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RESUMO
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Para pensar esta temática, partir-se-á dos pressupostos referentes ao domínio da história
cultural, tal como a entende Peter Burke. Conferir bibliografia. O ferramental advindo da história
política também será de extrema importância, pois como defende René Rémond, o retorno da
história política ao primeiro plano da historiografia francesa, a partir da década de 1970, é “[…]
fruto de um aprofundamento da reflexão sobre o objeto do conhecimento histórico […]”.
(RÉMOND, 2003: 22)
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Filhos de pai e mãe espanhóis, nascidos no México.
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Concepção esta, que é correspondente aos apontamentos de Stuart Hall quanto ao
forjamento das identidades nacionais modernas. Conferir bibliografia.
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O padre Miguel Hidalgo y Costilla e o sacerdote José María Morelos y Pavón foram
representantes do baixo clero que lideraram as massas camponesas e indígenas na luta pela
independência mexicana, alcançada em 15 de setembro de 1810.
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Líderes da Revolução Mexicana (1910-1917). Villa foi o chefe militar do exército camponês da
divisão Norte, enquanto Zapata foi o chefe militar do Exército Insurrecional do Sul e acabou
sendo assassinado em uma emboscada em 10 de abril de 1919.
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Portanto, anteriormente à sistematização da teologia da libertação que, segundo Zilda Márcia
Grícoli Iokoi, ocorreu em 1969 pelo teólogo peruano Gustavo Gutiérrez. Conferir bibliografia.
Segundo Michael Löwy: “(...) a teologia da libertação é, ao mesmo tempo, o reflexo de uma
práxis anterior e uma reflexão sobre ela. Mais precisamente, é a expressão/ legitimação de um
vasto movimento social, que surgiu no início dos anos 1960”. (LÖWY, 1991: 25)
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Denominação dada aos mestiços em Chiapas.
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Segundo Michael Löwy, o trabalho da diocese do bispo Samuel Ruiz García recusava toda
ação violenta. (LÖWY, 2003: 62)
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Luchó bastante y les pidió a las autoridades del otro lado del mar que
dejaran de molestar a los caxlanes, que hubiera una ley para que
seamos todos iguales. Esta obispo estuvo viajando varias veces,
viajo 14 veces hasta obtener la ley de que seamos todos iguales.
(CIEPAC, 10/01/2005)
Na sequência, o discurso muda de rumo e passa a tratar da
realidade atual (década de 1970) das comunidaades indígenas de Chiapas.
Nosotros, los indígenas, ahora es tiempo de que empecemos a
pensar y a ver si de veras tenemos la libertad que dejó Fray
Bartolomé de las Casas.
[...] Hemos venido sufriendo la injusticia durante 500 años y
siguiendo igual. Siguen las injusticias sobre nosotros. Siempre nos
quieren manejar como criaturas, porque nosotros somos Indígenas.
O piensan que nosotros no tenemos derecho.
Bueno compañeros, ahora Fray Bartolomé ya no vive. Solo en su
nombre hacemos este congreso. El ya murió y ya no esperamos
otro.
¿Quién nos va a defender sobre las injusticias y para que tengamos
liberdad? [...] Nosotros tenemos que ser todos el Bartolomé.
Entonces nosotros mismos nos vamos a defender por la
organización de todos [...].(CIEPAC, 10/01/2005)
Héctor Hernán Bruit afirma que o Frei Bartolomé de las Casas,
em seus discursos, sublinhava a violência e a destruição causada pelos
conquistadores e, também, a imagem dos indígenas como inocentes,
bondosos, humildes, pacíficos, obedientes, servis e conformados, militar e
culturalmente, com a derrota, ou seja, perfeitos para serem cristianizados.
O Frei Bartolomé não enxergou o indígena como outro, como
sujeito ativo de sua própria história que, quando não foi mais capaz de resistir
militarmente o fez de outras maneiras, conseguindo assim manter viva a sua
cultura. Ele o enxergou como um “eu” idealizado, perfeito para a fé cristã10.
(BRUIT, 1991)
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Em um texto escrito com intuito de mostrar as renovações na construção da História da
América para professores de ensino médio e fundamental, principalmente quanto aos traumas
e cicatrizes deixadas pela conquista espanhola, Luiz Estevam Fernandes e Marcus Vinícius de
Moraes apontaram três tipos de representações da América Latina e, conseqüentemente, de
seus habitantes, apresentadas pelos livros didáticos brasileiros, sendo reflexos de vertentes
historiográficas bastante divulgadas. Os autores dividem essas três vertentes historiográficas
em duas visões dos conquistadores: a primeira é a linha de Bartolomé de Las Casas, Eduardo
Galeano e Miguel León-Portilla, a segunda é a do grupo dos herdeiros de Hernán Cortés,
Leopold von Ranke e Willian Prescot; e uma terceira tradição que criou o mito dos vencedores
e vencidos. A primeira vertente apresenta os indígenas como vítimas indefesas de um
massacre, através da dramatização sangrenta e total do episódio da conquista. A segunda é
dos cientificistas, que leram as cartas de Cortés como verdades absolutas. Sendo assim, seus
textos apontam para uma superioridade européia, uma maior racionalidade frente à barbárie
indígena. A terceira tradição é da daqueles que, tentando excluir a Europa e o EUA de seus
textos, para resgatar uma ancestralidade indígena sobrevivente ao massacre, criou um mito de
vencidos e vencedores, relegando aos indígenas o status de sobreviventes de um mundo pré-
colombiano destruído e não de viventes com uma cultura própria, que possui raízes pré-
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colombianas, todavia não está petrificada, sem História, e sim em constante processo de
transformação. Conferir bibliografia.
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Bibliografia
Livros:
Artigos em coletâneas:
COUTROT, Aline. Religião e política. In: RÉMOND, René (dir.). Por uma
história política. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003. 2ª ed. p. 331-363.
PROST, Antoine. As palavras. In: RÉMOND, René (dir.). Por uma história
política. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003. 2ª ed. p 295-330.
RÉMOND, René. Uma história presente. In: RÉMOND, René (dir.). Por uma
história política. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003. 2ª ed. p. 13-36.