarquias
Fundações
Empresas Públicas
Sociedades de Economia Mista
Associações
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Artigo 17 da Lei nº 8429 de 92: qualquer pessoa jurídica interessada (devendo demonstrar pertinência temática
também).
A lei não diz, mas na jurisprudência consolidada do STJ, o particular, sozinho, não pode figurar em uma ação
dessas, pois estamos trabalhando com improbidade administrativa. O agente público sozinho, pode; o agente
público junto com o particular, também, mas o particular sozinho, não.
Ainda quanto ao polo passivo, há uma modalidade de agente público que, quando pratica ato de improbidade,
responde, mas não com base na Lei nº 8.429 de 92: o Presidente da República. Ele responde por atos de
improbidade, mas conforme o artigo 85, V da CF, por ter cometido “crime de responsabilidade”, um crime de
natureza política (artigo 52 da CF).
Quais as sanções a que ficará sujeito o Presidente quando cometer crime de responsabilidade? Só as previstas no
artigo 52, parágrafo único, do texto constitucional:
Perda do mandato com inabilitação para o exercício de funções públicas por 8 anos.
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Até 2016, havia o entendimento de que era uma sanção só (a perda do mandato com a inabilitação). No
impeachment de Dilma Rousseff, foi aplicada apenas a perda do mandato, sem a inabilitação.
3.5. Sanções que resultam de condenações pelo Judiciário (artigo 37, parágrafo 4º da Constituição)
Espécies:
Perda da função.
Suspensão dos direitos políticos.
Declaração de indisponibilidade dos bens.
Ressarcimento de danos aos cofres públicos.
Estas sanções têm natureza civil ou administrativa. Além disso, não há prejuízo das sanções penais cabíveis. A
condenação pode ser nas esferas administrativa, civil e penal. E as sanções podem ser aplicadas de forma isolada
ou cumulativa. Para que sejam aplicadas, um requisito básico tem que estar preenchido: o trânsito em julgado de
uma sentença, em regra. Há uma exceção: falaremos no início do próximo encontro, fechando a questão das
sanções e falando sobre prescrição.
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Disciplina: Direito Administrativo
Professor: Celso Spitzcovsky
Aula: 03 | Data: 28/02/2018
ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
IMPROBIDADE (Continuação)
3. Improbidade Administrativa
3.5. Sanções que resultam de condenações pelo Judiciário (artigo 37, parágrafo 4º da Constituição)
3.6. Intensidade das sanções
3.7. Extensão da pena para os herdeiros
3.8. Condições para aplicação das sanções
3.9. Prescrição
SERVIÇOS PÚBLICOS
1. Definição
2. Titularidade dos serviços
3. Execução
IMPROBIDADE (Continuação)
3. Improbidade Administrativa
3.5. Sanções que resultam de condenações pelo Judiciário (artigo 37, parágrafo 4º da Constituição)
Vimos na última aula que as sanções por improbidade podem ser aplicadas de forma isolada ou cumulativa. Para
que sejam aplicadas, um requisito básico tem que estar preenchido: o trânsito em julgado de uma sentença, em
regra. Há uma exceção: a sanção que não depende do trânsito em julgado para que incida é a declaração de
indisponibilidade dos bens, ou bloqueio de bens, pois a indisponibilidade é uma medida acautelatória, que tem
previsão no artigo 7º da LIA.
É medida que pode ser tomada a qualquer momento da ação quando se percebe que o réu pretende se desfazer
de seu patrimônio para frustrar uma futura execução (o réu aliena bens, se desfaz através de uma herança,
através de uma doação, enfim). A indisponibilidade perdurará até o término da ação.
* A imposição de multa não afasta a necessidade de se estabelecer a restituição dos valores obtidos ilicitamente.
As sanções podem ser aplicadas de forma isolada ou cumulativa, como já vimos, e existe espaço para que o
magistrado faça um juízo de valores, de conveniência e oportunidade.
Se a Constituição exige como Direito Fundamental que a pena seja individualizada, e houver mais de um réu na
ação, como fazer para promover a individualização da pena? O artigo 12 da LIA responderá:
1) Extensão do dano
2) Proveito patrimonial obtido pelo agente
Através desses dois itens, o juiz promoverá a necessária individualização da pena, fazendo a dosimetria da
sanção.
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I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto
à pena de ressarcimento;
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle
interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
Como regra geral, a aplicação das sanções não depende da efetiva caracterização de dano. Exceção feita às
condenações com base no artigo 10. Então, é possível que alguém seja condenado pelo artigo 9º (agressão a
princípios da Administração) e 11, sem que isso cause danos aos cofres públicos. No caso do artigo 10, não é
possível, pois agrupa as hipóteses de improbidade que causam danos aos cofres públicos.
A incidência dessas sanções independe de o ato ter sido aprovado ou rejeitado pelos Tribunais de Contas. A lógica
parte do pressuposto que se conheça o posicionamento que os TCs ocupam em nosso ordenamento jurídico: são
órgãos auxiliares do Poder Legislativo, não integram a estrutura do Judiciário. Por isso, as decisões que proferem
não têm força de coisa julgada. Podem, portanto, ser reformadas.
Qual quórum deve ser atingido para que o Legislativo altere decisões proferidas pelos TCs? Quórum qualificado
de 2/3 (artigo 31 e parágrafos da Constituição). Ainda que seja um quórum qualificado, as alterações podem
existir, então não há que se falar em trânsito em julgado.
Além do Legislativo, quem mais pode alterar decisões proferidas pelos Tribunais de Contas é o Judiciário, em
especial se a decisão proferida se revelar ilegal. Se é assim, a aplicação de sanções pelo Judiciário independe do
ato ter sido aprovado ou rejeitado por esses Tribunais de Contas (artigo 21, II, LIA).
Estabelecidas as condições, ainda há um detalhe em termos processuais: a Lei nº 8.429/92 proíbe a realização de
transação (artigo 17, parágrafo 1º). Mas mesmo que seja dessa maneira, não há impedimento para que o MP
celebre um TAC (artigo 5º, parágrafo 6º da Lei nº 7.347/851).
1 § 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante
cominações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial.
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3.9. Prescrição
Em relação à prescrição (artigo 23 da LIA) há como regra geral um prazo de prescrição de 5 anos. Mas 5 anos
contados a partir do quê? O critério utilizado pela lei não é usual. 5 anos a partir do instante em que o agente
deixa o cargo, emprego, função ou mandato que titulariza. A adoção desse critério trouxe um problema, porque
no artigo 3º, além do agente, também podem ser responsabilizados os particulares que tenham contribuído ou se
beneficiado. Como fazer em relação a eles? Para o particular, o critério será rigorosamente o mesmo segundo
entendimento dos tribunais superiores.
Detalhe especial: e o agente político que se reelege ano a ano? Enquanto estiver à frente do mandato, o prazo
não começa a fluir. Terminou o mandato, o prazo começa a fluir.
Há uma exceção à regra geral: aquela que trabalha com hipótese de imprescritibilidade, que ocorrerá quando o
pedido é baseado em danos ao erário, ou seja, quando o pedido é de ressarcimento. Quanto ao pedido de
ressarcimento, é imprescritível, com objetivo de preservar o interesse público (artigo 37, parágrafo 5º, CF):
Para ações de ressarcimento, não há prazo, portanto. Em fevereiro de 2017 o Supremo entendeu que quando se
trata de ações pedindo ressarcimento, indenização contra o Estado, a imprescritibilidade não se sustenta mais
(veremos esse ponto com mais calma). A única situação envolvendo ressarcimento que ainda prevalece a
imprescritibilidade é aquela envolvendo matéria de improbidade administrativa.
SERVIÇOS PÚBLICOS
A questão demanda comentários iniciais sobre a parte geral para depois entrarmos em temas mais específicos,
mas muito importantes (como concessão).
1. Definição
Não há uma definição legal. O professor define serviço público como todo aquele prestado pela administração
debaixo de regras de direito público para a preservação dos interesses da coletividade. Nessa definição, como
em qualquer outra, teremos que encontrar respostas para as seguintes perguntas: quem, como, para quê?
Quem: a administração.
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Como: debaixo das regras de interesse público.
Para quê: preservação dos interesses da coletividade.
3. Execução
Pode ser feita ou pela administração ou por particulares. Quem determina quem vai executar o serviço é o titular.
Formas de execução do serviço público (é o que veremos na volta do intervalo).
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Disciplina: Direito Administrativo
Professor: Celso Spitzcovsky
Aula: 04 | Data: 28/02/2018
ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
3.1. Direta/Centralizada
A primeira possibilidade é a própria administração executar o serviço, pelos órgãos que integram sua estrutura
direta (ministérios, secretarias, prefeituras regionais etc.). Quando o serviço estiver sendo executado por esses
órgãos, fala-se em execução direta ou centralizada.
Pode acontecer que durante a execução do serviço a administração resolva transferir a prestação de um órgão para
outro, sem sair da administração direta. Quando isso ocorrer, aparecerá a figura da desconcentração. Portanto,
desconcentração está intimamente ligada à execução direta do serviço público. Exemplo: ao criar o Ministério da
Segurança Pública, foram transferidas competências que estavam no Ministério da Justiça. Houve, portanto, uma
desconcentração na área federal.
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ADM
Prefeituras Empresas
Autorização
Regionais Públicas
Sociedades de
PPPs
Economia Mista
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(SV 19, STF1). Através da cobrança de taxas e tarifas (artigo 145, II, CF2). Como é possível fazer essa aferição
individual, fala-se em uma prestação uti singuli (o serviço é prestado de forma individualizada).
Serviços indivisíveis: são aqueles que não conseguimos apurar o quanto cada usuário deles se utiliza. Exemplos:
serviço de segurança pública, iluminação pública (diferente de energia elétrica domiciliar). Não é possível apurar se
o serviço de segurança é bem prestado ou não, por exemplo. A remuneração vem através da cobrança de impostos
(artigo 145, I, CF). Em regra, imposto não tem “rótulo”, não tem destinação específica. Fala-se em uma prestação
uti universi (o serviço é prestado de forma universal/geral, sem que se implique uma contraprestação específica).
Observação: SV nº 41, STF
O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante
taxa.
1
A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis,
não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal.
2 Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao
contribuinte ou postos a sua disposição;
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Exemplo: usuário que ganha salário mínimo de 900 reais. Para ir diariamente de casa para o trabalho, precisa pegar
duas conduções. Se a tarifa for 5 reais, por dia, gastará 20 reais. Como trabalha 5 dias por semana, gastará 100.
Como trabalha 4 semanas por mês, são 400. Ou seja, quase a metade de seu salário irá para o transporte. É uma
tarifa ilegal se considerado o caso concreto. Aquele que estiver em uma situação como essa, poderá buscar no
Judiciário a efetivação do princípio da modicidade tarifária.
É questão de legalidade, não de mérito. Quem fixa o valor é o poder público, mas não pode fixar o valor que quiser.
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Disciplina: Direito Administrativo
Professor: Celso Spitzcovsky
Aula: 05 | Data: 06/03/2018
ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
E o poder público, titular, não responde? Sozinho, nunca. De forma solidária com o concessionário ou
permissionário, também não. No máximo, a responsabilidade do poder público será subsidiária (só depois de
esgotadas as forças do concessionário e do permissionário). E se o dano causado a terceiros resultou de uma má
fiscalização do serviço pelo poder público? É ele quem fixa as regras, fiscaliza o cumprimento delas e aplica sanções
pelo descumprimento. Se não fiscaliza como deveria, isso interfere de alguma maneira no que diz respeito à
responsabilidade do concessionário? No artigo 25, a lei diz que não! Em nada diminui a responsabilidade do
concessionário ou permissionário.
Extensão da responsabilidade:
Para danos causados aos usuários.
Para danos causados a terceiros.
Para danos causados ao poder público.
Exemplo: motorista de ônibus percebe que irá atropelar um ciclista, freando de forma brusca. Um passageiro do
ônibus em decorrência disso sofre contusões. Ele vai a juízo contra quem para pleitear indenização? Contra a
empresa de ônibus, porque é um usuário do serviço. Suponhamos que, mesmo com a freada, o motorista não
consegue evitar o atropelamento do ciclista, que também vai a juízo, pleitear indenização contra a empresa de
ônibus. Embora não seja usuário, é terceiro atingido pela prestação do serviço. Por fim, suponhamos que o ônibus
se choca com a parede de uma repartição pública. O poder público poderá pleitear indenização contra a empresa
de ônibus também.
1 Quando quem executa é o próprio Estado, ele responde. Quando o particular, a responsabilidade é dele.
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6.3. Perfil desta indenização
Como o concessionário ou permissionário responderão em juízo pelos danos causados a terceiro? Vítima propõe
ação em juízo contra o concessionário ou permissionário. A responsabilidade é objetiva. Aliás, toda vez que o dano
que a vítima sofreu resultar da prestação de um serviço público, sempre a responsabilidade será objetiva. Significa
que ela não é subjetiva. Essa obviedade traz uma consequência imediata: a vítima, ao propor ação em juízo, não
terá que demonstrar dolo ou culpa. Tivesse que demonstrar isso, seria muito difícil. Em matéria de serviço público,
será sempre responsabilidade objetiva para facilitar à vítima, portanto.
Será a mesma resposta se a pergunta vier em matéria de responsabilidade do Estado: se o Estado executava o
serviço, a responsabilidade também será objetiva, baseada em um conceito de nexo de causalidade que indica que
a vítima, ao propor ação em juízo, terá que comprovar que o dano que ela sofreu teve como causa, como fato
gerador, a prestação de um serviço público. Só! É só comprovar que houve uma íntima ligação entre o fato
experimentado e o prejuízo que o gerou, portanto.
Segundo o STF, quando o dano experimentado pela vítima resultar da prestação de um serviço público, a
responsabilidade será sempre objetiva, sendo secundário saber quem prestava o serviço, ou qual foi a vítima
atingida. Essa orientação do STF é muito importante, pois privilegiou a natureza da atividade (artigo 37, parágrafo
6º da CF).
Não importa saber quem prestava o serviço, pois ou é o próprio titular, o poder público, ou o particular. O Supremo
está mostrando que não importa quem prestava o serviço, pois se é serviço público, sempre a responsabilidade
será objetiva2.
E quanto à vítima? Poderia ser usuária ou não do serviço. Se foi um terceiro atingido, também poderá entrar com
ação em juízo pleiteando indenização. A matéria basicamente é disciplinada no parágrafo 6º, artigo 37 da CF:
2
Não confundir com a omissão na prestação de serviço público, que tem um tratamento diferente.
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agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Essa responsabilidade que é objetiva se apresenta na variante do risco administrativo. O que significa? Indica que
o concessionário ou permissionário, ao serem acionados em juízo pela vítima, poderão usar em sua defesa caso
fortuito (causado por terceiros), força maior (danos causados pela natureza) ou culpa da vítima para excluir ou
atenuar sua responsabilidade. Então essas três figuras se apresentam como excludentes ou atenuantes de
responsabilidade.
No exemplo do ciclista, a empresa de ônibus, em sua defesa, não vai poder negar o atropelamento, mas poderá
dizer: o motorista trafegava em sua mão de direção, no limite da velocidade, e o ciclista estava na faixa exclusiva
de ônibus. Isso excluiria a responsabilidade da empresa: o acidente só ocorreu por culpa exclusiva da vítima.
Variações podem ocorrer de acordo com o caso concreto.
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ampla defesa). Quando quem não cumpre é o poder público, a extinção só pode ocorrer pelo Judiciário (em
razão dos objetivos que perseguem: pois um preserva o interesse público, outro atua em nome próprio).
5) Anulação: causa de extinção das concessões DURANTE A SUA VIGÊNCIA, POR RAZÕES DE ILEGALIDADE.
6) Falência: é a causa de extinção das concessões durante a sua vigência POR FALTA DE CONDIÇÕES
FINANCEIRAS DO CONCESSIONÁRIO.
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Disciplina: Direito Administrativo
Professor: Celso Spitzcovsky
Aula: 06 | Data: 06/03/2018
ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
Cuidado: nesta lei ocorre um fenômeno, pois uma figura foi definida duas vezes ao longo da lei, mas de forma
diferente. No artigo 40, a lei redefiniu permissão, dizendo que é um contrato de adesão precário. Se é contrato,
qual a diferença da permissão e da concessão nesse aspecto? Nenhuma. E precário? Não há contrato sem prazo.
Em uma pergunta teste, sabemos que permissão no artigo 2º é ato precário, e no artigo 40, contrato precário. Na
segunda fase de um concurso, devemos dizer que, em um primeiro momento, permissão é ato. Depois,
destacaremos que a definição do artigo 40 é de contrato precário.
7.2. Objetivo
Criadas para alcançar um objetivo: atrair a iniciativa privada para a execução de serviços e obras públicas de grande
porte.
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Prazo: mínimo de 5 e máximo de 35 anos1.
Objeto: a lei proíbe a celebração de PPPs que tenham por objeto único exclusivo:
A execução de obras públicas (só para executar obra pública não dá).
O fornecimento de mão de obra (só para fornecer mão de obra, não dá).
O fornecimento e instalação de equipamentos (só para fornecer e instalar equipamentos, não dá).
1 5 anos é o prazo máximo, como regra, para celebração de contratos em geral, e 35 anos representam quase nove mandatos.
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c2) Além de inserir o objeto da PPP no Plano Plurianual, para que a licitação seja aberta, a lei exige a realização de
uma consulta pública: durante um período de 30 dias, informações básicas sobre a PPP deverão ser levadas ao
conhecimento da população, como objeto, prazo, valor, isso para que a população se manifeste contra ou a favor
do projeto, e ele ganhe legitimidade.
c3) Obtenção de uma licença ambiental, porque, via de regra, estamos diante de projetos de grande porte que
impactam ambientalmente (deve ser feito um estudo prévio de impacto ambiental).
Sem essas exigências, a concorrência não é aberta.
Após aberta, apurando-se o vencedor, será celebrado o contrato, mas a lei exige ainda que seja constituída uma:
2
Nos contratos administrativos em geral, as penalidades só incidiam sobre o contratado, como no artigo 87 da lei nº 8.666;
aqui, as penalidades também podem incidir sobre o poder público.
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Disciplina: Direito Administrativo
Professor: Celso Spitzcovsky
Aula: 07 | Data: 03/04/2018
ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
RESPONSABILIDADE DO ESTADO
1. Definição
2. Requisitos
8. Consórcios públicos
8.1. Definição
São acordos de vontade celebrados entre esferas de governo para a execução de serviços e obras públicas de
interesse comum. São uma forma de execução de serviços públicos que se diferencia das anteriores porque os
envolvidos são apenas esferas de governo, sem participação da iniciativa privada.
1Para o professor essa expressão não é adequada, porque no contrato, os interesses do contratante e do contratado não são iguais, e no consórcio há um
acordo de vontades.
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e) Constituição de pessoa jurídica (artigo 6º)
Deverá ser constituída uma pessoa jurídica, com objetivo único de acompanhar a execução das obras e serviços
consorciados. A essa pessoa jurídica poderá ser atribuída personalidade jurídica de direito público ou de direito
privado. Quem definirá isso serão as esferas de governo consorciadas. Se atribuírem a essa pessoa jurídica uma
personalidade de direito público, receberá o nome de associação pública. As associações públicas, durante a
vigência do consórcio (caráter temporário), integram a administração indireta das esferas de governo consorciadas.
O artigo 41 do CC relaciona quais pessoas jurídicas de direito público existem no Brasil, promovendo-se uma
alteração no inciso IV:
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
Se for atribuída a personalidade jurídica de direito privado, receberá o nome de associação privada, não integrando
a administração indireta das esferas de governo consorciadas.
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implica em dano ao erário/aos cofres públicos. Encontramos essa hipótese no artigo 10, XIV da Lei 8.429/92. Na Lei
de Improbidade, o único grupo de atos de improbidade que admite a modalidade culposa é justamente o do artigo
10. Segundo a jurisprudência do STJ, é dolo específico e culpa grave.
De comum entre uma concessão, uma PPP e um consórcio público: são formas de execução de obras e serviços
públicos. Nas duas primeiras, a execução é transferida para a iniciativa privada. No consórcio público, quem executa
são as esferas de governo. As esferas de governo lançam mão de consórcios quando tiverem dificuldades
financeiras para a execução de obras e serviços sozinhas.
RESPONSABILIDADE DO ESTADO
1. Definição
É um tema recorrente no dia-a-dia da administração. Não há uma definição legal de responsabilidade do Estado,
mas podemos dizer que é a obrigação atribuída ao poder público de indenizar os danos causados a terceiros pelos
seus agentes, agindo nesta qualidade.
2. Requisitos
Quais requisitos devem ser preenchidos para que um pedido de indenização contra o poder público possa ser
deduzido em juízo?
i. Dano: real, concreto, já configurado. Não é possível ingressar com ação indenizatória contra o Estado por
danos presumidos, virtuais.
ii. Que tipo de dano? Material e/ou moral (súmula nº 37 do STJ). Exemplo: faço exame em hospital público
para saber se sou soropositivo, e o resultado do exame indica que tenho AIDS. Em decorrência do resultado,
minha mulher pede o divórcio, meu chefe me demite. Tempos depois, o hospital informa que o resultado
não era meu, mas de um homônimo. É uma situação em que ocorreram danos materiais e morais.
iii. Dano causado por agente público (artigo 37, parágrafo 6º da CF). A expressão “agente público” envolve
todas as pessoas localizadas dentro da Administração Pública, não interessando como entraram lá (por
concurso, sem concurso, etc.). Também não interessa se titularizam cargo público, emprego público,
mandato... Assim, a CF aumentou sobremaneira a possibilidade de pedido de indenização.
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Agentes Públicos:
A- Agentes Políticos: são os agentes públicos que titularizam um mandato. Esse mandato pode ser eletivo ou não.
Estão incluídos: Presidente, Governadores, Prefeitos, parlamentares em geral. Incluiremos aqui também Ministros
e Secretários de Estado.
B- Servidores: são os agentes públicos que mantêm com o Estado um vínculo de natureza profissional. É a grande
diferença em relação aos agentes políticos. Esse vínculo com o Estado varia conforme a espécie de servidor.
Funcionários: são servidores que ingressam em regra através de concurso para titularizarem um cargo
público em caráter permanente ou efetivo, submetendo-se a um regime profissional estatutário.
Empregados: são os servidores que ingressam através de concurso para titularizarem um emprego público,
submetendo-se a um regime profissional, o regime celetista. Então, dentro da Administração existe espaço
para o regime celetista, que não é exatamente o mesmo conhecido pela iniciativa privada, pois aqui o
administrador é o empregador público e na iniciativa privada, é o particular.
Contratados em caráter temporário: são os servidores contratados sem concurso por prazo determinado,
para titularização de uma função. Para quais situações a CF autoriza a contratação desses temporários? Nas
situações no artigo 37, IX, ou seja, situações de excepcional interesse público (situações anormais,
imprevisíveis, em que a Administração precisa contratar, mas não tem tempo hábil para abrir concurso).
Observação: Se a CF falasse em danos causados por “funcionários” seria altamente restritiva. Assim, a troca
feita pela CF de “funcionário” para “agentes” foi altamente benéfica para a vítima.
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Disciplina: Direito Administrativo
Professor: Celso Spitzcovsky
Aula: 08 | Data: 03/04/2018
ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
2. Requisitos
iv. Que o agente público tenha causado dano agindo nessa qualidade: essa mesma expressão foi adotada pela
CF, no artigo 37, parágrafo 6º. Indica o agente que causa dano lançando mão do cargo, emprego ou
mandato que titulariza. Muitas vezes o agente causa um dano atuando como particular. Nesse caso, a
vítima vai a juízo contra o agente, e não contra o Estado. Exemplo: policial é convocado para fazer segurança
em uma manifestação popular. Nesse ato, entra em vias de fato com um manifestante. O Estado
responderá pelos danos causados. No final de semana, o mesmo agente vai ao teatro, e entra em vias de
fato com um cidadão. Não estava a serviço, então o Estado não responde.
Se uma dessas três exigências falhar, o Estado não pode ser acionado em juízo. Se as três estiverem preenchidas,
passaremos ao próximo.
A Constituição diz aqui que a vítima irá propor uma ação em face do Estado. As expressões que utiliza são: contra
a pessoa jurídica de direito público ou contra a pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público. Por
essa diretriz constitucional, a vítima tem que propor a ação contra a pessoa jurídica, é ela que se apresenta como
sujeito de direitos e obrigações, e é ela que tem capacidade processual.
Pessoa jurídica de direito público só pode ser criada para prestar serviços públicos. Como pessoas jurídicas de
direito privado podem ser criadas para prestar serviços públicos ou desempenhar atividade econômica, a
Constituição especificou: se for de direito privado, só é demandada se foi criada para prestar serviço público. Logo,
o critério usado pela CF para dizer quem responde pelos danos causados é o serviço público.
Se diz que a responsabilidade é objetiva na variante do risco administrativo. Não há outra possibilidade se o dano
resultou da prestação de serviço público. Dizer que a responsabilidade é objetiva significa que não é subjetiva, ou
seja, a vítima, ao propor a ação em juízo, não precisa demonstrar dolo ou culpa.
Quem tem que comprovar o nexo de causalidade/nexo causal, é a vítima. Indica dizer que a vítima, ao propor a
ação em juízo, só terá que demonstrar que o dano que ela sofreu (a consequência) teve como causa/fato gerador
a prestação de um serviço público.
A variante do risco administrativo indica que o Estado, acionado pela vítima, poderá utilizar em sua defesa caso
fortuito (danos causados por terceiros), força maior (danos causados pela natureza) ou culpa da vítima para excluir
ou atenuar a sua responsabilidade. Essas três figuras se apresentam como excludentes ou atenuantes de
responsabilidade. Enquanto a vítima ao propor ação em juízo tem que comprovar o nexo causal, o Estado acionado
por ela pode se defender de umas dessas 03 formas mencionadas.
As pessoas jurídicas de direito público e as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nesta qualidade, causarem a terceiros.
Se o Estado for condenado, ele poderá se voltar contra seu agente para obter ressarcimento por aquilo que teve
que pagar a vítima, o agente responde por dolo ou culpa, de forma subjetiva.
O §6º apresenta 02 relações jurídicas:
Vítima x Estado: responsabilidade objetiva, aplica-se a teoria do risco administrativo.
Estado (condenado) x Agente: responsabilidade subjetiva.
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Prazo para vítima propor ação: prazo de 05 anos, conforme Decreto 20.910/1932.
Prazo para que o Estado se volte contra o agente: como não há previsão legal e o STF entendeu que não é
imprescritível, aplicamos o prazo de 05 anos também.
Para algumas situações o STJ confirma imprescritibilidade para a vítima propor ação:
Quando o dano resulta de tortura praticada durante a época da ditadura.
Quando a questão envolver danos ambientais.
b) Dano sofrido pela vítima resulta de omissão do Estado na prestação do serviço público
1ª Corrente: Responsabilidade subjetiva, com base em expressão extraída do direito francês “faute du service”
(culpa do serviço). O Estado responde porque o serviço não foi prestado ou foi prestado de uma forma deficiente,
causando danos. Trata-se de culpa anônima, não precisa identificar o agente.
2ª Corrente: Responsabilidade Objetiva, com base no artigo 37, §6º, já estudado.
O STF entendeu em 02/2017, RE 580.252, interposto pela Defensoria Pública em favor de um preso em razão das
péssimas condições do presídio em que se encontrava recolhido, que o Estado do Mato Grosso deveria indenizar o
preso, em razão de omissão, por responsabilidade objetiva, com base no artigo 5º, XLX, da CF.
Exemplo 01: preso que foi morto por outro preso armado dentro do presídio, o Estado responde, porque de alguma
forma a arma conseguiu chegar até lá, por omissão do Estado.
Exemplo 02: mãe deixou o filho em creche municipal e ele aparece com hematomas, responsabilidade objetiva do
Estado, por omissão.
c) Dano sofrido pela vítima é resultante de exploração de atividade econômica pelo Estado
Hipóteses: O Estado só pode explorar atividades econômicas em caráter excepcional, nas hipóteses previstas no
artigo 173:
Em caso de segurança pública.
Em caso de relevante interesse coletivo.
Pessoas: Nessas duas situações o Estado explora sem o intuito de lucro, por meio de empresas públicas ou
sociedades de economia mista, artigo 173, §1º, II, da CF.
Regime: Quando o Estado explora por meio dessas pessoas responde pelo mesmo regime jurídico das pessoas
privadas, quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias, porque explora atividade
econômica o Estado entra em regime de competição com a iniciativa privada.
O regime profissional de seus servidores será o celetista.
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Não receberão nenhuma vantagem tributária.
Responsabilidade:
- Geral: artigo 186, do CC, responsabilidade subjetiva.
- Exceções: artigo 987, parágrafo único, responsabilidade objetiva. Quando houver expressa previsão em lei ou
quando a atividade for potencialmente causadora de riscos para terceiros.
Exemplo: atividade bancária, regida pelo CDC, responsabilidade objetiva.
Risco integral: não permite que o Estado use em sua defesa as excludentes de responsabilidade, apenas se aplica
nestes casos:
Atentado terrorista em aeronave brasileira, conforme Lei 10744/2003.
Danos nucleares, conforme entendimento do STJ. A lei 6.453/77 e Decreto 911/93, trabalham com a
questão nuclear, prevendo que a responsabilidade comporta flexibilização nas hipóteses de guerra e danos
causados pela natureza, portanto, trata-se de risco administrativo.
Danos ambientais, conforme entendimento do STJ. Lei 6.938/2001, prevê que a responsabilidade é
objetiva, artigo 14.
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Disciplina: Direito Administrativo
Professor: Celso Spitzcovsky
Aula: 09 | Data: 12/04/2018
ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
SERVIDORES PÚBLICOS
1. Ingresso na estrutura da Administração Pública
2. Estágio probatório
2.1. Conteúdo (Lei 8.112/90, artigo 20)
2.2. Aprovação
3. Perfil da Responsabilidade
d) Responsabilidade do Estado por erro judicial
Teríamos já um primeiro argumento para mostrar que o Estado responde, com base no artigo 37, parágrafo 6º da
Constituição, porque juiz é agente público. Alguns autores entendem que são agentes políticos, outros entendem
que são servidores públicos, mas de regime especial porque regidos por uma lei orgânica própria. De qualquer
forma, são agentes públicos, e o dispositivo constitucional diz que os agentes públicos respondem pelos danos que,
nesta qualidade, causarem a terceiros. Se estamos falando de erro judicial, estamos falando em erros que o juiz
comete lançando mão das prerrogativas de seu cargo.
Outro argumento contribui para essa conclusão, o artigo 5º, inciso LXXV da CF, que diz que o Estado indenizará
quando o indivíduo ficar preso além do tempo fixado na sentença. O erro judicial não pode ser considerado aquele
que prejudica uma das partes, mas é aquele que resulta de uma sentença proferida ao arrepio da lei.
SERVIDORES PÚBLICOS
Em relação aos servidores públicos, temos regras constitucionais e legais, até porque as quatro esferas de governo
têm competência para legislar sobre o tema.
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titularizou, o cargo foi provido. Para titularizar uma função, não se depende de aprovação prévia em concurso
público.
Aprovação no concurso já leva à titularização do cargo? Não. Há mais duas etapas:
Nomeação.
Posse.
Só com a posse alguém pode dizer “sou titular do cargo”, por conta da previsão da Lei 8.112/90, artigo 7º. Sendo
assim, duas perguntas vão aparecer:
A aprovação em concurso dá direito à nomeação? Depende da forma com que o candidato foi aprovado.
Se o candidato é aprovado dentro do número de vagas previsto no edital, aqui, terá direito à nomeação.
A Administração é obrigada a nomear, até o término do prazo de validade do concurso. E qual o prazo de
validade do concurso? Não é de dois anos! É de até dois anos (artigo 37, inciso III). Fosse o prazo de dois,
qualquer concurso aberto no Brasil teria prazo de validade de dois anos. Mas não, o prazo máximo é dois.
Essa constatação gera um desdobramento: o prazo de até dois anos pode ser prorrogado uma vez por igual
período. O candidato aprovado não tem direito à prorrogação de prazo.
A segunda possibilidade é: o indivíduo é aprovado além do número de vagas previsto no edital. Terá
direito à nomeação? Não. Terá uma expectativa de direito a ela, apenas. Por via de consequência, a
administração não estará obrigada a nomear. Mas se promover nomeações, terá que respeitar a ordem de
classificação. Se não, a nomeação pode ser questionada em juízo (súmula nº 15 do STJ).
Observação: a reação da administração é a abertura de concursos para preenchimento de cadastro de
reserva.
A nomeação dá direito à posse? Aqui entra a súmula número 16 do STF, que diz que funcionário nomeado
por concurso tem direito à posse. A leitura induz a acreditar que a posse é automática para aquele que é
nomeado. Mas não é! Devemos “complementar” a súmula: tem direito à posse, preenchidas as exigências
estabelecidas em lei. A Lei 8.112, nos artigos 13 e 14, traz exigências para alguém tomar posse. Nesses
dispositivos a lei diz que aquele que foi nomeado, para tomar posse, deve passar por exame médico,
avaliação psicológica, apresentar declaração de bens, declaração de que não é titular de outro cargo público
incompatível com este, etc.
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Observação: a regra geral comporta exceção, e se refere aos cargos em comissão. Na forma do artigo 37, II, na parte
final, a CF diz que a nomeação para cargos em comissão é livre, e independe de aprovação em concurso. Se por um
lado a CF diz isso, a nomeação não pode recair sobre qualquer pessoa (súmula vinculante nº 13 do STF).
Aqui também entra a questão relacionada aos candidatos portadores de necessidades especiais. Vão ter que
prestar prova, se submeter às mesmas avaliações, mas um percentual de vagas colocadas em disputa deve ser
reservado para portadores de necessidades especiais. Eles apenas concorrem entre si para as vagas que lhes forem
reservadas, além da lista geral. O percentual girará entre 5 e 20% do número de vagas.
Súmula 377, STJ: candidatos portadores de visão monocular podem concorrer a essas vagas.
Súmula 552, STJ: candidatos portadores de surdez unilateral não poderão concorrer a essas vagas.
Ingresso de afrodescendentes: Ação Declaratória de Constitucionalidade nº 41, foi julgada procedente pelo
Supremo, que entendeu que a reserva de percentual de vagas para candidatos negros é constitucional.
Quando um indivíduo toma posse de um cargo, tem que entrar no exercício de suas atribuições. Aqui, a entrada
em exercício tem dois itens importantes:
Há prazo ou fica a critério do candidato? Segundo o artigo 15 da Lei 8.112, o prazo é de 15 dias a partir da
posse.
A consequência de se descumprir o prazo (sem motivação) é a exoneração.
2. Estágio probatório
É o período de experiência pelo qual passa o servidor. É um período que tem por objetivo a apuração da sua
eficiência para as atribuições do cargo. Esta apuração se dará em relação a itens de natureza prática, que não
podem ser apurados em um concurso.
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O servidor pode ser reprovado no estágio probatório, que poderá resultar em uma demissão ou em uma
exoneração. As duas implicam na vacância do cargo. A diferença é que a demissão pressupõe um ilícito praticado
pelo servidor. A exoneração, não. Se a demissão pressupõe um ilícito, pode-se cogitar de demissão a pedido? Não.
Já a exoneração, como não pressupõe um ilícito praticado, pode ser a pedido ou de ofício.
Para demitir ou exonerar o servidor durante o estágio probatório, a abertura de inquérito administrativo
assegurada a ampla defesa é um requisito (súmula nº 21 do STF – usa o termo “inquérito administrativo”, não
“processo administrativo”).
2.2. Aprovação
A aprovação do servidor em estágio probatório gera o quê? Começaremos deste ponto na próxima aula.
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Disciplina: Direito Administrativo
Professor: Celso Spitzcovsky
Aula: 10 | Data: 12/04/2018
ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
2. Estágio probatório
2.2. Aprovação
A aprovação do servidor em estágio probatório gera o quê? Ao término do estágio probatório, para algumas
carreiras o servidor aprovado adquirirá vitaliciedade, garantia que assegura permanência no cargo. Os integrantes
de quais carreiras terão direito a ela? Só as carreiras expressamente previstas na Constituição. É o caso da
magistratura (artigo 95, CF), do Ministério Público (artigo 128, parágrafo 5º) e dos Ministros e Conselheiros dos
Tribunais de Contas (artigos 73 e seguintes da CF). Para essas carreiras, o prazo de estágio probatório é de 2 anos.
Aprovados no estágio probatório, os servidores adquirem estabilidade: é a garantia atribuída aos servidores, que
lhes assegura a permanência no serviço. A vitaliciedade é algo mais que a estabilidade. Enquanto a vitaliciedade
pode ser atribuída para carreiras com expressa previsão constitucional, a estabilidade é residual: para todas as
demais carreiras públicas.
Observação: A súmula 390 do TST estende a estabilidade para quem titulariza emprego, mas só na administração
direta, nas autarquias e fundações. Mesmo para a Súmula 390, ficou de fora quem titulariza emprego em empresa
pública e em sociedade de economia mista. Isso especialmente em relação àquelas criadas para explorar atividades
econômicas, que entram em regime de competição com a iniciativa privada (artigo 173, CF).
Em matéria de estabilidade, aparece outro requisito ao longo do parágrafo 4º do artigo 41, CF: a passagem do
estagio probatório para estabilidade exige aprovação em avaliação de desempenho, mostrando que, ao contrário
do que muitos imaginam, a passagem não é automática.
Essa regra é uma norma de eficácia limitada. Para que possa produzir todos os efeitos para os quais foi criada,
depende de regulamentação posterior. Para que pudesse produzir efeitos, teria que vir uma regulamentação
prevendo: quem vai avaliar, como será feita a avaliação, qual a nota mínima tem que ser tirada para o servidor ser
experiente e adquirir estabilidade.
Estabilidade atípica: É atípica porque é conferida para pessoas que não foram aprovadas em concurso, e porque
vem conferida a prazo determinado.
Qual a hipótese que caracteriza a estabilidade atípica? Dirigentes de agências reguladoras: eles são nomeados pelo
Chefe do Executivo, e durante a vigência de seus mandatos, têm essa prerrogativa. A lei definirá a duração dos
mandatos dos dirigentes. Eles só poderão ser exonerados de seus mandatos se configurada falta grave, dentro de
um processo administrativo disciplinar ou judicial (Lei Federal 9.986/2000).
3. Extinção do cargo
Uma vez adquirida estabilidade, se o cargo for extinto, o que acontece com o servidor? A situação vem prevista no
artigo 41, e seus parágrafos: extinto o cargo, o servidor será colocado em disponibilidade remunerada, com
vencimentos proporcionais ao tempo de serviço, até o seu posterior reaproveitamento.
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4. Hipóteses de perda do cargo pelo servidor estável (parágrafo 1º do artigo 41 da CF)
São três hipóteses:
Por sentença judicial com trânsito em julgado;
Por processo administrativo, assegurada a ampla defesa;
Por insuficiência de desempenho (nos termos previstos em lei complementar – situação incluída pela EC
19/98 – novamente, estamos diante de uma norma de eficácia limitada).
Essas três situações pressupõem algum tipo de irregularidade praticada pelo servidor.
Há uma quarta e última situação que não aparece no artigo 41, parágrafo 1º: perda do cargo por excesso de cargos
ou excesso de despesa (artigo 169 da CF). As esferas de governo não podem gastar com folha de pessoal, incluindo-
se ativos e inativos, além dos limites fixados em lei complementar (que é a LC 101/2000 – Lei de Responsabilidade
Fiscal). Na LRF, os limites fixados para gasto com folha de pessoal são (artigo 19):
Para a União, não mais que 50% da sua receita corrente (do que arrecada de impostos);
Para as demais esferas de governo, não mais que 60% da sua receita líquida corrente.
No parágrafo 3º do artigo 169, a CF trouxe, para manter os limites necessários, as seguintes medidas:
Exoneração dos servidores que titularizam cargos em comissão, em 20% no mínimo. Se a medida foi
tomada e não se revelou suficiente, a CF prevê um segundo instrumento:
Exoneração dos servidores não estáveis. Se ela também não se revelar suficiente para que os gastos caiam
ao nível dos percentuais exigidos pela LRF, o parágrafo 4º do artigo 169 prevê uma derradeira medida:
Exoneração dos servidores estáveis. Portanto, os estáveis “entram na fila da degola”, mas só poderá atingi-
los se as duas medidas anteriores sejam insuficientes para atingir os patamares do artigo 19 da LC
101/2000.
Se o servidor foi exonerado, o cargo tem que ser extinto, e só poderá ser criado novamente 4 anos depois.
Em termos de estabilidade, tratamos do que era necessário. Começaremos a trabalhar com a questão relacionada
à remuneração.
5. Remuneração
5.1. Sistemas de remuneração do Brasil
Com base em subsídio: a CF definiu no artigo 49, parágrafo 4º. Lá diz que subsídio é a remuneração paga
em parcela única, proibindo-se a percepção de vantagens, tais como: gratificações, adicionais, prêmios,
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verbas de representação... são exemplos que a CF deu. Só aquelas carreiras que tenham expressa previsão
na Constituição devem ser remuneradas dessa maneira. O artigo 39, parágrafo 4º, diz que devem ser
remunerados por subsídio os:
o Membros de poder.
o Detentores de mandatos eletivos.
o Ministros de Estado.
o Secretários estaduais e municipais.
Com base em vencimentos: o sistema de vencimentos envolve o vencimento, que é o salário base do
servidor, acrescido das vantagens que ele vai percebendo ao longo do tempo, que poderão incorporar-se
à remuneração final. Indicam a totalidade que o servidor recebe (vencimento + vantagens).
Quais os que deverão ser remunerados pelo sistema de vencimentos? Se para subsídio o critério é o
expresso, aqui o critério será residual, ou seja, o que “sobrou”, e representa a maioria esmagadora das
carreiras públicas.
Identificados os dois sistemas de remuneração, independente do sistema de remuneração ao qual o servidor esteja
ligado, há um teto previsto para os sistemas de remuneração, previsto no artigo 37, XI, CF (o que ganham os
ministros do STF).
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Disciplina: Direito Administrativo
Professor: Celso Spitzcovsky
Aula: 15 | Data: 23/04/2018
ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
5. Remuneração
§9º → se submetem ao teto as empresas públicas e sociedades de economia mista que dependam de verbas do
orçamento para fazer frente às suas despesas com folha de pessoal e de custeio em geral (§9º). A CF não disse que
qualquer empresa e sociedade se submetem ao teto, mas apenas aquelas que dependam de verbas do orçamento
para fazer frente às suas despesas com folha de pessoal e de custeio em geral.
As empresas que estão fora do teto são as que não dependam de verbas de orçamento para fazer frente às suas
despesas com folha de pessoal e de custeio em geral (ou seja, aquelas que sejam autossuficientes). São eficientes,
lucrativas. Exemplo: Caixa Econômica Federal é empresa pública federal, mas é Banco, então não dá prejuízo.
Exemplo 1: A Caixa atua em regime de competição com os outros bancos. Artigo 173, §1º, II, CF: ela vai se submeter
ao mesmo regime trabalhista dos outros bancos.
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Exemplo 2: Banco do Brasil é sociedade de economia mista. Altamente lucrativo. Não necessita de verbas do
orçamento para fazer frente às suas despesas com folha de pessoal e de custeio em geral.
§11 → verbas indenizatórias:
Verba indenizatória não é vantagem. A CF diz que vantagens estão incluídas no teto. Aqui fala-se em
compensação/ressarcimento e não em vantagem. Verbas indenizatórias estão excluídas do teto.
Caso do auxílio moradia em questão na atualidade.
III - Subtetos: Foram criados subtetos ao nível estadual e municipal com o objetivo de adaptar o pagamento de
folha de pessoal ao orçamento de Estados e Municípios.
Sem os subtetos, estados e municípios teriam que pagar aos seus servidores até o teto (aproximadamente R$
33.700,00) e este valor é muito alto para municípios pequenos, por exemplo.
Servidor estadual lotado no Poder Executivo não poderá receber mais do que o governador do Estado.
Servidor estadual lotado no Poder Legislativo não poderá receber mais do que o deputado estadual.
Servidor estadual lotado no Poder Judiciário não poderá receber mais do que o desembargador do Tribunal
de Justiça.
Subteto municipal único: servidor municipal não pode receber mais do que o prefeito.
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Exceção: artigo 49, Lei 8.112/90: a dívida contraída pelo servidor também apresenta natureza alimentar.
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Só a CF pode estabelecer hipóteses de acumulação.
As hipóteses de acumulação estão no próprio artigo 37, XVI, CF:
2 cargos de professor
Tem que comprovar compatibilidade de horários e a remuneração isolada de cada cargo não poderá
ultrapassar o teto.
Exemplo: juiz pode acumular com uma de magistério (artigo 95, parágrafo único, CF), desde que exista
compatibilidade de horários.
Ministros do STF também acumulam cargo de Ministro do TSE (artigo 119, CF).
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I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis
advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados
pelo Supremo Tribunal Federal.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente
e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal,
e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de
Justiça.
Exemplo: o presidente do TSE era o Gilmar Mendes. Hoje é o Luiz Fux, que vai permanecer até setembro. Em
setembro quem assume a presidência do TSE será Rosa Weber.
2 Ministros do STJ acumulam cargo de Ministro do TSE.
Nenhum advogado pode integrar Corte Eleitoral se não tiver a ‘caneta’ do Presidente da República.
Juiz pode acumular com UMA de magistério. Entendimento que se consolidou: uma de magistério na área pública.
(Exemplo: juiz e professor na USP – que é instituição pública). Se tiver compatibilidade de horários, pode ser
professor na área privada também.
Artigo 128, §5º, CF: integrantes do MP podem acumular com uma de magistério (igual raciocínio).
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II - as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários,
percentagens ou custas processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função
pública, salvo uma de magistério;
e) exercer atividade político-partidária;
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de
pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as
exceções previstas em lei.
Pergunta: é possível ao servidor acumular cargo com um mandato conquistado nas urnas/mandato eletivo?
Resposta: Artigo 38, III, CF: a CF autoriza a acumulação de cargo só com mandato de vereador e se houver
compatibilidade de horários (não dá para acumular com cargo de presidente, prefeito, deputado, etc.)
6. Direito de greve
Artigo 37, VII: a partir de 1988 é possível o direito de greve.
I – Perfil: A CF diferenciou o perfil de direito de greve dos servidores em relação ao mesmo direito dos trabalhadores
da esfera privada. Greve de servidores será definida nos termos de lei específica. Porém, 1 ano depois, foi editada
a Lei 7783/89.
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos
em lei específica;
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II - Extensão desse direito de greve: Greve total no serviço público está rigorosamente proibida. Um percentual do
serviço deve permanecer à disposição da população. Não só, mas principalmente, quando se tratar de serviço
essencial (saúde, educação, transporte, etc.)
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Disciplina: Direito Administrativo
Professor: Celso Spitzcovsky
Aula: 16 | Data: 23/04/2018
ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
6. Direito de greve
II - Extensão desse direito de greve: Greve total no serviço público está rigorosamente proibida. Um percentual do
serviço deve permanecer à disposição da população. Não só, mas principalmente, quando se tratar de serviço
essencial (saúde, educação, transporte, etc.)
Exemplo: junho de 2014 o governo montou estratégia procurando isolar as ruas do estado para priorizar o
transporte coletivo. Na véspera da abertura da COPA, o metro entra em greve. A justiça determinou que, nos
horários de pico, 100% das atividades deveria estar à disposição da população.
III - Descontos pelos dias de paralização: Até outubro de 2016 não era possível. No julgamento de RE, com
repercussão geral, o STF entendeu possível o desconto pelos dias de paralização, a menos que as partes chegassem
a um acordo quanto à recomposição pelos dias parados.
IV - Destinatários: Artigo 142, §3º, IV, CF – estão proibidos de deflagrar movimento grevista os servidores militares,
pois tem papel importante na segurança nacional. No caso do Espírito Santo, policiais começaram a greve, e foram
responsabilizados administrativamente.
Em RE/ abril de 2017 o STF estendeu essa proibição para servidores civis integrantes de carreiras policiais ligadas à
segurança pública listadas no artigo 144, CF. Policiais civis, rodoviários, integrantes de corpo de bombeiros.
I - Natureza jurídica das regras: Artigo 40, caput – natureza contributiva (desde a EC 20/98).
II - Critério: Tempo de contribuição (artigo 40, caput, CF). Deixou de ser tempo de serviço e passou a ser tempo de
contribuição.
III - Extensão do critério: (artigo 40, §9º, CF) A CF autoriza qualquer tempo de contribuição na área pública.
Exemplo: eu sou servidor federal e pretendo me aposentar no cargo em que estou. Durante 10 anos, eu trabalhei
num município. A CF diz que qualquer tempo de contribuição pode ser levado em conta. Se o servidor trabalhou
esses 10 anos na área privada, o artigo base será o 201, §9º, CF.
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Isso também serve para notários, pois são agentes públicos, mas não servidores; são particulares em
colaboração com o estado.
Aposentadoria voluntária
Exemplo: se o servidor quiser se aposentador voluntariamente para receber proventos integrais, se for
homem, tem que preencher 10 anos de serviço, 5 dos quais no cargo, 60 anos de idade e 35 de contribuição.
Homem Mulher
10 anos de serviço, 10 anos de serviço,
5 dos quais no cargo, 5 dos quais no cargo,
60 anos de idade e 55 anos de idade e
35 de contribuição. 30 de contribuição.
VI - Aposentadorias Especiais:
Só poderão ser criadas por lei complementar.
Só podem recair para portadores de necessidades especiais, para os que exerçam atividades prejudiciais à saúde
ou a integridade física ou, ainda, atividades perigosas, insalubres.
Exemplo: os que integram carreiras policias (144), radiologistas, mineradores.
Teto: (artigo 40, §11 CF): mesmo teto para os que se apresentam em atividade. (Teto dos ministros).
A CF permite a acumulação de aposentadorias nas mesmas hipóteses já previstas nesta aula sobre acumulação de
cargos.
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8. Regime Disciplinar
I - Extensão: O servidor pode ser responsabilizado na esfera administrativa, civil e penal (artigo 121, Lei 8112/90).
Para que essas sanções gerem responsabilização não pode ter havido prescrição.
Nos parágrafos do artigo 142 a lei dotou critério subjetivo, ou seja, a partir do momento em que o administrador
tomou conhecimento da irregularidade praticada (se foi por negligência do administrador, daí muda de figura).
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§ 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se
tornou conhecido.
§ 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às
infrações disciplinares capituladas também como crime.
§ 3o A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar
interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade
competente.
§ 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a
partir do dia em que cessar a interrupção.
O que ambas têm em comum: apresentam-se como instrumentos de irregularidades na esfera administrativa.
Quando abertas, levam à interrupção dos prazos de prescrição. Em ambas o servidor tem direito a contraditório e
ampla defesa (resulta do artigo 5º LV, CF).
Diferenças/Campo de atuação:
Sindicância: só pode ser utilizada para apurar irregularidades que comportam, no máximo, a pena de suspensão
por até 30 dias (artigo 145) (para suspender por mais de 30 dias ou demitir, sindicância não é o caminho).
Processo disciplinar: não tem limite; pode ser usado para apurar qualquer tipo de irregularidade (artigos 146 e
148). Para aquelas que comportem pena superior a 30 dias é obrigatório a abertura de processo.
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suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em
que se encontre investido.
Ampla defesa: Súmula 343, STJ - a presença do advogado é indispensável em todas as etapas do processo
disciplinar.
Súmula 343 do STJ - 18/12/2017. Administrativo. Servidor público.
Processo administrativo disciplinar. Necessidade da presença de
advogado. Princípio da ampla defesa. CF/88, art. 5º, LV.
É obrigatória a presença de advogado em todas as fases do processo
administrativo disciplinar.
Súmula Vinculante nº 5, STF: a falta de defesa técnica por advogado em um processo disciplinar não ofende a CF.
Em novembro de 2016 o STF manteve o verbete da SV, que se aplica para situações em que o servidor tinha o
direito de defesa, mas abriu mão desse direito.
Súmula 591, STJ: permite o empréstimo de prova para o processo disciplinar. É possível que a prova na outra
instância tenha sido produzida com ampla defesa.
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É permitida a prova emprestada no processo administrativo
disciplinar, desde que devidamente autorizada pelo juízo competente
e respeitados o contraditório e a ampla defesa.
V - Revisão: Encerrado o processo disciplinar, ainda há possiblidade de se ingressar com pedido de revisão na esfera
administrativa.
Prazo para a propositura do pedido de revisão: artigo 174 – a qualquer tempo. Fatos geradores:
Fato novo.
Inadequação da pena.
Pena inadequada é a que se revela totalmente estranha aos fatos apurados no curso do processo. (Pena
desarrazoada).
Decisão no pedido de revisão: (artigo 182, parágrafo único): não pode implicar agravamento da situação do
servidor.
Servidor é demitido e entendeu que a demissão foi ilegal, ele tenta anular a demissão no judiciário. Se ele for
absolvido no judiciário tem direito de ser reintegrado ao cargo? Depende da forma que ele foi absolvido:
Se o servidor é absolvido por falta de provas, não terá direito a reintegração porque o mérito nem foi
apreciado aqui.
Se o servidor é absolvido com análise de mérito em que o judiciário reconheça ou que o ilícito não ocorreu
(negativa do fato) ou autoria do servidor não ficou comprovada (negativa de autoria), ele terá direito à
reintegração (Artigo 126, dessa lei).
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Disciplina: Direito Administrativo
Professor: Celso Spitzcovsky
Aula: 21 | Data: 17/05/2018
ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
PROPRIEDADE
1. Definição
2. Limites
3. Meios de intervenção na propriedade
4. Desapropriação
4.1. Definição
4.2. Objeto
4.3. Competência
4.4. Extensão
4.5. Indenização
4.6. Fases da Desapropriação
PROPRIEDADE
1. Definição
Propriedade é um direito fundamental previsto ao nível constitucional ao longo do artigo 5º. O artigo 22 novamente
menciona a propriedade. Mas, devemos lembrar que a propriedade não é um direito absoluto.
2. Limites
O artigo 5º, XXIII, dispõe que a propriedade deverá atender a sua função social. É um dever que a CF atribui ao
proprietário.
O professor menciona que é fácil pensar em direitos fundamentais, temos vários na CF, mas é difícil citar um dever
fundamental. A função social da propriedade é um dever fundamental atribuído ao proprietário.
a.1) Urbana: artigo 182, §2º, da CF/88. A propriedade cumpre sua função social quando atende as regras elaboradas
no plano diretor, que é de elaboração obrigatória para municípios com mais de 20 mil habitantes.
Plano diretor é o diploma legal encarregado de estabelecer regras que vão permitir que uma cidade cresça de forma
ordenada. Lei 10.257/2001, Estatuto da Cidade.
Sanções que incidem sobre a propriedade urbana que não atender o plano diretor (artigo 182, §4º):
Edificação ou parcelamento compulsórios.
Incidência de IPTU progressivo no tempo.
Desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública, resgatáveis em até 10 anos.
Seria difícil localizar no país uma propriedade que atendesse a todos os requisitos, especialmente este último.
Todos esses requisitos são subjetivos, extremamente vagos. Isso tem um motivo: é mais fácil para o governo, aplica
conforme sua conveniência.
Sanção que incide sobre a propriedade rural que não preencher os 04 requisitos mencionados (artigo 184):
Desapropriação para fins de reforma agrária: indenização em títulos da dívida agrária, resgatáveis em 20 anos.
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A desapropriação e o confisco são meios de transferência compulsória da propriedade para o patrimônio público.
A requisição e a ocupação são meios de transferência compulsória da posse para o patrimônio público.
A limitação, a servidão e o tombamento são meios de restrições quanto ao uso.
4. Desapropriação
4.1. Definição
Trata-se de um meio de intervenção na propriedade.
4.2. Objeto
Transfere-se compulsoriamente a propriedade para o patrimônio público.
4.3. Competência
A competência foi atribuída à União, artigo 22, II, da CF/88.
Principais normas:
- Decreto 3.365/1941 (norma geral de desapropriação). Período marcado pelo autoritarismo, chamado de Estado
Novo, a Presidência da República estava nas mãos de Getúlio Vargas. Nesse período, o Presidente fechou o
Congresso Nacional e passou a legislar sozinho por meio de decreto.
O STF entendeu que este decreto foi recepcionado integralmente pelas Constituições posteriores, inclusive a CF/88.
- Lei 4.132/1962.
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Desapropriação por razões de inconstitucionalidade, por não cumprir a função social da propriedade, a
competência depende da localização do bem. Na área urbana, só o Município tem competência. Na área
rural, só a União tem competência.
4.4. Extensão
Propriedade particular: o fundamento é a supremacia do interesse público ou a inconstitucionalidade.
Propriedade pública: o fundamento é o artigo 2º, §2º, do Decreto 3.365/1941.
A União pode desapropriar Estados e Municípios.
Os Estados podem desapropriar Municípios.
Os Municípios não desapropriam ninguém.
Em uma federação não existe hierarquia, são só campos diferentes de atuação.
4.5. Indenização
Sempre terá direito à indenização, o perfil é que muda dependendo apenas do fundamento utilizado para
desapropriar.
Por interesse público: indenização prévia, justa e em dinheiro. É direito fundamental, artigo 5º, XXIV, da CF.
Por razões de inconstitucionalidade: indenização em títulos da dívida pública, resgatáveis em até 10 anos
(área urbana) ou títulos da dívida agrária, resgatáveis em até 20 anos (área rural).
I - Fase Declaratória
Objeto: declarar um bem como sendo alvo de uma desapropriação.
Legitimidade para desapropriar: o Poder Público e também os concessionários.
Instrumento:
Regra: ocorre por meio de um decreto de desapropriação (artigo 6º, Decreto 3.365/41).
Exceção: ocorre por lei.
Conteúdo mínimo, sob pena de ilegalidade:
Área.
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Disciplina: Direito Administrativo
Professor: Celso Spitzcovsky
Aula: 22 | Data: 17/05/2018
ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
PROPRIEDADE (Continuação)
4. Desapropriação
4.6. Fases da Desapropriação
4.7. Desapropriação indireta
5. Confisco
6. Requisição
7. Ocupação
8. Limitação
9. Servidão
10. Tombamento
PROPRIEDADE (Continuação)
4. Desapropriação
I - Fase Declaratória
Objeto: declarar um bem como sendo alvo de uma desapropriação.
Legitimidade para desapropriar: o Poder Público e também os concessionários.
Instrumento:
Regra: ocorre por meio de um decreto de desapropriação (artigo 6º, Decreto 3.365/41).
Exceção: ocorre por lei.
Conteúdo mínimo, sob pena de ilegalidade:
a) Área: Qual a área que vai incidir a desapropriação. Essa informação é importante porque gera reflexos sobre
aqueles que podem ser atingidos, de 03 tipos:
c) Destinação: construir uma delegacia, por exemplo. A destinação permite que se possa apurar se o interesse
público está sendo preservado ou não.
A tredestinação é a mudança na destinação inicial atribuída ao bem. Pode ser:
Lícita: muda-se a destinação, mas o interesse público é mantido. Exemplo: no lugar de escola, constroem
delegacia. Mudou a prioridade de educação para segurança.
Ilícita: muda-se a destinação, mas o interesse público não é preservado. Se houve desvio de finalidade é
ilegal. O particular pode ir até o Judiciário através de pedido de retrocessão, para que a situação retroceda
ao momento anterior ao da destinação. Pelo artigo 519, do CC, o proprietário tem direito de preferência
sobre o bem.
O artigo 35, do Decreto 3.365/41 dispõe que bens incorporados ao patrimônio público não podem mais ser
objeto de reinvindicação, ainda que a transferência tenha sido ilegal. Qualquer ação julgada procedente
resolve-se em indenização por perdas e danos. Já que o STF entendeu que esse Decreto foi integralmente
recepcionado, só cabe indenização por perdas e danos, o bem não volta ao particular.
Efeitos:
Publicado o decreto, ele fixa o estado de conservação do bem: importante para o efeito de indenização,
serão incluídas benfeitorias etc.
Autorizar o bem público a penetrar no imóvel: artigo 7º, para fazer mediações e verificar informações
importantes, relacionadas à indenização.
Começa a fluir o prazo de caducidade: artigo 10. Por interesse público, prazo de 05 anos. Por razões de
inconstitucionalidade, prazo de 02 anos.
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II – Fase Executiva
Objeto: fixar o valor da indenização, em 02 esferas:
Esfera administrativa: quando houver consenso entre as partes sobre esse valor.
Esfera judicial: quando não houver acordo, por meio da ação de desapropriação pelo Poder Público. O
objeto único é fixar o valor a ser pago à título de indenização. Essa ação é disciplinada pelo Decreto
3.365/41.
Petição inicial: artigo 13, deve vir instruída com todos os documentos que possam subsidiar o juiz a fixar o valor da
indenização.
Imissão/posse: artigo 15, com a inicial proposta, pode-se pedir a imissão provisória na posse, artigo 15, é a
transferência imediata da posse ao Poder Público, deve ser configurada uma situação de urgência. Um valor deve
ser depositado para compensar o proprietário.
Contestação: artigo 20, só pode versar sobre impugnação do preço da indenização ou vícios de natureza processual.
Para arguir nulidade da desapropriação, deve-se ingressar com ação autônoma.
Instrução: a prova por excelência é a prova pericial, artigo 26. O juiz determina o estado de conservação do bem e
quais as benfeitorias que serão incluídas no valor da indenização.
Segue-se o padrão do CC, benfeitorias necessárias serão sempre incluídas; benfeitorias úteis só serão incluídas se
o poder público tiver autorizado; benfeitorias voluptuárias não serão incluídas.
Sentença: artigo 24 c.c.27, fixa o valor da indenização. O juiz deve considerar a área desapropriada, valor de
mercado da perícia, benfeitorias, juros moratórios, compensatórios e honorários.
5. Confisco
É meio de intervenção na propriedade, em que a propriedade é transferida compulsoriamente ao patrimônio
público. É semelhante a desapropriação.
Diferenças:
Só pode recair numa das hipóteses previstas no artigo 243, da CF.
o Quando encontrar plantação ilegal de psicotrópicos.
o Trabalho escravo.
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Não dão direito a indenização.
Sujeita o proprietário a sanções penais.
6. Requisição
É meio de intervenção na propriedade, em que a posse é compulsória e temporariamente transferida ao patrimônio
público. Artigo 5º, XXV, da CF.
Por razões de iminente perigo: já se configurou ou esta preste a se configurar.
Exemplo: sua propriedade está ao lado da tragédia, precisa ser usada para atender as vítimas.
Indenização: só se houver dano na propriedade no período em que a transferência se verificou.
7. Ocupação
É meio de intervenção na propriedade, em que se transfere compulsória e temporariamente a posse.
Por razões de interesse público: por exemplo, o Poder Público resolve duplicar uma estrada, solicita um imóvel
vazio para alocar os funcionários que trabalham nessa construção.
Indenização: só se houver dano na propriedade no período em que a transferência se verificou.
8. Limitação
É meio de intervenção na propriedade, que traz restrições quanto ao uso, restrições gerais e gratuitas.
Gerais: atinge a todos os bens.
Gratuita: não dá direito à indenização.
9. Servidão
É meio de intervenção na propriedade, que traz restrições quanto ao uso, específicas e onerosas.
Específicas: não incide sobre todos os bens, apenas sobre um ou alguns.
Onerosas: dá direito a indenização.
Exemplo: passagem de energia elétrica por residências.
10. Tombamento
É meio de intervenção na propriedade, que traz restrições quanto ao uso, específicas e onerosas, por razões
históricas, artísticas, culturais ou ambientais.
Extensão: pode recair sobre um imóvel, sobre uma região ou sobre uma cidade inteira.
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